12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 122
Capítulo 122




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Dois dias depois Vitória sai do hospital. Em casa ainda precisa de repouso absoluto e por conta disso Paula acaba cancelando um show para cuidar da filha.

— Está tudo bem!? - a vê escorada no balcão.
— Sim! - sorri. Estou aguardando esfriar a sopinha da Vitória... Já arrumo suas malas.
— Não precisa! - se aproxima dela. Eu arrumo! - acaricia seu rosto. Os dias têm sido estressantes, né!?
— Muito! - respira fundo.
— Vai ficar tudo bem! - abraça-a.
— Eu sei! - sorri.

O refrigerador apita indicando que a sopa de Vitória chegou na temperatura que Paula colocou.

— Quer que eu dê a ela?
— Não, está tudo bem! - retira. Pegue a colher dela para mim aí em cima do balcão...
— Aqui! - entrega para ela.
— Obrigada! - vai saindo.
— Hei!? - a chama.
— Oi? - olha para ele.
— Eu te amo! - pisca para ela.
— Eu também! - ri. Besta! - vai até o quarto da filha.

Vitor senta-se para comer antes de pegar voo para mais um show corporativo durante a semana.

— Vitor...
— Oi Diva! - a vê entrando.
— Você viu o jardim?
— Não, por que?
— Eles querem saber se está bom daquela forma.
— Só Paula para ver isso, porque não sei como ela quer!
— Aff... Você não sabe nada! - sai da cozinha atrás de Paula.
— Ah pronto! - observa ela sair. Cada uma! - volta comer.
— Vitor! - se aproxima dele correndo.
— O que houve? - se assusta.
— Telefone para você! - entrega. É Maria!
— Me assustou! - pega. Oi filha! - sorri.
— Papai, tudo bem?
— Tudo sim, meu amor! E você?
— Bem também! Quero ver minha irmã...
— Eu sei! Já conversei com sua mãe e você vem na semana que vem, já para o aniversário dela.
— Tá bom... E minha outra irmãzinha?
— Outra irmãzinha? - ri.
— É! A que a tia Paula está grávida.
— E você acha que é uma menina?
— Acho!
— Sei! - ri. Como está indo na escola?
— Bem! Pai queria te pedir uma coisa...
— Pode pedir, filha...- presta atenção enquanto bebe seu café.
— Posso namorar?
— O que? - se assusta.
— É pai... Andar de mão dada com um amiguinho meu.
— Minha filha...- limpa o café que derrubou na mesa. Vocês não tem idade para namorar! Vocês são amiguinhos...
— Mas pai não tem idade para o amor!
— Maria! Essas coisas não são assim...
— Aff pai!
— Onde você está aprendendo isso Maria?
— Ué, ninhas amiguinhas fazem isso.
— Filha, você só vai fazer 5 anos... Suas amiguinhas não são você!
— Pai, minha mãe deixou eu andar de mãos dadas com ele!
— Tudo bem, você pode andar de mãos dadas. Mas isso não é namorar!
— E o que é namorar?
— O que, o que é!? - gagueja. Maria só vai aprender quando crescer.
— Hum... Mas vou namorar com ele um dia.
— Meu Deus! Um dia, um dia você pode namorar... Agora, não! Que assunto é esse Maria? De onde você está tirando isso? - sai da cozinha.
— Eita pai... Deixa de ser bobinho. - ri dele.
— Você é só uma criança...
— Sou uma mocinha...
— Tá filha, mas não pode namorar! Tudo bem?
— Vou andar de mãos dadas com ele...
— Não! Você não vai...
— Pai...
— Você não vai! Ele é seu amiguinho e não seu namorado.
— Mas você tinha dito que pode.
— Mas agora não pode mais! E não me desobedeça que eu descubro.
— Vou ler meu livrinho... Tchau! - desliga.
— Maria? Maria? - respira fundo. Era só o que me faltava!
— O que foi? - Paula se aproxima comendo o resto de sopa de Vitória. Credo! - olha a sopa. Senhor que coisa ruim! Me admiro sempre na cozinha...
— Paula, Maria me pediu para namorar!
— O que? - cai na risada.
— Paula não é motivo para rir!
— Aí Vitor... Ela é uma criança!
— Exatamente Paula! Não era para ela estar falando essas coisas. E o pior: Camila deixou.
— Deixou o que Vitor? Pelo amor de Deus! - vai para a cozinha.
— Deixou ela pegar na mão de amiguinho!
— Aí senhor! O que tem?
— Nem vou te responder!
— Vou ter que falar com Camila!
— Você não vai falar com ela, não...- o encara. Se fosse sobre algo relevante, tudo bem! Mas isso é você criando coisa para ir lá falar com ela. Vai começar com isso?
— Ela não pode dizer a Maria que ela pode sair por aí segurando a mão do amiguinho...
— Isso não é razão para você ter que ir até lá falar com ela!
— Isso sou eu quem decido!
— Não é não! Se você for falar com Camila por conta disso, você me esqueça. Estou te falando sério e você sabe que quando eu falo, eu cumpro! - sai nervosa.
— Hoje está tudo de pernas pro ar! Só pode. - vai atras dela. Paula?
— O que é? - entram no quarto.
— Não estou indo falar com Camila como pessoa, mas sim como mãe da Maria. É uma questão de educação da minha filha...
— Faça como quiser! - entra no banheiro e ele bufa de raiva, deitando na cama.

