Coraline desceu correndo as escadas da “casa” da rainha. Ela havia visto um ajuntamento do lado de fora, e curiosa, se dirigia ate lá.

Sem prestar atençao por onde ia, ela trombou com Alice no pé da escada, fazendo as duas garotas rolarem degraus abaixo.

– Ai! Olha por onde anda o azulzinha.

– Foi mal, perai, azulzinha?

– Ahh, não ligue pra isso, as vezes eu invento apelidos sem perceber.

– Tudo bem, eu gostei. – Coraline sorriu,. – Eu estava correndo para ver porque todo mundo esta reunido lá embaixo.

– Ah eu também. – Alice riu um pouco e as duas desceram os últimos degraus ate a porta.

Elsa estava parada, observando as nuvens que se fechavam sobre o refugio.

– Oh, nossa. – Foram as primeiras palavras de Coraline ao sair. Alice se afastou, ficando ao lado de Nico que estava encostado a parede, taciturno como sempre.

Ele a olhou rapidamente. Seus lábios se contraíram um pouco.

– Isso ai foi um sorriso, principe dos Mortos?

– Obviamente esta tendo alucinações, Alice do pais dos Birutas.

Ela mostrou a língua e cruzou os braços. Inesperadamente, Nico se aproximou e a beijou na bochecha. Tao rápido suave que ela achou que havia imaginado. Mas o frio de seus lábios ainda permaneceu por alguns segundos, o que provou que ela não estava alucinado.

Jack e Rapunzel desceram e caminharam ate Elsa. A multidão deu espaço para que eles passassem.

– Elsa, precisamos conversar... Em particular.

Em poucos minutos eles explicaram o acordo a Elsa, que ficou seria durante todo o tempo. Quando terminaram ela se levantou e respirou fundo.

– Esta bem, vamos fazer o acordo.

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Ao chegarem novamente a caverna, Elsa fez uma escada, por onde Flynn, que tinha insistido em vir, Coraline e ela desceram.

Merida e Soluço ainda falavam com Breu. Ele sorria, maliciosamente.

Elsa estava com jeans, botas e um sobretudo, mas sentiu o vento gelado e cheio de maldade que passava por ali.

– E então? Você aceita nossos termos?

Breu inclinou a cabeça em concordância, um sorriso curvando seus lábios rachados.

Elsa caminhou ate ele, prendendo a respiração. Ela estendeu sua mão e Breu a apertou com força. Uma viração se pode sentir no solo da caverna ate o teto. Gelo e Medo selaram o acordo.

Elsa se afastou e soltou a respiração.

– Esta feito. Você lutara ao nosso lado, ate que todos tenham passado pelo portal.

Dito isso, as correntes de Breu congelaram e se romperam. Com uma risada congelante e maligna ele despareceu no chão em um redemoinho de trevas.

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A noite estava quente. Totalmente o contrario do que se esperaria de uma noite de despedida.

Reunidos próximos ao templo, as pessoas esperavam. O desconhecido a sua frente era assustador, mas, pelo seu ponto de vista, muito melhor que a morte. A maioria não sabia que perderiam a memoria. Crianças brincavam, saltando de um lado a outro, animadas com toda aquela tensão no ar. Havia pouco mais de 200 pessoas presentes. Depois de anos e anos em segurança, os descendentes dos criadores do refugio não imaginavam tal revés. Alguns casais entrelaçaram as mãos enquanto aguardavam.

Dentro do templo, Rapunzel e Elsa preparavam os livros ao redor do Livro no centro. Um grande, velho e corroído volume, que tinha por titulo Era uma vez.

– Pronto, estão arrumados. – Punzie anunciou.

Meggie que esperava do lado de fora, ergueu a mão, e pedindo permissão, falou ao Templo:

– I Silvertongue, virgo te liceret mihi in domum sacrificii input.

Passou se um momento. Após os agoniantes segundos, o templo pulsou com energia e uma voz grossa e antiga revibrou por suas paredes:

– Licet input.

Meggie ergueu um dos pés sobre a linha dourada, esperou, soltando a respiração e entrou no templo.

Em uma parte afastada da entrada, Rapunzel estava sentada, com as pernas cruzadas e olhos semicerrados. Ela murmurava uma canção, sobre luz e força.

Elsa se aproximou de Meggie e explicou que hoje era o dia dedicado ao sacrifício a Luz.

Meggie assentiu. Enquanto cantava os cabelos de Rapunzel, dispostos circundando os livros, brilhavam como ouro liquido.

Quando ela terminou e abriu os olhos Meggie se postou no centro do circulo, logo ao lado do grosso livro central.

O plano era isento de falhas. Violeta estaria do lado de fora, com um campo de força, organizando as pessoas, para que entrassem em grupos na bolha protetora. Ninguém entraria no Templo, sob risco de vida, como todos sabiam.

Meggie olhou ate Elsa.

– Ahh, só um minuto Elsa, eu já volto.

E saiu correndo portas afora.

– Peter! Peter, rápido apareça. – Ela gritava em direção as nuvens, ate que viu a sombra de um garoto descendo ate ela.

A garota correu ate ele e pulou em seus braços. Ele a recebeu com um sorriso em seu rosto élfico.

Mas não durou muito. Logo ela se afastou dizendo adeus e se voltando para o templo. Peter Pan porem, segurou sua mão e a puxou de volta, beijando a apaixonadamente. Afinal de contas, ele não podia deixar sua namorada ir sem se despedir.

– Adeus. – Ele disse, enquanto a observava correr de volta ao templo. Com o mesmo cuidado ela atravessou a linha de ouro e prata e voltou a seu lugar.

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