Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 28
Enfim a verdade?


Notas iniciais do capítulo

Não demorei três meses, bú!
Vou falar o que tenho pra falar no fim, até lá.



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Residência de Grant Ward/ 20h14min
– Ward, eu não tenho muito tempo. As garganta queimou ao pronunciar aquele nome. Depois de tantos anos, depois de tanta espera e procura, lá estava ele. Ignorou as sensações que apenas o nome dele lhe trazia e entrou no apartamento, sem esperar um convite formal. Ouvi-o resmungar algo sobre os seus péssimos modos continuarem os mesmo e teve de rir. Maus modos? A soberana de Lorien? O que seu povo pensaria disso?
– Skye, eu achei que nunca mais fosse te ver… Aquele discurso era tão típico, tão clichê. O casal principal do filme ficaria separado por muito tempo, mas ainda assim o amor permaneceria. Então eles conseguiriam passar por cima dos obstáculos e ficar juntos, felizes para sempre. Mas será que o clichê deles se estenderia até esse ponto? O felizes para sempre.
– Como você está vivo? Perguntou, também achava que nunca mais iria vê-lo.
– Você não lembra?
– Eu não lembro de muitas coisas, Grant Ward. Não sei se você sabe, mas eu não estava em Lorien porque queria, na verdade, eu nem sei por que estava lá…
– Eu sei.
– Não me diga que você me mandou pra lá, pelo pouco que eu lembro, você levou um tiro e …
– E fiquei lá, entre a vida e a morte, enquanto levavam você Deus sabe pra onde. Não sei quanto tempo fiquei sozinho, mas uma hora também me levaram de lá, me levaram até você… Seus pais estavam loucos, muito diferentes da imagem perfeita que passaram no nosso primeiro encontro… Então você implorou pela minha vida, Skye. Disse que faria o que fosse preciso, que iria embora, que se casaria com o príncipe de Asgard, você disse e assim foi feito. Eles apagaram a sua memória, assim como fizeram com o resto da equipe. Ninguém aqui se lembraria de você. Simmons, Fitz, Coulson e até mesmo eu… Sentiu-se tonta de repente, teve de respirar fundo para manter o equilíbrio e a compostura, havia ido ali atrás de verdades, agora que as estava ouvindo, não poderia fraquejar. - Mas isso nunca foi justo Ward prosseguiu num tom mais alto que o necessário. Se eu me esquecesse de você, seria fácil demais, se eu me esquecesse de você, de tudo o que eu fiz… Viver começando do zero, com uma consciência limpa, eu não poderia fazer isso.
– Então sua memória não foi apagada?
– Não. Disse simplesmente, como se a história se desse por encerrada ali.
– Por que você nunca foi atrás de mim?
– Por que você está aqui?
– Responda minha pergunta, Grant Ward. Gritou. Você continua o mesmo das minhas memórias, sempre se esquivando de dizer a verdade, mas eu quero saber por que, por que você nunca…
– Lorien não é ali na esquina, Skye. A voz quase robótica a deu arrepios. Ele estava exatamente como suas memórias a permitiam lembrar, no entanto havia algo de diferente. Talvez ele estivesse lhe escondendo algo, algo que o tornara mais robótico do antes. - E, se eu fosse atrás de você, todo mundo estaria em perigo.
– Todo mundo… Da equipe?
– E você também.
– Eu? Meus pais nunca fariam algo contra mim…
– Você acha? Ward bufou jogando-se no sofá de couro. Eles quase me mataram pra te levar embora, eles apagaram a memória de todo mundo que te conheceu aqui, até as suas próprias. Eles…
– Meus pais fizeram isso?
– Mais exatamente sua mãe, Skye. Ela tem um poder bem peculiar, você não acha? Mexer com a cabeça das pessoas, hiptoniza-las e convencê-las do que ela quer, é bem interessante de ver. Principalmente quando ela faz isso com alguém da própria família. Riu, o sarcasmo trasbordava de sua boca como veneno.
– Você a viu fazer isso?
– No seu casamento, eu estive lá. Seu pai fez questão de me forçar a assistir aquilo, a ver a mulher que eu… Respirou fundo e fechou os olhos fortemente. Você não sabe o quanto foi difícil, principalmente quando você falou meu nome… Senti vontade de correr e dizer que eu existia sim, que você não era louca, mas sua mãe foi mais rápida. Aquele foi um aviso claro para mim, ela poderia fazer o que bem entendesse com você, apenas falando meia dúzia de palavras.
