Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 30
Um novo interrogatório, o derradeiro desta vez


Notas iniciais do capítulo

Yoho!
Como vocês estão? Imagino que, como eu, o fim da segunda temporada tenho destruído vocês um pouquinho? Talvez haaha
Well, eu estou aqui e vocês já sabem pra quê. Pra postar o último capítulo de Danger. Depois de um ano e meio escrevendo, eis que a fanfic chega ao fim. Não vou me alongar muito nas notas iniciais, mas, como eu demorei (muitão) pra postar esse epílogo, aqui vai uma “recapitulagem” rápida dos acontecimentos:
— Depois de muito mimimi skyeward começa a namorar (uhuuu)
— Skye descobre que é uma princesa de um planeta muito loko (OMG!)
— John, que trabalha para o Clarividente, consegue por seu plano em ação e separar a equipe.
— Fitz sofre um acidente, a Simmons confronta o Ward e ele confessa tudo.
— Todo mundo descobre que Ward é da Hydra (ÇOCOR)
— Skye é sequestrada por uns manos e acaba tendo uma conversa com o Clarividente que é: MAMA MAY! (sim isso mesmo muhahaha)
— Ward leva uns tiros, mas a Skye salva ele, abrindo mão de sua própria liberdade e de suas memórias.
— A memória de todo mundo é apagada, menos a do Ward.
— Skye casa com o Kaylo, cinco anos se passam e eles tem um filho. O menino Gabe super inteligente, que ajuda Skye a recuperar parte das memórias.
— Skye volta pro planeta Terra com o filho, após descobrir que foi enganada pela família, e reencontra o Ward (owwwnt)
— Então é a vez do Gabe ser sequestrado (MUHAHAHAHAHA)
— Skyeward reecontra o Fitz e eles, juntos, começam a procurar o Gabe.
E continuemos daí...
Boa leitura!



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.Residência do Fitz/04h23min.

– Achei! O grito de Skye o despertou de seu transe quase hipnótico. Não soube ao certo quando, mas, em algum momento, sua mente se desligara do presente e começara a vagar pelo antes. Sua família problemática e as sequelas que todo o drama familiar o deixara, como um presente. Ou, mais exatamente, uma praga. As temporadas na prisão e então o aparecimento de John, dando início a sua escalada para decadência. A Shield, a Hydra, seu trabalho duplo durante anos...

Mas, houvera um momento, como sempre há, em que ele se cansara de tudo aquilo e que decidira reconstruir sua vida. Senão do zero, ao menos do cinco, ou do seis. Fora tolo o suficiente para pensar que conseguiria fazê-lo, apesar de que, por um tempo, realmente o fez. O reiniciar de sua vida. Por um momento, realmente conseguira esquecer-se do antes. No entanto, momentos são apenas momentos e, mais cedo ou mais tarde, eles passam.

– V-você achou? Fitz apareceu ao lado de Skye, como se tivesse se teletransportado, coçando os olhos vermelhos e com o rosto inchado pelo sono. Debruçou-se sobre a mesa e passou a olhar o computador, assim como Skye fazia há horas. Onde eles estão?

– Estão perto de um galpão abandonado, no sudoeste da cidade.

– Sudoeste? Indagou, imitando os outros dois e indo debruçar-se em frente à tela do eletrônico. Eu não acredito que eles foram para lá. Abafou o riso amargo, talvez o plano de Kaylo fosse muito maior do que imaginara.

– Lá? O que é lá? Fitz perguntou.

– Lá é onde costumava ficar uma das bases secretas da Shield, mas ela foi desativada há alguns anos. Respondeu simplesmente, virando-se para o lugar onde largara sua mochila. Isso aqui é pra você. Jogou uma arma para Skye e ela olhou o objeto como se fosse algo de outro mundo. Qual é, Skye! Esta é uma boa noite, fácil de manusear. Você treinou muito com isso, é como andar de bicicleta.

– Mas Ward...

