Star Child escrita por Mothra


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada eu quero dizer que essa não é a fic "hot" que eu prometi pra alguns leitores em The Way I Are. Eu tava procurando imagens dos dois no tumblr e achei essa da capa que me dei uma súbita de vontade de escrever algo e então me veio essa oneshot.Eu me diverti escrevendo, achando tudo muito fofinho. Espero que gostem. ♥



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Estava atrasada. Estava extremamente atrasada e sabia que ele brigaria consigo por causa disso. O moreno era a pessoa mais impaciente que existia na face da Terra e agora a rosada se atrasava na maioria dos compromissos que marcavam. O motivo era simples: se esforçava sempre para estar bonita para ele. Não eram mais somente amigos de infância, agora era oficialmente namorada do Ás de Touou: Aomine Daiki.

Nessa nova realidade dos dois, Momoi passou a se preocupar mais com a sua aparência – mesmo com o maior afirmando que a achava muito mais bonita quando acordava, com o cabelo bagunçado, cara amassada e principalmente, vestindo alguma camisa larga dele quando dormia em sua casa. Mesmo assim, insistia em caprichar para sair nos encontros que ele a levava.

Tinha marcado de se encontrar com ele no parque central e corria com as madeixas róseas esvoaçando ao vento frio do inverno, tentando chegar o mais breve o possível ao destino; ao menos conforme a sandália de salto alto permitia. Se sentiu idiota por ter escolhido aquele calçado justo para sair no domingo, mas ele combinava perfeitamente com as meias 7/8 brancas que ela usava, como também o vestido estampado que lhe batia na altura das coxas. Quando avistou o parque, passou apenas a caminhar com pressa enquanto tentava acalmar a respiração descompassada, já que havia perdido todo o fôlego no trajeto da sua casa até ali.

Andou pelo parque arborizado e cheio de pessoas; seus olhos percorriam o ambiente, procurando por Aomine até achá-lo mais adiante, sentado num dos banquinhos na praça. Olhou para seu relógio de pulso e viu que estava quinze minutos atrasada, ele com certeza a mataria. Se aproximou aos poucos de onde ele estava, desviando das pessoas ao longo do caminho e estava prestes a chegar até o homem, quando viu uma cena inusitada.

Um garotinho se aproximou do moreno, puxando-o pela barra do casaco de frio que ele usava, a fim de chamar sua atenção. A criança chorava desesperadamente e dizia algumas coisas que o Ás não conseguia entender direito, deixando-o ainda mais irritado.

– Pare de chorar, isso é um saco!

Sua forma ríspida de se dirigir ao menino atraiu olhares julgadores para o Aomine que se sentiu extremamente incomodado com aquilo. Mas o que diabos essa criança queria com ele? O pequeno continuava chorando ainda mais alto e murmurando coisas que o ala-pivô não conseguia compreender.

– O-oe... – resmungou e sem saber o que fazer ao certo, tomou a criança pelas laterais e o ergueu acima de sua cabeça sem nenhuma dificuldade. Ficou em pé em seguida. – Você está perdido, não é?

O garoto assentiu com a cabeça, enquanto se acalmava dos soluços que dera enquanto chorava de forma tão aflita. Os orbes marejados de lágrimas do menor mexeram com alguma coisa dentro do Ás, um instinto protetor que só era ativado quando Satsuki estava em perigo.

– Vou te ajudar a achar seus pais. – disse para a criança que mantinha suspensa no ar pelos braços. – Mas você não pode chorar. Homens de verdade não choram por nada.

O menino assentiu com a cabeça novamente e com suas mãos pequenas limpou as lágrimas desajeitadamente, assumindo uma postura mais séria e ao mesmo tempo fofa e cômica.

A gerente de Touou não sabia explicar a razão, mas havia se escondido atrás de uma árvore próxima enquanto acompanhava a cena. Observou a criança sorrir quando Aomine o ergueu acima da cabeça e o encaixou em seus ombros e começou a andar pelo parque.

– Por que você é tão alto, tio?

– Porque sou jogador de basquete. – murmurou despreocupadamente. – E eu não sou seu tio.

O moreno concluiu nos instantes depois como crianças eram irritantes. O garotinho lhe bombardeou de perguntas, acerca da cor estranha de cabelo, o tom escuro da pele e sobre aquela cara feia de quem sempre estava com raiva. E mais outras que ele estava farto de ter que responder.

– O que você fazia sozinho no parque, tio?

– Não é da sua con-

Sentiu uma fisgada nos fios de cabelo; o menino simplesmente o puxava quando o Ás lhe dava alguma má resposta.

Eu vou matar esse moleque...

– Estava esperando a minha namorada.

Momoi os seguia discretamente de perto e conseguiu ouvir aquela frase. Era a primeira vez que ele a chamava de sua namorada. Sentiu uma vontade enorme de correr para ele e abraçá-lo, mas...

