Bone Blades escrita por Juriore


Capítulo 4
Emboscada




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– O que foi que está tão séria? – Labael perguntou à Eri, enquanto eles ainda cavalgavam, passando pela floresta a caminho da cidade.

– Não sei. Desde que entramos na floresta, sinto um cheiro estranho. - respondeu. – E é um cheiro bem desagradável...

– E o que você é? Um cachorro? – zombou Irah.

–Parece que vocês tem uma fêmea territorial no grupo... - Eri revidou.

– O quê disse!?

– Além de ignorante é surda também?

– Sua filha da... – Irah já estava ameaçando um soco em Eri quando Labael interrompeu.

– Ei, garotas, se acalmem.

– Não se intrometa.

– Shhh. Silêncio. – Falou Eri

– Silêncio você. – Irah respondeu.

Eri revirou os olhos. Ela estava ouvindo algo ao longe e tentava se concentrar. Quando Irah estava prestes a falar alguma coisa, prisioneiro começou a rir.

– Do que esse idiota está indo? – perguntou Irah, enquanto a risada do homem ficava cada vez mais extravagante.

– Vocês vão ver do que eu estou rindo logo. - ele disse

Eles ficaram confusos. Eri quase não prestou atenção pois o cheiro ruim estava ficando mais forte, até que começou a ouvir passos rápidos e violentos se aproximando:

– Alguma coisa está vindo. - Não muito depois de seu aviso, o chão parecia tremer conforme os passos, e fazia cada vez mais barulho. Era algo grande.

As árvores também tremiam, as folhas caíam, até que uma criatura grande e horrenda se mostrou. Tinha por volta de quatro metros, com a pele nojenta e acinzentada, carregando duas espadas enormes, uma em cada mão. Havia um homem de moicano, pele branca, roupas tribais e vários ornamentos de ossos em uma espécie de cela na corcunda do monstro.

– Mas que merda é essa? – disse Hanniel, e logo em seguida eles correram com os cavalos fugindo do monstro, que vinha correndo e derrubando as árvores que atrapalhavam sua passagem facilmente.

– HAHAHAHAHA! COMO VÃO, VERMELHOS!? – Gritou o homem de cima do gigante

Labael saltou do seu cavalo, disparando contra o monstro até parar no chão, que em seguida teve de saltar novamente para desviar de uma espadada do bicho, aterrissando no galho de uma das árvores:

– Precisamos descer do cavalo. – Hanniel disse à Eri, que assentiu.

Hanniel lançou sua corrente para um galho, puxando-a para subi até ele. Eri saltou alto o suficiente para que caísse noutro galho. Outros Bone Blades surgiram por trás do monstro. Irah deu a volta com o cavalo tentando acerta-los, enquanto Labael tentava abater o monstro, mas suas balas pareciam não fazer nada.

– Desculpe, Labael! Mas acho que não conseguirão acabar com esse carinha aqui tão fácil! – Gritou o homem montado, dando uma grande risada em seguida.

– Droga... Minha munição não vai durar muito tempo. – Falou Labael, recarregando a ama após desviar de um golpe do monstro. Dessa vez, vendo que não adiantava atacar o monstro, atirou certeiramente na cabeça do homem montado, que fez com que caísse com o tronco para trás...

...Ele se levantou novamente, dando uma risada histérica:

– Vai ter que tentar mais, otário!

– Merda... – o monstro atacou novamente, mas Labael desviava facilmente, pulando de galho a outro.

Hanniel jogou sua lâmina em direção ao homem, mas o mesmo conseguiu segurá-la antes de alcançá-lo. Ele pegou a corrente e puxou Hanniel com tudo, fazendo-o se chocar contra uma árvore.

Eri desembainhou as duas espadas Zoran que carregava consigo e saltou até a corcunda do gigante. Antes que o golpeasse, o homem puxou duas adagas e defendeu os ataques de Eri. Ela atacava tão rapidamente que fez o homem pular para trás, ainda na corcunda. Eles continuaram se atacando, mas um defendia o golpe do outro.

Irah conseguira acaba com os outros Bones e, percebendo a dificuldade dos outros, foi até Hanniel que ainda se recuperava da forte batida:

– Levante-se logo e me ajude aqui. – Ela pegou a corrente. – Vamos derrubá-lo. – Ele logo captou a ideia e cada um pegou uma ponta da corrente.

Os dois correram para metros à frente do gigante e enrolaram cada ponta em uma árvore, segurando firmemente:

– Labael! – Irah gritou.

