Monster escrita por KidariChanboni


Capítulo 1
Prólogo - When it all starts.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Sonho: Itálico.
Lembrança: Negrito.



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Luna

Estou novamente andando nos corredores de Hogwarts no meio da noite, mas desta vez acordada. Os pesadelos andam piores e eu não quero ver como terminam. O cenário é sempre Hogwarts, mas está diferente, como se eu estivesse vendo-a dentro de um aquário, borrada. Um corredor escuro e duas pessoas: uma garota de cabelos negros e um garoto pálido que também tinha cabelos negros. A garota parecia Cho Chang, mas era mais bonita e usava o cabelo de um jeito diferente, o garoto era bonito de um jeito ameaçador e encarava-a com uma expressão de raiva e a varinha na mão, mas ela não parecia notar e sorria amigavelmente, ele parecia recitar um feitiço e...

Eu acordava exatamente nesta parte do sonho. Estava quase óbvio que o garoto iria matá-la e, não sei bem como, eu não queria que ela morresse, era como se fôssemos amigas e eu zelasse por sua segurança.

- Tomara que ninguém descubra - murmurei para mim mesma. - Seria mais um motivo para me chamarem de louca, e às vezes isso é irritante, principalmente quando eu não consigo achar meus sapatos.

Bocejo três vezes e esfrego os olhos, andar já está me cansando e eu estou demonstrando os sinais de sono, melhor voltar para meu dormitório e esperar a manhã chegar, desperta ou não.

~No outro dia~

- Bom dia, Luna. - disse uma voz atrás de mim enquanto eu andava em ritmo rápido até a minha próxima aula.

- Bom dia, Harry Potter. - eu respondi, diminuindo um pouco o ritmo e sorrindo para o meu possível amigo.

- Será que você... poderia se atrasar um pouco para sua aula? - ele perguntou, timidamente. - Eu e Dumbledore precisamos falar com você.

A última frase me fez parar e me virar para encarar Harry com uma careta de descrença. Eu nunca era chamada, e se Harry Potter e Dumbledore quisessem me ver ao mesmo tempo provavelmente a situação não era boa.

- Sim, está bem. - eu disse, preferindo ignorar o medo e confiar no menino-que-sobreviveu. - Pode me contar o motivo.

- Sinto muito, Luna, você já descobrirá.

- Eu temia que você dissesse isso.

Harry deu a conversa por encerrada e me guiou pelos corredores até a sala de Dumbledore, ele já nos aguardava lá.

- Srta. Lovegood, sinto muito por ter te tirado da aula sem nenhuma explicação, mas temo que cada minuto que temos é preciosíssimo e não podemos desperdiçar, entende? - ele disse, fazendo sinal para que eu e Harry nos sentássemos, e assim fizemos.

- Sim senhor, entendo. - eu respondi, acenando positivamente com a cabeça.

- Deve estar se perguntando o porquê de estar aqui, estou certo? - ele prosseguiu.

- Sim, está. - respondi prontamente.

- Então deverei explicar, sem interrupções até eu acabar, por favor. - eu e Harry acenamos com a cabeça, Dumbledore limpou a garganta e começou. - Temos uma Guerra pela frente, srta. Lovegood, e eu temia que ela fosse inevitável até descobrir uma solução que talvez seja perigosíssima, mas necessária para que ninguém saia ferido. Presumo que você já tenha ouvido falar dos vira-tempos, coisas curiosas aquelas, mas de perigo imenso. O uso dos destes são controlados pelo Ministério e eu dei vários motivos para conseguir o que vou te dar, que é mais poderoso que todos os outros, Luna. Você usará este vira-tempo para ir até a época de 1944 e impedir que a pior tragédia da história aconteça. Agora irei contra meu pedido e deixarei que me interrompa, Srta. Lovegood.

- Eu entendi todas as palavras que você disse, senhor, mas não achei um significado para algumas delas juntas. - comecei, mantendo a calma. - Por que eu realizarei esta tão difícil tarefa? Hermione Granger poderia fazê-la muito bem, Ronald Weasley também e Harry Potter se sairia muito melhor que eu.

- Você é despreocupada, Luna, acredita em seus ideais com todas as suas forças e não costuma ligar para as opiniões dos outros quanto a você. Hermione seria uma boa escolha, mas ela provavelmente levaria tudo muito a sério e não conseguiria completar a tarefa com louvor. E seria muito mais difícil para Harry ou Ronald. Presumo que a Srta. queira saber o que deverá fazer, certo?

- Sim, senhor. - respondi.

