Tengen Toppa Gurren Lagann - Renascimento escrita por AntareElAmore


Capítulo 16
Capítulo 16: A esperança da humanidade




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/466269/chapter/16

Eram centenas. Milhares. Por instantes, pareciam ser milhoes. Inimigos demais tomaram o céu. Ninguém fazia a menor ideia de como iriam vencer aquela quantidade ridiculamente absurda de naves. Luno estava assustado. Ele estava com muita raiva de como Simon conseguiu chegar lá tão rapidamente com toda aquela tropa atrás. Mas mesmo com tanta raiva, se sentia extremamente acuado. Simon conseguia ser medonho quando ele quisesse. Ambos os lados estavam estáticos, apenas esperando o outro agir. Em um momento, um dos soldados da Grapearl, em desespero, apontou sua arma naquela horda e atirou sem pensar. Os tiros atingiram algumas naves, mas acabou passando perto de Simon, fazendo um leve corte em seu rosto. Ele se irritou e disse:

– Então é assim que vocês mostram respeito aos mais fortes...se é matança que vocês querem, é matança que vão ter!

Entrava em seu Gurren Lagann. O soldado que atirou ficou ainda mais desesperado. Todos ficaram tensos vendo como Simon estava realmente incomodado. Esperavam para ver o que ia acontecer, quando de repente, todos piscaram e quando viram, Simon não estava mais lá. Ele agora estava onde as tropas da Grapearl se encontravam, com sua broca atravessada no soldado que havia atirado. Quando perceberam, seu gammen já havia explodido e o piloto junto com ele. Sequer ouviram o barulho da lataria amassada ou a presença de Simon lá até verem um camarada explodindo daquele jeito. Luno, Lily e Viral arregalavam os olhos. Era rápido demais. Muito mais rápido do que nos 3 dias anteriores. Aquele era o verdadeiro poder de Simon. Inigualável e arrasador. Luno estava assustado, mas não ficou com medo e gritou:

– PARA A LUTAAA!!!!

E todas as outras tropas partiram umas contra as outras, atacando, desferindo seus tiros e matando uns aos outros. O combate sangrento começava naquele instante.

Todas as outras tropas iam , enquanto Simon ficava parado. Olhava para Luno, que também não se movia. Observava com cuidado e muita atenção, enquanto Luno olhava com ódio e raiva. Simon falava com ele, enquanto a guerra prosseguia:

– Então é isso, Luno. O dia finalmente chegou. Um de nos vai morrer hoje. Hoje que vai ser decidido o futuro do universo. Quem você acha que vai ganhar? Eu e os Anti-Espirais ou você e sua tão amada humanidade?

Luno olhava para ele e apenas dizia:

– Você por acaso se importa em saber quem vai vencer? Eu não sei ainda a resposta mas saiba que mantive minha promessa com você e estou aqui. O resto será por nossas contas.

– Ha! Posso ver que manteve sua promessa, até porque, você está certo. Descobri há pouco tempo que é exatamente como você mesmo disse...

Ele ficava quieto por uns instantes e continuava, em voz muito baixa:

– ...Eu não me importo quem vence no final.

