Falando de Flores escrita por Arabella


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho coisas muito importantes para dizer:
SIM, EU PROVAVELMENTE FODI COM TODA A HISTÓRIA, OBRIGADA.
Galera, se vocês perceberam (se não perceberam ceis são uns anta) esse agora é o caputulo 9, e era pra ser algo tipo 14.
A capa mudou, gostaram?
A sinopse mudou, gostaram?
O nome de um personagem mudou, gostaram?
Os capítulos agora tyão beeeem maiores, o que acham disso? Eu parei pra contar quanta páginas tem capítulos de livros normais que leio e dão media de 10, e é o que estou fazendo. Por isso vai ddemorar mais pra eles ficarem prontos. Não, não tem mais titulo porque sei que eles estavam uma bagaça.
O que aconteceu é o seguinte, uma amiga descobriu FdF e espalhou pro céu e pra Terra, UMA PROFESSORA me usou e usou a história como exemplo em um trabalho. E eu fiquei desesperada achando mil e um erros ortograficos e de concordancia nessa pamonha e achando ela infantil demais, eu fui reler ela e vi que minha escrita mudou muito desde que comecei a escrever FdF. Resolvi mudar algumas coisasinhas.
Mas foram coisa como frases, pontos, nada de grande importância que afete a história. Mudei o nome da Nina/Bárbara porque na primeira versão da historia (quando ela tinha outro nome e era horrivel mesmo) o nome dela era esse.
A verdade é que sempre olhei pra isso como um livro, não um fic, um livro que nunca irá para o papel, claro, but...
Sei que fiquei bastante tempo sem postar mas usei esse tempo pra reescrever e bolar o resto da história que estava toda confusa na minha cabeça.
O que me deixou mal foi: NINGUÉM SENTIU MINHA FALTA.
Então eu penso, se eu parar de postar, vai mudar alguma coisa?
Não tenho mais dias certos pra postagem, mas com certeza não vou passar mais de uma semana sem postar. Estou com muitos bloqueios e não sei quando o próximo capítulo vai ficar pronto, só postei esse porque SIM, SOCIEDADE, FUI NO SHOW DA DEMI e isso me deixou muito feliz.
Para fãs queridas team Daniel (como a linda, fofa, meiga, amor meu Isabella), NÃO BRIGUEM COMIGO.
PS: MUUUITO IMPORTANTE! Eu tô voltando a escrever a primeira fic que eu postei aqui, sobre duas irmãs descendentes de valkirias. Provavelmente vou repostá-la, no próximo capítulo dou mais detalhes, to enrolando vocês.



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*LEIA AS NOTAS INICIAS*

Como se nunca tivéssemos tido uma chance

Você tem que me fazer sentir como se

Não restasse nada de mim?

Demi Lovato (Skyscraper)

“Respira, é só uma lembrança.” Eu ouvia a voz doce do meu pai sussurrando em meu ouvido enquanto ele me embalava em seus braços. “Foi só um pesadelo, princesa, só um pesadelo.”

Senti um vontade enorme de gritar, berrar, quebrar alguma coisa... vontade de chorar. “Eu sempre vou estar aqui, você só precisa abrir os olhos e o medo vai embora. E, quando fizer isso, vou estar do seu lado”.

Abri meus olhos marejados. Olhei para os lado a procura daquele rosto que sempre foi sinal de segurança. “Enquanto tivermos um ao outros, ninguém nunca vai sofrer.” Entretanto, você não está aqui, pensei.

Senti um puxão no braço, no mesmo lugar que antes. O ar fugiu de meus pulmões, esqueci como se respirava e tive a impressão que poderia desmaiar. A pessoa que queria chamar minha atenção mal sabia da dor que aquilo me provocava. Não agüentei. Gritei. Libertei meu braço direito bruscamente e me levantei, tendo todos os olhos virados para mim. Agarrei minha mochila e corri.

O lugar estava cheio, muito cheio. Parei no meio das pessoas procurando o banheiro. Me senti uma barata tonta. Bad girls don’t cry. Acontece que o motivo que me fez ser uma ‘garota má’ e o que me faz querer chorar, são exatamente o mesmo.