– Fitz. Interrompeu-a, não tinham tempo para discussões, por mais divertidas que lhe parecessem. E essa aqui é a sua. Entregou nas mãos do cientista a arma tranquilizante, que ele mesmo inventara. Sem dar a chance para novos protestos ou perguntas, assumiu a posição de comando. Sentiu-se altamente nostálgico, lembrando-se de quando a sua equipe era de seis e não cortada pela metade, mas logo tratou de espantar tais pensamentos. Eles não levariam a nada. Nós vamos invadir o galpão, e essa não vai ser uma missão fácil. Você dois tem que prestar atenção e fazer exatamente o que eu disser. A vida do meu filho depende disso.

– Do nosso filho. Skye corrigiu e ele concordou em silêncio.

~*~

06h15min/ Sudoeste da cidade, antiga base da SHIELD.

Entraram sorrateiramente no espaço escuro. O cheiro de mofo e poeira indicava que havia sido, há muito, abandonado. Sinalizou para que Fitz ficasse ali, na entrada, dando-os a cobertura necessária, qualquer movimentação perto do local e ele acionaria o rádio. Skye seguia ao seu lado, com a arma em punho, mas os olhos estavam sem foco. Sabia que ela estava cansada, ele próprio estava.

Tentava não pensar no assunto, mas a verdade é que temia o momento em que ela se lembraria de todo o passado. De certo, assim que encontrassem Kaylo, o homem que sequestrara seu filho, ele contaria tudo o que sabia. Olhou mais uma vez para Fitz, girando a cabeça e encarando o cientista sobre o ombro. Desculpou-se em silêncio e seguiu seu caminho pelo imóvel vazio.

Ali não havia nada além de estruturas de metal e caixas vazias, restos do que um dia fora uma das mais importantes bases (de umas das mais importantes organizações secretas do mundo). Virou à esquerda, penetrando mais no labirinto de entulhos que era o galpão, esperava ainda mais escuridão daquela área, mas seus olhos foram golpeados com a claridade que tomava o ambiente.

Parecia que não estava mais onde estava, parecia que, em apenas alguns passos, havia saído do inferno para o céu. Havia uma mesa redonda, coberta por uma toalha branca e rendada, e cadeiras de madeiras à volta dela. Xícaras, que combinavam com os pires, emanavam um aroma delicioso de café e estavam sobre o móvel, ao lado de pães, de tamanhos e tipos variados. Aquele se parecia tanto com o café da manhã que sua mãe costumava lhe preparar.

– Ward, isso não te parece estranho?

Sim, aquilo lhe parecia estranho. Era como se fosse uma armadilha, e realmente o era, ele sabia disso. Há anos não via sua mãe, talvez, nem viva ela estivesse mais, decidira cortar laços por definitivo, assim ela estaria mais segura. Era, era sim uma armadilha, mas ele queria cair nela, queria ir lá e provar aquele café mais uma vez, mesmo que fosse pela última vez.

Ward? A voz de Skye soou novamente e ele sentiu-se ser puxado para trás, só então percebeu que caminhava em direção à mesa. O que você está fazendo?

– Eu não sei... Virou-se para ela. É que essas coisas, elas parecem tanto com a comida da minha...

– Meu filho! Ouviu a voz de sua mãe e fechou os olhos, procurando por acalmar seus pensamentos. Estava numa missão importante, não poderia se deixar levar. Grant. A voz dela quase cantou seu nome, era como se ela estivesse ali e não na sua cabeça.

– Essas coisas... Se parecem com a comida da sua mãe, Ward? Skye indagou com a voz entrecortada, olhando para um ponto além dele. Imitou o gesto da mulher a sua frente e tornou a encarar a mesa do café da manhã. Mas, diferentemente de antes, o cenário não era solitário, outra mulher, mais velha e muito conhecida por ele, estava lá. De braços abertos, de olhos escorrendo lágrimas salgadas.

– Mãe? A palavra saiu pesada de saudade, há quanto tempo não a pronunciava: M-Ã-E. Era ótimo poder falar aquilo novamente. Mãe? Repetiu a pergunta, andando em direção a ela, envolveu sua cintura e aspirou ao aroma familiar, também sentia saudades daquilo. Do abraço. E do cheiro, principalmente do cheiro.

– Grant, eu pensei que você estivesse morto. A mãe disse, envolvendo-lhe o rosto entre as mãos enrugadas.

– Eu não estou.