Ele avançava em Luno com uma velocidade ainda maior do que antes. Acertou o Gurren Lagann em cheio, que o fazia voar com uma potência quase nuclear. Luno bateu no primeiro solo em que tocou e no impacto, foi arrastado por muitos metros. Não apenas a velocidade, mas a força de Simon haviam aumentado. Ele se levantou, e mal olhava para frente e já via Simon a poucos centímetros de distância. Iria desferir mais um ataque, mas dessa vez, Luno se defendeu e foi mais rápido. Mandou-lhe uma pancada que o fez voar longe na mesma proporção. Foi ir ataca-lo novamente, mas do mesmo jeito que Simon era rápido no ataque, era rápido na defesa também. Os dois iam voando pelo campo de batalha, desferindo e defendendo golpe por golpe. Não parecia que estavam lutando, mas que estavam fazendo uma performance bonita, letal e artística. Uma hora ficavam parados, ainda mandando seus golpes, mas estavam tão equilibrados em poder que acertavam seus golpes um no outro ao mesmo tempo, tal como os defendiam. Vendo a proporção que aquilo estava tomando, Viral, que estava cercado por 4 naves, girou com seu gammen de 8 braços e destruiu todas as naves ao redor, cortando-as com as espadas em cada braço. Logo depois, correu para ajudar Luno a vencer Simon. Gritou e com os 8 braços, deu um poderosíssimo corte, que cortou não apenas o ar, mas também a barreira do som, criando um chiado agudo e ensurdecedor, capaz de atordoar Simon, abrindo uma brecha para Luno o golpear com força. Simon voou e sentiu o golpe. Simon percebia que era Enki, o gammen de Viral, que o atacou, mas não entendeu. Não parecia ser nenhum novato pilotando ele.

Simon viu que estava em desvantagem e recuou, falando em voz alta:

– Você ficou mais forte, Luno. Bem mais forte. Porém, isso não é o suficiente para me parar. Vamos ver como você se sai contra o meu exército!!

Ele se escondia atrás das naves que não paravam de sair do mesmo ponto onde aconteceu o clarão. Luno não via outra opção se não ultrapassar aquela horda para chegar até Simon. E foi exatamente isso que ele fez. Partiu para cima das naves, sem medo de nada. Ele estava lutando com todas elas sozinho, enquanto os outros impediam seus avanços. Gimmy e Darry usavam seus poderosos tiros, atravessando dezenas de naves com uma única bala. Enquanto as naves explodiam e os cubos altamente explosivos eram formados, eles e toda a tropa da Grapearl atiravam neles, fazendo-os explodir e destruindo mais naves, criando reações em cadeia. Viral estava sozinho, destruindo qualquer nave que vinha em sua direção. Seus 8 braços e sua percepção aguçada conseguiam dar a ele uma defesa impenetrável. As naves explodiam, mas Viral cortava as explosões, evitando os danos. Yoko estava no seu antigo gammen, o Yoko W Tank. Ela sozinha era uma artilharia pesada móvel. Canhões e mais canhões atiravam contra os Anti-Espirais, destruindo parcelas gigantes de naves inimigas.

Luno lutava e com seus golpes, perfurava inúmeras naves a sua volta. Lily também ajudava, tanto na pilotagem quanto no combate. Com os dois no comando do Gurren Lagann, costuravam o campo de batalha ao seu favor. A luta era intensa, e com tantas explosões, ao ultimo tiro dado, uma cortina de fumaça se estendia, tornando invisível o que havia além. Luno, Lily, Gimmy, Darry e Viral recuaram para ver se haviam vencido a luta, junto com todos os outros soldados. Estavam tensos, torcendo e quase tendo certeza de que haviam vencido e nenhuma nave sobrou. Quando a nuvem se dissipou, veio a surpresa. Ainda estava cheio de naves no céu. Mesmo com toda aquela batalha e inimigos mortos, apenas parecia como se o exército de Simon tivesse sido intocado. Ninguém conseguia acreditar naquilo. Foi como se todos os seus esforços não servissem para nada. Viral, que nunca antes tinha ficado impressionado de tal maneira, mostrou como não estava apenas surpreso, mas um pouco assustado:

– N-Não pode ser...isso só pode ser brincadeira...! – Tentava disfarçar seu susto com raiva.

Lily também não sabia o que fazer e perguntou:

– Luno...e agora? Eles sequer receberam dano...

Luno ficou ainda mais bravo vendo aquilo e disse:

– Não é óbvio? Vamos continuar lutando!

Yoko intervia, demonstrando sua preocupação á tona:

– Continuar lutando?! Eles são muitos! Até agora pouco achamos que derrotamos todos eles e estamos vendo que nem fizemos cócegas nas tropas dele!

