Tengen Toppa Gurren Lagann - Renascimento escrita por AntareElAmore


Capítulo 7
Capítulo 7: Aquele que vivia no passado Parte 2




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“Estava indo tudo normalmente em casa com Simon. Nessa época você já havia nascido e tinha poucos meses de idade. Como estava de licença, comecei a passar muito mais tempo com seu pai. Foi uma época bastante feliz com vocês dois. Em um desses dias, fui comprar algumas coisas no mercado. Quando voltei, me deparei com seu pai, sentado e debruçado á mesa com as mãos na testa. Ele parecia estar desesperado com algo. Fiquei preocupada e perguntei o que aconteceu. Ele não disse nada. Cheguei perto e segurei o ombro dele, quando ele disse”:

– ...Não toque em mim.

“Respeitei a decisão dele e me afastei, muito triste ao ouvir aquilo. Pedi para que ele olhasse para mim”:

– Querido, olhe para mim. Aconteceu algo ruim? Eu fiz algo de errado...? Por favor me diga.

“Ele virou lentamente para mim. Quando vi, ele tinha um olhar distante e triste, como nunca vi antes. Ele olhava para mim com tamanha atenção que achei que realmente estivesse fazendo algo errado. Ele levantou e começou a passar a mão em mim. No meu rosto, nos meus ombros, nos meus cabelos. Chegava cada vez mais perto e parecia que ia me beijar. Estava já aceitando, quando ele parou e se afastou. Fiquei ainda mais preocupada e assustada com tudo aquilo. Antes que pudesse perguntar, seu pai começou a falar”:

– Tive um sonho...com ela. Fiquei aqui esse tempo todo e esqueci dela...

– “Ela”? “Ela” quem? – “Tentei extrair tudo que eu pudesse”.

– Nia. Prometi a ela que sempre cuidaria dela e do Universo e agora estou aqui fazendo apenas o que eu quero. Vivendo em uma ilusão. Tentando encontrar algo que não existe...

“Eu estava muito preocupada com a condição de Simon. Sentia que se falasse algo ele ficaria ainda pior. Mesmo assim, eu não poderia deixá-lo naquele estado e tentei ajudá-lo de algum jeito”:

– Simon, eu imagino o quanto Nia foi importante para você. Ela também foi muito importante para mim. Eu também fiquei muito triste com a morte dela. Todos nos ficamos, mas isso não é motivo para se lamentar desse jeito.

“Seu pai não demonstrou reação alguma. Vi que aquilo não é suficiente e tentei continuar”:

– Querido, se Nia realmente te amava, ela apenas iria querer vê-lo feliz. Ela não está zangada com você agora, disso eu tenho certeza. Eu quero ajudá-la a te ver feliz. Eu...quero ver você feliz também, então...vamos continuar sempre...juntos. – “Eu o abracei pelas costas, tentando acalmá-lo”.

“Nessa hora, Simon se levantou e falou em voz alta para mim”:

– Você não entende como eu me sinto!

– Querido...? – “Estava assustada com essa reação”.

– Prometi a ela que cuidaria dela sempre, enquanto eu tivesse vida em mim. Eu prometi isso a ela e enquanto estive aqui, a deixei abandonada! As flores do túmulo morreram todas, implorando pela ajuda que nunca viria. Deixei elas como se a tivesse deixado para morrer nas mãos dos Anti-Espirais. Durante esse tempo todo eu sequer me lembrei dela. Eu sequer cumpri minha promessa. Eu...eu... – “Gesticulava e andava para os lados enquanto falava e aquilo me fazia ficar acuada e com medo”.

– ...Eu procurava ela em você. O olhar dela, o jeito dela, a beleza dela. Eu tentava ver tudo isso em você. Eu nunca quis te ver como Solverina, mas como...Nia.

“Eu fiquei espantada com aquilo. Achava que mesmo depois de tantos anos ele havia conseguido superar tamanha dor. Eu não conseguia acreditar que para seu pai o ano em que passamos juntos foi apenas uma farsa. Um sonho passageiro dele. Eu não iria deixá-lo tão facilmente e tentei convencê-lo a ficar, apesar que estava muito chocada com tudo aquilo e comecei a gaguejar”:

– Querido, eu...e-eu... – “Estava desesperada para falar algo”.

“Ele estava quase saindo de casa, quando eu terminei o que iria dizer”:

– ...Eu não me importo de s-ser a sua...Nia. Eu posso ficar com você sendo a pessoa que você ama. Me fale o que ela fazia, e eu farei igual. Vou te fazer a pessoa mais feliz do mundo, Simon.

“Seu pai estava de costas para mim e respondeu de maneira tão rápida e fria que atravessou a minha alma e...foi como se...tivesse me matado por dentro:”

– Não. Não quero sua companhia.