– Tio, não to achando o meu papai... – a voz do menino estava embargada pelo choro.

Daiki o segurava pelos pés com suas mãos grandes e o acariciava ali para dar alguma segurança para a criança. Ergueu o semblante tentando fitá-lo.

– A gente vai achar ele. – o tranqüilizou. – Se ficar quieto, te pago um sorvete.

Conseguiu distrair o pequeno com a possibilidade de ganhar tal sobremesa gelada que havia prometida. Continuou a andar pelo parque que era grande, enquanto se questionava como um pai poderia ser tão irresponsável a ponto de se perder de seu filho num local movimentado como aquele.

Mais ao centro do parque notou um certo alvoroço. Um policial tentava acalmar um homem que parecia estar desesperado por causa de alguma coisa. Aomine passaria despercebido da situação, geralmente não tinha interesse em escândalos do tipo, mas as pequenas mãos o puxaram com força novamente nos fios de cabelo.

– É o meu papai, tio! Papaaaaaaai! – gritava a plenos pulmões perto do ouvido do moreno que se segurou muito para não jogá-lo ao chão.

O homem ouviu a voz do filho e veio a seu encontro, enquanto o ala-pivô o tirava de seus ombros e o entregava nos braços do pai. O homem abraçava o filho com força, emocionado. Já a criança já estava mais calma.

– Você está bem..? – questionou o pai, receoso por causa do porte do homem que trouxera seu filho de volta.

Aomine era alto, tinha quase dois metros de altura – 1.92 m, pra ser exata – tinha pele escura e olhos ferozes, selvagens. Sempre tinha uma expressão carrancuda no rosto e quase sempre não estava no melhor dos humores; e não estava mesmo, sua namorada estava atrasada e o tirava do sério, por ser pontual em seus compromissos. Tinha se esquecido da gerente de Touou até aquele momento.

– Estou, papai. O tio cuidou de mim e me trouxe até aqui.

O homem agradeceu sinceramente ao Daiki por ter trazido seu filho até ele a salvo. Estava disposto até mesmo a recompensá-lo por isso, mas o moreno dispensou.

– Use isso para comprar um sorvete para ele. – manteve as feições sérias. – E tome mais cuidado com o seu filho.

O homem o reverenciou e se desculpou infinitamente pelo incômodo, mas o moreno não deu importância. Estava prestes a ir embora quando o menino gritou para si.

– Tio, qual é o seu nome?

– Aomine Daiki. Você vai ouvir muito esse nome.

– Meu nome é Daichi! – a criança tomou fôlego. – Quando eu crescer, vou ser um jogador de basquete como você!

O Ás deu as costas para ele e a criança ouviu muito aquele nome. Sempre atormentava os pais para levá-lo aos ginásios quando tinha jogos da Touou ou acompanhava pela TV. E anos depois ouviu o nome do pequeno que havia se tornado também um grande ala-pivô. Mas isso é história para depois.

Momoi que tinha acompanhado tudo quase chorava de emoção. Sabia que no fundo daquele jogador agressivo ainda residia o Dai-chan que conhecera na infância. Voltou rapidamente para o local onde havia marcado de se encontrar com ele e se sentou no banco da praça, esperando seu namorado. E quando ele se aproximou, ela inflou as bochechas e fez beicinho.

– Você demorou, Dai-chan.

– Não tente me enganar, Satsuki. – a advertiu, naquele tom rouco e superior. – Eu sei que você chegou atrasada e que estava me seguindo.

Era realmente difícil enganar o maior. Esboçou um sorriso e seu rosto foi iluminado por ele, enquanto admirava Daiki com aquelas roupas casuais: calça de linho escuro e uma camiseta branca e larga, com a gola relaxada pelo uso constante. Vestia um casaco escuro também e os fios de cabelo estavam uma bagunça azul.

– Tão fofinho você ajudando uma criança perdida. – o provocou, divertida.

– Cala a boca, Satsuki.

– Parecia um pai levando seu filho para passear.

– Cala a b-

O calou com um beijo, assim que se ergueu do banco. O agarrou pelo pescoço e o trouxe para si, encaixando os lábios nos dele. O beijou apaixonadamente, orgulhosa do homem que ele era. Cessou o beijo quando lhe faltou fôlego e quando percebeu que as pessoas os olhavam, repudiando aquele comportamento em público. Entrelaçou os dedos com o maior e então curtiam seu encontro passeando pelo parque.

E sempre que questionava ao namorado acerca de filhos, ele respondia a mesma coisa com um sorriso nos lábios:

– Crianças são irritantes, Satsuki.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu gostei bastante, achei muito fofo esse lado do Aomine! Mandem reviews e eu continuarei escrevendo sobre esse casal lindo e fofo! ♥