Meus olhos corriam de um lado pra o outro até encontrar uma placa onde lia-se “Madames”. Corri, quase derrubando uma garçonete. O banheiro era grande e mais escuro do que o lado de fora. Estava praticamente vazio, só com duas garotas retocando a maquiagem.

Empurrei a primeira cabine e a tranquei com força. Joguei minha mochila no chão e me sentei ao lado dela. Respirei com dificuldade diversas vezes e me rendi. As lágrimas já começaram violentas. Grosseiras. Em questão de segundos meu rosto estava todo molhado. Eu soluçava alto e sequer liguei se as meninas conseguiam ouvir lá de fora.

Então eu me permiti. Me permiti chorar tudo que vim segurando e escondendo debaixo das respostas má educadas e dos meus atos atuais. Me deixei levar pelas ondas que escorriam em meu rosto. Lembrei-me que depois daquela noite, meu pai me fez jurar que nunca mais choraria por aquilo, mas eu sabia que aquele acontecimento já tinha arrancado todas as minhas lágrimas. Eu pensava que todo ser humano tinha uma quantia limitada de lágrimas e que, a cada vez que elas precisavam ser gastadas, iam diminuindo. Naquela noite, descobri que elas são como o a energia, nunca somem, nunca acabam. Está sempre mudando, voltando, de modos, formas e por razões diferentes.

Acima de tudo, me permite sentir. Tirei meu casaco fino com tremenda delicadeza, revelando meu braço banco, quase transparente. Eu sempre fui tão branca como papel, mas nesses últimos dois meses, tinha a impressão de estar ficando mais pálida do que nunca. Engoli em seco e subi o olhar para um ponto bem entre o início do braço e o cotovelo. Não agüentei ficar olhando por muito tempo. Cada vez que eu olhava parecia pior. Mesmo com os médicos mandando cuidar disso e tudo mais, era quase impossível olhar o único resultado daquela festa de merda que me atingiu. Na primeira semana, toda vez que eu deixava meu braço a mostra, além da vontade insuportável de vomitar, era como ter um lembrete de tudo que aconteceu. E era isso que essa marca é, um mancha que esteve no meu passado, não me deixando o esquecê-lo no presente e que vai estar em mim no futuro. Deixando claro de tudo que fiz, comigo e com as pessoas que gostavam de mim.

Não sei quanto tempo fiquei ali, sei que balancei a cabeça, cansada das lágrimas e que gritei. Não um grito de dor, mais para um de frustração. Como posso ser tão inconseqüente? Eram poucas as ocasiões que eu tinha essa chance. E eram em todas que eu queria gritar. Só parei quando ouvi a porta do banheiro ser aberta.

Já esperei tempo demais. Não vou ficar aqui fora aguardando de braços cruzados. – ouvi minha prima rugir.

Me encolhi em um dos cantos do reservado.

Nesse estado você só vai piorar. A Aninha deve estar querendo espaço! – Felipe disse, calmo e doce, tentando acalmar minha prima.

Espaço? – ela devolveu – Felipe, espaço é o que eu estou dando pra ela tem anos. Ela não fala mais comigo como antes, ela não age como a minha melhor amiga, não se abre. Se você não foi capaz de perceber...

Se eu não fui capaz de perceber o que? – a voz do garoto agora possuía um tom mais sério. – Que a Aninha, aquela menina alegre e divertida por quem eu era louco, mudou? Que cada vez que ela vinha aqui, parecia mais infeliz e machucada? – ele prosseguiu, sem pausar Acha que quando ela chegou aqui, mais pálida e aterrorizada do que nunca eu só fiquei feliz? E se você se preocupasse menos com a proximidade dela com o Daniel, também notaria como ela nunca deixa os braços e pulsos a mostra.

Meus olhos se arregalaram com o pensamento. Será que ele...

Está insinuando que ela... que ela está... – a voz de Olívia falhou.

– Eu. Não. Estou. Me. Cortando. – me pronunciei, socando a porta a cada intervalo.

– Ana? – os dois perguntaram juntos.

– Eu posso saber que raios o Felipe está fazendo no banheiro feminino? – perguntei, com a voz fanhosa.

– Ana, a gente tá preocupado. Você saiu correndo do nada, procuramos você lá fora, na cozinha, em tudo. – Olívia disse. – Será que dá pra deixar o sarcasmo pra depois?

