Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 11
Atos corajosos


Notas iniciais do capítulo

Tô adiantando o capítulo, de novo. Não que todos mereçam, porque me abandonaram e pá (buabuabua).
Well obrigada pelas reviews, e desculpem-me por não responder todo mundo. Tô meio sem tempo.
Boa leitura.



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Restaurante J’etiame, Paris/ 18h11min.

– Uma mesa para dois, por favor. – Pediu e o homem o guiou pelo imenso salão do restaurante. Não estava lotado, o que aliviou um pouco a tensão dentro dele. Não gostava muito das pessoas, e disfarces o deixavam nervoso. Era um lugar com uma decoração tipicamente francesa, daquelas que se viam em todos os restaurantes. Mas ele não se apegou aquilo, por dois motivos: Um, não era o tipo que reparava em decorações. Dois, precisava de concentração.

Seu francês estava enferrujado, fazia pouco mais de um ano que fora para França, em uma missão que quase significou o fim de sua vida. Sorriu para o garçom que lhe estendia o cardápio e sinalizou para Skye fazer o pedido. Ela estava com um vestido preto, que cobria pouco mais da metade das coxas e, como ele imaginara, aquela roupa caíra super bem nela. Mordeu o lábio inferior enquanto lia o cardápio, não sabia se ela falava francês, mas pelas suas caretas presumiu que não.

– Eu vou ter que fazer bico para falar essas coisas? – Ironizou.

– Por favor, Skye. Concentre-se na missão. – Sussurrou para o que o garçom, que continuava parado ali, não o escutasse. Ele obviamente não entendia inglês, mas todo cuidado era pouco.

– Ward – Bufou – Não é porque estou numa missão que vou deixar que me sirvam qualquer porcaria. Podíamos pedir o prato da noite. O restaurante tem, todas as noites, a chamada “sugestão do chefe”, é sempre muito elogiada. – Como ela sabia daquilo? – Eu li os folhetos e tudo mais que encontrei sobre o lugar, achei que iria ajudar de alguma forma. – Respondeu a pergunta não proferida com um sorriso angelical nos lábios.

– Tudo bem. – Olhou para o garçom e fez o melhor francês que conseguiu – Vamos querer a sugestão do chefe.

Falou para ele do vinho escolhido, e ele fez rápidas anotações em seu bloquinho de papel. Dando um sorriso e um “sim, senhor” como resposta, sumiu logo em seguida. Trouxe-lhes uma água, e o que disse ser, “cortesia da casa”. O que deixou Skye muito feliz, já que, ela dissera, estava faminta. Era incrível como ela conseguia ser despreocupada, mesmo sabendo do que poderia acontecer se aquilo tudo desse errado. Era irritante e invejável.

– Os franceses são irritantemente charmosos. – Disse enquanto olhava o homem que entrava no restaurante. Sentando duas mesas depois dos dois.

– Eu não acho. – Respondeu secamente. Skye parecia ter um fraco por homens loiros, considerando sua crise de paixonite por Thor, o alienígena asgardiano.

– Ei, Grant. – Sussurrou saindo de onde estava e sentando-se na cadeira ao lado dele. – Eu gosto mais de morenos.

Estava prestes a dar-lhe uma resposta inteligente, mas ao olhar para ela o que quer que fosse dizer sumiu de sua cabeça. Ela sorria de uma forma mais angelical do que nunca. Sempre fazia isso depois de uma ironia. E, tinha de admitir, era encantador. Ela era encantadora. O tipo de mulher que não precisava fazer esforços para parecer bonita, pois já o era. Não conseguindo resistir ao impulso, segurou sua mão por cima da mesa, fazendo a morena alargar o sorriso. Com a outra mão ergueu seu queixo até que os olhos se encontraram. O coração falhou uma batida, e ele rezou para que aquilo não significasse o que ele achava que era. Pois se assim fosse, ele estaria em sérios problemas.

– Banheiro! – Skye gritou quebrando a magia que se estendia entre os dois e fazendo-o dar um pulo da cadeira.

