A feiticeira perdida escrita por Made of dreams


Capítulo 3
As três mulheres de preto


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capitulo a Mariana Pimenta e Manuh Valdez que favoritaram minha história! Obrigado e espero que gostem!



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Meu pai me levou até o seu escritório e me fez sentar em uma das cadeiras.

– O que está acontecendo, pai?- eu perguntei com lágrimas nos olhos.

– Eu queria poder contar-lhe, filha.

– E por que não pode? Por que?

– Eu simplesmente...não posso.

– Por que ele me chamou de bruxa? O que ele ouviu sobre mim? VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR NO ESCURO POR TODA A MINHA VIDA!

– Eu sei, Jennifer. Eu sei. Eu só preciso de um tempo para resolver isso. Eu preciso pensar.

– Bom, então fique aí pensando enquanto mais alguém se machuca, ou simplesmente desaparece. E eu? Eu vou dar uma volta no jardim como se nada estivesse acontecendo!

Eu fui até a porta e a fechei com um estrondo. Consegui ouvi-lo me chamar, mas eu ignorei. Eu cansei de seguir as suas regras. De não saber de nada. Eu saí correndo até o jardim mas pude ouvir vozes gritando vindo de um dos quartos:

– Ela é uma bruxa! Uma feiticeira do mal que quer matar a todos nós!

As lágrimas caíram por meu rosto e eu corri, corri e corri até os limites do castelo. Percebi que os guardas que guardavam o imenso portão dos limites do castelo não estavam lá. Provavelmente, por causa da confusão de hoje cedo. Esse foi o ato que eu fiz sem pensar e foi o que mudou a minha vida para sempre.

Eu corri para fora dos limites, somente parando no topo de uma colina. Lá de cima, eu conseguia ver as cidades, os mares, os lagos... Tudo que eu nunca havia visto. Tudo o que meu pai não quis me mostrar. Eu estava maravilhada quando algo inesperado aconteceu.

Uma força imaginária me puxou colina abaixo até um emaranhado de arbustos. E quando olhei para cima as avistei. Três mulheres, envoltas por capas e capuzes pretos, eu não conseguia ver seus rostos. Uma delas se abaixou e soprou em meu rosto. Um vento congelante me atingiu e eu apaguei. Eu simplesmente mergulhei na escuridão.

********************************************

Eu acordei em um quarto escuro e sombrio. Todas as paredes eram pretas,ao lado esquerdo estava uma lareira e o fogo crepitava ali. Do outro lado uma enorme janela com cortinas vermelhas. Olhei para onde estava. Eu estava em uma cama dessas antigas, com dossel da mesma cor que as cortinas. Eu tentei me levantar mas algo me parou. Eu estava presa a quatro algemas. Cada uma em cada membro. Foi nesse momento que as três figuras sombrias entraram no quarto.

– Irmãs, parece que a peça principal foi encontrada.- disse uma delas.

Logo depois as três abaixarem os capuzes de suas capas. Eu, primeiramente, me assustei com a aparência delas. Eram três velhas com cabelos brancos, narizes pontudos e verrugas.

– Quem são vocês?- perguntei com voz de desgosto

– Oh, querida. Não se assuste. Nem sempre fomos assim. Eu costumava ter cabelos ruivos sedosos e longos.

– Cale a boca, Gertrudes. Não estamos aqui para falar de você,- a do meio se manifestou. Ela tinha mais autoridade do que as outras, era o que me parecia- Estamos aqui para falar dessa bela menina e de como ele irá nos salvar.

Ela apontou para mim com suas unhas afiadas e longas.

– Sim. Sim.- disse a da esquerda. A que eu achava que se chamava Gertrudes.- Menina adorável.

– Não abra a boca, Gertrudes. Você só está nos atrasando. E, Magda, traga a pedra.- Magda, a da direita, saiu correndo do aposento.

– Filha de Carlotta, não é? Você tem os cabelos de sua mãe.

– Não abra a boca para falar de minha mãe.

– Pelo visto herdou a petulância dela também

– Aqui está, Ariadne- disse Magna voltando com uma caixa feita de um veludo roxo escuro.

– Bom, querida. Eu conheci sua mãe dezessete anos atrás. Eu achei que ela era a candidata perfeita, que ele poderia sucumbir a nossa causa. Mas, não. Ela teve que se apaixonar pelo maldito do Frederick e dizer que preferia uma vida tranquila e pacata aqui. Nessa pocilga.

Eu ri com a última palavra pronunciada. Quem fala pocilga?

