MK olhava distraidamente a paisagem, observando de longe Nod brincando com um buldogue. O cachorro parecia não ver muita coisa, e só tinha três patas, mas se divertia e pulava de alegria, tentando alcançar a bolinha que Nod balançava em sua mao, um sorriso maroto em seu rosto. Sem perceber, ela soltou um suspiro alto.

Foi quando ouviu atrás de si uma gargalhada. Violeta estava descendo as escadas para se sentar ao lado de MK.

– Parece que você esta realmente curtindo a paisagem. – MK a empurrou com o punho, com um meio sorriso.

– Ah, calada Violeta. – A garotinha riu, se acomodando a seu lado.

– Entao, parece que o garoto novo conseguiu fisgar você.

– O que, não, quero dizer, ele é simpático, interessante... Não, perai, esqueça o que eu disse!

– Ora esta tudo bem. – Violeta riu um pouco mais. Mas então sua expressão ficou seria ao se lembrar das regras. – Mas, MK... você sabe que não pode...

De repente a expressão de MK mudou de sonhadora para triste e brava.

– Sim, eu sei, ok? Já é ruim de mais sem dizer em voz alta.

– É, so que você não pode se esquecer de que você é a próxima na linha de sucessão. Você vai ser nomeada sacerdotisa assim que cumprir dezesseis. Se você se envolver com algum garoto, oh, isso seria muito muito...

– Ruim. É eu sei. – Uma pontada de angustia surgiu na voz da garota. Elas ficaram em silencio durante um tempo, navegando em seus próprios pensamentos. Ate que MK quebrou o silencio.

– Entao... Wilbur Robinson, hum? – Ela disse passando as mãos pelos cabelos e sorrindo sarcasticamente.

Violeta se virou para ela, o rosto se tingindo de rosa.

– Eu não sinto nada por ele, ok?

MK riu. Essa era uma das maiores mentiras que Violeta poderia inventar.

No começo ela ate acreditou, mas ao conhecer a garota melhor, podia perceber que, por mais que ela tentasse esconder isso com raiva na voz e insultos, ela estava apaixonada pelo garoto. Era algo inevitável.

– Sabe, meu pai me diz que quem desdenha quer comprar. – MK disse, tentando manter a voz inocente.

– HÁ, isso é totalmente ridículo, não faz sentido... É muito ridículo... – Violeta respondeu, mesmo com as memorias lampejando em sua cabeça.

Quando ele a salvou do atropelamento. Quando suas mãos pousaram em seus ombros, e seus lábios... Mas ela chacoalhou a cabeça, afastando o pensamento. Não, ela se ordenou mentalmente.

MK percebeu o movimento.

– Ah, então você considerou o meu palpite. – Ela começou a rir e correr de Violeta que, ficando invisível, a acertava com tapas fortes.

Ela estava correndo na direção de sua casa, quando uma sombra no ceu a fez parar, assim como Violeta, que voltou a ficar visível.

Acima delas, como um enxame de gafanhotos, uma grande sombra se movia por fora do refugio. Violeta paralisou os músculos com os olhos arregalados.

Nada se podia ver de dentro do refugio. Absolutamente nada. O que significava... O véu estava no limiar de suas forças.

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Ainda na biblioteca, Merida e Rapunzel buscavam os livros que Elsa pedira. Elas estavam cobertas de poeira, teias de aranha se emaranhava em seus cabelos e suas roupas estavam cheias de terra. Elsa havia dito que elas precisavam encontrar seis livros. Depois de duas horas, elas só haviam encontrado quatro, e já estavam exaustas de carregar os volumes pesados e arrasta los para o outro lado da sala entulhada.

– Ai, pra mim chega, uma trégua. – Rapunzel sentou se, soprando uma mecha de seu cabelo do rosto e deixando os braços penderem ao lado de seu corpo.

Merida imitou seu exemplo, alongando os músculos.

Um barulho chamou a atenção das garotas. Um som, como se a madeira estivesse sendo arranhada. Se levantaram rapidamente, seguindo em direção ao barulho. Esse se repetiu mais três vezes. Foi quando elas pisaram em uma tabua, no extremo da casa, que a madeira cedeu e as duas caíram.

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