– Yoko, não temos escolha. Se pararmos e cruzarmos os braços nos vamos ser mortos com toda a certeza. Entre morrer como um humilhado, covarde e desistente e morrer lutando pelo que eu acredito eu irei morrer da forma mais digna! Se para você é digno correr e se esconder, faça como quiser. Aqueles que não tem vontade de lutar podem se retirar do campo de batalha ou irmão apenas desperdiçar suas vidas!

Yoko sentiu-se ferida por aquela resposta, mas não tirava a razão do garoto. Ainda assim tentava falar:

– Luno, mas...!

– Eu fiz uma promessa, Yoko. Você sabe muito bem que eu fiz. Eu não vou descansar sem antes cumprí-la. Se você honra aqueles dois que estão lá, então me ajude a cumprir essa promessa.

Todos se calaram para ouvir o garoto falar. Se emocionaram por aquelas palavras e se motivavam ainda mais a querer ajudá-lo. Viral, vendo que a moral de suas tropas estava alta, gritou, como um verdadeiro comandante:

– Vocês ouviram o garoto! Se honram suas casas e famílias, então sigam esse homem e suas promessas. Eu, Viral, seu comandante, estou do lado dele! Agora eu quero ouvir...QUEM MAIS ESTÁ CONOSCO?!?!

Um pequeno instante de silencio ficou no ar. Estavam indecisos sobre o que fazer, quando lá do meio das tropas, um soldado levantava suas armas e gritava com toda a força. Sua dedicação motivava os outros e em pouco tempo toda a tropa da Grapearl estava gritando alto. Luno olhava para todos e via como Viral realmente era um comandante nato. Olhava para ele, que dava um “joia” para o garoto. Luno olhava para todos os inimigos e ordenava:

– Certo, pessoal...LÁ VAMOS NOS DE NOVO!!

E as tropas avançavam e os tiros eram ouvidos novamente. Era um novo clima que estava no campo de batalha. Todo o peso, tensão e medo foi trocado por um ar de confiança, certeza e vitória. Era a mesma rotina, mas uma luta totalmente diferente.

Partiam para cima com tudo o que tinham. Os canhões do quartel estavam ativados e Atten, pelo laboratório subterrâneo, atirava com imenso gosto, prazer e uma felicidade doentia. Mesmo assim, não conseguiam conter totalmente aquelas naves, que brotavam do nada. Luno estava ficando impaciente e vendo todos segurando os Anti-Espirais, disse a Leeron, pelo comunicador:

– Ei, Leeron, vou usar o Véu Espiral agora!

– Não, Luno! Não podemos usar agora pois falta energia para ele funcionar! Se usar agora, apenas vai queimar os sistemas e tudo vai ser em vão!

– Então quando que essa droga vai ficar pronta?! – Ele já começava a ficar bravo.

– É isso que eu estou tentando ver. Vá contendo as tropas. Eu e Leyte vamos cuidando disso.

Leeron estava sob muita pressão naquele instante. Tentava preparar os Véu Espiral o mais rápido possível. Leyte via pelas telas dos computadores como os números dos inimigos não diminuíam e resmungava, enquanto digitava no teclado:

– Droga, como Simon conseguiu dar um ataque surpresa assim em nos?! De onde todo o exército saiu...?

Solvie ouvia a conversa e explicava:

– Bem...pode parecer estranho, mas parece que todos esses inimigos saíram direto do meu anel.

Leeron parou por um instante. Ficou intrigado pelo que ouviu e falou com ela:

– “Anel”? Senhorita...Solverina, certo? O que você sabe sobre esse anel?

Solvie achou que não fazia relevância, mas como Leeron a perguntava isso no meio da guerra, viu que para ele devia ser importante e disse:

– Pra falar a verdade, fui casada com Simon, há uns 10 anos. Aquela era a minha aliança de noivado. Ele falou pra mim que era o anel de Nia, a ex-esposa dele. Quando tudo isso aconteceu, eu senti uns choques vindo do anel e aí ele começou a piscar cada vez mais rápido e intenso. Alguma coisa dentro de mim me fez correr daquele jeito e jogar o anel para longe. Quando joguei, aconteceu um clarão e do nada naves e mais naves de Anti-Espirais saiam dele...

