Mudanças Dramione escrita por Artemis Stark


Capítulo 1
Capítulo Único




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MUDANÇAS

Hermione estava na cozinha. Abriu o lixo e jogou fora tudo que havia na travessa, raspando com força. Um feitiço resolveria o problema, mas ela precisava extravasar sua raiva. Jogou a travessa suja na pia. Engoliu de uma vez o conteúdo de sua taça de vinho. Jogou a taça contra a parede. EleDraco nunca aparecia. Sempre se atrasava. Que merda de vida era aquela?

Aquele era o aniversário de cinco anos de casado. Hermione havia preparado o jantar preferido dele. Procurava sempre fazer o que ele gostava de comer. Antes, era um passatempo que faziam juntos. Tudo mudara nos últimos meses. Então, Hermione tentava, pelo menos, agradá-lo com comida. Mas, Draco não aparecia para jantar. Quando chegava, comia calado. Ou chegava brigando com ela por coisas bobas. Coisas que ela tentava entender. Quando a gritaria cessava, a morena trancava-se no banheiro e chorava. Quando deitava na cama com os olhos inchados, ele já estava roncando.

Naquele dia, abriu outra garrafa de vinho. Ele chegou tarde. Muito tarde. Infelizmente, aquilo não era novidade.

- Já falei que você não precisa me esperar. – soltou as palavras de forma grosseira.

- Faz muito tempo que não espero por você, Draco. – Hermione rebateu, amuada.

- E o que está fazendo acordada?

- Apenas bebendo uma taça de vinho – ela respondeu encarando o vazio.

- Já disse que não quero você me cobrando! – Draco começou a gritar de repente - Preciso trabalhar para que possa apreciar esse vinho! – Hermione levantou-se e jogou a taça contra ele que se desviou – ESTÁ LOUCA? Que porra foi essa?

- Só estou cansada, Draco! E eu trabalho da mesma forma que você. Não preciso do seu dinheiro para pagar o que consumo nessa casa.

- Cansado estou eu disso tudo! Cansado de você” Odeio minha vida! – aquilo machucou Hermione. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Draco percebeu e mudou o tom de voz – Não quis dizer isso.

- Mas disse.

- Que merda, Hermione... – a voz dele amenizou. Passou a mão pelos fios loiros. Depois colocou e tirou a mão do bolso, de forma nervosa.

- Já deixou bem claro que vive na merda... Prometo que isso mudará. – ela tomou o caminho para o quarto, mas o corpo dele bloqueou o caminho.

- Espere...

- Não, Draco. Cansei de esperar e você vive dizendo que não devo te esperar, não é mesmo? – ela disse, sem mais segurar as lágrimas - Você só sabe chegar aqui e gritar. Chegar e dizer a merda que sua vida se tornou.

- Não é isso... Eu... – Draco olhava para ela. Sem saber o que dizer, mas com a mente fervilhando de palavras. De emoções.

- Não precisa explicar... Vou dormir. – e passou por ele, encerrando o assunto.

Draco tirou a gravata e jogou-a no sofá. Foi até a sala de jantar e encontrou a mesa arrumada, decorada com velas e algumas flores. Havia um cartão ao lado das velas.

Draco,

Acredito que estamos numa fase ruim que será superada. Afinal somos Draco e Hermione... Quantas coisas já superamos, não é mesmo?

Cinco anos de casados... Só posso dizer que amo você acima de tudo e de todos. Amo cada dia mais... Obrigada por ensinar-me o que é amar.

Porra. Ele havia esquecido. Foi até a cozinha e encontrou outra taça quebrada. Abriu o lixo e encontrou o jantar intocado. Lasanha. Seu prato preferido. Xingou a si mesmo. Apoiou-se na pia, respirando longa e pausadamente.

Subiu para o quarto. Ela estava deitada.

- Hermione? – sua resposta foi o silêncio. O loiro sabia que ela fingia dormir. Tocou no ombro dela – Hermione? Eu...

- Esquece... – Hermione o interrompeu. Não queria ouvir mais nada naquele instante.

Na semana seguinte, Draco sempre a encontrava dormindo. Ou melhor, fingindo que dormia. Encontrava uma garrafa de vinho vazia e ela na cama.

Ele girava na cadeira da presidência. Uma batida na porta. A secretária entrando.

- Senhor Malfoy, a reunião agendada para hoje a noite...

- Cancele.

- Mas, senhor...

- Cancele. Estou indo para casa.

- Senhor... – ele levantou-se, pegou o paletó e passou pela porta.

- Estou indo embora, senhorita Greene. Até amanhã.

Hermione abriu mais uma garrafa de vinho. O sol estava se pondo. Pendurou seu jaleco atrás da porta e tirou os sapatos. Sabia que era hora de fazer suas malas, uma última conversa e depois partir. Ela não merecia ficar naquela situação e...

Assustou-se com o barulho da porta. Quem seria? Foi até a sala com a varinha em punho.

Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar

Ela olhou e desacreditou que era Draco. Era cedo demais. Olhou esperando um xingamento, uma reclamação. Mas, não. Ele apenas...

Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar

E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar

Silenciosamente, Draco aproximou-se dela. Como deixara a distância imperar entre eles? Sua mulher era linda, sensual, inteligente...

Hermione ficou parada com sua taça de vinho na mão. Aquele olhar e aquele silêncio causaram certo incômodo. Nos últimos dois anos ele entrava gritando, xingando. Coisas eram quebradas, palavras eram como faca cortando sua pele. Tantas vezes pensara em ir embora. Só que ela fraquejara. Ainda amava demais aquele maldito sonserino.

- Vamos sair? – ele perguntou quebrando o silêncio.

E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar

- Sair? – Hermione perguntou com a voz trêmula.

- Sim... tem aquele restaurante próximo à praça que você gosta. Faz tempo que não vamos lá...

Ela sorriu. Subiu as escadas correndo...

E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar

Depois desceu. Uma mistura de alegria, ansiedade,... Ele já estava pronto. Hermione sorriu novamente e Draco sentiu seu coração mais leve...


Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar

E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar

Ao chegar ao local, Draco puxou-a. O restaurante que ficasse para mais tarde. Abraçou-a e beijou-a.


E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou

Não precisavam de música.

- Desculpe... – ele murmurou. As pessoas que caminhavam pelo local pararam para ver o jovem casal dançando ao som de música alguma.


E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais

Nas casas, as pessoas sorriam de outra forma. Quem estava pela praça andou mais rápido para encontrar seu parceiro. Quem estava acompanhado, juntou-se na dança de música silenciosa.


Que o mundo compreendeu...

Aparataram em casa após o jantar e amaram-se. Tendo Hermione deitada em seu peito, Draco sabia que era o homem mais sortudo do mundo.

E o dia amanheceu
Em paz


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Notas finais do capítulo

Música Valsinha, de Chico Buarque.



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