- Em 1944 nós tínhamos um aluno especial, um jovem atraente e de mente brilhante, em alguns aspectos se parecia com o jovem Harry Potter e em outros era completamente o oposto dele. - Harry fez uma careta ao ser comparado com o tal garoto, mas eu fingi não ver. - Seu nome era Tom. Tom Riddle, mas agora todos nós o conhecemos por outro nome que você ficará sabendo no final. - eu concordei com a cabeça, sem interromper. - Este rapaz fez coisas que ninguém deveria fazer, matou pessoas e desenvolveu um ódio terrível em seu coração, o que o fez tornar-se um menino frio com o coração de pedra, e é aí que está o ponto principal de sua tarefa, impedir que este garoto vire o monstro que será no futuro e mate tantas pessoas inocentes que de jeito nenhum mereciam. Você provavelmente já sabe de quem estou falando, Srta. Lovegood.

Engoli em seco e mordi o lábio.

- Sei. - respondi. - Fala do Lord das Trevas, senhor, Voldemort.

- Exatamente. - ele respondeu.

Um arrepio percorreu minha espinha, mas eu decidi ver o lado positivo. Será que em 1944 as pessoas finalmente deixariam eu ter minhas ideias e ideais em paz? Isso seria ótimo. Aliás, eu teria chance de ajudar meu possível amigo Harry Potter e salvar várias pessoas inocentes, inclusive o próprio Tom Riddle, que provavelmente não nasceu como um monstro.

- Quando devo ir? - perguntei.

- Como já disse no começo cada minuto é preciosíssimo, então você deverá ir o mais rápido possível. Eu diria até mesmo hoje, mas esperarei até amanhã durante a noite, você deve ter um tempo para digerir toda a história e Harry, Ronald e Hermione te ajudarão, sim?

- Não preciso de um dia inteiro para digerir isto, senhor. - eu respondi, ainda calma. - Mas não sei se conseguirei mexer no tempo sem causar um desastre, o que arruinaria todo o plano.

- Não se preocupe com isso, Luna, o vira-tempo foi modificado por mim e ele é mais poderoso que os outros, eu não mandaria uma aluna para o passado se não tivesse certeza absoluta que ela estaria a salvo - ele respondeu. - Se a Srta. acha que pode ir hoje durante a noite, então o fará. Você e o Sr. Potter devem conversar sobre isso enquanto a hora não chega.

Harry, que apenas havia observado tudo sem demonstrar nenhuma opinião, assentiu e se levantou, eu fiz o mesmo.

Deixamos a sala de Dumbledore e eu tentava manter a calma, mas era um pouco difícil pela quantidade de informação que havia sido despejada em mim e pelo pouco tempo que eu teria para digerir tudo. Poderia ter esperado, mas adiar um problema o fará parecer ainda maior.

- Como se sente, Luna? - Harry perguntou.

- Atordoada - respondi, dando de ombros. - Será que conseguirei?

Harry sorriu.

- Eu que sugeri que você fosse a escolhida. - ele disse, e parecia estar sendo sincero. Ainda achava que a melhor escolha seria a garota Granger, já que ela achava que sabia de tudo e provavelmente tinha a personalidade similar à de Voldemort, pelo menos mais do que a minha.

- Poderia ser a Srta. Granger - eu disse, não perdendo o olhar sonhador. - Eu não tenho nada em comum com o Tom Riddle.

- E é este o motivo pelo qual eu te escolhi - Harry retrucou. - O oposto de uma pessoa tem mais chances de mudá-la e, aliás, ele pode ser diferente do que é agora, não acha?

- Será que ele gosta de pintar? - perguntei, suspirando levemente. - Se gostar, temos algo em comum. Espero que ele não me ache louca e respeite as minhas teorias, isso se não concordar com elas. As pessoas não se abrem para novos pontos de vista, se eu acredito em algo diferente logo sou louca.

O meu comentário provocou uma risada de Harry, mesmo eu não entendo muito bem o porquê.

- A sua fé no que acredita pode fazer Tom Riddle se interessar por você, Luna - ele disse. - Mas eu duvido que ele goste de pintar.

- Também duvido, mas não custa nada ter uma esperança. - respondi, sorrindo minimamente.

Eu e Harry conversamos sobre a minha tarefa durante horas ou talvez minutos, mas tudo passou arrastado para mim. Estava preocupada com esta missão extremamente perigosa e reunia minha coragem e fé para aceitar a ideia e não me amedrontar por causa disto. Mas no momento não era com Harry que queria falar, precisava ver Gina o mais rápido possível.