– Abre a porta, pequena. Só queremos te ajudar. – o garoto falou, com o tom delicado de sempre, que costumava me acalmar.

– Primeiro: vocês não podem me ajudar. E você não acabou de dizer que faz muito tempo que eu deixei de ser sua pequena?

Ouvi Felipe se ajoelhando na frente da porta, não tenho certeza, mas acho que ele encostou a testa na porta da minha cabine.

– Nós só não sabemos o que fazer. Por favor, Aninha, nem sua prima te reconhece mais. Se não quer se ajudar, faz isso por ela.

Sequei minha última lágrima e vesti meu casaco novamente. Estiquei a mão, sem me levantar, e destranquei a fechadura. Abracei minhas pernas com força quando o garoto soltou um suspiro carregado de alívio e minha prima se atirou ao meu lado.

– Se quiser conferir, não tenho nenhum instrumento afiado que consiga fazer cortes. – soltei.

Levantei a cabeça e vi os dois me fitarem com incredualidade. Não, eu não preciso disso. Não preciso da pena de ninguém, da compreensão de ninguém. Vi minha prima abrir a boca e levantei rapidamente a mão.

– Eu não vou dizer nada. Vocês vieram aqui á toa. Eu estou perfeitamente bem.

– Se estivesse perfeitamente bem, não teria saído correndo naquela jeito. – Liv disse, me apertando, como para conferir que eu estava mesmo ali. – Por que você saiu correndo?

Fiquei em silêncio, como sempre fazia quando ela me perguntava algo que atingisse, mesmo indiretamente, aquilo que resolvi omitir dela.

– Por que você nunca me responde? – ela me soltou, se jogando contra a parede oposta. – Você anda tão distante, Ana Valentina. Não me conta mais nada. Toda vez que a gente se aproxima, você constrói um muro maior. – em circunstâncias normais, eu teria reclamado por ela usar meu nome inteiro, mas estava sem fala. Eu sabia que era verdade. Era exatamente isso que eu vinha fazendo.

– Por que você se recusa a acreditar? Eu sempre machuco quem está ao meu redor. Todos que se aproximam sofrem, não é só questão de eu decepcioná-los, eu realmente...

Nunca fui tão grata de ser interrompida por uma ligação. Seria cômico se não fosse trágico, mas “Baby Finn” começou a sair de meu celular. Era o toque que a Júlia tinha botado para quando ela ligasse. Os olhos dos dois seres ao meu redor se arregalaram de surpresa, ou por não acreditarem que aquilo estava mesmo acontecendo.

Desde que cheguei, falei com meus amigos apenas três vezes, ambas corridas. Eu sabia que devia atender, e mesmo que não fosse tão necessário, atenderia só para dar o assunto como encerrado.

– É a Júlia. – falei, me levantando. – Vou atender.

– Ah, quer dizer que pra Júlia você está presente 24 horas e disposta a falar de qualquer coisa. – minha prima disse com ironia, mas pude perceber que sua voz estava chorosa.

– Olívia, chega. – Felipe cortou, me lembrando que estava ali.

– O Matt fez exames semana passada, fiz a Júlia prometer que me ligaria quando eles saíssem. – expliquei, indiferente, saindo do banheiro.

Quando percebi que eles não me seguiam, fui em direção a saída do restaurante. Respirei fundo e atendi. – Alô, gênio da lâmpada? Queria pedir uma amiga embrulhada em papel de presente pra agora.

– Eu riria se já não tivesse percebido que quando você atende depois do segundo toque, é porque está preocupada com a voz te entregar.

– Ahn? Ju, eu...

– Nem vem, te dou cinco segundos, para me contar o que te deixou assim.

Por que eu era amiga da Júlia? Até hoje não sei. Sempre fomos tão diferente, passamos por tudo juntas, fazíamos tudo unidas. Acho que no fundo, era porque ela me lembrava a Olívia. A diferença era que a Júlia era sempre direta, franca, nunca escondia a curiosidade e sempre botava qualquer um na sua frente. Por essas e outras razões, eu sabia que nunca seria capaz de esconder nada dela.

– Você não me ligou para isso, será que dá pra falar logo o que o médico disse? – pedi.

– Ah, solta isso, Matt. NÃO, EU QUE LIGUEI, EU QUE VOU FALAR COM ELA. – minha amiga gritou, do outro lado da linha.