– Eu sei. Ela sussurrou e abraçaram-se mais uma vez.

Soltou sua mãe de súbito, quando escutou um grito de Skye. Virou-se para ela e lembrou-se por que estavam ali, tinham uma missão, tinham alguém para salvar. No entanto, ao olhar para namorada, conteve, ele próprio, um grito de incredulidade. Gabe estava bem ali, em frente a eles. Skye ajoelhou-se no chão e aconchegou o filho em seus braços, lançando-lhe um olhar que indicava que era para ele ir lá e fazer o mesmo. Mas, algo o incomodava ali, aquilo estava bom demais para ser verdade, sua mãe, seu filho, sua namorada... Estavam todos juntos.

– Temos que sair daqui. Falou levantando Skye do chão. Temos que sair daqui agora.

– Tarde demais, Grant Ward. Um homem, que deduziu ser Kaylo, apareceu cercado de mais cinco capangas. Foi um momento belíssimo, não acham? Ele perguntou irônico, batendo palmas, que ecoavam pelo ambiente. Tenho que admitir, que família linda.

– Obrigado. Respondeu o mais confiante que pode, colocando-se na frente de sua mãe e de Skye, que carregava um Gabe encolhido e assustado nos braços.

– Sabe o que mais surpreendeu-me nesta história toda, Ward? Kaylo coçou o queixo, como se estivesse pensando em algo. Até mesmo um traidor, como tu, possui uma família.

– Se até mesmo uma criatura como você tem. Devolveu a provocação com um sorriso no rosto. Olhou de relance para os cinco capangas lorienos, Skye o havia dito que a guarda do seu planeta não possuía poderes, apenas a realeza os tinha, baseando-se nisso e no fato de que eles, duas vezes maior que Ward, treinavam seu corpo apenas três vezes na semana, talvez tivesse alguma chance contra eles.

– Estais calculando as chances de venceres se travarmos uma luta, meu caro? Mas é claro que sim, como todo bom soldado da Shield.

– Talvez.

– Sim, é verdade. Foste da elite de agentes... Poderia ser melhor, se fostes fiel, não? Ward engoliu em seco diante daquela provocação, sabia bem o que significava. Sabes, minha amada Skye, sabe o que teu... amante é? Sabes o que ele representa?

– Não sou sua amada, Kaylo. Ela respondeu. Deixo-nos ir, até onde sei, essa sua perseguição é infundada, você já tem Lorien sob seu poder, por que precisa me controlar?

– Poder, é isso mesmo que eu quero. Tu não sabes o que é crescer com a sombra de um grande homem cobrir-te... Para todos eu nunca estive a altura de meu pai, nem para o próprio. Então, prometi a mim mesmo que ganharia o respeito dele, que ganharia o merecimento de ser o filho de Thor.

– Você não é merecedor de nada, Kaylo. Não é à toa que não é reconhecido...

– Eu não sou merecedor de nada, amada Skye? O que dizer então, deste que tu dizes amar?

– O que você quer dizer com isso?

– Conto eu, ou contas tu, Ward? Sentiu a mão de sua mãe apertar a sua, encorajando-lhe a falar, mas não conseguiu fazer nada. As lembranças do último confronto com Skye ainda estavam vivas e dolorosas em sua mente. Não sabia se conseguiria sobreviver ao passar por tudo novamente. Conto eu. Kaylo prosseguiu. Sabias, Skye, que o teu amado é um traidor? Foi ele quem desencadeou todas as desgraças que se seguiram na sua vida, na vida de seus amigos... Vocês que confiaram nele e então...

– E no fim das contas ele havia sido da Hydra? Skye completou naturalmente, fazendo Kaylo e Ward ficarem boquiabertos. Eu lembrei disso, Kaylo. Lembrei de todo mal que Ward fez, mas lembrei também de todo o bem... E de tudo o que ele está fazendo agora. Se esta era uma tentativa de me jogar contra o pai do meu filho, saiba que falhou. Ward se sentiu automaticamente aliviado, como se um peso tivesse sido retirado de seus ombros.

