Agora, só há uma ponte. Annie está dormindo. Dairo e Neto tentam atravessar a ponte no maior silêncio. Dairo consegue pegar a rede e os dois voltam sãos e salvos.

– Vocês voltaram cedo!-diz Melina.

– Ela estava dormindo. Cavaram o buraco?-pergunta Neto.

– Só um pouco. Ajudar é pedir muito?-pergunta Phil.

– Não. - diz Dairo.

– Gente, para tudo! Não precisamos de buraco e nem água, só do bicho. Porque não a pegamos, amarramos com as cordas que temos e tacamo-la no rio?- sugere Phil.

–Ah, melhor! Dá menos trabalho!- diz Melina.

– Verdade.

Já era de tarde. Depois do “almoço”, eles vão para a margem da ilha. E de repente:

– Annie! Annie! Você não nos pega! Cara de meleca!- grita Phil.

Annie fica furiosa e atravessa pela ponte correndo com suas espadas e adagas.

– Venham aqui, seus tributos nojentos! Eu ainda posso matar vocês!- ela grita.

Eles chegam até a parte do rio. Neto pula para cima de Annie, ela o machuca na testa e nos braços. Ele se levanta enquanto Phil, Dairo e Melina tentam amarrá-la. Annie dá vários chutes em Phil e Melina. Neto segura seus pés e Dairo seus braços. Quando de repente, Annie dá um chute tão forte em Neto que ele rola e cai no rio. Segundos depois, o rio estava vermelho do sangue dele. O monstro já havia lhe comido.

BUM!

Morre Neto Costa.

Phil, Dairo e Melina largam Annie com apenas uma das mãos amarrada para ver Neto. Annie aproveita se levanta e arremessa espada no tórax de Phil. Melina grita:

– Nãããão! Dairo! Ela vai matar Phil!

Dairo se joga na frente de Phil mas em vez da adaga arremessada por Annie atingir ele, atinge o chão.

Phil cai de joelhos no chão, retirando a espada de seu tórax. Dairo parte para cima de Annie, mas antes, ela arremessa uma adaga que acerta na barriga de Phil.

– Não! Phil... Phil... - diz Melina, se ajoelhando perto dele.

– Eu vou morrer sem ver um mosquito da dengue. - diz Phil.

– Não morra, Phil... Não...

– Eu vou para o País das Maravilhas, vou ficar bem... - ele diz.

BUM!

Morre Phillipe Pires.

Dairo e Annie ainda estão lutando. Dairo cai no chão, tonto.

– Pena que vocês não vão estar aqui quando eu vencer!- diz Annie, fugindo para Cornucópia.

– Ahhhhhhhhhh! Eu não acreditooo! Phil!- grita Melina, chorando.

– Descanse em paz, Phillipe Pires. Que seus doze anos aqui na Terra sejam inesquecíveis. - eles dizem ao mesmo tempo.

– Descanse em paz, Neto Costa. Que seus dez anos aqui na Terra sejam inesquecíveis. – eles dizem também.

– Eles serão inesquecíveis, com certeza. Ambos Phil e Neto - diz Melina, enxugando as lágrimas.

– “Quero ver um mosquito da dengue.”- diz Dairo.

– Ele adorava Sophia. - ela diz.

– E Neto?

– Ele gostava de Nala. Vamos para o esconderijo?

– Claro.

– Agora, trocando de assunto... Isso me preocupa muito... Agora, somos três. Um de nós deve vencer. -ela diz, vagarosamente.

– Melina... Respira. Seja confiante. Isso é um jogo e temos que jogar até onde conseguimos.

– Ok. Obrigada, Dairo.- ela o abraça e os dois caminham até o esconderijo e ele diz:

– Melhor irmos rápido, já está escurecendo.

– Eu não sei se vou aguentar perder mais um amigo. Ethan, Sophia, Neto, Phil, Nala, Maria... Seis.

– Melina, uma coisa, eu tenho 90% de certeza: Annie não vai vencer a centésima vigésima quinta edição dos Jogos Vorazes.

– Tomara.

– Temos que tentar crer. - ele diz, sentando perto dela.