The Fire Tears escrita por Lia Bejuk


Capítulo 1
The New Age


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos à The Fire Tears *-*Espero que gostem desse primeiro capítulo, me digam o que acharam nos reviews...



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Personagens

Olhei a minha volta nervosamente, a sensação de pânico me consumia, eu já não sabia mais o que fazer, todos os nervos de meu corpo me diziam que eu deveria dar meia volta, mas, eu sabia muito bem o que me esperava se voltasse para o lugar de onde vim, e não era nada bom. A partir de agora, não era apenas a minha vida que estava em minhas mãos, mas a de todos que acabaram por parar aqui comigo, e isso me deixava mais pressionado e nervoso, se é que seria possível.

Ouvi passos vindos do meu lado esquerdo, e me joguei atrás de uma pedra; eu sabia quem era, sabia o que queriam, eles queriam o que nós queríamos, e eu simplesmente não poderia deixar que conseguissem. Muitas vidas foram perdidas para o mundo estar como está, e se ele retornasse ao caos, poderia ser ainda pior que da última vez. Minha família está em risco, e por mais que eu tente deixar de ser egoísta, sempre existe o lado que está mais preocupado com eles do que com qualquer outra pessoa.

Com a varinha em punho, me permiti esticar um pouco o pescoço além das pedras para observar a clareira, e a única coisa que consegui ver foi um clarão vermelho, e a escuridão. Antes de a última palavra deixar os meus lábios, estava caindo contra a minha vontade.

Quatro Meses Antes...

–-- Julia Bejuk ---

– Camilla, segura essa praga direito! – berrei, tentando equilibrar a mala em minhas mãos enquanto ela fraquejava.

– Vai cair na nossa cabeça, Chummy! – respondeu a outra, no mesmo tom. – Cadê a Amanda quando a gente precisa dela?

– Deve estar tentando subornar a mulher do carrinho de doces, como todos os anos... Estamos por nossa conta. – brinquei.

– Ah que ótimo, fui deixada para tentar colocar o malão no compartimento com uma lesada.

Encarei-a, ofendida, e acabei por enfraquecer o braço que suportava a maior parte do peso, o malão pendeu perigosamente, me fazendo fechar os olhos e apenas esperar a pancada, quando o grito de Camilla fez-me mover, me joguei em cima do banco e o estrondo causado pela queda da mala de tamanho similar ao meu foi ensurdecedor. Permaneci de olhos fechados mais alguns instantes enquanto meus tímpanos paravam de vibrar, e então me permiti encarar a morena, que tinha uma expressão homicida enquanto me observava, em silêncio absoluto.

– Foi você que fraquejou. – comecei.

– Mas eu não tenho culpa alguma se o peso maior ficou para mim.

– Peso maior? Cammie, a mala é a mesma!

– Foi você que enfiou um quilo e meio de coisas nela!

– Tem mais que um quilo.

– VOCÊ ME ENTENDEU BEJUK!

– NÃO GRITA COMIGO!

– Você é muito lesada.

– E você é uma idiota.

– E você me ama assim.

– Amo, agora cala a boca e me ajuda a colocar ela lá em cima.

Cammie me encarou como se eu tivesse chutado um filhote de hipogrifo, e depois apontou para mim, para a mala e para cima, cruzou os braços e sentou-se novamente.

– Ei, ei, não, pode ir parando, amigas para sempre na alegria e na tristeza. – cortei, segurando seus braços e puxando.

– Mas nunca mencionaram suicídio. – desfez o bico apenas para rir da minha tentativa falha de fazê-la se mover, o que resultou em uma Julia esparramada no banco oposto, e uma Camilla ainda sentada confortavelmente. Voltei a me endireitar, e aproveitei para lançar-lhe meu melhor olhar enfezado. – Ah, qual é, Lia... Vai ficar enfezada comigo agora?! Aff... Okay, vai, pega o lado de lá, mas se a gente morrer, eu juro que não vou assombrar esse trem para o resto da vida, você vai ficar aqui sozinha.

– Ok, se morrermos fico sozinha para o resto da morte. – corrigi, sorrindo docemente, enquanto voltávamos a pegar o objeto que mais parecia uma bigorna do que uma mala propriamente dita.

[...]

– E aí, minhas vaquinhas. – Mandy se jogou ao meu lado, já que Camilla ocupava o outro banco inteiro.

– Aonde você estava? – resmunguei, tirando suas pernas de cima das minhas.

– Não importa, o que importa é que eu consegui algumas dessas... – mostrou-nos uma caixa de bombons da Gemialidades Weasley. – Agora o professor Kol vai ter que ser mestre para conseguir me manter dentro da sala de aula.

– Puta que pariu, Amanda! Aonde você conseguiu isso?! – Cammie quase pulou do banco na direção dos doces.

– Aonde mais, com os irmãos da Lia, claro... – deu de ombros.

– Aaron e Keaton? Aqueles bandidos me disseram que não tinham mais! – levantei-me, irritada, e cruzei os braços.

– Provavelmente queriam poupar para vender... – respondeu a ruiva, mordendo os lábios nervosamente.

