Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 10
Lagrimas Interminaveis e um Pacto




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Alice observava o movimento do lado de fora do palácio, sentada em sua janela. A garota que Nico curara na noite anterior estava rindo, enquanto brincava com um boneco de Neve falante. Serio, ela podia ter visto enormes cachorros de três cabeças, dragões voadores e lebres falantes, mas aquele boneco lhe dava calafrios. Era bizarro.

Jogando os pés para dentro do quarto, ela gritou:

– Gato Sorridente!

Bem em frente a seu rosto, um gato laranja listrado apareceu, enrolando a cauda.

– Olá Alice. – ele disse ronronando. Seu corpo desapareceu deixando apenas um par de olhos azui e um enorme sorriso flutuando na sua frente.

– Olá Gato, preciso que me ajude em uma coisa. - Me leve ao quarto do Nico, preciso ver como ele esta, e ele não abre a porcaria da porta.

– Esta bem então, pequena Alice. – Seu corpo se tornou visível novamente. Alice agarrou em sua barriga e fechou os olhos.

Plim. Quando abriu seus olhos viu as paredes de outro quarto e um garoto saindo do banheiro. Sem saber o que fazer ela gritou:

– NICO!

O garoto deu um pulo e correu de volta para o banheiro segurando a toalha.

Mesmo com a porta abafando o som, ela pode ouvi lo gritar enraivecido, “Alice!”

Ela sentiu seu rosto ficar quente. Ah, Droga.

Alguns minutos depois ele saiu do banheiro, com a cara emburrada, mas pelo menos estava de roupa.

– Caham, é, bem desculpe por entrar assim, mas a culpa foi sua por ter trancado a porta e não me deixado ver como você estava. – Ela respondeu, cruzando os braços.

– Como você pode ser tão... ah esquece! – Nico rosnou de volta.

– Tão o que, seu filho de Hades arrogante!

– Orgulhosa, pretensiosa, metida, insolente e... atrevida!

Alice parou no meio de uma enxurrada de insultos. Aquela explosão de raiva dele a pegara de surpresa, fazendo as palavras desaparecerem. Essas palavras a magoaram.

– Ok então, se quer ficar sozinho, FIQUE SOZINHO! Não vou forçar você a aguentar a minha presença repugnante. Ela se virou para a porta, batendo os pés.

– NÃO! Eu, quero dizer, eu nunca disse que você era repugnante. Eu só, ora você as vezes é... uggh, você não respeita a privacidade dos outros, esta bem?

– Esta bem Nico, adeus. Ela colocou a mão na maçaneta, quando ouviu Nico sussurrar, com voz de choro.

– Por favor, não me deixa sozinho.

Ela levantou as sobrancelhas e congelou o corpo, surpresa.

Devagar ela se virou e se deparou com Nico sentado no chão, com uma das mãos no tapando o rosto.

Hei, esta tudo bem, eu não vou embora. – Ela disse, tentando fazer sua voz soar terna. Sem sucesso, é claro.

– Sua voz fica ridícula assim. – Ele murmurou por entre os dedos

– Ah, calado, caveirinha.

Os dois riram. Claro que não por muito tempo. Nico havia visto muita coisa no submundo, coisas terríveis de proferir, o que o fazia um cara difícil de arrancar um sorriso. E Alice tinha passado por muitas coisas no pais das Maravilhas. Nada das baboseiras do livro.

Ela se lembrava vagamente de Wonderland. Aquelas cores por todos os lados, disfarçando o poder cruel e podre da Rainha Vermelha. Alice não tinha orgulho de si mesma. Ela tinha escapado de lá, isso era verdade. Porem antes disso, quando ela acreditava que essa era a única opção para salvar sua vida, sua inocente criança foi transformada numa assassina treinada para a Rainha. No fim, ela fugiu. Mas com um preço. Quando se trata de magica, sempre há um preço.

– Você acha que eles tem chance? – Nico a arrancou de seus devaneios.

– Talvez se eles tivessem ideia do que os espera. – Alice respondeu seria. – Mas eles não fazem ideia.

– O mal e uma escuridão implacável vão entrar nesse refugio Alice, nuvens de morte rodeando e serpenteante entre seus corpos, sugando sua energia, o véu não vai suportar por muito tempo. Mesmo com o poder das três sacerdotisas, ele vai enfraquecer.

Um silencio sepulcral desceu sobre o quarto.

– Nico, você sabe o que vai acontecer quando Meggie chegar não é? Você sabe o quão instável e perigoso o feitiço pode ser.

Ele a encarou com aqueles olhos negros como as profundezas do tártaro, e agarrou uma de suas mãos. Ele se aproximou fazendo com que ela segurasse a respiração inconscientemente. Colocou sua outra mão, fria em sua bochecha e arrumou com os dedos alguns fios atrás de sua orelha.

– Não importa o que aconteça, não ligo pra quão longe eu possa estar de você, eu te prometo Alice, do pais das Maravilhas, que enquanto eu respirar, eu vou continuar procurando por você. E, sendo filho de Hades pode crer, isso vai ser durante muito tempo.

– Nico di Angelo, eu... – Ela não aguentou mais, saltou no pescoço dele e sussurrou, lagrimas quentes molhando o pescoço frio do garoto. – Você nunca vai ficar sozinho de novo, eu prometo.

E ali, no meio daquele quarto de paredes de madeira escura, os dois amigos selaram um pacto. E, enquanto durasse o chá das cinco do Chapeleiro, eles não se esqueceriam dele.

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Notas finais do capítulo

Comentem!! :D



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