First Kiss! escrita por Andreia Johansen Franco


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Essa Fiction não é originalmente minha, eu a havia copiado e guardado a muitos anos, porem tive que posta-la aqui para que outros também desfrutassem da história como eu. Infelizmente não me recordo o nome da(o) Autor(a) para acrescentar os direitos e também fiz algumas pequenas modificações.
Espero que gostem e Boa Leitura.



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Estavam frente a frente, seus corpos ansiosos para uma batalha que ocorria ocultamente entre eles com certa periodicidade. Como das outras vezes, eles estavam num lugar qualquer, era um terreno baldio e extenso onde a relva jazia não tão vívida. O vento antes fresco estava agora a causar certa sensação de corte quando se chocava a pele da dupla de lutadores que naquele momento tinham seus cabelos movidos a sua mercê. E ao fim, aquele cenário estava sendo completo pelo iminente crepúsculo que tomava aqueles céus limpos com tons entre laranja e vermelho enquanto o sol desaparecia no canto do horizonte.

Os olhos carmim da menina miravam tal cena do pôr-do-sol com carinho, pois mesmo com seu pouco conhecimento do mundo a cena lhe trazia a lembrança das comentadas molduras que amantes do paisagismo apreciavam, ela se lembrava bem de ouvir Whip comentar algumas vezes sobre essas molduras. E talvez por tais comentários que interessavam a pequena garota, aquela cena que visualizava lhe levava a ser envolvida numa sensação de calma e serenidade, tais adjetivos que se encaixavam perfeitamente com a face jovial e inexpressiva dela.

- Está pronta? Já disse que não vou pegar leve dessa vez. K disse sério.

Ouve Silêncio por parte dela. Ele riu irônico balançando levemente a cabeça de um lado para o outro como se tal cena tivesse algum tom cômico, mas para a garota, simplesmente não havia.

- Você realmente não muda. Respondeu ao ato fazendo uma cara emburrada.

Então ele iniciou uma ágil corrida na direção dela, ao estar numa distância curta lançou um soco com o braço direito. A garota esquivou-se para o lado, mas ainda sim pode sentir o calor das chamas do golpe passar extremamente próximas a sua face, tanto que levemente lhe irritou a sensível pele. Ela recuou alguns metros com curtos saltos, suspirando, assumiu posição de batalha mostrando logo em seguida a incomum cena onde a garota loira tinha seus cabelos assumindo tons azulados indicando que seus poderes haviam sido destravados. Porém uma coisa estava além de sua compreensão, o fogo e todo o seu fervor a confortava numa estranha sensação que vagarosamente lhe possuía.

Distração.

O punho esquerdo dele chocou-se contra a delicada face dela fazendo a mesma cambalear para o lado. Antes que pudesse recobrar a postura foi atingida por uma joelhada certeira em seu estômago, sentiu o gosto de sangue lhe subir a boca.

- Ora... O que está acontecendo com você hoje, o bebê precisa de uma chupeta? K falou irônico, com um sorriso maldoso e provocante.

Aquele sorriso que mesmo sem admitir ela admirava e adorava.

- Vamos lá! Nesse ritmo eu não vou precisar nem me esforçar. Se pós em base de batalha novamente.

Um gesto negativo com o dedão, um desafio para o ataque. A menina mancou, seu corpo mantinha-se inclinado para frente e seus joelhos estavam flexionados enquanto a mão direita pressionava o abdômen. Ofegava, pois tal golpe havia sido extremamente doloroso.

A garota recuperando a compostura impulsionou-se em direção ao adversário, e antes o delicado punho direito foi recoberto por uma camada de gelo pontuda na extremidade que ao atingir o peitoral do rapaz lhe retirou todo o fôlego.

- Está melhor... Assim...? Falou com a voz quase falhando.

Ela o instigou cerrando e reabrindo o punho para que a camada de gelo se desfizesse. Ela mirou os olhos dele e percebeu que agora eles brilhavam em excitação pelo início de uma verdadeira batalha, tanto que não se contaram nem cinco segundos para que ele retornasse a posição ofensiva.

