O Novo Conto De Outra Cinderela escrita por Gabii


Capítulo 5
Capítulo 4.


Notas iniciais do capítulo

~~> Estou triste em saber que eu tenho leitores, mas que apenas um deles comentam. Para todos os que estão acompanhando e que também postam suas histórias no Nyah! sabem como é difícil para nós quando não temos o incentivo do nosso público. Então peço que se não quiserem deixar um comentário extremamente grande, dizendo que odeiam isso e que gostam daquilo, apenas digam " Gostei" ou "Não gostei", qualquer coisinha. Não quero parar com essa história por estar triste.
~~> Novo capítulo, que já estava dormindo esperando pra mim postá-lo. Espero que gostem.



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A sala ao lado era grande e feita inteiramente de pedras, todos os selecionados estavam sentados no chão bem polido e brilhante. Havia duas grandes janelas com venezianas verdes abertas deixando um ar gelado entrar.
Uma das paredes estava cobertas de espelhos e logo na frente havia uma barra de ferro tingida de verde esmeralda, havia uma messa de metal cheia de garrafas de água e outra com instrumentos e partituras em cima.
Quando eu entrei, todos olharam diretamente para mim, como se duvidassem plenamente que eu tinha algum talento. E eles ainda duvidariam, mesmo se me conhecessem bem.
– Eu sabia que você ia passar. - ouvi Brenda gritar com alegria e se atirar ao redor de meus pescoço com vontade.
É, só que ela ainda não sabia da verdade.
– E aí me conta como foi? Ela sorriu pra você ou apenas alevantou o cartão? - ela perguntou me puxando junto com ela para perto dos espelhos.
Eu olhei tristemente para Brenda, sabendo que eu não poderia acompanhá-la nunca, seu ritmo era mais rápido que o meu, enquanto eu estivesse limpando a cozinha para Gabriela, ela já estaria no último ano da faculdade de artes.
Apontei para a minha garganta e depois para a água sinalizando que eu precisava tomar.
– O que foi agora Carlota? Eu quero saber como foi, porque tá tão triste?! - ela meio que gritou, chamando a atenção das pessoas sem nada para fazer que nos rodeava.
– Eu...perdi...a..voz...Brenn. - falei baixinho, com a voz fina e enlaçando as palavras.
Os olhos de Brenda se arregalaram, pareciam enormes balões prontos para se soltaram de seus cordões.
– Não acredito!! Quando você estava vindo para cá, não é? Você cantou não foi? - ela perguntou, não aceitando o jeito como eu dizia não com a cabeça.
Eu não havia cantado, quando o microfone havia sido colocado em minha mão e os olhos desdenhosos de Samantha haviam me perfurado, eu senti que não fazia sentido cantar e então minha garganta se travou.
Eu fiquei parada como um estúpida no meio do palco, sentindo-me uma burra completa, ouvindo os risos histéricos de Samantha e alguns antigos amigos.
– Eu disse que você é uma perdedora. - uma das garotas gritou, tentando controlar os risos.
– Você nunca vai cantar. - Samantha falou, as lentes azuis apertadas.
– Você, garota, por favor vai ali tomar uma água. - Diana disse, pegando um cartão azul e me dispensando.
Eu dei um ultima olhada na direção dela, como se ela pudesse me trazer de volta, mas eu apenas vi ela sacudindo a cabeça, como se estivesse extremamente decepcionada.
– Meu Deus, como isso pode acontecer, quem é que vai ficar aqui comigo?! - ela falou exaltada.
Eu queria poder chegar em casa e me atirar em minha cama e chorar rios, mas eu não podia, se eu estivesse na escola, teria que ficar na escola.
Eu não falei nada, porque eu não queria ficar mais tempo sem minha voz, apenas tomei mais um gole da água gelada.
Brenda continuo me olhando pasma, eu sentia minha voz girando em minhas cordas vocais.
– Nós podemos mudar isso, podemos falar com Diana e dizer para ela que foi o momento, ela vai te dar mais uma chance. - ela falou, sua voz já atingindo o histerismo.
Sacudi a cabeça, rindo por dentro. E depois eu que era ingênua.
– Eu vou indo. - falei, um pouquinho mais natural.
Ela passou as mãos nas jubas e sorriu com força.
– Então vá por essa porta, é mais rápido e não vai precisar olhar para a cara feia da Samantha - então ela piscou - Eu também perderia a voz se tivesse que olhar constantemente para ela.
Quase engasguei.
Dei um último abraço em Brenda e sai pela porta da própria sala.
Os corredores estavam vazios e eu senti que era encarrada pelas fotos do atores imprimidos em cartazes, a tempestade parecia estar cada vez mais perto, mas mesmo assim os pássaros continuavam a cantar alegremente nas copas das árvores.
Eu queria poder ser igual a eles, livres e independentes podendo fazer o que gostava sem qualquer impedimento, sem precisar ir a escola, porque a vida já lhes iniciava tudo o que eles precisavam saber e era o suficiente para todo mundo.
Queria poder voltar um pouquinho no tempo e avisar a mim mesma, para não ir aquela bendita audição, mas isso seria completamente impossível.
Eu caminhava e tomava a água, ás vezes tendo coragem suficiente para tentar me atrever a uma palavra mais longa e um pouco difícil de pronunciar, mas minha voz já estava de volta. O que era bom e péssimo, pois ela podia ter ficado e me polpar daquele mico.
Eu estava caminhando tranquilamente pelos corredores, quando eu senti esbarrar em algo, que mais parecia uma parede. A garrafa de água ainda aberta automaticamente se virou contra mim, me encharcando.
– Oh Meu Deu, me desculpe. - disse uma voz masculina, estendendo uma mão forte para me ajudar a alevantar.
Então eu alevantei os olhos pronta para xingar o cara mentalmente quando me deparei com seus olhos escuros e seu sorriso espontâneo e doce.
– Não foi nada. - eu disse, largando de sua mão e pegando um lenço de dentro de minha mochila.
– Você não é aquela garota que foi impedida de cantar? Carly? - Mathew perguntou. Ótimo ele lembrava, que alegria, agora será que posso me jogar de uma ponte?
– Carla.- respondi apertando os olhos e passando freneticamente o pano em cima da rodela úmida em cima de minha camiseta branca.
– Desculpa mesmo Carla, eu nem vi você ai.- senti vontade de dizer que ninguém nunca me via, mas fiquei quieta e tentei sorrir.
– Não se preocupe, agora eu não preciso tomar banho. - ele deu uma risadinha.
– Foi uma pena você não ter podido cantar. - ele falou e eu senti um pontada de pena na voz dele. - Mamãe é muito rigorosa, mas eu vou tentar ver se ela ainda te deixa cantar.
– Nossa, muito obrigado. - falei, continuando a caminhar.Ele me segui o.
– Hum...bem, hoje na hora do almoço eu tenho um tempo livre e queria saber se você queria almoçar comigo?! - ele disse acanhado, passando as mãos nos cabelos.
Ele estava me convidando para sair? Não, não, ele estava delirando, ele provavelmente é doido. E como eu não tenho nenhuma experiência em lidar com lunáticos, eu apenas sorri e disse:
– Desculpe, não posso.
E me virei na direção contrária e rapidamente segui para o prédio A.
– A gente então...se vê por aí. - ele disse, eu sorri sabendo que se dependesse de mim, ele nunca mais me veria.


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Notas finais do capítulo

~~> Hehehe' e ai amorecos, o que acharam?? :DD