Ao sair ela segue para a brinquedoteca de Vitória e ele se levanta para arrumar as malas. Terminando vai até a filha.

— Oi...- entra. Do que você está brincando? - sorri.
— Ó papai...- mostra a boneca.
— Linda, não é? O papai amou. Coloca no carrinho para ela dormir...

Vitória brinca com a boneca como se fosse um bebê e eles se divertem. Vitor recebe um telefonema do Leo dizendo que embarcariam um pouco mais cedo e Paula está arrumando as roupas da filha.

— Preciso ir! - vai até Vitória. Fique bem, meu amor! - a beija. Eu te amo muito!
— Por que já vai?
— Leo disse que precisamos embarcar mais cedo.
— Você arrumou suas coisas?
— Arrumei! - se levanta. É só um dia! De madrugada já estou de volta...
— Durma na cidade! Não dirija na madrugada.
— De qualquer forma levarei a chave, não se preocupe! - vai até ela. Hei, papai já volta...- beija a barriga dela. Tchau! - olha para ela e vai saindo.
— Vitor...
— Hum?
— Não vai se despedir de mim...?
— Dei tchau!
— Vitor!
— Uai, Paula! Você briga comigo sem motivo e depois...
— Não briguei com você! É que... Caramba, para que você precisa ir lá falar com ela?
— Tchau Paula! - sai.
— Vitor! - vai atrás dele.
— Não vou brigar com você! - pega a mala e leva para fora.

Ela fica da porta o observando sair. Retorna para dentro chateada, seguindo em direção ao quarto da filha terminar o que estava fazendo.
Horas mais tarde ela acompanha que ele chegou a cidade do show pelos stories do Leo. Abre sua galeria de fotos e faz uma montagem com as imagens que tirou de Vitória brincando.

Quem aguenta!? ♥️
#Vitoriaesuafilha #rihorrores #colocaatéparadormir #taoamorosa #minhaflorzinha

A filha vem até si, pedindo para subir no colo.