– E você pagou? – Cammie puxou a sacola de sua mão e a abriu, revelando mais duas caixas, as quais Mandy pegou de volta.

– Dez galeões, foi uma fortuna, mas comprei três. – sorriu carinhosamente para as caixas em seu colo, como se fossem filhotes de cachorro.

– E claro, comprou um pra você, e um pra cada amiga, certo? – Camilla piscou para ela, de canto, Mandy sorriu por um segundo.

– Ah, não... – voltou a ficar séria, fazendo-me dar uma risadinha. – Se vocês quiserem vão ter que pagar, eu não sou nenhuma ONG.
– Quanto? – revirei os olhos, enquanto a morena pegava algumas moedas do bolso, contando-as.
– Dez galeões.
– DEZ GALEÕES, MILLER? Mas isso foi o que você pagou por três!
– Minha nobre Cah... Você acha que o frete sai de graça? Obviamente tenho que receber uma parte, pelos meus trabalhos. – um sorriso irônico se espalhou pelo rosto da ruiva.
– Quando você me pedir alguma coisa das cozinhas, vai ter que se contentar comendo folhas de pergaminho e bebendo do seu tinteiro. – praguejou a outra.

Eu simplesmente observava e segurava o riso, enquanto as duas negociavam. Pude ver o olhar de pânico no rosto de Amanda, e sabia que Cammie estava prestes a ganhar uma discussão.
– Ok, eu te cobro dois galeões, e não se fala mais nisso.

– Depois da humilhação devia sair de graça, mas eu te pago um sicle. – a moeda foi colocada na palma da mão da garota, que ficou com um bico do tamanho do Alasca, enquanto a outra voltava a se sentar no banco. – Não vai pegar o seu, Lia?

Desviei meu olhar da caixa para as minhas amigas, e dei de ombros.

– Se eles não me derem algumas, eu conto para a minha mãe que eles estão contrabandeando produtos das GW para Hogwarts, e no ano que vem ela verificará todas as malas antes deles saírem de casa.

As duas gargalharam, e eu pisquei inocentemente.

– Você é maldosa amiga...

– Sou justa, Cherry... Eles têm o preço deles, e eu tenho o meu.

– Justo. – concordou Mandy. – Já estamos armadas para voltar a Hogwarts agora. – ela escondeu as caixas dentro de um punhado de roupas, encarando-nos de baixo no maior estilo James Bond.

Caímos na gargalhada.

– Strawberry, você está no maior estilo vilão fajuto de filme mexicano. – murmurei, entre gargalhadas.

– Filme nada, Lia, novela mexicana mesmo. – Cammie enxugou algumas lágrimas dos olhos, antes de voltar a se recostar.

– Vocês duas estão é com inveja da minha divacidade. – discordou a ruiva, dando de ombros e colocando o malão no compartimento acima das nossas cabeças com um aceno da varinha.

Eu e Camilla nos encaramos, e eu jurava que morreria naquele momento.

– Julia Helena, você é a gênio do grupo, e não pensou nem um mísero segundo em usar magia?!

Sorri envergonhada, e torci as mãos, dando de ombros levemente. Se eu ainda não morri, posso me garantir mais uns dois anos, porque depois do olhar que recebi da morena, jurava que ia perfurar meu crânio. Fui atacada por algo do qual eu não sei a origem, mas pelo cheiro, provavelmente veio do pé de alguém, e não estava nos melhores dias de higiene. Coloquei a mão na cabeça, onde o objeto não identificado havia batido, afagando o pequeno galo que se formava.

– Cherry, meu sapato! – berrou Amanda.

– Puta que pariu, Amanda, seu pé fede. – reclamei, tampando o nariz dramaticamente.

– Cala a boca, Bejuk, como se o seu tivesse cheiro de rosas.

– Rosas não, na verdade ele não tem cheiro de nada. – rebati.

– Vai nessa... Eu não tenho chulé.

– Ah, experimenta comer alguma coisa com esse negócio perto do seu nariz... Provavelmente te faria perder o apetite. – resmunguei, tirando o tênis de perto de mim.

– Qual é, Blueberry, nada faz a Amy perder o apetite.

O bico da ruiva foi o suficiente para nos render bons minutos de gargalhada, a medida que o trem se afastava da estação.

[...]

– SÓ MAIS UM, CAMILLA! – gritei, incentivando-a.

– Não agüento mais... Já estourei o meu limite, Chummy. – respondeu, jogando o Sapo de Chocolate no sofá, perto de Amanda, que o desembalou e colocou na boca com rapidez. – Como você consegue?! Eu comi dezesseis e estou explodindo, você deve ter comido uns vinte e cinco.

As meninas haviam acabado a competição de quem comia mais sapos de chocolate, e o chão do vagão estava completamente lotado de embalagens vazias de todos os tipos de comida que haviam no carrinho de doces.

– Anos de prática. – fez cara de quem sabe das coisas. – Agora acho melhor nos trocarmos, já estamos chegando à escola.

– Mais um ano está começando, meninas. – suspirei, encarando o céu escuro e estrelado.


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Notas finais do capítulo

E aí? Está bom para um primeiro capítulo? Espero que tenham curtido, até a próxima meus amores...xx' Lia