Leeron, espantado, olhou para Leyte, que estava do mesmo jeito:

– Era o anel da Nia. O mesmo que usamos para nos transportar ao mundo dos Anti-Espirais. Conseguiu usar o recurso da Âncora Super Dimensional para vir aquí e ultrapassar todas as defesas. Se a Solverina não tivesse corrido daquela forma...

– Sim...Simon teria arrebatado todos nos aqui dentro de uma vez só. – Leyte falava enquanto se espantava pela sutileza do planejamento de Simon.

Solvie não estava entendendo nada que os dois estavam conversando. Leeron agradeceu e a alertou:

– Senhorita Solverina, muito obrigado pela informação que você nos forneceu. Agora, por favor, desça lá e fique com os outros. É arriscado ficar tão perto da superfície.

– Não. Eu vou ficar aquí. Vou ver meus dois filhos lutando!

Leyte virava e falava:

– Ficar aqui? Não é por nada não, mas é bem perigoso ficar onde estamos, além de bem pesado. O que te move tanto para ver seus filhos nessa destruíção?

– É saber que eles vão vencer Simon e salvar todos nos. Sabe...

Ela colocava as mãos no peito e terminava:

– ...É esperança.

Leyte, motivada, acendia o cigarro e voltava a trabalhar:

– “Esperança”, hein...ok. Fique a vontade pra se decidir.

Depois que isso foi dito, Luno abriu contato com o laboratório:

– Leeron, estamos ficando sem tempo! Faz logo essa porcaria funcionar!!

Ele também ficava bravo por tanta pressão:

– Eu e Leyte estamos fazendo o mais rápido possível! Só ajuda divina ou um milagre vai nos ajudar agora!

No que isso foi dito, um tiro de canhao super potente foi disparado, mas dessa vez ele veio de trás. Ninguém entendia da onde aquele tiro saiu, quando além da cortina de naves, viam inúmeros Gurren Laganns vindos do espaço. Era quase a mesma quantidade de gammens que a de naves Anti-Espirais. Quando se aproximavam, falavam pelo comunicador:

– Aquí estamos, Comandante Viral! Toda a tropa Espiral de todas as outras galáxias viemos de ajudar!

Viral sorria, mas falava com uma mistura de raiva com bom-humor:

– Vocês estão atrasados, seu imbecis! Eu falei para chegarem ontem! ONTEM!! Vocês vão ver o que eu faço com vocês depois de vencermos essa luta. Vão ter mais medo de mim do que de Simon!!

Riam e partiam para a luta. O próprio Simon, que ouvia aquilo tudo de longe, não deixou de achar o comentário engraçado, mesmo em um momento de preocupação como aquele. As forças de ambos os lados estavam agora igualadas. Ainda não era uma luta fácil, mas vendo a quantidade de pessoas reunidas lá, Leeron disse para Luno:

– É agora! Temos energia armazenada suficiente para mover o Véu Espiral! Entre na cápsula do meio da torre, rápido!!

A capsula se abria e Luno corria para entrar. Quando estava chegando perto, ele ouviu:

– Hoje não, garoto!

Simon veio e com um poderoso ataque, perfurou a torre do Véu Espiral. Ninguém estava acreditando naquílo. Destruiu as maiores chances de vitória em um instante. Luno ficava parado, dizendo, chocado com tudo aquilo:

– Não...não...não, não, NÃO, NÃO, NÃOOO!!!!

Simon olhava para ele e o desmoralizava:

– Pelo visto, essa era a sua carta na manga. Uma pena que é tão frágil. Se tivesse ativado isso, minha desvantagem seria perturbadora. A ultima esperança dos seres Espirais se foi em um piscar de olhos.