– Deixa de chatice, Julis, a Valentina não é só sua.

Ouvir a voz do meu amigo me esquentou. Lembrei que pra eles, eu era a Valentina Flores, não a frágil da Aninha que usa o sobrenome da mãe. Ele fora meu primeiro amigo em... bastante tempo. Ele que me apresentou a Júlia, ele que me fez me sentir em casa naquela cidadezinha. Ele foi a coisa mais próxima de um irmão que eu já tive, e também foi a pessoa que eu mais machuquei...

– Matt? – perguntei, animadamente.

– Grande Valentina, como você tá, criatura? – ele perguntou.

Então, pela segunda vez no dia, eu senti vontade de chorar, dessa vez de felicidade, ou de saudade. Dizem que nós só sentimos saudade de coisas boas, coisas que nos fazem bem. Sempre gostei desse sentimento, saudade. Ele me mostra que fiz alguma coisa certa na vida.

– Oh, Mateus, que saudade. Nem parece que passaram só cinco dias.

– Pois é, Flores, e daqui a um mês? Você vai estar com tanta saudade de mim que vem voando, certo?

– Eu seria capaz de fazer isso agora, seu bobo. – respondi, sorrindo. – Mas vamos logo, estou ansiosa pra saber dos resultados.

– Qual é, menina, tanta novidade pra contar e você sempre que saber das coisas mórbidas? – ele perguntou, fingindo estar ofendido.

– É por isso que essa relação funciona tão bem, você é a vida e eu sou a morte. Somos sol e lua, açúcar e sal, cara.

– E se eu quiser ser o sal? É melhor que açúcar – ele pediu e comecei a rir. Era tão bom rir. Ele sempre me causava isso e tinha certeza que ele falava qualquer coisa sem sentido para me fazer sorrir.

Ai, ai, ai. – ele gemeu. – Flores, a Júlia tá aqui, puxando minha orelha. Acho que se eu não quiser voltar pro hospital agora vou ter que passar pra ela. Se cuida, moça.

– Se cuida também, Matt. – me despedi, esperando a voz da minha amiga surgir.

– A fisioterapia começa na quarta. – ela falou.

– O quê? – perguntei.

– Você sabe, aquele trem que as pessoas costumam fazer pra recobrar os movime...

– EU SEI O QUE SIGNIFICA, CARAMBA, ISSO QUER DIZER QUE...

– ELE VAI CONSEGUIR. – gritamos ao mesmo tempo.

Não vou mentir, parecia que o peso do mundo saíra dos meus ombros e voltara para Atlas. Me sentei na beirada da calçada pois sabia que minhas pernas não agüentariam por muito tempo. Eu estava tão feliz que não conseguia fazer nada além de rir e gritar.

– A psicóloga disse que ele está sentimentalmente preparado, o médico já encaminhou pra um fisioterapeuta.

– Ai, meu coração. Júlia, diz que isso não é brincadeira.

– Você acha que eu brincaria com uma coisa dessas? Estamos esperando esses resultados há meses.

– Eu tô tão feliz... – comecei e, mais uma vez, não pude esconder as lágrimas.

Imaginei Matt e Júlia comemorando, sorrindo, conversando animadamente. Senti uma pontada no peito “Toda vez que a gente se aproxima, você constrói um muro maior.”

– Ju, eu... eu te ligo depois. Tenho uma coisa muito importante pra fazer.

– Se essa coisa tiver a ver com sua voz abalada mais cedo, detalhes, detalhes, detalhes. – ela falou e desligou.

Voltei para dentro do restaurante e vi meus ‘colegas’ se levantando. Minha prima estava bem a frente deles, com a cabeça baixa, parecendo desolada. Não pensei duas vezes, eu tinha que aproveitar os raros momentos que eu me deixava sentir tanto assim pra resolver as coisas. Depois eu me preocupava em sentir as conseqüências. Depois eu lidaria com eles..

– Olívia. – gritei, abraçando-a como um urso.

Naquele momento, me senti com 10 anos novamente, abraçando e mexendo nos cabelos da minha prima. Eu nem sempre escondi meus sentimentos, sabe? Na verdade eu costumava ser uma criança especialmente sorridente. Eu só descobri o mundo, como ele te trata, como ele trata as pessoas que você gosta e me dei conta que não queria sorrir pra isso.