— Vem! - a pega. Tudo bem? - sorri. Você quer o celular? - entrega rindo.
— Na foto, mamãe...
— Aqui...- coloca na câmera. Tire uma foto nossa...- sorri para a câmera e Vitória ri.
— Estão aqui! - entra, deixando a porta aberta.
— Vovó! - sorri para Dulce.
— Oi, meu amor! - a pega no colo. Paula, Vitor viajou?
— Foi fazer um show hoje... Volta amanhã já.
— Entendi! Quer comer algo?
— Não...
— Você precisa comer filha!
— Eu sei... Mas, estou bem! Vitor saiu brigado comigo, não quis nem se despedir.
— Ele brigou com você?
— Não...- pensa. Eu briguei com ele!
— Então a culpa é sua!
— Não! Ele quer arrumar história para ficar de papo com Camila.
— Paula, Paula! Você não inventa isso. Camila é mãe de Maria, eles precisam se falar.
— Não me importo de se falarem, desde que seja por algo importante, algo relevante para Maria. Eu sei o marido que tenho! - se levanta.
— Paula... Tudo que ele menos precisa agora é você começar a desconfiar dele... Minha filha, pelo amor de Deus!
— Não gosto! Não gosto que ele saia assim sem falar comigo. Que ele vá falar com ela por assuntos tão bobos! Não quero.
— Ela é mãe da filha dele!
— Eu amo a Maria! Até agora eles conseguiram criar ela sem precisam se verem. Para que ele quer ver ela agora?
— Paula, você está se ouvindo? Quanta bobagem. - sai do quarto com Vitória.

A noite chega e Victor e Leo se preparam para entrar no palco de uma grande empresa.

— Vitor? Vitor? - o chama.
— Hum!?
— Está tudo bem!?
— Sim! - mente.
— Vamos entrar em dez segundos...- entrega o violão para ele.
— Ok! - arruma o instrumento em si e aguarda o sinal para entrar no palco.

Após duas horas de show fazem atendimento ao público e seguem para o hangar onde embarcam e retornam para Uberlândia. Vitor chega na fazenda, estaciona o carro na garagem e sobe para a casa. Vê de longe a luz do seu quarto acesa e segue preocupado que algo tenha ocorrido a Paula.

— Paula!? - entra, deixando a mala na porta. Paula!? - procura-a. Uai...- a vê na varanda. O que houve?
— Nada! - olha para ele. Estou vendo a lua! - aponta.
— Que susto, Paula!
— Por que?
— São 4 da manhã... Pensei que tivesse ocorrido algo.
— Agora que ela está mais bonita! - volta a olhar sorrindo.
— É...- observa a lua.
— Senta!

Ele se senta na poltrona e enquanto ela observa a lua, ele a observa.

— Desculpa ter saído sem me despedir...
— Tudo bem...
— Não fiquei bem e não acredito que você tenha ficado. E outra, não falei que falaria com Camila pessoalmente, você criou isso.
— Você sabe como fico quando engravido! Parece uma coisa...
— Pois deveria parar! Você já é ciumenta o suficiente, não precisa ficar mais!
— E como controlo? Juro que gostaria. Pensa ser fácil para mim também?
— Não!
— Então não diz o que não sabe! - fecha seu robe.
— Precisamos tentar controlar tudo, por nós dois...
— Você precisa colaborar!
— Eu não colaboro?
— Não! Você sabe que sou assim, que estou sensível e mesmo assim faz isso.
— Tá...- se aproxima dela. Me desculpa! Não fico bem com a gente assim...
— Nem eu! - olha para ele.
— Vem aqui...- a traz para seu colo. Amo você!

Ela se deita sobre o ombro dele e ficam observando a lua por um tempo.

— Está com fome?
— Não muito...
— Vamos entrar! - se levanta. Tome um banho que vou pegar algo para você comer!
— Não se preocupe! - faz o mesmo. Se deite, descanse um pouco, eu mesmo busco quando sair do banheiro.

Eles entram e Paula fecha a varanda. Vitor vai para seu banho e já na cozinha ela prepara um café com leite e algumas bolachas que Dulce havia feito. Retorna ao quarto, arruma sua cama e se senta com um livro em mãos, colocando a bandeja com o lanche do lado dele.
Vitor sai do banho, arruma-se e vai para a cama. Liga o abajur do seu lado, puxa a bandeja e começa a comer.

