Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 13
Contra o tempo


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo:::: OBRIGADA PELAS REVIEWS, SEUS LINDOS.
Agora:::Quem é a autora legal de novo? Isso mesmo, seus moços, estou adiantando o capítulo again. E, aqui estamos nós, com o início das revelações sobre o passado da Skye.E, como vão perceber, vai ser de um jeito um pouco diferente da série aushaushuas
Boa leitura.



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Lugar desconhecido/ 04h01min

Tentou abrir a boca, mas a garganta estava seca. Como se houvesse passado horas no deserto. Fez menção de sentar-se, entretanto sentiu uma dor aguda entre suas costelas e a cabeça latejou. O mundo inteiro pareceu girar, ou, pelo menos, o pedaço de mundo que ela conseguia ver. Esforçou-se para lembrar onde estava e como tinha parado ali. Era difícil concentrar-se, considerando que parecia ter uma escola de samba em seu cérebro.

Ignorou as dores e sentou-se. Dando-se conta do seu ferimento. Um ferimento de bala. Então as cenas surgiram como flashs rápidos. Viu a si mesma desafiando Martina, e depois surgiu Quinn levantando uma arma. Ele disparou dois tiros contra Ward. A próxima imagem era também dela mesma. Desta vez jogada no chão. Contorcendo-se de dor. O rosto de Ward surgiu, e as lágrimas dele caiam sobre seu rosto, os lábios mexendo e formando palavras, que ela não conseguia identificar. Ele a sacudia, enquanto mais lágrimas caíam de seus olhos. Lerdinha. Ele chamou. E esta foi à última coisa que se lembrava de ter ouvido.

Uma leveza a tomou por completo e ela morreu.

– Skye. – Escutou a voz familiar chamando-a e despertou dos seus devaneios.

Não pôde acreditar no que via. Ele estava ali. Bem na sua frente. Então, talvez, ela não estivesse morta. Talvez os tiros de Quinn não a tivessem machucado tanto assim. Ou. Uma voz em sua mente começou. O pior pode ter acontecido, ele pode ter morrido também! Num impulso incontrolável desceu da maca onde estava, havia aprendido a reconhecer um quarto hospitalar depois de ficar alguns dias em um, mas este era diferente do que havia no ônibus. Entretanto aquilo era irrelevante, pelo menos ali, naquele momento. Ela precisava se certificar de que ele estava bem.

– Ward! – Abraçou-o apertado. – Nós morremos?

Ward beijou o topo de sua cabeça e soltou uma risada abafada contra seus cabelos. Suas mãos subiram por suas costas, e ela sentiu o corpo inteiro arrepiar. Mas era um arrepio diferente dos que sempre sentia quando ele estava por perto. A sensação lhe deu medo, mas ainda assim ela permaneceu no abraço. Jogou a cabeça para trás e o olhou nos olhos, os olhos eram os mesmo por fora, mas por dentro estavam diferentes. Era como se aquilo tudo que estava em sua frente, fosse apenas uma capa, algo superficial.

– Nós morremos? – Tornou a perguntar. Estava apreensiva, e no fundo, tinha medo da resposta.

– Não Skye, nós não morremos. – A resposta veio seca. Como a que um robô daria.

Lembrou-se da última vez que o vira antes de fechar os olhos e mergulhar para a escuridão. Tão diferente do Ward que se encontrava na sua frente. Qual daquelas versões era a real? O Ward preocupado, que parecia se importar com ela mesmo que negasse, ou o frio e calculista, que mesmo sorrindo com a boca, não sorria com os olhos? Ou eles seriam o mesmo e ela estava ficando louca?

– Você é tão tola, Skye. – Ele gargalhou ao mesmo tempo em que se afastava dela e sentava-se em uma cadeira próxima. – Você, ele. Dois tolos.

Você, ele. Dois tolos? O que Ward queria dizer com aquilo? Quem era o ele a quem se referia? Caminhou até sua cadeira a passos lentos. Não sabia o que havia acontecido com aquele homem, mas o que quer que fosse o havia deixado daquela forma. Não robótico, mas frio. Não era como se ele quisesse sugar toda a sua alegria, a expressão não era a mesma de antes. Era como se toda a alegria dele tivesse sido sugada.

– Ward o que você quer...

