Blackmail escrita por Dramione Shippers


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Hello.It's me.Trazendo capítulo novo e avisando que o fim da história está próximo.

Aproveitem.



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A volta á casa de Malfoy foi tranquila, exceto, é claro, por alguns comentários provocativos feitos por ele para irritar Hermione. Mas fazer o quê?Ele tinha todo o poder em mãos sabendo que o quarto só teve aquele efeito sobre ela porque a mesma já nutria alguma -mesmo que remota- atração por ele.

Os relatórios que ele analisava não mostravam nenhum progresso de Barnes e Calado no caso dele e de Granger. A única saída aparente seria ir até Hogwarts e vasculhar a biblioteca para ver se encontravam alguma coisa, já que a escola era tão velha e era responsável por um dos maiores arquivos mágicos e não-mágicos do Reino Unido.

A ideia de visitar o lugar onde completou seus estudos, onde ocorreu a Segunda Guerra Mágica, e saber que fora ali que seu destino foi traçado,que tudo o que fez ali naquele lugar o levou a tomar as decisões mais estúpidas de sua vida, o fazia ansioso. Não pisava os pés naquela escola desde que decidira terminar seus estudos. Seu sétimo ano foi interrompido pelo alarme de guerra, ele ainda tinha cicatrizes para provar, e por isso fez sua cabeça para que voltasse até lá e refizesse seu último ano. Apesar de seu pai ter sido um aprendiz de tirano e ter ensinado a ele todas as coisas mais vis que um pai pode ensinar a um filho, ele sempre valorizou os estudos, “a aprendizagem mágica” , dizia, “é um dos maiores presentes que eu posso lhe dar, é a única coisa de valor extremo.;saber onde você pertence, o que seus ancestrais fizeram para contribuir para a nossa história, Draco, isso é inestimável”. Essa é a única parte dos inúmeros discursos de seu pai que ele guardou.

Quando pisou os pés em Hogwarts depois da guerra lhe passou pela cabeça que aquela foi mais uma de suas ideias estúpidas, um ex-comensal da morte voltar onde seu clã cometeu uma chacina é como um assassino ir ao enterro de sua vitíma. Os olhares, os cochichos, as piadas, as humilhações públicas, tudo isso ele aguentou calado. Sabia de sua culpa, e toda consequência que seus atos tivessem provocado, mesmo que extremamente dolorosas, ele aguentaria. E aguentou. Pior ainda quando soube que Granger também voltaria para a escola. As aulas já haviam começado quando ela chegou, mas seu intelecto aplaudido de pé por toda a escola não falhou e ela conseguiu recuperar todas as matérias. Primeira da classe, com um título da Primeira Ordem de Merlin estampando seu currículo.

E também teve Astória,ah,Astória;o meio-dia em um mundo de meias-noites. Ela o amparava, o consolava, e por cima de tudo o amava. Ele nunca havia sentido aquilo, aquele rebuliço na ponta do estomâgo. Parecia que o universo havia decidido estar cansado de ser tão imenso e resolveu comprimir toda a sua beleza e sabedoria e complexidade numa forma menor e criou Astória Greengrass, para que todo mundo ao seu redor pudesse se sentir parte das estrelas. E ele se sentia.

O dia que ele chegou em casa, depois de todas as humilhações terem acabado junto com o ano letivo,e encontrou seu pequeno infinito com o pescoço enrolado numa corda e seus pés flutuando acima do chão, tinha certeza de que aquilo também era seu fim. Por que ela faria aquilo? Ele não a fazia feliz como ela o fazia? Era ele tão miserável que tudo que tocava morria? Era ele tão desgraçado que a ideia de carregar um filho com seu sangue a pertubou tanto que ela decidiu se matar? Os meses após a morte dela foram talvez os piores de sua vida, nem a dor que sentiu ao ter o braço marcado pela Marca Negra doeu tanto quanto a perda de sua amada. E então tudo voltou, os pesadelos, a melancolia, a vontade de se excluir do mundo. Quando Narcisa Malfoy adoeceu e teve suas faculdades mentais alteradas ele viu mais um motivo para acabar com a merda que sua vida havia se tornado. Mas ele não podia, toda vez que ia visitar a sua mãe e ela o olhava tão profundamente nos olhos e dizia o quão amado por ela ele era, sua coragem se renovava. Foi então que decidiu abrir o Saint Thomas, um hospital localizado na Londres trouxa, e se dedicou totalmente para que seu esforço fosse recompensado em forma de pacientes saúdaveis.

Quando Hermione Granger o procurou para fazer uma reportagem sobre o hospital ele ficou surpresou. Primeiro por Hermione Granger estar trabalhando para o Profeta Diário, segundo por ela querer escrever sobre ele. Não que ela tenha tratado ele mal durante seu último ano, longe disso, mas pelo passado sombrio que cercava os dois. Por meses ele recusou, e quanta mais ele recusava mais ela insistia. O que a cabeça-dura dela não entendia era que o holofote em cima dele, mesmo que mostrando esse lado “heróico” e bondoso dele, não o agradava,ele não queria ser um mártir, já bastava Potter.

