Acordei pouco antes de minha mãe, tentei levantar mas lembrei que Angel estava ali comigo, isso me constrangeu, sai da cama com o máximo de cuidado possível para não acordá-la e fui até a cozinha e esquentei a água para o café, minha mãe saiu atrás de mim me assustando.

– Tem alguém no seu quarto com você né? - ela diz cutucando meu abdomen – acordando antes de mim, preparando café.

– Por que você acha isso mãe? - respondo contendo o nevosismo – que ideia maluca essa.

Ela da sinal de indiferença, pega algumas bolachas e a chave do carro

– Sou estou brincando, agora preciso ir, vai ter reunião e eu tenho que estar lá – ela me da um beijo no rosto e sai.

Apronto o café e vou acordar Angel, retiro o curativo e avalio o machucado, nada muito serio, tirando o fato de uma terrível queimadura, mas fora isso estava melhor,uma casca já se formava no machucado e sua aparência também melhorara.

– Como esta a situação ai garoto pervertido? - Angel pergunta, eu não conseguia olhar para ela sem ficar vermelho aquela noite foi única para mim, mesmo que não tenha acontecido nada, o simples fato de estar deitado com ela já era o suficiente para fazer eu corar.

– Es... Está melhor, só vou passar esse óleo e vai sarar daqui uns três dias – o Interfone toca – Deve ser seu pai, eu pedi para ele trazer umas roupas para você, - olho para ela e fico vermelho – acho que não precisamos mencionar o fato da gente dormir, bem... você sabe.

Ela concorda, abro o portão e ele entra em no predio.

– Prazer em conhecê-lo, a Angel fala muito de você, e acho que você já descobriu o segredo dela, não é? - ele me diz quando entramos em casa.

O pai de Angel se chamava Conor, Conor Russo, ele era alto e musculoso, seus olhos eram castanhos e seu cabelo era tão escuro quanto o dela, apesar dele ter a pele bem bronzeada, como se passasse a vida toda no sol, ele vestia calça jeans e camisa polo preta, o que caia bem nele.

Angel pegou a Sacola de roupa que ele trouxe e foi até meu quarto se trocar, busquei café para nos dois enquanto esperávamos ela, um silencio constrangedor rondava nossa volta até que o sr. Conor disse:

– Ela já deve ter lhe contado a historia dos 11 grandes – ele suspira – ela não tem jeito, pelo visto teremos que nos mudar de novo.

– Meu avô me contava quando criança, ele disse que eu saberia melhor quando fosse mais velho, e Agora estou começando a entender, realmente existe os 11 Grandes.

– E você é um deles – Angel fala – Eu devia ter percebido antes -ela pega a pedra laranja de seu bolso – você conhece isso? Já viu na casa de seu avô alguma vez alguma pedra parecida com essa?

Angel estava vestida com um jeans claro e uma camiseta preta escrita em laranja “Fire Girl”, o que de certa forma fazia sentido. Me concentrei e lembrei que uma vez quando fui ao porão da casa da minha avó eu virá um quadro do meu tataravô, que usava algo parecido no pescoço, como um colar.

– Sim, no quadro de meu tataravô, mas o que tem, e que historia é essa de eu ser um elemental?

– Vocês precisam ver seu avô – diz Conor a mim – eu me encarregarei do transporte, onde seu avô mora?

– Uma cidade no interior de Santa Catarina, Canoinhas. - respondo – mas minha mãe, ela não sabe nada disso, e como vocês tem certeza de eu ser um elemental?

Angel pega um copo com água na cozinha, leva até a sala e coloca no cão, em seguida diz:

– Se concentre no copo e tente levantar a água, como se você á controlasse.

– Isso é idiotice – respondo – não tem como isso acontecer, eu não controlo a água, não sou nada assim tão espetacular, sou apenas eu, o garoto rejeitado e calmo, que nunca briga, não tenho nenhum amigo por aqui, e, além do mais, isso é grandioso demais para mim – Angel olha para mim furiosa, mas sorri rapidamente e faz com a mão dizendo para eu tentar – tá bom, tá bom...