Então ela levantou e foi, com um pouco de pressa de mais, até a direção do toalete feminino. Entretanto não chegou a concluir sua ação, esbarrou em uma mulher, que era um pouco mais alta que ela, e extremamente bonita. Com seus cabelos cacheados, pele morena, e um vestido chamativo. Skye havia esbarrado em Martina. Xingou-se mentalmente. Passara o tempo todo repreendendo Skye por não estar concentrada na missão, e, no entanto, fora ela a notar a chegada de quem eles esperavam.

O plano era simples. Depois que Coulson descobrira onde Martina estava hospedada e onde ela iria jantar. Alguém, no caso ele e Skye, iriam até ela e colocariam um dispositivo rastreador para descobrirem onde ela se encontraria com Quinn. Pois, se tinham certeza de alguma coisa, era que não seria naquela restaurante, tampouco no hotel em que ela estava. E lá estava Skye, fazendo sua parte no plano. E, aquela era a deixa para ele fazer o que deveria.

– Amor. – Chamou-a correndo até onde estava caída e quase parou no meio do caminho, impressionado com a facilidade na qual aquelas palavras saíram de sua boca. – Amor, eu já disse para olhar por onde anda. – Esforçou-se para não rir da careta de falsa dor que Skye fazia.

– Eu olho, amor, eu olho. – Ela respondeu enquanto ele a levantava. – Desculpe-me, moça- Acrescentou para Martina.

– Tudo bem. – Martina sorriu e olhou ambos da cabeça aos pés. – Vocês formam um belo casal.

– Eu também acho. – Skye deu de ombros e segurou a mão de Ward, apoiando a cabeça em seu ombro. Seu coração falhou uma batida, de novo. Se continuasse desse modo, ele teria uma para cardíaca.

– Gostariam de juntar-se a mim e meu amigo no jantar? – Gesticulou para a mesa em que o homem loiro, por quem Skye suspirara minutos antes, estava. Definitivamente eles não iriam para aquela mesa. – Sempre apreciei a companhia de um casal apaixonado. O amor me faz bem.

– Não obrigada. – Respondeu.

A asgardiana apenas fez um gesto positivo com a cabeça e foi para sua mesa, em seguida ele e Skye fizeram o mesmo. Caminharam de mãos dadas, mas não chegaram a sentar-se, Skye o puxou para um canto, por um momento ele não entendeu bem o que ela queria. Talvez o plano tivesse dado errado, talvez ela não houvesse conseguido colocar o rastreador em Martina. Uma música suave era tocada no piano, e alguns casais juntavam-se ao redor dele para dançar. Toda aquela calma exterior não era refletida para dentro dele.

– Você conseguiu? – Perguntou para ela assim que pararam, um pouco mais a esquerda de onde os casais dançavam.

– Consegui. – Ela sorriu em afirmativa e não conseguiu resistir ao impulso de abraça-la.

Sentiu as mãos dela, que estava em suas costas, subirem até sua nuca e brincarem com o seu cabelo. Tirou uma de suas mãos da cintura dela e pousou atrás de sua cabeça, emaranhando os dedos em seus cabelos. O queixo dela estava apoiado em seu ombro, quando ela pôs a cabeça para trás, para olha-lo nos olhos, sentiu aquela vontade novamente. A vontade de beija-la. Sorriu involuntariamente e, com a mão que antes estava em sua cintura, acariciou-lhe o rosto.

A música tocava suavemente, embalando o que parecia ser uma dança. Skye fechou os olhos e encostou a cabeça em seu peito. O coração estava acelerado, e ele pôde sentir seu sorriso se formando, provavelmente ela tinha percebido aquilo. Você quer a verdade de mim, Ward? A voz de Skye ecoou em sua cabeça, repetindo as mesmas palavras que foram ditas no interrogatório. Talvez, eu também queira um beijo. Envolveu o rosto dela com ambas as mãos e engoliu em seco. Queria beija-la, e não adiantava o quanto lutasse contra, não conseguia tirar aquela vontade de dentro de si. Fechou os olhos e aproximou-se lentamente, o hálito dela cada vez mais perto.

– A Martina. – Ela gritou empurrando-o para longe.

– O que tem ela? – Tentou esconder a decepção enquanto olhava pelo restaurante, procurando o alvo da missão.