Luno estava sentindo cada palavra de Simon pesar em suas costas. Não via mais maneiras de vencer Simon. Enquanto ficava em outro mundo, Lily ia para cima de Simon e lutava contra ele:

– Isso NÃO é verdade!

Simon se impressionou vendo que era Lily e não Viral quem estava pilotando com Luno. A garota em tão pouco tempo conseguia lutar como uma profissional no Gurren Lagann. Ela atacava Simon, que não estava achando muito fácil conter aqueles golpes:

– Isso não era nossa ultima esperança! Destruir isso não vai nos fazer desistir de maneira alguma!!

Simon se intrigava por aquilo e questionava:

– Aquílo era a sua ultima chance de me deter! Sem isso, vocês não são nada! Me diga uma coisa, o que pretendem fazer agora? Se essa não era a sua ultima esperança, então o que é a esperança para vocês?! – Estava incomodado pela filha o pressionar daquele jeito.

Paravam de atacar, apenas empurrando o golpe um do outro, enquanto falavam:

– A nossa esperança é aquele que se atreveu a te desafiar! A nossa esperança...

Puxava ar e concentrava todas as suas forças naquilo:

– ...É O MEU IRMÃO, LUNO!!!

Empurrava Simon para longe, e voltava a atacá-lo. Luno ouviu aquílo e ficava motivado, vendo a irmã lutar daquele jeito. Estava ficando cansada e começava a levar golpes de Simon. Quando ela, com a guarda baixa, ia levar um ataque fatal e certeiro dele, Luno interviu o aparou:

– Não subestime...A ESPERANÇA DA HUMANIDADE!!!

Voltava no seu ritmo de antes, agora mais feroz do que nunca. Simon estava começando a sentir os impactos e dores que aquela luta estava lhe causando. Rapidamente, ele se esquivou do ataque e desferiu um soco no queixo do Gurren Lagann, quase arrancando o Lagann para fora do resto. Depois disso, ele voltava para longe e dizia:

– Se você é tão habilidoso assim, “Esperança da Humanidade”, então me mostre o que você pode fazer nessa situação!

Luno se sentia desafiado. Ele olhava ao seu redor e via que as naves lentamente se aproximavam. Tinha que pensar em algo rápido. Muito rápido. Ele não deixava de olhar para a torre destruída. Em umas das vezes que olhou, uma luz veio á sua mente. Queria confirmar:

– Leeron, me dê um resumo de como funciona o Véu Espiral!

– Hã? Pra que você quer que eu explique uma coisa dessas agora que ela está destruída?

– Não tenho tempo de explicar. Anda logo e me diz!

Leeron vu como Luno se tornava cada vez mais parecido com Viral naquele instante. Não teve escolha se não responder:

– O Véu Espiral funciona com Energia Espiral. Através de um condutor, a energia é transmitida para uma antena, que quando ativada começa a gerar um campo de...

Luno o interrompeu no meio e perguntou:

– Então se a energia for dada direto da antena, ela vai funcionar?

– Sim, ela vai funcionar. – Não estava muito feliz com aquela interrupção.

Luno concordou e foi direto para a antena do Véu Espiral. Ali, ele arrancou a antena com força bruta e a segurou nas duas mãos do Gurren Lagann, falando:

– Se eu conseguir colocar minha Energia Espiral aqui, então serei capaz de mover o Véu Espiral!

Leeron e Leyte estavam espantados:

– Luno, você ficou louco?! É muita energia que é precisa para mover o Véu Espiral na proporção que nos queremos!

– Leyte não está mentindo. É uma quantidade ridiculamente absurda de energia que precisamos!

– EU PRECISO TENTAR!! – Luno gritava para responder.

Os dois no laboratório paravam com aquela resposta. O garoto estava mesmo disposto a arriscar tudo naquilo. Ele ficou em pé na torre, se concentrou e respirou fundo:

– Ok...você consegue...é agora ou nunca!

