Cassie P.O.V

Já havia anoitecido há um bom tempo, meu corpo já estava cansado devido a longa caminha sem nenhum destino. Avistei um banco de madeira que estava vazio e caminhei em direção a ele. Desci dos meus saltos que me incomodavam e os peguei na mão voltando a andar de um lado para o outro enquanto tropeçava nos meus próprios pés e carregava uma garrafa de uísque na mão.

Assim que me sentei senti frio. Não sei se foi porque eu estava bêbada ou porque tinha finalmente parado de me movimentar. Infelizmente eu me encontrava sozinha, no meio da rua, bêbada e com frio; eu era praticamente uma mendiga. Devia ligar pro Josh, ou pras meninas, mas na verdade... Acho que ficariam decepcionadas em me ver assim. Tenho Harry, meu querido irmão, pra ele eu posso ligar. Mas se os amigos dele estiverem em casa ele vai se sentir envergonhado e vai brigar comigo. Eu poderia ligar pra minha mãe, mas ela está em baixo da terra e ligar pro meu pai vai ser péssimo, pois ele não mudaria de continente só para me levar pra casa.Acho que estou sozinha nessa. Minha mãe saberia o que fazer, ela sempre sabe o que fazer.

Sem perceber, me levantei do banco e, novamente, voltei a caminhar sem rumo. Mais a frente comecei a ouvir uma gritaria, barulho de garrafas sendo partidas e música alta. Fui em direção a isso. Era um bar cheio de homens e algumas mulheres que desfilavam com roupas curtíssimas. Entrei sem ser notada e logo fui pedir uma bebida, para ser mais exata, uma dose de Jose Cuervo.

Bebi uma dose, mais outra; deixei algumas libras na mesa e sai do bar. Caminhei até finalmente o cansaço vencer meu corpo, quando percebi que eu estava na antiga praça onde minha mãe, quando não estava enchendo a cara como acabei de fazer, me levava para andar de bicicleta.

Minha mãe morreu há algum tempo de overdose e, pelo jeito, qual quer dia eu acabaria como ela. Ela era uma boa pessoa. Tinha cabelos extremamente pretos como os meus e a pele de um tom bem claro. Não entendo como meu pai pode deixá-la sabendo de sua doença. Minha mãe, Elisabet, foi deixada por meu pai, Will, quando mais precisava.

Perdida em pensamentos, eu já estava quase adormecendo encostada em uma árvore, quando ouvi alguém chamando meu nome.

–Cassie? Finalmente te encontrei.-logo reconheci aquela voz, era Justin, um dos amigos do meu irmão.

–O que faz aqui uma hora dessas, Justin? - perguntei fingindo não saber a resposta.

– Bom... Não sei, você está em um parque as 2h20 da manhã.

– Você também está.

–Quando vai parar com isso, Cassie?- sua feição agora era de preocupação.

–Por que, Bieber ?

–Harry esta ficando preocupado, estávamos todos te procurando.

–Aqui estou eu, você já me achou. Agora já pode ir embora.

–Vem, vou te levar pra casa. - falou estendendo a não para mim.

–Por que me procurou aqui, Justin?

–Porque sei que quando você sai assim para beber é porque está com algum problema e, quando está com algum problema, você vem ao parque para se lembrar de sua mãe, para conversar com ela.

–Obrigada, Justin. - falei e o-abracei. O abraço dele era confortante como quando alguém te abraça e diz " tudo irá ficar bem", mas sem dizer nenhuma palavra.

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Acordei de manhã com a luz entrando pela janela do meu quarto e logo senti meus olhos doendo, onde eu estava?Assim que me sentei na cama e tapei meu rosto com a mão, minha cabeça começou a latejar muito forte. Ressaca.

Levantei-me e vi no espelho que eu estava com uns shorts curto e um blusão cinza com alguns desenhos, ambos faziam parte do meu pijama. Meus cabelos estavam molhados e eu cheirava a sabonete de rosas.

Sai do meu quarto para ir pra cozinha. Quando passei pela sala pude ver meu irmão e seus amigos jogando vídeo game. "Até de manhã não largam essa porcaria", pensei. Na cozinha, abri a geladeira e peguei a caixa de leite. Despejei o conteúdo em uma caneca, guardei o resto e abri o armário de cima para pegar o nescau. Senti mãos envolvendo minha cintura e um selinho rápido em minha boca.

–Mas o que é isso? - perguntei um pouco alterada.

–Bom dia, Cas. Não se lembra de ontem? - Justin perguntou confuso.

–Não, eu deveria?

–Me desculpa, deixa pra lá. - falou triste e saiu.

Tomei o leite e deixei a caneca na pia. Fui para o meu quarto apenas com um pensamento " o que havia acontecido ontem". Pensei, pensei, pensei até que me lembrei.

Flashback on

Justin me carregou até o carro e dirigiu lentamente em direção a minha casa. Quando chegamos, ele me ajudou a tomar banho e me pôs na cama. Ficou acariciando meus cabelos durante um bom tempo, até que perguntei:

–Por que você está fazendo isso por mim?

–Porque eu te amo, Cassie. - falou calmamente e, rapidamente, nossas bocas foram de encontro com a outra. Nos beijamos. Era um beijo calmo, sem segundas intenções, um beijo que fez meu coração acelerar como nunca havia acontecido antes.

flashback of

Não consigo acreditar, eu havia beijado o amigo do meu irmão e ele disse que me ama! Eu sempre tive uma paixonite por ele, mas nada demais, só atração mesmo. Como seria daqui pra frente? Será que eu deveria dizer que me lembrei do ocorrido na noite passada? Será que ele realmente me ama?

Levantei da cama e fui no quarto de hóspedes, onde Justin estava hospedado. Ele morava em um apartamento um pouco distante daqui, por tanto, o vendeu e agora estava a procura de uma casa aqui no bairro. Dei duas batias na porta e perguntei se podia entrar, Justin murmurou um sim meio preguiçoso.

–Eu me lembro, Jus. -falei com uma voz manhosa.

–Você se lembra do que, Cassie?

–Eu me lembro do nosso beijo ontem, eu me lembro do meu coração acelerado quando nosso lábios se tocaram. - falei um pouco receosa. O garoto apenas me olhou e um sorriso tímido surgiu no canto de sua boca.

–Eu acho que estou...

–Shiu. - levei meu dedo indicador a boca como quem pede silêncio antes que ele pudesse terminar a frase. - Não estraga esse momento. - continuei a falar aproximando cada vez mais nossos corpos. Iniciamos um beijo calmo, que logo se transformou em um beijo rápido, cheio de curiosidades.... Cheio de segundas intenções.

O clima estava esquentando entre nós dois, quando ouvi alguns passos como se estivessem subindo as escadas lentamente. Não liguei. Continuei beijando Justin, já era visível sua pequena excitação.

–Mas que porra é essa, Bieber? - partimos o beijo assim que ouvidos aquela voz e olhamos para a porta. Não, não pode ser. Harry havia visto a cena, havia visto eu e Justin juntos, pior, havia visto eu e Justin nos beijando.