-Ready... GO! Ela gritou animadamente.

A dupla avançou numa curta corrida e como resultado do ataque, as luvas se chocaram num soco brutal onde fogo e gelo, competiram sua força. Tamanho impacto foi causado neles que os braços foram instantaneamente lançados para trás ao término do golpe. As posições de ataque e defesa se inverteram quando a garota contra-atacou rapidamente saltando e completando com um chute giratório feito com a delicadeza de uma bailarina, tal golpe foi contido por uma defesa dele feita com ambos os braços em cruz.

Uma batalha daquele porte contra ele trazia para a garota algo diferente que odiava poder sentir, Medo. Insegurança por não conseguir derrotar sua contraparte. Era compreensível a ela que os poderes se diferiam nas suas incríveis singularidades e que as experiências de batalhas dentre os dois eram diferentes, afinal, ela fora criada apenas para combatê-lo, para exterminá-lo e agora simplesmente não podia, ela não conseguia mais. E agora, por esse medo, a hesitação lhe tomava a cada golpe ou movimento. Porém tais sentimentos não lhe impediam de seguir os impulsos de ânsia pela vitória não se importando com tamanhos danos que a batalha lhe causaria.

E após vários minutos onde estrondos tomavam o cenário e o solo maltratado era transformado em uma arena de fogo e gelo, estabilidade se tornou a única descrição plausível àquela batalha. As chamas furiosas tentavam impor domínio, enquanto a camada gelada se tornava mais intensa na utilização de um escudo defensor e num contra-ataque que envolvia criação de lâminas e extensões do próprio corpo da menina, era quase robótico. A fúria do fogo que a tudo tentava consumir sem dó sendo neutralizada à intensidade do gelo que alternava entre golpes e escudos da garota que sem hesitar mantinha um ritmo semelhante ao dele. Palavras não eram necessárias para expressar a empolgação que dominava a ambos naquela arena congelada e flamejante.

Fogo... Como tal elemento podia significar tanto?

Era essa a pergunta que lhe invadia a mente. As chamas lhe causavam asco e ao mesmo tempo sedução, mas ela queria o máximo vindo dele e de seu poder, por mais que soubesse da derrota iminente.

Um impulsivo e mal calculado ataque dela com um soco e uma fácil esquiva adversária que abriu uma brecha e a menina pôde visualizar o vulto passar e algo parar atrás de si, ele. Um golpe especial foi lançado e a menina só viu a escuridão enquanto uma onda de socos e chutes a tiravam de seu eixo. Ela caiu de forma desajeitada no chão congelado que se espatifou em vários pedaços devido à brutalidade da queda. Ela impulsionou o corpo para tentar se levantar, apesar de que, no seu interior o corpo já ferido pedisse por descanso e a tontura a levava ao desequilíbrio.

-Achei que tivesse ficado mais forte! Ele falou em tom de ironia.

Ela encarou o adversário em plena fúria, o maldito sorriso posto na face morena não podia ser removido normalmente. Ela trincou os dentes agarrando a terra por debaixo de si, estava sendo julgada como fraca novamente. Talvez tudo fosse pura provocação do rebelde adversário e tais pensamentos lhe levavam ao dilema de seguir a batalha ou sucumbir aos desejos do fadigado corpo. Forçando-se mais a garota levantou-se e em posição defensiva, o adversário fitou-a interessado partindo para um ataque com um soco ágil pronto para se enterrar no abdômen dela. Ela ignorou a expressão confiante do outro segurando seu golpe com o punho gelado e logo o paralisando com uma camada de gelo, afastando-o com um chute potencializado por uma lâmina gelada que raspou na lateral da face dele criando um pequeno corte.

Com a pressão do golpe ele cambaleou para trás, mas estava longe de parecer derrotado, apenas parecia mais impulsivo em continuar a batalhar enquanto limpava o sangue que vazava do ferimento.