Olho para o copo se concentrando na água, nada acontece por um tempo, olho novamente, agora uma forte onde de energia me envolve e o copo trinca e depois se parte com força.

– Isso é impossível – respondo – como que...

Angel apenas sorri e diz

– Viu. Garoto pervertido você domina a Água – ela me da um beijo no rosto – algo me diz que em Canoinhas as coisas vão esquentar, e não se esqueça, no shopping ás duas, estarei no chafariz.

Me despedi e fui até meu quarto, sobre minha cama estava um bilhete escrito “obrigada por tudo”.

O doce aroma do perfume de Angel impregnava o pijama de minha mãe e as cobertas, arrumei a cama, tomei um banho e me arrumei e fui pegar o ônibus para ir para o shopping.

Eu não estava feio modéstia a parte, usava uma calça jeans escura, uma camiseta lisa preta gola “V”, meu cabelo ficou bom, usei um pouco de gel para erguê-lo, meu All-Star inteiro preto e uma jaqueta fina de malha, viu, um tipico garoto normal.

Peguei meu celular e desci para pegar o ônibus, deu cerca meia hora de um maravilhoso passeio dentro de um ônibus lotado finalmente cheguei ao shopping.

O Shopping nada mais era q um grande estacionamento ao ar livre com um chafariz e uma bela fachada, tinha três grandes andares com corredores de lojas e um cinema. Tinha um centro externo para eventos e um estacionamento para funcionários e também aqueles estacionamentos comum para shopping, os estacionamentos de andares.

Como cheguei muito cedo, sentei e esperei Angel chegar, não demorou muito e uma Hilux sw4 preta parou na minha frente e saiu a garota mais linda que eu já vi, Angel usava uma calça jeans clara, uma camisa xadrez, um All-Star de caveirinhas e uma pequena bolsa laranja. Estava sem maquiagem, mas isso não tirava sua beleza.

Angel fechou a porta do carro, correu e me abraçou, a janela do carro desceu e um motorista carrancudo me fuzilou com o olhar

– Mas alguma coisa madame? - ele pergunta

ela nega e entramos no shopping, mandei uma mensagem para minha mãe dizendo que estava no shopping com um amigo, então ela responde dando um “ok”.

– Motorista? - pergunto – você estuda em uma escola publica mas tem um motorista particular?

– Escolas particulares investigam muito sua vida – ela responde com indiferença – e, além do mais, se eu não tivesse ido para uma escola publica não teria encontrado você.

Olhei para ela e disse:

–Venha, quero lhe mostrar uma loja.

Fomos até uma loja grande, a maior do shopping, lá vendia minhas coisas favoritas: Livros, Jogos e DVDs.

Começamos com os jogos, Angel adorava jogos, ela adorou os jogos de tiro e luta, confesso que levei a maior surra nesses jogos, então fomos para os livros, enquanto eu via mangás, ela comprou um livro sobre Deuses e Semideuses. Passamos perto de uma televisão, onde passava um filme sobre um garoto que era destinado a dominar a Água, o Fogo, a Terra e o Ar.

– Isso é impossível - Ela fala olhando fixamente para o filme – Por que sempre o fogo é o elemento que causa mal? Por que não pode ser a Água ou o Ar? - ela olha para mim esperando uma resposta.

Rapidamente penso em uma resposta.

– Nunca pensei nisso, mas é verdade, o fogo é quase sempre retratado como mal,

como nos animes, o fogo normalmente quer “dominar o mundo”.

Rimos, então um frio percorre minha espinha, instintivamente olho para trás, mas não vejo ninguém, Angel também parecia ter sentido algo, pois sua expressão era séria. Estávamos sendo seguidos.

–Onde quer ir agora?- disfarço e em seguida apalpo meus bolsos – esqueci uma coisa no carro, você pode ir lá pegar comigo?

–Mas voc... - eu a interrompo com um beijo, ela se afasta e me da um tapa na cara, em seguida sai da loja irritada.

Espero um pouco e e saio atrás dela, percebo que no meio de tanta gente tem um adolescente, mais ou menos da nossa idade atrás dela, então de duas uma, ou ele era o perseguidor, ou simplesmente um pervertido.