Labael viu os dois e entendeu a mensagem. Ele voltou para o chão e foi recuando conforme o monstro o seguia. Aumentou a velocidade e virou-se para correr até a corrente e quando a estava alcançando, deu um grande salto-mortal para frente dando mais alguns tiros durante o salto. Eri e o homem continuaram mesmo com a corrida do bicho.

Ele alcançou a corrente. Irah e Hanniel tiveram de fazer muita força para aguentar o peso. As árvores trincaram com a corrente amassando-a. Ela quase não o aguenta...

...Quase.

Percebendo a queda do gigante, Eri e o homem pularam do mesmo antes que chegasse ao chão. Ele caiu causando um enorme tremor:

– Mas que...? – Ele pareceu irritado. Pegou um pequeno saquinho de seu “cinto”.

– Corram! – Gritou Eri, que logo identificara pelo cheiro que eram cinzas causadas pelas chamas dos dragões azuis, que recebiam o nome pela cor da chama. Se aquilo chegasse nos pulmões deles, seria como gás venenoso.

O homem derramou as cinzas no ar, que aos poucos infestou a área, como se, de alguma forma, ele pudesse controlá-las. Conseguiram fugir a tempo, e foram até onde o homem nem o gigante eram visíveis. Chamaram seus cavalos, que não demoraram a aparecer.

O outro homem não estava mais no cavalo de Labael:

– Acho que alguém o levou enquanto lutávamos. – Lamentou Labael. – Provavelmente ele pretendia apenas chamar atenção para aquele grandão nos surpreender depois...

– Você está sangrando. – Hanniel notou o sangue na cintura de Eri. – Deixe-me cuidar disso.

– Isso não é nada. – respondeu

– Mas o sangramento deve, no mínimo, ser estancado. – ele procurou nas bolsas da cela de seu cavalo e pegou bandagens.

Ela suspirou:

– Está bem...

Retirou o sobretudo e ajeitou a roupa para que pudesse puxar para cima, deixando a barriga e a cintura à mostra. Hanniel corou.

– Vá logo.

– S-Sim. - Ele começou a enrolar as bandagens.

– O que eram aqueles caras? – Ela perguntou

– O homem de moicano chama-se Maasiah. – respondeu Labael. – Já encontramos com ele antes. E seu pequeno amigo também. Os dois são kivutares. Criaturas criadas por necromantes extremamente habilidosos. São mortos-vivos que não podem ser mortos tão facilmente. Escravos. Usam deste tipo para matar os inimigos mais fortes.

Hanniel havia terminado o curativo. Ele subiu no cavalo e estendeu a mão:

– Quer ajuda? – Eri ignorou e subiu sozinha. – Er... apenas pressione no local do ferimento...

Continuaram o caminho de volto à cidade. Já era noite. Eles chegaram se sentindo nada gloriosos. Estacionaram os cavalos no curral e Eri quebrou o silêncio:

– Quero que saibam que tudo isso não significa que me juntei a vocês. Voltarei ao meu caminho a partir daqui.

– Bem, apenas saiba que pode voltar quando quiser. – respondeu Labael

– Certo. – ela apenas se virou e foi embora.

Eri caminhou pela cidade noturna. Ainda não era muito tarde. Havia bastantes pessoas nas ruas. Ela parou num beco solitário, se encostou à parede, pressionando a ferida e se agachou lentamente. Estava terrivelmente doloroso. Estranhamente doloroso. Ela tirou as bandagens. O sangue já havia sido estancado, entretanto, uma grande área em torno na ferida, estava roxa, quase preta. “O que diabos era aquela adaga?” pensou. Estava claro que não era uma adaga comum. Afinal havia conseguido passar pelas – quase – impenetráveis escamas de Eri, e ainda causara tamanha dor e estrago. Ela pensou que talvez apenas ainda não tivesse experimentado as lâminas feitas com as chamas azuis. Como podiam ser destrutivas... :

– Você está bem?

Eri se surpreendeu com a voz e olhou para o homem que pareceu brotar do seu lado. Aqueles cabelos claros... Ela logo o reconheceu:

– Você...

Ele sorriu... encantadoramente. Eri corou um pouco, mas ignorou desviando o olhar:

– Vá embora. Não preciso de sua ajuda. – Ela levantou e virou de costas para ele, seguindo caminho contrário.

– Tem certeza? Você não parece nada bem.

Ela não respondeu. E de repente...

Desmaiou.


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Notas finais do capítulo

hehe
Espero não ter decepcionado quem esperava o carinha ser torturado no interrogatório...



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