– Pocilga? Sério isso? Veio da onde? Do século dezenove?- ela fez um gesto com a mão e percebi que não podia falar. Como se a minha boca fosse um zíper que ela acabara de fechar.

– Quase isso, querida. Quase isso. Eu a amaldiçoei mas de nada funcionava. Aquela maldita Carlotta teve que tentar ser normal. Idiota. Ela escondia essa pedra em um lugar secreto. Bom, mas eu, com minha inteligência dominante, e minhas irmãs a achamos. Porém, ela foi inteligente o suficiente para protege-la,... Qual é o seu nome mesmo? Não importa. Agora, eu tenho você. E eu vou dominar o mundo e destruir essa pocilga. - disse ela passando os dedos pelo meu rosto.

Então, seu rosto mudou de pura felicidade para uma surpresa horrível. Ela desceu os dedos até o colar que estava pousado sobre meu colo.

– Onde você arranjou isso, sua pestinha?- ela o soltou rapidamente e se virou para Magda- Me dê essa pedra!

Ela segurou a pedra e a apontou para mim.

– Achei que não estava na hora!- disse Gertrudes

– Não está. Eu só vou fazer um pequeno...- ela fechou os olhos e, repentinamente, foi jogada no chão- Isso não funciona! Aquele colar impede o poder da pedra! E ele não pode ser arrancado por uma de nós!

Ela levantou-se do chão. Passou a mão por minha boca. E com um único gesto me jogou contra a parede.

– Onde você arranjou essa droga de colar, pirralha?

– Já que você é tão inteligente, por que não descobre sozinha?

Eu vi fúria em seus olhos, como se eu tivesse acendido um fogo.

– Você não devia ter dito isso.- disseram Magda e Gertrudes ao mesmo tempo.

Ariadne ergueu sua mão novamente e a fechou. Junto com minha garganta. Eu não conseguia respirar. Eu vou morrer.

Mas, então, ouvi passos na escada. Alguém estava vindo até aqui. Aqueles passos iam me salvar. Ou iam me matar definitivamente.

*****************************************

Os passos se aproximavam cada vez mais. E cada vez mais eu via pontos pretos em minha visão. E de repente Ariadne foi jogada no chão.

– Vai lá, Jace! Eu cuido delas!

Eu só ouvia vozes não conseguia ver direito.

– Vocês de novo!- Ouvi a voz de Ariadne- Idiotas! Vocês acham mesmo que podem nos impedir!

Minha visão começou a voltar. Uma menina de cabelos ruivos e olhos verdes tentava combater as velhas. Mas, podemos dizer que não estava adiantando. Ela já tinha um sangramento feio no braço e na perna. Então, um garoto de cabelos negros e olhos azuis me pegou como se eu fosse um saco de batata e gritou:

– Janela, Julie!

Ele correu até a janela comigo no colo. Ele ia pular.

– AHHHHH! SEU MALUCO! VOCÊ VAI ME MATAR! IDIOTA!NÃO! AHH!- Como deu pra perceber eu fiquei enlouquecida.

Mas, mesmo assim, ele pulou junto com a menina de olhos verdes. Mas quando alcançamos o chão, ele não estava duro como devia ser. Nós aterrissamos em um colchão. O que?

Corre, Julie!- Ele gritou para a menina

– Para onde vocês estão me levando? Que porra é essa?- eu gritei com todo o meu folego.

– Você tem uma boca bem suja para uma princesa.

– Você não sabe nada sobre mim! Então, me solta!

– Já, já, Vossa Alteza.

– Se você me chamar assim de novo, eu vou te dar uma surra. Idiota.

– Não se fazem mais princesas como antigamente.- disse ele antes de me jogar no banco de trás de um carro velho e despedaçado.

Ele sentou no banco da frente e a tal de Julie no do lado.

– Vocês podem me dizer o que diabos está acontecendo?

– Assim que eu fizer o carro voar. Jace acelera essa porcaria. Elas estão chegando perto.

Eu olhei pra trás. Não. Eu só podia estar sonhando. As três mulheres estavam vindo atrás de nós. Sim. Isso eu conseguia assimilar. Mas que elas estavam atrás de nós com vassouras voadoras? Isso não!

– Espera. Fazer o carro voar?- ninguém me respondeu. Se isso era mesmo um sonho então eu poderia fazer o carro voar. Já que fiz um furacão desaparecer com um garoto.

Eu fechei os olhos e pensei no carro voando a toda velocidade. E quando eu abri os olhos a Julie estava olhando para mim e nós estavámos voando.

– Você fez o carro voar.

– Eu fiz?

– Você fez o carro voar.- disse o garoto.

– Eu fiz o carro voar.


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