My Heart is Not Cold escrita por Denuyn


Capítulo 1
I don't want to be alone


Notas iniciais do capítulo

Heey flores de mel (não estranhem, eu uso isso com todo mundo e.e)
Eu shippo MUITO Jelsa e espero q vcs, shippers, gostem da fic :3 eu acho que acelerei as coisas um pouco nesse capítulo, então dá pra ver que a fic não vai ser muito longa (a não ser que eu tenha ideias MUAHAHA)
Aproveitem! ♥



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Sempre que via Anna e Kristoff juntos, Elsa se sentia só. Não que não ficasse feliz por eles dois; muito pelo contrário, adorava o fato de que estivessem juntos, mas todo aquele amor e alegria a fazia sentir que faltava alguém para ela própria. Ela se sentia vazia cada vez que presenciava um sorriso terno entre o casal e, quase todas as noites, se aventurava pelos corredores e sacadas de seu castelo em Arendelle, vislumbrando os picos gelados nos quais se sentira em casa. Ela sabia que não devia se sentir assim; havia companhia praticamente o tempo todo e, com os portões abertos, a vida era festiva. Mas ela não conseguia evitar. Anna pareceu perceber a solidão de Elsa uma vez, mas já que a rainha negou qualquer sentimento do gênero, a irmã resolveu acreditar na mentira.

Já chegara a criar um outro homem de neve para ser seu amigo menos pateta, mas este revelara-se ainda mais estabanado que Olaf e ela não teve escolha senão transformá-lo em uma pilha de bolas de neve.

Certo dia, Elsa percebeu que sentia, mais do que nunca, saudades de seu castelo de neve, e decidiu ir até lá. Anna reclamou um pouco, mas no final, cedeu. A rainha deixou o bem-estar de Arendelle nas mãos da irmã que, animada, resolveu dar uma festa algum dia. Despediu-se de todos e partiu, atravessando o rio da mesma maneira que atravessara da última vez: congelando-o. Felizmente, porém, ela congelara apenas um bloco que a sustentasse e deslizou pela água esverdeada até a outra margem. Fez a caminhada com as energias renovadas; os lugares lhe eram familiares da última vez que passara por ali, e as lembranças de seu desespero e solidão voltaram. Elsa, no entanto, conseguiu repeli-las e se concentrou não apenas no seu destino gelado, mas na bela paisagem que havia a seu redor.

Não demorou muito tempo para que as árvores, a grama verdejante e a terra escura fossem substituídos por neve e pedra, em uma subida gradual e não muito cansativa. A rainha sentia-se cada vez mais livre, respirando o ar gelado e refrescante da montanha e afundando os pés na neve fofa. A cada passo ela sentia vontade de sair correndo e rindo, criando desenhos e flocos de neve pelo ar. Em dado momento, ela pensou “Por que não posso fazer isso, afinal?”.

No instante seguinte, seus sapatos estavam dentro da bolsa de viagem e suas mãos moldavam formas de gelo ao seu redor enquanto ela corria mais do que nunca na direção de seu maravilhoso castelo de gelo. Sua voz ecoava pelas montanhas a cada grito de alegria e seus pés deixavam um sulco na neve quando a chutava para cima.

Elsa era uma criança brincando na neve. Ela estava feliz.

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Jack Frost amava a neve. Mas ele estava começando a ficar cansado de ficar no meio de tanta.

Ele viajava pelas montanhas fazia uns dois dias, e começava a ficar tedioso. Ele voava sobre o chão gelado e, aonde quer que olhasse, não via sinal de vida. O Coelho da Páscoa havia aconselhado Jack a passar suas férias (“Férias de guardião?”, Jack perguntara. “Nossas férias de você” o Coelho respondera) no reino de Arendelle que, de acordo com todos os guardiões, era um lugar adorável. Adorável pra quem gosta de neve, obviamente. Jack gostava muito de neve, sim, mas ele só aceitara a sugestão do Coelho porque, Arendelle sendo um reino tão diferente, talvez tivesse crianças que pudessem vê-lo. Que acreditassem na magia da neve que ele possuía.

Ele suspirou, acelerando um pouco. Quem sabe houvesse algum morador da montanha com filhos fantasiosos que o recebessem sem estranhamento. Ah, quem ele estava querendo enganar? Nunca haveria ninguém que quisesse morar em montanhas lotadas de neve como ele moraria.

Tal pensamento o fez imaginar “E se tivesse?”. E, especialmente, se tivesse alguém que pudesse aceitá-lo como algo a mais. Ele se sentia solitário fazia um tempo, mas não que fosse por falta de amigos, e sim por falta de alguém com quem ele pudesse compartilhar todos os seus sentimentos, alguém que aceitasse seu coração gelado e lhe desse o seu em troca. Alguém que ele pudesse amar.

Foi perdido nesses pensamentos que, após mais algumas horas, ele quase caiu na neve ao ver o que havia atrás da montanha.

Ao lado do pico havia um gigantesco palácio de gelo, deslumbrantemente azul e brilhante na luz do sol do outono. As torres pontudas reluziam e as portas e paredes apresentavam fantásticos padrões de flocos de neve. O castelo inteiro era feito de gelo. Jack Frost imediatamente começou a imaginar que tipo de pessoa seria tão habilidosa com o gelo para criar tal lugar. Aquele edifício gelado era a coisa mais bela que Jack jamais havia visto.

