O Som da Alma escrita por Marina Evans


Capítulo 1
O adeus mudo


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá, postei algo pequeno porque quero saber se devo ou não continuar, por isso preciso que vocês comentem, certo? A história não será comprida, ao menos na minha cabeça. Tão logo eu puder e se tiver comentários, posto o próximo capítulo. Porque sejamos honestos, escrever sem saber se alguém lê ou sem comentários é desanimador.
Beijos, personas! Comentem! u.u



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Era uma noite de verão agradável. O céu estava estrelado e aquele calor insuportável oriundo do verão costumava dar uma pausa, deixando que a brisa suave da noite balançasse as árvores, fazendo algumas folhas se desprenderem e vagarem pelo ar noturno.

Dentro de um pub badalado, entretanto, nada se ouvia ou via a não ser o que aquelas paredes proporcionavam. As melodias agressivas de rock quebravam o silêncio, os corpos animados pulavam e se agitavam ao som de covers de bandas famosas, as pessoas riam, berravam e se conheciam entre sons, cheiros e suor. A estrutura de madeira dividia o local em dois andares, sendo o segundo voltado para quem estava ali apenas para sentar-se em uma das várias mesinhas de madeira para rir, conversar e tomar alguma coisa, enquanto o primeiro era destinado aos shows de rock ao vivo, com guitarras agressivas, baterias barulhentas e vocais roucos e gulturais. Na pista de dança, ninguém ficava parado.

E aquela tinha sido mais uma bela noite para o vocalista da mais badalada banda até então, os Stones, a última e mais aguardada atração da noite. Talvez pelo baterista musculoso e carismático, ou mesmo os guitarristas, gêmeos e ruivos, ou o baixista, um rapaz um tanto charmoso de olhos de cor-de-mel, eles eram bem aguardados, embora os gritos e assovios tivessem aumentado consideravelmente quando o último dos membros entrou no palco e também quando desceu, dando fim ao show: Com um par de olhos azuis hipnotizantes, o rapaz de cabelos pretos feito breu desceu do palco após a última canção, risonho. Ele era Gabriel Jones e definitivamente fazia jus aos berros femininos. O tecido da camisa xadrex vermelha estava levemente úmido se colava ao tronco tonificado, tinha sido um show muito animado aquele, e chegar até a mesa onde estava anteriormente deu trabalho. O burburinho de vozes e pessoas o parabezinando pela ascensão musical era de uma energia que o fez agradecer atenciosamente a todos os conhecidos, não-conhecidos, e fãs que ele francamente se surpreendia em ter. O mesmo processo foi repetido com todos os membros até que eles estivessem esticados sobre os sofás do camarim que havia atrás do palco, felizes.

Os Stones era apenas um projeto de escola, no começo. Ele, Joey - o baterista -, Sammuel e Matthew Heargraves - os guitarristas -, e Thiago Black - o baixista, eram apenas colegas de escola quando começaram a tocar. Era por pura diversão, e também para atrair garotas, embora essa definitivamente não fosse a questão atualmente. E agora... Agora estavam ali, como os mais conhecidos na cidade e recebendo convite de gravadoras para gravarem um CD. Era um sonho virando realidade.

- Gabe?

A voz feminina fez com que Gabriel Jones voltasse a realidade. De repente ele estava de volta ao balcão do barzinho, tomando cerveja e pensando sobre os últimos acontecimentos quando a madrugada já rolava solta. Em um dos poucos momentos que conseguira ficar sozinho, estava tentando absorver o peso dos últimos acontecimentos, que lhe eram tão promissores. Uma nova vida parecia estar por vir. Os orbes num tom de azul-anil se voltaram para a mulher ao lado dele, uma loira cujos olhos acinzentados eram familiares ao moreno.

- Hey Andy. - O vocalista abriu um charmoso sorriso, expondo a dentição perfeitamente regular e branca. Os fios do cabelo escuro caiam levemente sobre a testa do rapaz, fazendo um contraste muito bonito com a pele alva e a barba rala, que ele propositalmente deixava por fazer.

Andy não sorriu e Gabe achou estranho. Atipicamente, a garota apenas passou a mão pelos cabelos loiros que tinham um estiloso corte de chanel de bico, e o encarou, comprimindo os lábios pintados por um rosa bebê.
Aquilo fez o moreno endireitar a postura.

- Está tudo bem? - Questionou, deixando a garrafa long neck de cerveja sob o balcão de mogno, o rosto de traços simétricos se modificando. Uma ruguinha surgiu entre os orbes claros dele.

- Gabe, precisamos conversar. - Andy foi direta. Nem mesmo a beleza deslumbrante dela, constituída por um corpo cheios de curvas e um bronzeado que fazia ela parecer uma atriz de Hollywood, foi capaz de distrair Gabriel.

Gabriel Jones assentiu, maneando a cabeça. Pagou a cerveja e, a passos largos, deixou a multidão de risos, vozes, suor e ânimo para trás quando deixou o pub com Andy, aquela noite.

Ele não sabia, mas tinha sido um adeus mudo.


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