Não chegou a terminar sua frase. E muito menos ousou se aproximar da figura que estava em sua frente. Gargalhando. Ficando um pouco mais baixo, e moreno, ganhando curvas. Até não parecer, nem ser mais o Ward. Uma dor aguda lhe veio na garganta, mas ela engoliu o choro, não era hora de chorar. Odiava Martina com todas as forças. E odiava todos os seus truques de Asgard também.

– Não parece tão corajosa sem seu cão de guarda, Skye. – A mulher a provocou. Mas ela não esboçou reação, porque simplesmente não conseguia. Era Ward ali e depois não era mais. – Sabe, devo admitir que fiquei comovida com a ceninha dele tentando te manter viva. Foi tão patético, mais patético do que você tentar salvá-lo. – Martina gargalhou alto, Skye não entendia o que era tão engraçado. – Você. Logo você.

– Logo eu o que? – Enfim sua mente teve alguma reação.

– Logo você, que é o maior perigo ao qual ele poderia correr.

– Eu? Eu não sou perigosa. – Retrucou – Eu sou... Eu sou...

– Quem você é? – Tinha um tom de ironia naquela voz.

– Eu sou Skye.

– Você não sabe nem ao menos seu nome verdadeiro.

O coração lhe falhou uma batida. Aquela mulher falava como se soubesse mais sobre ela do que qualquer pessoa. E, talvez, soubesse mesmo. Considerando que ela podia mudar de forma, havia uma possibilidade de ter uma clarividência ao contrário e enxergar o passado das pessoas.

– O que você sabe sobre mim? – Arriscou a pergunta. Martina tinha a colocado ali por uma razão, e essa razão provavelmente envolvia quem ela era e todo o seu passado. Ou, pelo menos, era o que esperava que fosse.

– Muito mais do que a S.H.I.E.L.D. sabe e esconde. Sabe, Skye, você foi difícil de encontrar. Eles até que te esconderam bem, mas ninguém consegue se esconder do passado durante muito tempo, não é mesmo?

– O. Que. Você. Sabe? – Pontuou cada palavra.

– A pergunta certa é: O que você sabe? – Martina arqueou a sobrancelha – Sabe o que é um 0-8-4, Skye?

~*~

Avião/ 04h23min

– Como eu pude ser tão burro? – Fazia esta pergunta pela enésima vez. Seus olhos estavam vermelhos, provavelmente de tanto chorar, mas ele não se importava que o vissem assim, não naquele momento. Não no momento em que Skye estava nas mãos de Quinn e Martina.

– Ward – Jemma chegou perto dele, cautelosamente. – Vai dar tudo certo.

– Eu queria acreditar nisso. – Murmurou.

– Eu já senti isso uma vez. Há algum tempo. – Esperou que ela continuasse. - O Leo e eu nos conhecemos desde pequenos, e crescemos juntos. Estudamos na mesma escola e nos tornamos melhores amigos. Mas um dia, no dia do baile de outono, ele foi embora. Ele me deixou sozinha. Eu fiquei arrasada por meses, pensei que nunca mais fosse vê-lo. Então nós nos reencontramos e agora estamos aqui. – Jemma sorriu brandamente, como se lembrasse de algo. – O que eu quero dizer, Ward, é que às vezes o destino tem maneiras estranhas de nos mostrar o que precisamos saber.

– Eu acho que eu já descobri o que precisava saber. – A loira alargou o sorriso. – Ou, pelo menos, consegui admitir para mim mesmo o que sempre soube. – Olhou para o longe e tornou a olhar para Simmons, ela estava tão triste quanto ele pelo sumiço de Skye. E ainda assim, tinha forças para anima-lo. – Mas agora que eu já descobri, ela já pode voltar, você não acha?

Os olhos dela se encheram de lágrimas. E ela o envolveu em um abraço forte. Não havia porque não retribuir o abraço. Ambos estavam sofrendo a mesma dor. Ambos estavam preocupados com alguém a quem queriam bem. Mas, havia uma diferença. A diferença que o fazia sentir culpa, dor e desespero. Mais do que todos os outros. Apesar de tê-la visto quase morta em seus braços, não descansaria enquanto não a trouxesse de volta, pois uma voz dentro de si dizia que ela estava viva. E era a essa voz que ele se apegava. Estava numa corrida contra o tempo, sabia bem. Entretanto isso só lhe dava mais forças para continuar e conseguir o que queria. Skye a são e salvo. Perto dele.


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Notas finais do capítulo

Sobre o momento do Ward e da Simmons, como diz a Gabbe, foi muito nhonhonho