Depois de um tempo eu finalmente encontrei Gina indo para seu dormitório e a interceptei no caminho.

- Precisamos conversar! - eu disse, finalmente perdendo minha máscara de despreocupação.

Hermione, que estava com ela, não pareceu se surpreender. Perguntei a mim mesma se ela já sabia do que eu deveria fazer, mas não tive tempo de questioná-la sobre isso e saí arrastando Gina até meu dormitório.

- O que aconteceu, Luna? - ela perguntou, quando finalmente chegamos.

Contei nos mínimos detalhes minha conversa com Harry antes de ir para a sala de Dumbledore, o discurso do mesmo e a tarefa que deveria cumprir, contei também sobre o medo que sentia de não poder completá-la e a surpresa que fora saber que eu era a escolhida e não Harry, Rony ou Hermione. Também contei sobre as horas de conversa que tive com Harry e a ansiedade de poder ir misturada com a cautela de experimentar algo novo. Gina me ouviu pacientemente e esperou até o final para dar sua opinião.

- Sinceramente, Luna, Harry fez a escolha certa. - ela disse. - Hermione é muito cabeça dura e seria bem difícil para ela criar uma amizade com o Tom. Harry nunca conseguiria isso nem se sua vida dependesse do acontecido. E meu irmão seria ainda pior! Conheço Tom, sei como ele é e suas artes persuasivas, você é a única menina que não cairia nos encantos dele e acabaria se rendendo à ele. Aliás, você é bonita e inteligente o bastante para despertar a atenção de Tom, sem falar no fato de que é puro-sangue, meio caminho andado.

Ouvir o discurso de Gina havia me dado uma nova confiança, nunca ninguém havia dito que eu era bonita e inteligente eu já deveria saber, já que sou da Corvinal. A parte das artes persuasivas me preocupou um pouco, mas eu nunca desistiria de meus ideais para seguir os de Tom. A ideia de eu me apaixonando pelo jovem Lord Voldemort me fez sorrir minimamente, esta seria uma coisa muito estúpida de se fazer. Revirei os olhos quanto a meu pensamento bobo e sorri para Gina.

- Daqui à pouco tempo eu devo estar preparada para minha missão. - eu suspirei. - Gostaria que você fosse também, pelo menos eu teria uma amiga.

- Eu provavelmente socaria a cara de Tom! - ela disse, explodindo em uma gargalhada que me fez rir também. - Vou deixá-la sozinha para você poder se arrumar e refletir mais um pouco sobre o que deverá enfrentar. Boa sorte, espero te ver em breve com sua missão cumprida.

Eu sorri amigavelmente e nós nos abraçamos, não havia choro nem nada assim. Era como se eu fosse para uma viagem de duas semanas e em breve estaria de volta.

Quando me vi sozinha tomei banho, troquei o uniforme e penteei meus cabelos para que caíssem em uma mata loira pelas minhas costas, meus olhos saltados estavam com um brilho diferente e eu continuava com aspecto de surpresa, coisa que já havia me acostumado. Resolvi não usar brincos ou coisas assim, preferia que eles ficassem em segurança esperando minha volta. Sentei em minha cama e pensei novamente sobre tudo que havia ouvido e o que deveria fazer, tudo isso levou uma hora e logo depois já estava na sala de Dumbledore, esperando...

- Como se sente, senhorita? - Dumbledore perguntou, finalmente parando de andar de um lado para o outro. Ele estava o fazendo desde que eu chegara, parecia pensar em algo importante e murmurava coisas que eu não compreendia.

- Ansiosa, senhor. - eu disse. - Admito que estou um pouco preocupada, mas depois de conversar com Harry e Gina percebo que deve haver um motivo para eu ter sido a escolhida.

- Certamente há, e eu admiro você poder estar preocupada. - ele respondeu. - Se não estivesse, a acharia tola. Agora você deve ir, leve uma carta para o meu eu do passado e não a leia de jeito nenhum.

Eu levantei em um pulo e peguei a carta, segurando-a com força. Dumbledore colocou o vira-tempo em meu pescoço e o ajustou, me desejou sorte e se despediu quando eu senti uma sensação horrível de que era puxada para longe dos domínios de Hogwarts, para longe dos domínios do mundo, eu estava nos domínios do tempo e isso não fazia sentido.

Bem, normalmente as melhores coisas não fazem sentido...


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Notas finais do capítulo

Esse foi curto porque é só o começo, mas os capítulos não serão todos assim! Espero que gostem e eu só continuo com 2 reviews!