Ao se aproximar, ele analisava cada detalhe possível da notável arquitetura, não muito preocupado em entrar, por enquanto. Quando olhou para cima, viu uma sacada magnífica toda trabalhada pingentes de gelo e, para sua surpresa, viu uma garota. Bem, não exatamente uma garota, mas uma mulher aparentemente da sua idade que vestia um vestido tão azul que parecia feito de gelo também. Seu cabelo era loiro gelado, preso em uma bonita trança embutida. Ela se apoiava na sacada, com os olhos fechados, como se apreciasse o simples fato de estar ali. Jack Frost percebeu que sua certeza de antes estava completamente errada.

Ela era a coisa mais bela que ele jamais havia visto.

Curioso para vê-la mais de perto, ele voou em um pequeno redemoinho de flocos de neve até alcançar a sacada. Agora que a olhava com atenção, ele a achava ainda mais bela. Cada detalhe de suas feições parecia uma obra de arte, e sua expressão era tão tranquila que ele podia jurar que ela jamais fora tão feliz quanto estava naquele momento. Ele não pôde evitar um suspiro de admiração.

Imediatamente, ela abriu os olhos. Eles eram de um azul profundo, gelado e simplesmente lindo. Jack sentiu que podia olhar dentro daqueles olhos o dia inteiro. O que ele não esperava, porém, era que a garota olhasse para ele e desse um grito.

Jack quase se desequilibrou do pequeno furacão branco quando ela se assustou com ele. Será que era mesmo ele que a havia assustado? Será que havia algo medonho atrás dele? Para checar, ele olhou para trás, mas não viu nada além da vastidão branca das montanhas. Ele voltou sua atenção para a garota que, com os olhos arregalados e a mão em cima do coração, o encarava assustada.

- Quem é você? – ela cuspiu as palavras, ainda parecendo alarmada.

- Você pode me ver? – Jack perguntou, incrédulo.

Ela tomou uma expressão confusa e baixou as mãos.

- É claro que eu posso te ver! Também posso ver que você está voando em um... – ela arregalou os olhos novamente – em flocos de neve...

- Você pode não acreditar nisso, mas não estou acostumado a pessoas sendo capazes de me ver – ele deu um sorriso sem-graça.

- Quem é você? – ela insistiu.

- Sou Jack Frost, o espírito da neve e um dos Guardiões. E a senhorita...?

Ela se endireitou e tentou fazer uma cara séria.

- Sou Elsa, rainha de Arendelle – um pequeno sorriso brincou em seus lábios – Sou a Rainha da Neve.

Foi a vez de Jack de franzir o cenho. Ele desfez o redemoinho de neve e pousou na sacada, na frente dela.

- Rainha da Neve? Tem certeza? Porque a neve é a minha área, e eu nunca ouvi falar de nenhuma rainha invernal.

Elsa revirou os olhos e, com um gesto da mão, criou um floco flutuante com os mais belos padrões possíveis.

- Além do mais – ela disse, desfazendo o floco em outros floquinhos minúsculos, fazendo nevar em sua mão – Quem você acha que criou este lugar?

Jack sobrepôs o lábio superior com o inferior, como se dissesse “Você tem certa razão”. Elsa sorriu sem mostrar os dentes e prosseguiu.

- Enfim, posso saber o que Jack Frost, um dos guardiões, está fazendo em meu reino?

- Onde estão todos os súditos? – ele quis saber.

Elsa bufou.

- Eles estão na cidade, sob os cuidados da minha irmã. Eu precisava de um tempo sozinha.

- Quanta irresponsabilidade – ele deu um sorriso de lado – Você quem é a rainha, devia cuidar do seu povo.

- É, mas eu também sou a aberração que nasceu com poderes mágicos que fazem nevar e congelam as pessoas por acidente.

- Aberração? – ele fez biquinho, como se estivesse ofendido.

- Sim – ela deu de ombros – Você não é necessariamente uma aberração, as pessoas não podem nem te ver pra ficar com medo de você.

- Espere, você saiu de lá porque as pessoas estavam com medo de você?

- Da última vez, sim. Mas essa foi a vez em que eu congelei o reino sem querer e quase matei minha irmã – ela suspirou – Agora eu estava apenas com saudade do meu lar gelado – Elsa encarou Jack – Mas você não respondeu à minha pergunta. O que você está fazendo aqui?

- Ah, os outros Guardiões estavam se cansando de mim de novo e resolveram se dar umas férias.

- Se cansando de você? – ela franziu a testa – Isso é estranho.

- Ah, se você me conhecesse, também iria querer umas férias.

- Duvido – ela sorriu – Você é como eu. Eu nunca pediria férias disso.

- Então... – Jack sorriu de volta – Tem como você me arranjar um lugar nesse castelo pra passar um tempo?

Elsa riu.

- Está brincando? Tem lugar de sobra. Venha, entre.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3 posto o próximo daqui a alguns dias *--*
Abraços ♥



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