— Não quer!? - oferece.
— Não! - fecha o livro que estava lendo.
— E o bebê!? Será que ele quer!? - ri.
— Acho que não! - riem.
— Você está ansiosa?
— Para o que?
— Para o nascimento...
— Ah... Ainda não! Estou tranquila.
— Que bom, assim você não passa mal.
— Pois é!
— Pulinha...- limpa a boca. Estive pensando que poderíamos ir para o exterior no próximo mês e fazer o enxoval do bebê.
— Fora do país? Se podemos fazer isso aqui.
— Eu sei! Mas aproveitaríamos para viajar...
— Por enquanto, não... Na verdade...- olha para ele. Esquece isso da gente viajar, Vitor! Agora são três filhos!
— Não te entendo... Somos ainda marido e mulher, ou é demais você assimilar isso?
— Não é demais! Mas as coisas não são assim tão fáceis mais.
— Está bem Paula! - come.
— Vai ficar emburrado de novo?
— Estou normal!

Ela volta ler o livro e ele segue comendo. Quando termina, retira a bandeja da cama e leva até a cozinha. Paula apaga a luz de seu abajur e se deita para dormir. Ao entrar a vê quieta, imóvel no seu canto.

— Paula...?
— O que?
— Vitória não vai mamar?
— Já mamou...
— Ok! - se deita. Boa noite...
— Boa noite, Vitor! - se cobre.

Vitor a observa de costas para si, sente um desconforto muito grande dentro do coração. Sentia que algo estava ocorrendo com ela, mas não fazia ideia do que.

— Pulinha...- a abraça, colocando sua cabeça sobre a dela. O que está havendo?
— Nada...- sussurra.
— Paula, você não está bem... Me conte o que está havendo, por favor! Se foi o que fiz, me perdoe, não farei mais meu amor, não quero te ver mal assim.
— Fico preocupada com Vitória, com o bebê e não consigo me desligar, é só isso!
— Nossos filhos estão bem! - coloca a mão na barriga dela. Tranquilize sua mente e seu coração...
— É...- respira fundo.
— Você precisa ficar relaxada para que o bebê fique bem! Vitória já está brincando, alegre, esperta... Não é qualquer coisa que derruba aquela espoleta! - sorri.
— Sim! - sorri. Será que eles serão felizes? Que Vitória, Maria são felizes?
— Pulinha, é claro que são... Por que elas não seriam?
— Eu não sei! Fico pensando e me pergunto isso. É responsabilidade nossa a felicidade delas...
— Eu sei! Mas você tem que se despreocupar... Não é momento para isso e elas não são infelizes, nem nosso bebê vai ser!
— É...- sorri.
— Quer ver algum filme?
— Não... Estou muito cansada!
— Tudo bem!- a vira para se deitar sobre seu peito. Dorme aqui! - beija a cabeça dela.
— Durma bem!
— Você também! - a aconchega mais um pouco.

O dia amanhece e inunda o quarto devagarinho. Ela se levanta, arruma-se e vai para o quarto da filha que ainda dorme. Segue para a cozinha e Diva está colocando o café na mesa.

— Bom dia! - sorri.
— Oi! - sorri. Bom dia!
— Não vai se sentar?
— Não! - bebe seus remédios. Vou cavalgar!!
— Você vai o que? - se espanta.
— Cavalgar, Diva! Por que o espanto? - ri.
— Minha querida, você está grávida... Não faz isso, por favor!
— Mas é seguro!
— Não! Não é seguro, Paula. Se Vitor acorda e pega você cavalgando, já pensou?
— O seu medo é Vitor brigar comigo... Sempre.
— Meu medo é você e o bebê! Não vá fazer isso até que um médico te permita isso.
— Diva, não acontecerá nada! - sai.
— Paula!? - tenta falar, mas ela ignora. Sol, já volto! - se retira.

Diva vai até o quarto em que Dulce está e a acorda dizendo o que Paula fez. Ela se arruma e vai atrás da filha.