Ele concentrava toda a sua energia naquela antena. Ia gradualmente colocando mais e mais energia:

– Haaaaaa......HAAAAAAAAAAAA!!!!

Começava a colocar quantidades imensas de energia naquela antena. Gritava cada vez mais alto, mas dessa vez, não de força, mas de dor. Era tanta energia sendo despejada de uma vez só que aquilo começava a afetar o seu corpo. Começava a ter espasmos aleatórios. A energia começava a feri-lo, abrindo buracos em seu corpo, de onde sangue saía. Ele urrava de dor, mas mesmo assim não parava. Lily ouvia aquilo tudo e não suportou:

– Maninho, eu vou te ajudar também com isso!!

Luno dificilmente ouvia o que a irmã falava, mas respondia, com o resto das forças que podia:

– N-não f-faça isso, L-Lily...GAHH!!! – Seu corpo começava a se contorcer com aquela dor.

– Eu vou te ajudar! Se for para morrer, eu morro com você! Eu já te falei isso e não vou voltar atrás!!

Ela se concentrava também e parte da energia que ele liberava era transmitida para o corpo dela. Não demorou muito para ela começar a sentir insuportáveis dores e os ferimentos começarem a aparecer também. Simon viu o que estavam tentando fazer e rapidamente tentou impedir:

– Eu não vou deixar!!!

Viral percebeu o que ele estava prestes a fazer e o impediu antes disso. Parou a broca no braço do gammen de Simon e o chamava para o desafio:

– Só vai tocar nesses dois quanto eu estiver em pedaços!

Simon sorria e aceitava aquilo. Estava adorando ver Viral com todo essa vontade de lutar dentro dele:

– Se você é meu outro desafio, pode vir!!

Começavam a lutar, mas dessa vez longe dali. Luno estava feliz por Viral tê-los ajudado, mas mesmo assim, não podia perder a concentração. Um passo em falso e poderia acabar se tornando um bomba e destruindo o planeta, como Leeron havia avisado na reunião. Em um momento, um pequeno pedaço de seu braço havia tido uma concentração de Energia Espiral que fez uma minúscula explosão dentro de seu corpo, mas que abriu uma dolorosa ferida. Ele gritou com muitíssima dor e caiu. Luno não conseguia mais colocar energia na antena, e parou, muito debilitado e ferido, quase inconsciente:

– E-Eu não consigo mais...n-não posso mais continuar...! – Ele tossia, se engasgando com o próprio sangue.

Lily continuava mandando energia para a antena, com muito esforço, mas sem parar por um instante. Ela viu como o irmão estava mal e tentou o incentivar:

– N-NÃO PARE...AGORA...! V-você disse que iria...vencer Simon...que você s-seria...a Esperança d-da...humanidade...

Ele ouvia a irmã falando aquilo e ficava assustado vendo que agora ela estava fazendo o que ele havia parado de fazer. Era o dobro de pressão que ela estava sentindo agora. Tentava ao máximo querer ficar ouvindo ela falar, mas era muito difícil, quando ela falou:

– E-Eu confio em você...então s-se você confia em m-mim...C-COMECE A CONFIAR EM SI MESMO!!!

Ele estava a ponto de desmaiar, quando arregalou os olhos e despertou os sentidos. Viu que mesmo ele estando machucado, a irmã nunca desistiu e obviamente nunca iria desistir. Ele se levantava, colocava as mãos novamente nos controles e dizia a si mesmo:

– Eu sempre estou a ponto de desistir, m-mas eu nunca desisto...por causa de todos. São todos que me movem. Não sou eu fazendo essas coisas sozinho...somos todos nos fazendo isso com um só. Somos a humanidade. Somos os seres Espirais...

Ele se concentrava novamente e soltava a energia de uma vez só:

– ...QUEM DIABOS VOCÊ PENSA QUE SOMOS?! NOS SOMOS A GRANDE BRIGADA GURREN!!!