– Simon, do que você está falando? Você queria ver a Nia em mim e eu estou disposta a isso, então por que você não me quer...? – “Estava quase chorando falando tudo aquilo”.

– Você não é Nia nem nunca será.

– Querido, mas por que?! Por que tanta obsessão com isso?! Eu e você temos o direito de sermos felizes, então vamos usar o máximo dele, por favor!!”

“Eu o abracei com muita força e comecei a chorar. Tudo aquílo era muito para mim. Depois disso foi quando ele me agarrou pelos ombros e gritou”:

– Você não sabe o que eu sinto! Nia nunca vai voltar. Nem Nia, nem o Irmão, nem ninguem que morreu desde que eu nasci! Eu fiz uma promessa com todas essas pessoas e eu vou cumprir com elas. É a unica maneira de honrar com a vida deles e também...

“Ele me soltou e se afastou lentamente de mim, falando aquelas tristes palavras”:

– ...É a unica maneira de provar para mim mesmo que eu estou vivo.

“Eu estava estática. Não conseguia mais pensar em nada. Simon havia tirado um anel e colocou no meu dedo. Falou que era a aliança da Nia e disse para eu cuidar muito bem dela. Ele já estava para sair e se despediu”:

– Irei agora. Você...realmente me fez feliz por um ano. É merecedora deste anel no seu dedo, assim como a Nia era. É a unica lembrança que eu tenho dela. Cuide bem dele. Espero que um dia você entenda tudo isso que acabei de dizer. Adeus...

“Ele então saiu pela porta. Eu simplesmente fiquei lá, parada, ajoelhada e vazia por dentro. Quando percebi que Simon se foi, eu chorei toda minha alma para fora. Não sabia o que fazer...eu deixei ele ir...eu tinha tudo e não fiz nada para impedir ele...”

Solvie começava a soltar algumas lágrimas conforme contavam seus momentos finais com Simon. Parecia que tudo estava acontecendo ali na frente e aquelas memórias estavam tomando forma á media em que eram contadas. Luno, que concentrado estava ouvindo a história da mãe, rangeu os dentes e se enfureceu enquanto falava em voz baixa:

– Como aquele desgraçado ousa...!

Ele dizia agora para a sua mãe:

– Vou fazer ele pagar. Pagar por todo o mal que ele fez a você...!

Nesse momento, Yoko abre a porta do quarto e da um aviso:

– Você é o Luno, não é? Me desculpe te incomodar nesse momento tão...intimo de vocês dois, mas vai ter uma reunião com os lideres e autoridades da cidade neste momento. Viral pediu para que eu te levasse até lá para que mais detalhes fiquem claros para você.

Luno, que se acalmou de seus pensamentos, estava curioso para saber mais e perguntou a Yoko, que estava ajeitando seu sutiã para que ficasse firme em seus seios:

– Que tipo de detalhes?

– Não temos tempo para explicar. Na reunião agente vai esclarecer tudo.

Luno sabia que a ultima vez que não teve detalhes importantes sobre algo ele acabou descobrindo que naves estavam destruindo a cidade e que sabia que isso não seria um bom sinal, mas entendeu a seriedade do problema e levantou de sua cama. Apesar de estar todo machucado e sentindo dores constantes, ele decidiu ir com Yoko.

Solvie estava de cabeça baixa e quieta. Quando ambos Luno e Yoko estavam para sair, ela levanta a cabeça e pergunta:

– Filho...você pensa em matar Simon...?

Luno parou por alguns instantes, ficou calado e respondeu logo após:

– Farei ele pagar por todo o mal que ele te causou. Trarei ele até aquí para que você decida se vai perdoar ele ou não. Até lá, faça sua decisão logo.

– Isso é uma proposta, Luno? – Solvie perguntava com preocupação.

– Não, não é uma proposta, mãe...

Ele virou o rosto e deu um confiante sorriso:

– ...É uma promessa.

Ela estava aliviada com aquela resposta e concordou com o filho. Yoko, que não se arrependeu de perder um pouco mais de tempo ao ver aquela cena, falou que Luno precisava se apressar e então ambos seguiram caminho a reunião.

Solvie viu o filho não mais como um garoto, mas como um homem já crescido, como Simon. Ela olhava para o anel prateado com uma joia verde encrustada e prestou atenção em toda a sua família. No quanto todos tinham algo em comum. Ficava feliz por Lily ter herdado sua sinceridade e carinho, porém mais importante, ficava orgulhosa por Luno ter herdado a maior virtude de seu pai: a coragem e persistência de honrar e cumprir seus compromissos com aqueles que ama. Ela segurou a mão que estava com o anel e as colocou em seu peito, dizendo em voz baixa para si, com um sorriso no rosto:

– O Luno é igualsinho a ele...não acha...Nia...?


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Notas finais do capítulo

Parece que a história de amor de Solvie não terminou nada bem. Ela luta para tentar ultrapassar esse trauma.
Avaliem ;)



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