— Paulinha...?
— Oi!? - a escuta enquanto acaricia sereno.
— O que está fazendo?
— Vendo os cavalos, porque?
— Você não vai cavalgar, né!?
— Por que? - a encarando .
— Paula...
— A Diva já foi te incomodar? Ela tem uma preocupação sobre o que o Vítor vai achar, que ele vai se estressar que meu Deus! Trata ele igual uma criança mimada.
— Ela tem uma preocupação com sua saúde! Com a saúde dessa criança indefesa que você carrega no ventre. Quis tanto engravidar para agora ficar assim? Paula, essas suas atitudes só tornam o seu estado pior. Quer cavalgar, cavalgue... Só não chore depois! - retorna para a casa a deixando sozinha.

Ao entrar na cozinha, Vitor está chegando.

— Uai, onde estava!? - ri.
— Fui nos cavalos!
— Hum...- come uma maçã. Olha Vitória lá para mim? Vim e esqueci...
— Não vou olhar porque estou ocupada! - auxilia Diva no café dele.
— Você vem para minha casa fazer o que? Passar colônia de férias? Nem ajuda!
— Vá colocar uma roupa! - olha para ele. Fica andando de cueca. Se eu quisesse ver essas pernas feias eu arrumava um homem!
— Hum... Sei! Passa meu café logo...- senta-se.
— Bom dia! - Paula entra.
— Onde você estava? - a vê vestida para cavalgar.
— Nos cavalos...
— Cavalgando?
— Não! Eu disse que estava nos cavalos...- senta-se com ele.
— Hum...
— Vitor...- olha embaixo da mesa. Você está de cueca!
— Sim!
— Pelo amor de Deus!
— Estou de camiseta também! Não está vendo?
— Não vou falar nada! - o encara.
— O que você queria nos cavalos?
— Uai...
— Você queria cavalgar?
— Queria... Mas não farei isso Vitor, fique tranquilo! - retira o boné.

Tomam café e Paula se levanta para buscar Vitória que começou chorar. Arruma a filha e entrega para Vitor que a alimenta enquanto ela atende a uns telefonemas.

— Hei...- abre a porta do escritório. Posso?
— Entra! - coloca o telefone na base. Algum problema?
— Não... Pode vir comigo em um lugar?
— Que lugar!? - se levanta. Onde está Vitória?
— Vitória está com Lucy... Venha! - estende a mão para ela que segura.

Vitor vai com ela até o estábulo. Prepara o Sereno para cavalgar e sobe no cavalo enquanto ela observa sem entender.

— Vem! - estica o braço para ela segurar.
— Mas Vitor...- pensa. Acho que não posso!
— Você vai estar comigo! Vem!
— Tá! - sorri, segurando no braço dele que a puxa para cima do cavalo.
— Se segura! - riem.

Paula se segura na cintura dele, encostando sua cabeça sobre as costas dele enquanto sente o vento bater na sua pele.

— Mais rápido!?
— Oi!?
— MAIS RÁPIDO!?
— SIM! - ri. MAIS RÁPIDO! MUITO MAISSSSSS....- grita.

Ela segura mais fortemente nele quando sente o impacto de Sereno correndo mais ainda. A adrenalina vai percorrendo a veia a fazendo rir para o nada.
Vitor circula a fazenda cavalgando por longos minutos. Se distanciam quilômetros da sede, parando para o cavalo beber água.