Então era isso? Todo o tempo, todas as palavras que sua mãe lhe dizia, era apenas para mantê-la presa na história de princesa herdeira, uma história que não a pertencia de jeito nenhum. Sentiu as lágrimas se formarem nos seus olhos, como sua própria família poderia trata-la assim? Como uma marionete, que sorriria e falaria coisas amáveis se assim eles quisessem. Ódio. O ódio se espalhava dentro dela, como uma peçonha injetada diretamente em suas veias. Ódio. Ódio de si mesma por ser fraca e ter-se deixado manipular. Ódio por não ter descoberto antes. Ódio.
– Por que você veio aqui, Skye? Como você me achou?
– Gabe, ele encontrou minhas coisas, fotos antigas e a insígnia da SHIELD, eu lembrei de tudo… Ou, pelo menos, do suficiente pra saber que aquele não era meu lugar. Eu precisava confirmar que tudo era real, que você era real, Ward, então..
– Quem é Gabe?
– Gabe? Seu coração bateu mais rápido contra as costelas quando se lembrou do filho. Deixou que o corpo amolecesse e sentou, pela primeira vez desde que chegara ali, ao lado de Ward. Ele esperava por uma resposta, sua expressão a informava isso, sem deixar dúvidas. O cenho franzido, os lábios ligeiramente puxados em um bico, era como se estivesse vendo uma versão mais velha do… Gabe… Repetiu o nome da criança quando a compreensão lhe tomou, Gabe, Gabe não era filho de Kaylo. Desta vez não conseguiu segurar as lágrimas, que escorreram por seu rosto.
– Quem é Gabe, Skye? O tom impaciente estava lá mais uma vez.
– O Gabe é nosso filho, Ward.
– N-nosso? A expressão irritada dilui-se Seu e meu? Fez que sim com a cabeça. Nosso filho. Repetiu, parecia estar imerso em pensamentos próprios. Nós temos um filho. Eu sou pai. Ward mordeu o lábio inferior e, por um momento, Skye achou que ele não tivesse acreditado e fosse gritar com ela. Mas, quando ele virou-se totalmente para encara-la, pode constatar a alegria estampada naquela face. Lágrimas escorriam por aquele rosto, assim como no seu. Você lembrou do Gabe, Skye?
– Eu nunca soube por que dei esse nome a ele, mas era importante para mim. De alguma maneira ela havia entendido a pergunta. Acho que eu entendo agora, Gabe era importante pra mim, por sua causa, não é?
– Gabe era o meu irmão. Meu irmão mais novo. Estendeu a mão para enxugar-lhe as lágrimas, porém Ward recuou, levantando-se do sofá logo em seguida. Fico feliz que tenha lembrado de alguma maneira, mas isso não responde todas as minhas perguntas. E o robô estava de volta…- Como você me encontrou?
– Uma princesa tem contatos. Brincou, mas ele não riu.
O telefone de Ward tocou, bem no momento em que ele parecia querer falar alguma coisa. Atendendo-o sem olhar quem era. Skye disse a si mesma que não prestaria atenção na conversa, talvez fosse a sua namorada. Ou somente uma de muitas namoradas. Ela não o culparia, não por isso. No entanto, a expressão que ele fez ao escutar as palavras da outra pessoa ao telefone, fez-na vacilar.
– Skye… Começou num sussurro. Por favor, diga a mim que você não deixou o Gabe sozinho…
– Gabe… O ar lhe faltou nos pulmões para falar qualquer coisa mais, seu corpo começou a tremer de Trento para fora, violentamente. As lágrimas caiam de seus olhos como uma cascata. Sim, ela havia deixado o filho sozinho. Fora idiota o suficiente para achar que ele estaria seguro. Mas, inteligente ou não, precoce ou não, ele ainda era somente uma criança.
– Skye, por favor…
– Me desculpe… Foi tudo o que saiu de sua boca.
– Princesa, Skye. Eu não acredito que pensou mesmo que poderia me enganar… Sair de Lorien pelos portais sem que eu soubesse… Eu sou o soberano daquele lugar, você achou mesmo que seria capaz de me enganar? A voz vinha do telefone, provavelmente havia sido colocado no viva-voz. Como uma tola, você foi atrás do seu amado Ward, deixando seu filhinho sozinho… Ele já sabe, Skye? Sabe que ele é o pai deste menino irritante?
– Kaylo? Kaylo, por favor, não faça nada a ele.
– Isso só depende de você, meu amor.
– O que você quer que eu faça? Correu para perto do telefone que Ward segurava entre as mãos, numa tentativa desesperada de sentir-se mais perto de seu filho.
– Uma escolha simples. O seu namoradinho do passado ou o seu amado filho? Por favor, decida-se rápido, eu não gosto de esperar muito.
Dizendo isso, Kaylo desligou.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por continuar a ler, me desculpe a demora. De verdade.
Acho que esse capítulo deu pra entender o que aconteceu né? Mas ainda há perguntas, tipo, onde está a May? O Kaylo é o verdadeiro vilão dessa Joça?
Notícia boa, o próximo capítulo virá amanhã.
Até lá ❤



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