Pensando agora, se ele tivesse aceitado de primeira ou na verdade,simplesmente ter faltado o encontro deles como ele tinha pensado em fazer, ele não estaria nessa situação.

O que lhe restava agora era reverter a situação.

—Granger! - chamou.

—O quê? - ela gritou da cozinha. Ele se levantou, empilhou os relatórios na mesinha de centro e se dirigiu à cozinha.

Antes mesmo de alcançar o batente da porta, um barulho metálico se espalhou pela casa.

Meu Merlin, Malfoy vai me matar, ele ouviu Hermione pensar.

—Pode ter certeza de que eu vou,Granger! - ele gritou- O que porras aconteceu aqui?

— O forninho caiu - ela respondeu,apontando para o chão, onde o forninho se encontrava.

—O forninho caiu?Como diabos o forninho caiu,Granger?

—Eu não sei!Nem estava perto desse forninho.Ele simplesmente caiu, do nada.

—Granger, nenhum eletrodoméstico cai do nada do balcão! - ele exclamou indignado, olhando os destroços do forno elétrico.

—Ah sério,Malfoy? - ela perguntou,debochando.

—Como que você deixou ele cair?Estava tentando levantar peso com meu forno?

—Eu já disse que não estava perto da porra do forno!Eu estava exatamente aqui! - ela disse,se virando para o outro lado da cozinha- Estava procurando algo pra comer mas não tem nada.

—Procurando algo pra comer?Meu Merlin,Granger,como que cabe toda a comida que você come dentro de você?Parece um saco sem fundo.

—Você está me chamando de gorda? -ela perguntou,indignada.

—Não,até porque você não é. E se fosse também não teria problema algum.

—Malfoy,eu corto a tua língua fora! - ela exclamou,observando os cantos da boca dele lentamente se levantarem em um sorrisinho debochado.

—Você tem certeza,Hermione?Tem certeza de que quer cortar a minha língua?

—Por que você pergunta?

—Porque se eu me recordo bem hoje de manhã mesmo você estava querendo me beijar.

Ah,se olhar pudesse matar.Draco já estaria morto.O olhar que Hermione lhe lançou poderia fazer o mais corajoso dos seres humanos sair correndo,mas não ele.Ele sorriu ainda mais desejando com todo seu fervor poder ouvir os pensamentos dela,mas nada. Ele não ouvia nada.Será que o ódio a havia deixado mentalmente silenciosa?

—Hoje de manhã você me enganou,me colocando numa sala que me controlava.

—Correção: te colocando numa sala que deixava a sua atração pré-existente mais ressaltada.Tenho que dizer,Granger,você esconde seus sentimentos muito bem.

—Não existe atração,Malfoy!De onde você tirou essa ideia?Meu Deus.

—Quando começou?Foi depois do nosso beijo?

—Não começou nada e aquele beijo foi um erro,você praticamente se aproveitou de mim.Eu estava triste e desolada e você foi todo se fingindo de anjo,o lobo em pele de cordeiro,me ajudar.”Ajudar” se é isso que enfiar a sua língua na minha garganta significa pra você.

—Mas foi bom,não foi? -ele perguntou,o sorrisinho de canto ainda presente.

—Esse não é o ponto!Caralho,você é muito chato!- ela disse,seu rosto demonstrando indignação.

—É claro que é o ponto,Hermione. Ou foi bom ou não foi.E eu tenho certeza quase absoluta de que foi bom sim,você só está com medo de admitir que gostou e consequentemente entregar que está perdidamente apaixonada por mim.Eu não te culpo,sério.

Ela riu.

—Você é rídiculo - ela afirmou,se dirigindo para a porta da cozinha - Por que você tem um forno elétrico,afinal?

—Veio junto com a casa,não é como se eu já tivesse usado ele algum dia.

—Então você nem tem motivo pra brigar comigo -ela respondeu,sentando em uma das poltronas da sala de estar.

—Mesmo assim!Granger não é porque eu não uso que você pode sair por aí quebrando tudo!

Hermione estava para responder quando o barulho de algo se chocando contra a janela da sala a interrompeu.

—O que foi isso? - Draco exclamou,se aproximando da janela.

—Acho melhor eu ir embora.

—Quê?Você está louca?Não são nem dez horas ainda.Você vai nos matar.

—Não sei,estou com uma intuição ruim - ela respondeu,pegando seu casaco do gancho e dirigindo-se à porta.

—Granger,você vai nos matar!

—Nós teremos que ver sobre isso.Te vejo amanhã - replicou,fechando a porta atrás de si.

—GRANGER! GRANGER,SE EU MORRER EU TE MATO! - ele gritou,mas ela já tinha atravessado a rua.

Ele sentou na poltrona,esperando que ela voltasse ou que um piano gigante caísse sobre sua cabeça.Mas quando nenhum dos dois veio,ele voltou á analisar os relatórios.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês.



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