— Que energia boa...- se solta dele. Eu amo tanto isso! Não tem explicação.
— Desce...- apoia para que ela desça.
— Estamos longe! - desce com a ajuda dele.
— Um pouquinho...
— Nunca vim para cá!
— Nossa fazenda é enorme.
— Sim! Mas nem faço ideia...
— Sereno cansou! - acaricia o animal.
— Meu bichinho...- se aproxima.
— Ontem durante o show tinha um pessoal conversando sobre cavalos e citaram você. Fiquei ouvindo...
— O que falaram?
— Que você era uma excelente amazonas!
— Ah...- senta-se no chão. Tento, né...
— Mas você realmente é! - senta-se ao lado dela. Com quem falava no telefone?
— Com alguns empresários! Nilmar me telefonou ontem dizendo que eles queriam conversar comigo. Achei estranho... Mas...
— Entendi! É incomum mesmo, mas acontece.
— Vitor... Olha o céu...- aponta.
— Está lindo! - ri.
— Sim! - sorri. Vitória...
— Shiu...- a interrompe. Desde que você engravidou só fica falando na Vitória, no bebê, na Maria. Você se distanciou de mim, de todo mundo em casa. Se fechou de um jeito que parece uma parede que não consigo destruir para entrar. Queria entender o que está acontecendo... Se isso é só preocupação, medo ou sei lá o que. Só sei que não é justo, Pulinha... Nem comigo, nem com você. Sua vida não pode parar por conta das crianças.
— Eu sei! - se deita no colo dele. Saber que eu estava grávida me assustou um pouco! Por mais que eu quisesse, não estava pensando nas consequências. Quando Vitória adoeceu, eu desabei... Não poder ficar com minha filha, me destruiu. Não sei se eu dou conta, Vitor! Não quero e não vou abandonar minha carreira.
— Você não tem que fazer isso! Tenho reunião com Leo essa semana e vou pedir para diminuir os shows, para que eu fique com as crianças também e ambos possam continuar com suas carreiras.
— Será que conseguiremos? Me assusta tanto pensar que posso ter que parar...
— Paula, não! Você não vai parar. Eu te garanto. Você não confia em mim?
— Confio!
— Então... Tenha calma! Vai dar tudo certo.
— É tudo que quero!
— Vamos ver um filme hoje!?
— Vamos! - sorri. Com Vivi?
— Não! - ri. Vivi vai para casa da minha mãe... Tudo bem?
— Tudo... Mas buscamos ela hoje, pode ser?
— Sim! Ela não irá dormir lá.
— Amanhã já viajo e quero ficar pertinho.
— Para onde você vai? - acaricia o cabelo dela.
— Interior de São Paulo! Não me lembro o nome da cidade.
— Vá de jatinho.
— Não...
— Paula, por favor!
— Não quero! O jato é seu, do Leo.
— Mas você é minha esposa e pode usar. Paguei por aquilo! - ri.
— Mesmo assim... Não quero. Você sabe que não gosto.
— Tudo bem! Como você preferir...

Permanecem em silêncio um bom tempo. Paula desfruta dos carinhos dele enquanto observam a paisagem.

— Eu estou com saudades...
— Do que?
— Do seu beijo!
— Vitor...- se levanta o olhando. Me desculpa! Também sinto dos teus beijos, dos nossos momentos...- coloca a mão sobre ele.
— Jura?
— Claro que sim! - se aproxima dele sorrindo.
— Ás vezes você fica distante demais que tenho duvidas!
— Não deveria! - o beija.

Se beijam por alguns minutos, aproveitando um o sabor do outro, o cheiro, a respiração para matar a saudade de tudo que havia se afastado nos últimos tempos. Um tempo depois resolvem voltar para casa e são recebidos com Vitória na porta segurando a tartaruga.

— Aí meu Deusu! - ri. Deixa a mamãe ver seu bichinho? - se abaixa e ela encosta a tartaruga na Paula.
— Paula...? - a chama.
— Oi mãe...?
— Vem aqui!
— Já vou!
— Se ela for para cidade, fala para levar Vitória! - Vitor pega a filha no colo.
— Ok! - entram em casa. O que foi mãe? - vai até ela.
— Estou indo embora, ok?
— Tá... Mas amanhã eu viajo, você vem ficar com Vivi?
— Venho... Mas hoje preciso ir para casa resolver algumas coisas.
— Tudo bem... Você levaria Vitória para Marisa!?
— Por que?
— Vitor pediu para ela passar o dia lá hoje...
— Hum... Levo sim.
— Vou arrumar as coisas dela!
— Arrume que daqui a pouco irei e Cíntia vai comigo.
— Tá...- vai para o quarto da filha.

Enquanto Vitor arruma Vitória, Paula organiza a bolsa dela.

