– Atenção, todos acalmem se! – Elsa exclamou, tentando em vão conter a multidão em pânico.

Todos gritavam ao mesmo tempo, exigindo explicações. A súbita descoberta de que o refugio já não era mais seguro os enchia de pavor.

Vindo do céu, uma luz cintilou e eles puderam ver, fracamente iluminados pela lua, duas figuras que desciam voando. Ao chegar ao chão, o garoto colocou uma menininha baixa e magra, de aparência frágil ate o solo.

– Meggie! – Elsa exclamou em um grito de alivio. Correu ate a garotinha, que usava um vestido comprido e fino, como uma camisola, e a abraçou. – Oh, obrigada por salvar nos!

– Não há problema Elsa. Mas temo que uma reunião deve ser marcada para amanha. Os acontecimentos estão fora de controle.

Elsa se virou para os habitantes reunidos. Em um canto ela pode ver Jhonny consolando Mavis, que chorava baixinho, um arranhão em seu braço, já quase cicatrizado, ainda escorria um pouco de sangue.

A maioria estava exausta e confusa, ainda em posição defensiva, com medo de outro ataque. Violeta havia tirado o campo de força e estava sentada, os cabelos cobrindo o rosto e os braços ao redor de si mesma.

– Caham, bem, aos membros do conselho por favor, compareçam a reunião amanha, as 7:30. – Suas voz se quebrou após pronunciar a frase.

Mais tarde naquela noite, quando ela havia alojado a Meggie em um quarto e a praça estava vazia, ela observou o garoto que trouxera Meggie voar algumas vezes em frente a janela da garota. Ela encostou a mão na janela fechada e sorriu para ele. Ele a encarou por alguns segundos, expressivo, e então voou para longe, para as montanhas.

Elsa colocou sua roupa de dormir e soltou os cabelos brancos. Enquanto passava lentamente os dedos por entre os fios, pensava no que estava para acontecer com seu refugio, por tanto tempo protegido. Ela se deitou puxando o cobertor e o ultimo pensamento que teve antes de adormecer, foi o rosto de Flynn lampejando em frente a seus olhos.

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Lucille havia escapado o mais rápido possível da praça quando sentiu a dor terrivelmente familiar. Já ia tarde a noite, quando correndo, ela se viu em meio ao abrigo das arvores, seus galhos nus e entrecruzados lhe dando um bom esconderijo.

Seus joelhos então, cedendo a dor lancinante em suas costas, a fizeram cair, postando se enquanto ela sentia sua pele ser rasgada lenta e perfidamente. Ela fechou a boca, para que nada mais que gemidos escapassem por entre seus lábios selados.

Porem, para seu terror, ela ouviu um som a mais na proximidade das arvores.

– Lucille, e você? – Once ler, que, ao vê la se esgueirando para o meio do bosque, resolvera segui la.

– On-Once ler, vá embora! – Sua voz estava fraca, mas as palavras saíram com autoridade. – Uma risadinha debochada soou entre as arvores próximas.

– Ora vamos Lucille, do que você esta se escondendo? Dos paparazzi... ? – Outra risada soou no breu da noite. - Vamos, vamos, saia de onde você... – Ele deixou de falar ao ver o que se apresentava diante de si.

Lucille estava caída, pequenas gotas de sangue manchando seu vestido branco. Seus braço ao lado de seu corpo fraco tentando em vão coloca la de pé Mas o que realmente o chocou, foram as duas enormes asas brotando diretamente de suas omoplatas.

– Lucille... – Com uma doçura não característica enchendo sua voz, o rapaz se aproximou cauteloso, ajoelhou se ao lado da garota, seus braços acima de seu corpo inseguro se deveria toca la. Foi quando ele a ouviu chorar, quase sem som. Seu rosto contorcido em agonia, seus lábios se moveram devagar, com dificuldade.

– Não conte... Por favor, não conte a ninguém. – Ela suspirou pesadamente.

Finalmente, tomando coragem, ele esticou seus braços e a envolveu em um abraço desajeitado. Ela estava fraca demais para retribuir, mas ele pode sentir sua gratidão, quando, quase imperceptivelmente, suas asas alisaram seu rosto.

– Eu não vou contar. Seu segredo esta a salvo comigo.

Não havia nada mais o que dizer. E ali em meio as arvores secas e sem vida, ela desistiu de lutar, entregando se ao abraço quente e aconchegante de Once ler.

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