Nesse momento, a Energia Espiral que foi liberada era imensa. De uma vez só, conseguiu carregar a antena com energia suficiente para gerar o Véu Espiral. De lá, saiu uma aura brilhante, que se estendeu por todo o campo de batalha. Aumentava cada vez mais e em um dado momento, ela chegou a cobrir a Cidade Kamina inteira. As naves Anti-Espirais que eram tocadas por essa aura simplesmente pulverizavam e sumiam em poucos instantes. Todas aquelas naves que estavam cobrindo o céu haviam desaparecido. Os que estavam lá lutando foram ofuscados pela luz. Viral, que estava lutando com Simon, depois que voltou a enxergar, viu que Simon havia desaparecido. Em poucos instantes, o céu que estava negro e encoberto havia voltado a ter o seu esplendor. O sol brilhava ainda mais que o normal e sentiam como se fosse o canto de vitória. Os soldados e as pessoas no laboratório achavam que só poderia ser um sonho e quando perceberam que não era, gritaram com toda a sua força e felicidade. Comemoravam sua vitória. O planeta inteiro estremecia com aquela intensa vibração. Viral ainda não acreditava que todos os inimigos haviam sumido. Leeron e Leyte discutiam o que Luno e Lily tinham acabado de fazer:

– Os garotos...com a própria energia deles...fizeram mais do que o Véu Espiral foi programado para fazer. Era pra fazer apenas um escudo que protegesse a atmosfera, mas eles conseguiram fazer uma proteção volumétrica...como uma bolha cheia de água... – Leeron arregalava os olhos analisando aquilo.

– Sim...é tanto poder que chega até a ser assustador... – Leyte tentava relaxar um pouco.

Solvie chegou mais perto e falou para os dois, enquanto olhava para o Gurren Lagann encima da torre na tela do computador:

– Eles são capazes. Sempre foram. São os meus filhos...os filhos de Simon. – Via com muito orgulho o feito que ambos conseguiram fazer.

Luno caía em seu assento. Amolecia seu corpo inteiro por não ter mais forças para aguentar fazer um mínimo esforço. Ele ouvia os gritos de todos pelo comunicador. Mal conseguia entender tudo o que estavam falando, mas sabia que haviam vencido. Ele respirava com muita dificuldade e ainda estava com uma dor insuportável, mas estava feliz. Ele começava a falar com Lily:

– Ganhamos, Lily. Nós conseguimos. Vencemos...a guerra.

Ela não falava nada. Ele tentava a chamar novamente para dar as boas notícias:

– Lily, ta conseguindo me ouvir?

Nenhuma resposta. Ele ficava preocupado:

– ...Lily...?

Ele viu que ela havia recebido a mensagem, mas não falava nada. Ele estava pensando no pior e de qualquer maneira quis ver ela. Ele abriu o compartimento do Lagann e usou o máximo de suas forças para se levantar. O ferimento em seu braço era grave e seu corpo não tinha nenhuma condição de andar. Ele se debruçava para sair e caiu no piso da torre quando o fez. A dor foi insuportavel e o fez urrar. Mesmo assim, ele não desistia de tentar ir na parte de baixo do Gurren Lagann. Quando chegou lá, usou todas as suas forças para abrir com as mãos o compartimento. Forçou os músculos feridos ao máximo para abrir. Ele o fez, e quando viu o que estava dentro, ficou amedrontado. Lily estava desmaiada, com buracos em seu abdômen, com o corpo inteiro regado pelo próprio sangue. Luno entrava lá dentro e tentava acordá-la:

– Lily! Lily, acorda! Pelo amor de Deus, Lily! ACORDA!! – Chegava a sacudí-la.

Ela moveu um pouco a cabeça e as pálpebras e muito lentamente abria os olhos. Estava um tanto desorientada e fraca até mesmo para ver. Olhou para frente e viu Luno, com seu rosto cheio de medo de acontecer algo. Não entendia o que ele estava fazendo ali:

– O que...aconteceu...?