Num gesto rápido, Kaylo avançou para cima de Skye, derrubando ela e Gabe. Ward colocou sua mãe no canto, ao lado da mesa enfeitada, ordenando-lhe que ficasse ali. No segundo seguinte, estavam ele e o príncipe trocando socos. Sentiu-se ser puxado, pela enésima vez naquele dia. Dois armários o seguraram, enquanto outro lhe chutou no meio do estômago, sentiu a dor tomar-lhe aos poucos, até ficar incontrolável. Sacudiu-se quando viu Kaylo ir para junto de Skye novamente. Fechou os olhos e respirou fundo, reunindo toda a calma que era possível reunir num momento daqueles.

Girou o pescoço de um lado para o outro, estalando-o, e, usando de apoio os dois capangas que o seguravam, elevou ambas as pernas e chutou o crânio do terceiro homem, fazendo-o cair desmaiado no chão. Aproveitou o momento de surpresa dos outros dois para terminar com eles, agachou-se rapidamente, puxando os braços para junto do peito, fazendo com que a cabeça deles batesse uma contra a outra. Em seguida, girou sobre um pé, elevando a outra perna e chutando o capanga um, que caiu sobre a mesa.

O restante deles agarrou sua perna e o derrubou no chão, socando-lhe, novamente, na barriga. Contendo o gemido de dor e movido pela raiva, girou, juntando um punhado de terra na mão e ergueu-se, jogando o pó sobre os olhos do adversário. Deu-lhe uma joelhada nas costelas e quando ele recuou alguns passos, Ward esticou a perna, fazendo a sola de sua bota ir de encontro ao queixo do outro, que caiu, também inconsciente.

Sua atenção voltou-se então para Skye, que brigava com o marido valentemente e de igual para igual. Correu até eles, puxando Kaylo pelos ombros e acertando-lhe um soco no nariz, ouviu o barulho dos ossos se partindo e sorriu satisfeito. Teria desferido outro soco no rosto daquele homem, se não tivesse sido arrastado pelo capanga número quatro. Acabou com a briga o mais rápido que pôde, apenas distribuindo socos e chutes, porque para sua sorte aquele homem era mais fraco que os outros três. Tornou a olhar para onde estavam Skye e Kaylo, no entanto, não havia mais nenhuma briga entre eles.

O quinto e último capanga de Kaylo estava segurando Skye pelo pescoço, enquanto ele, o príncipe, mantinha uma arma apontada para cabeça do pequeno Gabe. Ward sentiu seu sangue gelar, só para ferver logo em seguida. Olhou em volta, a procura de uma das armas que levara consigo, mas elas não estavam ao alcance.

– Está na hora de acabarmos com isso, Grant Ward. Kaylo falou de uma maneira doentia. Sabes, já que vais morrer, vou confessar-te algo. Não tenho nada contra ti realmente, por mim, viverias alegremente com tua esposa e teu filho.

– Então... Por quê?

– Por quê? Porque ele me disse que para alcançar a minha glória, eu teria de destruir qualquer um que atravessasse o meu caminho.

– Ele? Ele quem?

– O Clarividente. Kaylo respondeu e engatilhou a arma. Desculpe-me, Ward, mas eu estou apenas entregando um presente. Dizendo isso, ele atirou.

Por um momento tudo o que se ouviu foi o grito de Skye, então outros sons começaram a ecoar. O som de seu próprio grito, seguido pelo som da bala, rasgando o crânio de seu filho. Filho que nem sequer conhecera direito, mas que amava. Apenas por saber que era seu filho. Por um momento, esqueceu-se que era um homem feito e caiu, no chão e em prantos, deixando que sua visão fosse embaçada pelas lágrimas. Por um momento, achou que nada poderia ficar pior. Estava enganado.

– Não chore, amada Skye. Kaylo sussurrou aproximando-se dela. Você também irá para junto de seu filho. Então mais um tiro foi ouvido. E mais outro.

Ignorando toda a dor física que sentia, movido pela ira, Ward tomou impulso e jogou-se sobre o assassino de sua família, golpeando-o impensadamente, sem reparar o que fazia de verdade. Tudo o que se passava em sua cabeça era que devia matar aquele homem, o homem que assassinara seu filho. Que assassinara a mulher que amava bem na sua frente. Num segundo estava sobre ele, no outro, tinha uma arma apontada para sua cabeça.

