The Loving Dead escrita por NandaHerades, Agui


Capítulo 5
Capítulo 5




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Fui lançada para frente com toda força. Inércia, a única lei de Newton que eu lembrava, e agora que eu lembro, não vou fazer nenhum proveito disso. Cássio deu ré com a moto e parou bem ao lado de Jack.

— A estrada está bloqueada — ele disse ofegando. Bianca estava assustada — Parece que todas as pessoas resolveram estacionar.

— Merda — Jack disse passando a mão na cabeça — Não podemos voltar.

— Talvez devêssemos passar por algum atalho — disse Tom cautelosamente.

— Não sei — Jack disse. Ele estava nervoso — Atalhos nessa região? Não são seguros.

— Confiamos em você Jack — minha mãe disse.

Jenna segurava a mão do marido.

— Vamos seguir a pé. Tentaremos encontrar um carro para seguir — ele estava com a voz confiante — Acredito que tenha espaço para a moto, Cássio.

Cássio assentiu. Pegamos tudo que estava na caminhonete, colocamos nas costas e seguimos. Jack, Cássio e Tom estavam com armas, enquanto as garotas estavam com barras de ferro. A estrada estava lotada. Os carros pareciam presos em um congestionamento, o . Passamos entre eles. Eu tentava não olhar para o interior dos veículos, mas era quase impossível, a curiosidade falava mais alto. Alguns zumbis estavam presos pelo cinto de segurança e havia também corpos inanimados. O cheiro era horrível e a quantidade de insetos era absurda.

Andamos por alguns metros. O plano era encontrar outro carro que pudesse seguir pela estrada, porém a fila de carros não acabava. Cássio levava sua moto por entre os carros, ele estava na frente de todos. Mamãe estava conversando com Jenna, e Bianca estava do lado de Jack. Tom estava perto de mim.

— Você canta bem — ele disse para puxar assunto — Devia fazer isso sempre.

— Quem sabe? — eu disse. Não estava com vontade de conversar, nem mesmo com Tom. Eu estava com medo do que poderia acontecer, essa estrada pode nos levar para uma horda de zumbis. Os mortos que estavam dentro dos carros gruíam com toda força. Eu sentia a barra de ferro na minha mão – que já estava um pouco machucado devido a força que eu fazia para segurar a barra - e me preparava para atacar qualquer coisa que se aproximasse.

— Tudo bem? — Tom perguntou.

Não tive tempo de responder. Estávamos no fim da estrada e Jack já procurava um carro. Mas havia algo errado, o som dos mortos estava muito mais alto que o normal. Bianca gritou e todos olharam pra ela. Os dedos dela apontavam para frente. Olhei para frente e vi... Eu estava certa, aquilo era uma armadilha. Dezenas de zumbis vindo em nossa direção e o grito de Bianca chamou ainda mais a atenção deles. Todos saíram correndo para a mata, nos separamos. Fiquei paralisada, o mortos se aproximavam e eu estava lá parada em estado de choque.

— O que você está fazendo? —Tom perguntou me puxando para a floresta. Corremos bem rápido, eu estava exausta por causa do peso nas costas. Tom praticamente me arrastava.

Passamos alguns longos minutos correndo pela floresta até que eu não agüentei mais o peso nas minhas costas e a dor nos meus pés.

— Acho que já estamos seguros — eu disse ofegando.

— Sim — ele disse dando alguns passos para se esconder atrás de uma árvore, fui atrás — Vamos esperar.

— E os outros? Minha mãe? — eu perguntei aflita. E quase sem voz.

— Jack é um bom líder — foi a única coisa que ele disse. Nós estávamos bem próximos, próximos até demais. A respiração ofegante estava sincronizada. A arma dele ainda estava em punho. Percebi que ele também tinha algumas balas reservas grudadas ao corpo. Senti alguma coisa na minha mão e vi que ainda estava com a barra de ferro. Eu estava segurando ela com mais força ainda. Estava começando a me machucar.

Eu dei uma olhada pra trás e não vi nenhum morto vindo nos pegar. Ainda estava ofegando tanto quanto Tom, e nossas mãos ainda estavam grudadas. Naquele momento, nenhum dos dois ficou com vergonha disso.

Lágrimas começaram a correr pelo meu rosto. Onde estariam os outros? Que merda! O que vamos fazer?

Jack virou para mim mais rápido do que eu pude ver.

– Hey, não fique assim. Nós vamos achar os outros. Fique calma.

– E se não acharmos Tom? E se... E se... E se eles já estiverem mortos á uma hora dessas?

Tom se virou e ficou de frente pra mim. Ele levantou a mão e limpou as minhas lágrimas, e por fim a pousou no meu rosto. Devagar ele pressionou os lábios nos meus. Eu teria flutuado por dias se não estivesse com tanto medo.

– Vai ficar tudo bem. – Disse Tom após se afastar de mim. – Eu prometo.

Ele olhou para trás, o que me fez olhar também. Não vi nada, mas senti um certo calafrio.

– É melhor nós irmos.

Eu assenti e começamos a andar de mãos dadas, olhando para todos os lados, em busca de conhecidos e com medo de sermos atacados por mais mortos. Era difícil de caminhar pela floresta sem fazer barulho, mas fazíamos o melhor que podíamos.

Após algum tempo de caminhada, e algumas paradas ocasionais para descansar, ouvimos um tiro. Eu olhei para Tom desesperada, e ele ficou em silêncio por um tempo.

– O que está fazendo Tom? Vamos ver o que é... Pode ser alguém e...

Tom me puxou e me mandou calar a boca ao mesmo tempo. Ouvimos outro tiro. Meu coração deu um pulo e lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Corremos como se fossemos loucos e desesperados. A floresta passava como um borrão por mim. Minha vista estava embaçada pelas lágrimas e eu não conseguia ver para onde estava indo. Tom estava me guiando totalmente, e eu deixava. Eu estava desestabilizada.

Chegamos onde o tiro tinha vindo. Tom parou bruscamente e eu me choquei contra as costas dele. Ele ficou imóvel e eu soltei a mão dele para ver o que estava acontecendo. A minha cara de chocada deveria estar pior que a dele, porque Cássio olhou para mim e me fitou com um pesar nos olhos. No chão, jazia um corpo inanimado. Do seu braço, o sangue jorrava com uma cor não muito agradável.


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