– Ela não está mais aqui. – Sim, ele sabia. Ela não estava mais lá.

A decepção pelo beijo interrompido misturou-se com a sensação frustrante de uma missão falha. Como ele pode distrair-se tanto a ponto de esquecer-se de Martina? Como explicaria a Coulson que falhou na missão? “Eu estava beijando a Skye, e esqueci-me de Martina. Sabe como é, morto-vivo, levamos o faz de conta a sério por aqui”. Balançou a cabeça para afastar o pensamento idiota, desde quando ele apelidava seu superior? Precisava pensar clara e cuidadosamente no que fazer.

– Hey Robô, sem desesperos. – Estapeou sua testa. – Eu coloquei o rastreador nela.

Mais uma vez sentiu vontade de abraça-la, mas a reprimiu. Apenas pegou em sua mão e puxou-a até a mesa onde estavam antes. Olhou para as mesas adiante, nem o homem loiro, nem Martina estavam lá. Pegou o dispositivo que emitia o sinal do rastreador, ele era parecido com um celular de última geração, mais uma das invenções de Fitz, digitando comandos rápidos fez aparecer na tela o mapa da cidade e um ponto vermelho, que se movia rapidamente para o leste. Mas ainda estava perto dali.

Largou o dinheiro que pagava a conta, de algo que eles nem sequer comeram, e puxou Skye novamente. Desta vez, para fora do restaurante. Abriu a porta do carro, um clássico luxuoso preto, primeiro para Skye e depois entrou do lado do motorista, mesmo naquela situação estava tendo um surto de cavalheirismo. Pisou o pé no acelerador, virou numa rua à esquerda, depois esquerda, direita e esquerda de novo. O ponto vermelho havia parado e ele estava perto. Depois de uns minutos virou a direita, dando de cara com uma viela.

Martina estava parada no fim do beco. Encostada em seu carro. Com um sorriso nos lábios. Havia trocado o vestido chamativo por um macacão preto justo. O homem loiro saiu do carro logo atrás dela com uma arma em mãos, atirou contra eles, mas Ward foi mais rápido empurrou Skye para um lado e caiu para o outro. Correu até o homem o mais rápido que pôde, quando chegou perto o suficiente chutou sua mão, fazendo a arma cair. Sem dar chance para ele recupera-se desferiu um golpe em seu queixo, de baixo para cima. Chutou-lhe na panturrilha esquerda, e, antes que ele caísse no chão, desferiu mais dois socos em seu rosto.

– Macacos treinados da S.H.I.L.D. – Martina ainda sorria, mesmo com seu comparsa desacordado.

S.H.I.E.L.D. – Corrigiu Skye.

– Quando vocês vão entender que não podem enganar alguém como eu? Vocês e seu escudo são patéticos. Acharam mesmo que aquele número no restaurante para colocar essa droga de rastreador funcionou? Não. – Alargou mais o sorriso. – Vocês podem ser apaixonados, mas não, não conseguiram me enganar. Martina não é facilmente enganada, Martina não é uma tola, Martina não...

– Martina não sabe falar português? Martina só fala em terceira pessoa? Martina é muito egocêntrica. – Skye ironizou e a asgardiana fechou o sorriso. – Acho bom você contar o tipo de negócio que tem com o Quinn, ou...

Ou nada. – Virou-se para ver de quem era a voz, que vinha de trás deles.

– Quinn. – Cerrou os punhos e trincou os dentes, ia bater em mais alguém.

Entretanto, antes que ele pudesse se mover, escutou um barulho de arma, Quinn sorria e Martina gargalhava alto, ainda encostada no carro. Um tiro. Dois tiros. Esperou sentir a dor de seu corpo sendo rasgado pela bala, mas não sentiu. Não sentiu dor alguma. Até ouvir o grito de Skye, ela estava jogada no chão, com as mãos sobre a barriga. A cor se esvaindo de seu rosto. Ela havia se jogado em frente às balas.

Skye havia levado dois tiros.


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Notas finais do capítulo

Não me odeiem okay, mas, acho que, apesar do próximo capítulo estar pronto, vou demorar a posta-lo. A menos que vocês queiram muito. Sim, isso é uma chantagem ashuahsuah Até a vista o/