– Não é minha culpa Ward. Mas a dor vai passar, assim que você morrer também.

Fechou e esperou que a bala rasgasse seu crânio. Esperou a morte de braços abertos. Escutou os gritos de sua mãe e sentiu muito por ela, sentiu muito porque ela perderia mais um de seus filhos. No entanto, não poderia fazer nada quanto a isso. Aquele deveria ser o seu destino enfim. A morte. Ouviu o barulho da arma sendo engatilhada e abriu os olhos para encarar aquilo de frente. Viu o corpo de Gabe perdendo a cor, assim como o de Skye. E, em seguida, ouviu um tiro. Porém não se sentiu pesado, ou fraco, não sentiu dor. Talvez, Kaylo tivesse razão. A morte abrandaria toda a dor que sentia.

– O que você está fazendo? A voz feminina soou e uma tapa estalada foi dada em sua testa. Anda logo Grant Ward, nós temos que salvar sua... Família.

– May? Perguntou surpreso.

– Alguém tem que aparecer e salvar sua vida, não é? Ela deu de ombros.

– De onde você surgiu?

Ela não respondeu, apenas pegou seu telefone celular e discou um número, após a troca de meia dúzia de palavras, disse-lhe que a Judá já estava a caminho. Ward olhou para trás e viu sua mãe ali, desmaiada. Correu até ela, desesperado. Será que ela também havia levado um tiro? Procurou por sinais de violência no corpo dela, mas não havia nenhum. Obviamente, havia apenas desmaiado, talvez o choque de perder mais um filho fosse grande demais para suportar.

Andou, por fim, até Skye que respirava fracamente e perdia sua cor. Umedeceu os lábios e forçou-se a mentir, dizendo a ela que tudo ia ficar bem. No entanto, algo lhe dizia que aquilo estava longe de ser o fim. Olhou de relance para o corpo do seu filho, mas não teve a coragem de chegar perto. Aquela criança que em pouco tempo se tornou tão especial para ele, preferia não vê-la morrer.

– Ele ainda está vivo. May respondeu sua pergunta não proferida. E, a ajuda já está à caminho.

– O Fitz! Onde está o Fitz?

– Dormindo. Respondeu indo para o outro lado da sala.

– May. Chamou-a e ela virou-se para encara-lo. - Obrigado.

Melinda não disse sequer uma palavra mais durante o momento em que ficaram a sós, ele também não ousou quebrar aquele silêncio, mesmo que tantas perguntas rodeassem sua mente. Não sabia como ela vivera desde o acidente, mas, aparentemente, sua memória estava intacta. Não sabia como ela havia chegado lá, mas estava contente dela tê-lo feito. Não sabia também, o que era essa ajuda que ela chamou, mas estava contente de haver uma.

Minutos depois, uma equipe da Shield entrou do galpão, com seus equipamentos avançados e agentes bem preparados. Por instinto, Ward abaixou a cabeça, temia ser reconhecido. Porém ao escutar a voz conhecida, daquele que fora o responsável por ele ter conhecido Skye, sentiu-se no dever de encara-lo. Coulson estava bem na sua frente, depois de muito tempo, mas não o reconheceu, mesmo tendo passado por tudo o que passaram... Suspirou aliviado e estendeu a mão para o mais velho.

– Quem é esse May? Coulson perguntou, ao mesmo tempo em que apertava a mão que lhe estendera.

– Grant Ward, senhor. Respondeu. Ele e a família foram sequestrados pelos 0-8-4s.

– E o que eles queriam com esta família? Perguntou novamente, desta vez encarando-o atentamente, como se o avaliasse.

– Apenas eram pessoas que estavam no lugar errado, na hora errada. Mentiu e Coulson assentiu, virando-lhes as costas. Ward olhou para sem saber o que dizer. Era óbvio que ela o conhecia e que se lembrava dele, então por que estava mentindo daquela maneira? Seria para ajuda-lo?

– May, você lembra de tudo... Não lembra?

– Está me perguntando se eu sei que você trabalhou como agente duplo? Sei. Falou e seguiu para fora do galpão, um pouco atrás de Coulson e dos paramédicos da Shield, que carregavam sua família em macas.