— Pronto?
— Aham... Amarra o cabelinho dela. - entrega o prendedor.
— Vem aqui filha...- amarra o cabelo da bebê.
— Tudo bem? - observa ela suspirar.
— Já estou com saudades dela...- olha para ele.
— Pulinha, então deixa com a gente... Amanhã minha mãe pega dela já que você não estará em casa.
— Pode ser? Quero aproveitar.
— Claro que sim!
— Liga para sua mãe e explica... Pede para ela pegar Vivi amanhã.
— Vou lá ligar e avisar sua mãe.

Ele sai do quarto e avisa Dulce que Vitória não irá mais. Liga para sua mãe e explica que Paula quer aproveitar o dia com Vitória e retorna para o quarto.

— Pronto! Sua mãe já foi...
— Sim! Ela veio aqui se despedir.
— O que faremos? - senta-se na poltrona.
— Vivi, fala para o papai o que você estava pedindo para mim! - ri.
— Ú violão! - bate palmas.
— Você quer tocar violão? - ri.

Vão para sala e Vitor leva seu violão. Começa tocar e a filha senta ao seu lado, observando. Paula se deita no chão e aproveita o momento. Vitória desce do sofá e começa bater palmas enquanto ele canta.

— Água de oceano para beber, vivo mergulhado em você... Te amo, para valer...

"Lembre-se de não esquecer..." - cantam.

— Preciso te mostrar uma música nova!
— Hummm! - sorri. Amo! Pode cantar...
— Não! Só depois da meia noite. - riem.
— Filha... Vai buscar o joguinho para gente jogar. Pega ali ó...- aponta e Vitória vai até lá. Aí... Dá aqui para mamãe. Senta aqui amor... Vamos ensinar ela os bichinhos.

Eles brincam até Diva chamá-los para o almoço.A tarde passa voando estando os três juntos, aproveitando cada segundo. Chega a noite e Paula banha a filha que mama e logo dorme.

— Vi!? - entra no seu quarto.
— Oi...- vem do closet.
— O que estava fazendo?
— Guardando umas camisetas que estava na mala.
— Hum... Vou tomar um banho!
— Vitória?
— Dormiu!
— Tá...

Paula entra no banho e Vitor fecha a varanda que estava aberta. Vai até ela, se despe e entra no banho também, a surpreendendo.

— Que susto! - ri.
— Está cansada? - a abraça.
— Um pouquinho... Você já jantou?
— Não!
— Diva deixou no fogão...
— Ela já foi embora?
— Sim!
— Vitória dormindo... A casa sem ninguém! Isso é verdade?
— Pode acreditar que é! - riem.

Vitor encosta seus lábios sobre os dela, invadindo vagarosamente até se verem entregues, amando-se entre carinhos de dois corações que se encontravam tão próximos, como se pulassem para o corpo vizinho.

— Vem...- a pega no colo.

Leva-a até a cama, onde explora seu corpo como há muito tempo não acontecia. O som da noite e o silêncio da casa o excitavam ainda mais. Estavam de volta aos velhos e bons tempos, relembrando como era se amarem com tanta paixão que queimava até a alma e cortava a respiração ao ponto de pensarem nunca mais conseguir recuperá-la.

— Paula, tudo bem? - a sente quieta.
— Tudo! - sorri. Estava pensando... Longe...
— No que?
— Em quando ainda éramos somente ficantes ou namorados, eu nunca soube o que éramos! - ri.
— Éramos amantes, apaixonados... Como ainda somos! - riem.
— Era muito louco!
— Nada disso! - ri. Não era louco, não!
— Era sim! - olha para ele. Já chegamos a ficar o dia todo deitados, comendo só pão de queijo. De onde conseguiríamos isso hoje? - ri.
— É... Mas se quiséssemos, poderíamos sim!
— Nem acredito que Vitória está dormindo bem, que conseguimos ficar aqui... Dai quando penso que daqui algum tempo é tudo de novo... Meu Deus! Bebê chorando, correria...
— Vamos dar conta! Tenha paciência...- ri.


Aproveitam o tempo a sós. Terminam o banho, arrumam a bagunça e se deitam novamente, descansando o corpo e a mente com a alma leve.


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