Luno imediatamente ficou feliz e abraçou ela, dizendo e soltando algumas lágrimas:

– Vencemos a luta, Lily. A vitória é nossa!

Ela ouvia o que o irmão falava e conseguia ficar tranquila:

– Eu disse...pra não parar. Nos conseguimos...não conseguimos?

– É...você estava certa...

Em um momento em que estavam abraçados, Lily grunhiu alto e Luno rapidamente se afastou. Ela sentiu um choque dentro dela mesma e vomitou uma quantidade enorme de sangue. Se contorcia de dor com aquílo. Luno ficava espantado com aquilo. Ele entendeu que ela havia se esforçado demais e o corpo frágil dela não suportava toda aquela pressão. Ele tentava falar para ela:

– Lily, para de se esforçar! Você ta muito machucada! Vamos levar você pra ser tratada e...!

Ela colocava a mão no rosto dele e aproximava-se com o seu e lhe dava um suave e curto beijo:

– Isso é tudo que eu preciso pra ficar bem...obrigada por ficar aqui comigo, maninho.

– Mas Lily, você ta muito ferida!

– Isso não é nada. Eu não vou morrer por uma coisa dessas. Não enquanto você não for comigo. Eu só preciso...descansar... – Ela encostava e fechava os olhos.

Luno a deixou lá. Percebeu que estava ficando que nem ele em alguns aspectos e vice-versa. Ele, que estava um pouco melhor e mais recuperado, subiu no Lagann e ia voltar para o quartel, quando olhou para cima. O Sol ofuscava sua visão, mas de lá, ele via mais do que apenas luz. Havia um ponto parado alí. Ele não sabia o que era, quando de repente ouviu a voz de Simon:

– Devo dizer, vocês realmente superaram minhas expectativas. Podem ter vencido meu exército, mas eu ainda estou de pé!

Todos pararam a comemoração e olharam para o Sol. Conseguiam ver Simon flutuando ali. Não queriam crer que ele ainda estava vivo. Lily havia acordado de seu descanso. Viral rangia os dentes, batendo nos controles de seu gammen e gritando de raiva. Luno estava espantado em todas as partes de seu espírito. Via Simon lá, mas ele estava diferente. A sede e determinação dele estavam ainda maiores. De lá de cima, aconteceu algo com o Gurren Lagann negro dele. A Energia Espiral no ambiente se acumulava na metade dele, como se estivesse sendo atraída. A energia tirou aquele negro do seu gammen. E o fez ficar como o Gurren Lagann, porém cheio de cortes, arranhões e cicatrizes, além do símbolo da Brigada Gurren estar invertido e incolor. Metade do Gurren Lagann estava negra e a outra metade estava normal e cheia de cicatrizes. Simon abriu os olhos. Um de seus olhos estava vermelho e com um medonho redemoinho que mais parecia o caule espinhoso de rosas negras. O outro olho estava verde claro, com um espiral percorrendo ele inteiro, exatamente como o olho vermelhos mas não era assustador. Tinha a determinação de querer vencer, de querer ser vitorioso, sendo esse olhar quase inspirador. Ele colocava um óculos, em forma de estrela, que mais parecia uma mascara. De um lado ele era vermelho escarlate, do outro era roxo escuro. Os olhos dele brilhavam através dos óculos, revelando todo aquele poder dentro dele. A Energia Anti-Espiral e a Energia Espiral fluíam em cada uma de suas respectivas metades com uma força tremenda. Ele olhava para todos e gritava:

– O jogo acabou! O VERDADEIRO DESAFIO COMEÇA AGORA!!!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Luta árdua e uma vitória, mas o verdadeiro desafio ainda está de pé.
O capítulo 17 está em produção e em bem pouco tempo estará completo para vocês lerem!
Avaliem ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tengen Toppa Gurren Lagann - Renascimento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.