– Então... Insistiu no assunto quando eles chegaram à saída. May o indicou seu carro, dizendo-lhe que seguiriam a pseudo ambulância da Shield, até a base onde cuidariam de Skye e Gabe. O silêncio teve vez durante boa parte da trajetória, até que ela voltou a falar.

– Grant, eu também sei que você tentou se afastar... E se afastou. A Skye te contou?

– Contou o quê?

– Eles a fizeram pensar que eu sou o Clarividente.

– Como? Rapidamente respondeu sua pergunta. Usaram uma máscara eletrônica.

– Eles iam me matar, os capangas do verdadeiro Clarividente, mas não fizeram isso. Apenas me deixaram em um lugar, sozinha. Ela riu amargamente. Quando eu encontrei o Coulson, ele estava no ônibus, junto com a Simmons, falando sobre recrutar pessoas para uma nova equipe... Como a mãe da Skye conseguiu apagar a memória de todos os agentes, Ward?

– Uma transmissão pirata para todos os agentes que sabiam da nossa existência, depois foi só...

– Entrar no sistema e se apagar.

– É. Concordou. O que o Clarividente quer? Por que ele veio atrás da Skye e por que quer mata-la agora?

– Skye foi uma moeda de troca, Ward. O Clarividente queria a loralite, uma pedra preciosa, que só tem em Lorien. E os lorienos queriam a Skye.

– Loralite?

– Diz a lenda que é o que permite aos lorienos ter os seus poderes...

– Mas e agora, o que ele quer?

– Não sei, Ward. Mas nós vamos descobrir.

– Nós, a Shield?

– Não. Nós, eu e você.

~*~

13h05min/ Base Secreta da SHIELD, localização desconhecida.

Assim que Simmons apareceu na antessala, levantou-se, secando o suor das mãos. Não só porque era estranho estar ali, no meio de todos aqueles agente que um dia foram os seus colegas de trabalho e que agora não se lembravam mais dele, mas também porque Simmons ficara responsável pela operação para retirar a bala do crânio de Gabe. Tinha medo de que as notícias não fossem boas, estava ali a horas, observando aquele vai e vem de gente.

– Então...

– Deu tudo certo! Ela sorriu de canto e ele conteve o desejo de abraça-la. Para ela, eles não se conheciam. Seu filho tem uma habilidade fabulosa, certamente era isso que os 0-8-4s que seguíamos queriam. Estuda-lo.

– Habilidades?

– Sim, a capacidade de regeneração de Gabe é espetacular. Tudo o que eu precisei fazer foi desalojar a bala de crânio, então, como se fosse mágica, seus ferimentos começaram a cicatrizar, bem diante dos meus olhos! Jemma deu um gritinho de excitação.

– Quer dizer que ele está recuperado?

– Oh sim, apesar de não ser 100%, mas acredito que logo logo ele terá alta. Alta? Ward duvidava que, sendo a habilidade de seu filho tão incrível a Shield o deixaria escapar tão facilmente, no entanto, se preocuparia com isso depois.

– E a Skye? O rosto de Simmons mudou e ele soube que a notícia que viria a seguir não seria boa.

– As condições dela não são positivas.

– Vocês tem que salva-la.

– Faremos de tudo..

– Simmons. Segurou-a pelos ombros Eu conheço a Shield e, acima de tudo, eu conheço você. Por favor, ache uma maneira. Eu estou implorando, salve a vida dela.

~*~

2 meses depois

15h03min/ Unidade de tratamento intensivo especial da Shield, localização secreta.


Havia acabado de deixar Gabe em casa, aos cuidados de Alison. De início a garota o enchera de perguntas, sobre como aquele filho havia aparecido em sua vida e sobre onde estava a mãe dele. Mas, com o tempo, ela simplesmente cansou de esperar por respostas que não viriam. Gabe, por outro lado, havia perdido a memória, segundo os cientistas da Shield, que o acompanhavam e monitoravam o crescimento de suas habilidades, aquela era uma sequela temporária, por causa de todo o esforço que a criança teve para curar-se.