Sem chance de defesa ou reação a garota foi ao chão com um golpe movido pelo fogo, movido ao fervor daquela intensa batalha. Talvez agora ela pudesse entender o motivo de tentar continuar repudiando o fogo, afinal o mesmo estava derretendo àquela camada gelada que lhe revestia o coração e os sentimentos, estava tendo uma inexorável intensidade a queimar dentro de si, tudo isso desde o momento em que seus punhos se chocaram pela primeira vez.

A mão escondida pela luva de couro dele envolveu a gola da blusa da garota levando-a ao alto, a força que o envolvia a fez cerrar os olhos numa clara expressão de dor ao perceber que o chão abaixo de si não estava mais ali. Ela voltou a o encarar encontrando apenas os olhos azulados e o punho livre tomado por chamas pronto para atingi-la. Ela olhou o céu, o pôr-do-sol já havia desaparecido, restando apenas uma jovem noite, a noite que não era tão negra graças ao fogo que iluminava tão próximo de seu rosto.

Ele não gostava da noite por sua imutável escuridão e frieza, ela era como a sua vida estava quando entrou pela primeira no The King of Fighters. Estava cercado em trevas tanto em seu passado quanto em seu presente enquanto era perseguido tanto pela N.E.S.T.S. quanto pelo Ikari Team. E ele lutava para tentar com seu poder, com o calor do fogo vagarosamente iluminar tal caminho. E a solidão que o dominava a início aos poucos estava sendo extinta e substituída por novos sentimentos de proteção, afeto e amizade por aqueles que estavam ao seu lado. Por isso agora ele era mais forte. E numa noite onde ainda estava impregnado nas trevas, o branco predominou por uma única vez, era a noite onde pode conhecer os poderes dessa garota a sua frente, talvez fosse uma ironia que eles fossem opostos em todas as situações. A distinção não o incomodava nem um pouco.

Agora ele estava ali com ela, onde seu corpo pedia mais com ânsia pelo fervor da batalha, como se no momento em que o fogo encontra-se o gelo ele pudesse ser verdadeiro como sempre quis ser. As chamas que envolviam seu punho cessaram e o agarre que tinha a gola da garota se afrouxou deixando que a mesma caísse. Seus devaneios foram interrompidos quando a garota abaixo dele praguejou pela derrota.

- Já é o suficiente para mim hoje.

Ele riu e então o par de olhos vermelhos o fitou, novamente sorriu agora tomado por satisfação, era esse o desfecho de suas batalhas sempre. Podiam estar feridos ou exaustos, mas sempre conseguiam sorrir. Ele estendeu a mão para a menina que ainda hesitante aceitou a gentileza com a expressão emburrada, era ainda uma criança mimada por Diana e seus métodos de domínio com o uso de... Doces. Mas para ele tal gesto tinha outro significado além da gentileza, indicava o quão igual eles eram e o quão semelhante seria o caminho de batalhas que seguiriam agora. O fogo sempre iria esperar pelo gelo, assim como ele esperou pelo momento em que puderam se juntar como parceiros tornando a existência dos dois e de todos os outros companheiros infinitamente melhor do que antes.

- Eu venci... De novo. Não cansa de perder Kula? Havia um sorriso em seus lábios o que tornou a frase ainda mais debochada.

A ironia vinda do outro foi destruída no instante em que a menina sem responder apenas se apoio em seus ombros e na ponta dos pés lhe deu um beijo na boca. Fora um beijo rápido e gelado, mas que deixará K sem ação, pois não esperava tal atitude da garota, principalmente por saber que ele entendia o significado de um beijo como aquele e imaginava que ela não soubesse.

- K’ é bobo... Mas eu gosto! Ela falou quase que com um sussurro se afastando lentamente.

A garota partiu com um sorriso triunfante no rosto deixando um K’ paralisado para trás, pensando que da próxima vez que se encontrassem talvez ele deixa-se ela ganhar, afinal, talvez ganhasse mais que um beijo.


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Notas finais do capítulo

Reviews são bons e eu gosto.
Parao os que leram espero que tenham gostado.