– Ana, que raios você… – ela começou a perguntar, retribuindo o abraço.

– Me desculpe, Liv. – minha voz ameaçava falhar – Você tem toda razão, eu venho sendo um monstro sem sentimento de uns tempos pra cá. Sei que venho te ignorando e não fazendo ou falando tudo que você merece, é só que...

– É só que…? – a menina perguntou, se afastando. – Sempre tem um “Mas…”, não é mesmo? – ela perguntou, quase que irritada.

– É só que tem coisas que não devem ser contadas, Olívia.

– Você sempre me contou tudo, Ana, o que mudou tão de repente? – ela perguntou, agora com os olhos marejados.

– Me desculpe, sei que isso não é explicação nem nada, mas não sei por onde começar. Não sei em que ponto eu tomei a porcaria da iniciativa de nos afastar. Só peço que acredite que você não é responsável por nada. Eu só quero ter minha melhor amiga de novo. – pedi, quase supliquei, sorrindo.

– Tudo o que eu quero é isso, Aninha. Mas me promete que, a partir de agora – ela sorriu de volta – não vai me esconder mais nada, mesmo achando que eu não vou agüentar ou qualquer coisa assim? E que um dia, quando estiver preparada, vai me dizer o que aconteceu naquela festa?

Achei que meu rosto não agüentaria mais sorrir, minhas bochechas começaram a doer, mas era tão bom ter minha prima assim, minha melhor amiga, minha confidente, minha irmã.

– Dorme lá em casa hoje? Temos taaaanta coisa pra conversar. – sugeri.

– Eu ia te fazer a mesma proposta agora, projeto de pessoa. – ela falou e mostrei a língua.

– Ele vai voltar a andar, Liv. – minha boca disse sem eu me dar conta.

Eu já não sabia quem estava gritando mais alto, se era eu, ela, ou a Fernanda mandando a gente calar a boca.

– O que tá acontecendo? – Felipe perguntou, aparecendo com o resto de seus amigos.

Ah, Ana Valentina, deixa de ser boba, caralho.

Me virei e fiz a mesma coisa. O abracei como tinha abraçado minha prima. Um abraço forte, apertado, carinhoso e carregado de saudades. Diferente da reação assustada da minha prima, a do Felipe foi me levantar do chão e passar uma mão pelo meu cabelo comprido.

– Lip – seu apelido escorregou de meus lábios. –, me desculpe. Eu fui grossa e não pensei no que dizia mais cedo. – sussurrei, contra seu peito.

– Ei, se acalma. Você não tem noção de quanto senti falta desse abraço. – ele falou, segurando meu rosto com as mãos. – É seu abraço de fazer as pazes, você sempre me abraçava desse jeito quando brigávamos, lembra, Ana Banana? – ele me pronunciou meu antigo apelido.

Soltei um riso baixo, abafado pelo “Own” que minha prima e a Fernanda produziram. Me virei, mostrando meu dedo do meio pra ela, que só adiantou pra fazê-la se sentir mais satisfeita.

– Se vocês não se importam, estamos quase atrasados. – Maria Bárbara rugiu, passando reto por nós.

Felipe disse algo como “vejo você na escola” e correu atrás da sua – ewr – namorada.

Quando o resto do grupo começou a perguntar porque eu saí apressada da mesa, Liv se adiantou em responder por mim “O melhor amigo dela sofreu um acidente um tempo atrás e ficou na cadeira de rodas. Ele fez uns exames esses dias e ela estava ansiosa demais pro resultado e acabou se esquecendo que ele saia hoje, quando lembrou, ficou desesperada.” Isso pareceu ter convencido todos eles, menos Daniel que, antes de entrarmos na sala de inglês, me puxou pro canto e perguntou com o rosto colado no meu:

– Sei que não foi uma mentira, mas também sei que não foi a verdade toda. Não vai mesmo dizer o que te deixou tão abalada, loira?

Eu poderia estar sendo uma idiota de resolver me afastar de mais uma pessoa nessa vida, acontece que eu sabia que, para me manter próxima de uma pessoa, séria preciso cortar outra.

– Não tenho nada pra dizer á você. – respondi e me afastei sem olhá-lo.


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Notas finais do capítulo

LEIA AS NOTAS INICIAIS



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