Estava então, juntamente com Fitz, que ao contrário de seu filho, havia recuperado parte de sua memória, no lugar que visitava todos os dias. A UTI especial da Shield. Foi diretamente para a câmara onde ela estava, deixando o amigo na sala de espera. Sabia que, na verdade, assim que Ward lhe virava as costas, ele corria para a sala de Simmons, que, por sua vez, sem saber quem Fitz realmente era, ficara impressionada com sua mente brilhante. No fim das contas, algo havia dado certo para aqueles dois.

Sorriu ao ver Skye deitada ali, parecia que apenas estava dormindo. Debruçou-se sobre o corpo frio dela, na tentativa de aquecê-la. Quando soubera que ela ficaria ali, daquela maneira, perdera as esperanças um pouco mais. Travava uma luta contra o relógio, para achar algo que fosse eficiente para cura-la. Alguns testes foram feitos em Gabe, na tentativa de que seu DNA pudesse conter alguma célula regenerativa, mas nada para ser usado foi encontrado.

– Olá, Skye. Sussurrou junto dela. Estava com a roupa protetora, porque só assim poderia entrar naquele ambiente e mesmo assim sentia o frio tomando-lhe. Porém aquele frio vinha de dentro, do seu coração, que, mesmo não querendo perder as esperanças, estava perdendo, pouco a pouco. Sabe que eu tenho que ser breve, não é? Nosso filho está muito bem. E o Fitz, está se entendo com a Simmons de novo... Você precisa melhorar logo e conhecer a Alison, ela está louca pra conhecer a mãe do Gabe. Eles se dão muito bem. Acho que ele está apaixonado por ela. Riu sozinho. Eu sinto sua falta. Eu sinto muito a sua falta.

Ficou ali por mais meia hora, em silêncio, apenas observando o rosto dela, na esperança de que abrisse os olhos. De que lhe chamasse de robô novamente e que reclamasse de todo aquele frio. Mas, como em todos os outros dias, nada aconteceu. Saiu da câmara fria, já sem a roupa especial e sentiu o celular vibrar no bolso da calça, atendeu-o sem ao menos ver quem era.

– Ward? A voz desconhecida do outro lado falou. Eu soube que você estava me procurando.

– Quem é você? Indagou.

– Alguém que sabe como curar sua preciosa Skye.

– Quem é você? Indagou, de forma mais firme desta vez. A resposta que obteve fez seu sangue gelar.

– Eu? Eu sou aquele que vocês chamam de Clarividente. E estou disposto a marcar um encontro.


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Notas finais do capítulo

OHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! ACABOU ACABOU! MINHA GENTE O QUE VOCÊS ACHARAM? Vou dizer, demorei pacas escrevendo esse capítulo e ele tinha ficado o dobro disso, sérião, então decidi cortar a maior parte do drama e entregar uma coisa mais direta a vocês e OHOHOHOHOHOHO Quem aqui acreditou que Mama May era o Clarividente? EU NUNCA JAMÉ FARIA ISSO COM A MAINHA GENTER. E teve Fitzsimmons no fim da minha fic sim, mesmo sem ter realmente HUAHUAHAUHAUA. Menino Gabe é muito amor né? Cheio das habilidades mutantes OHOOO. E o que vocês me dizem do fim? Foi digno de SHIELD? Espero que sim :33333.
Agora, sério. Muito, muito obrigada por esse um ano e meio. Sei que eu devo ser a autora mais farrapeira desse Nyah, mas a vida não é fácil, vocês sabem. Tanto que ó, postei esse capítulo pelo celular (perdoem a formatação péssima). Nem sei se ainda tem gente aí do outro lado, mas se tiver uma pessoinha só, eu já fico muito feliz. Porque vocês me fizeram muito feliz, com as recomendações, os comentários, as surtâncias OHOOOOO. A Nanda aqui, que nem conhece vocês de verdade, adora vocês tudo. Tudo bolinho de arroz com cenoura, sim.
Ah, sei lá, vou sentir saudades dessa fanfic... Se vocês sentirem saudades de mim, deem uma passada lá no twitter (@brettdaltoff) ou mandem uma MP, vou ficar felizona. MESMO MESMO. Obrigada mais uma vez e... Vejo vocês nos comentários?
Abraços, da autora farrapeira vulgo bolinho de arroz.




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