Proud escrita por garotadeontem


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

EI, CRIATURAS! EU VOLTEI! Eu não posso abandonar essas bichas jamais, as amo muito! Bom, o capítulo é triste sim, então se preparem. E não me matem.



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Niko não entendia o que tinha acontecido. Tudo estava bem, e de repente um furacão passou levando tudo. Ele olhava fixamente para a porta por onde Félix tinha passado, ainda processando as palavras que tinha ouvido. Tudo parecia surreal e rodar ao seu redor, ele começou a sentir uma dor forte no meio do peito. Só voltou a realidade quando ouviu a voz do filho.

_ Adriana, pelo amor de Deus, vai brincar com as crianças, os distraiam, por favor. – disse, com a voz embargada.

A empregada e amiga passou por ele e o deixou sozinho na sala, as lágrimas molhavam seu rosto igual a tempestade que invadia seu coração. Félix não o amava mais e o tinha deixado. Mas por que? Por que? Ele tinha feito alguma coisa errada? Não podia ser verdade, ele o amava. Amava sim. Por favor, por favor. Niko se sentou no sofá, a dor dominando seu corpo por inteiro e a voz de Félix repetindo em sua mente. Aquele era, provavelmente, um dos piores dias da sua vida.

Félix estacionou o carro no lugar marcado, o relógio marcava 23h30. Ele pegou o terno jogado no banco de trás e começou a pegar os bolos de dinheiro, 100 mil reais por 3 vidas. Vidas que ele tanto amava, não valiam 100 mil, não valiam dinheiro nenhum. Ele mal conseguia contar o dinheiro, as mãos tremiam, ele se lembrava de Niko chorando, dos filhos. Sua cabeça estava à milhão, chegava a doer. O tempo corria devagar, mas então, ele viu o rapaz se aproximando do carro, Félix respirou fundo, enfiou o dinheiro no meio do terno e o embolou, saiu do carro. Naquela rua mal iluminada, ele mal podia enxergar o rosto de Anjinho, mas sabia que era ele quando se aproximou, tirando a arma do cós da calça.

_ E aí, Félix, trouxe o meu dinheiro?

_ Trouxe, Anjinho. Trouxe sim. – ele o encarava e Félix percebia o quanto ele estava nervoso.

_ Eu sei que você é espertinho, o que você fez? Chamou a polícia? Tá armado? – ele apontou a arma para Félix.

_ Só pega essa droga de dinheiro e vai embora daqui, Anjinho, pelas contas do Rosário! E some, some da minha vida! – Félix ofereceu o terno para ele.

Anjinho se aproximou a arma ainda apontada para Félix. Quando estava quase pegando o terno, ele viu a polícia se aproximando. Félix ouviu as sirenes, ele queria correr, mas não ia conseguir agora, eles tinham chegado tarde demais.

_ Eu sabia! EU SABIA, FÉLIX! Agora você pode dizer adeus a sua vida, porque eu vou ser preso, mas eu te mato primeiro!

Félix tentou correr, mas ouviu o clique da arma e barulho do tiro, sentiu seu corpo caindo no chão, e uma dor insuportável. Mas nada era pior do que a dor que trazia no peito, ele enxergava o chão, mas não tinha forças pra levantar. Será que a última coisa que ele iria ver na vida seria o chão de uma rua encardida? Ele realmente devia ter sambado no Santo Sepulcro. Ele ouvia vozes ao seu redor, todos os sons, mas então, ele fechou os olhos, ignorando as dores que tomavam seu corpo inteiro.

Ele enxergava Niko lhe sorrindo, e seus filhos correndo pela areia da praia de Angra. Ele via sua vida ao lado de Nicolas passando rápido por seus olhos, e agora sim, ele poderia morrer.

_ Félix, eu não to entendendo nada... Por que você me trouxe aqui? – Niko estava vendado e Félix e o guiava, ele riu.

_ Para de ser curioso, Carneirinho! Se acalma.

_ Como eu vou me acalmar? Faz mais de duas horas que eu estou vendado. Onde estamos? Eu posso ouvir o barulho do mar.

_ Estamos quase lá, quase lá, Niko... Cuidado com a escada.

Félix tinha convencido sua mãe a viver na casa deles em Angra, ele pagaria sua mãe, claro. Não queria usufruir de mais nenhum patrimônio da família Khoury. A casa estava inteira depois de uma limpeza e pequenas reformas que tinha feito.

Ao chegarem na sala, Félix deixou Niko no meio dela e acendeu as luzes.

_ Ei.. Félix?

_ Carneirinho, eu devo ter feito pacto com Judas pra você ser tão curioso e impaciente. Já chegamos! – ele se aproximou do amado, e lhe tirou as vendas.

_ Que? – Niko olhava ao redor, a casa ampla e bem decorada, observava os detalhes. – Que é isso? Onde? Félix...

Félix se aproximou de Niko, ficando frente a frente com ele.

_ Sabe, Niko... Eu queria te falar umas coisas... Antes de te conhecer, eu não amava ninguém, eu não era capaz de amar ninguém... Eu não sabia que eu podia ser amado, que alguém poderia me suportar, me entender, mesmo com todos os meus defeitos, que são muitos. Então, você apareceu na minha vida, de um jeito que eu nunca tinha imaginado, de um encontro qualquer. Eu queria me aproveitar de você, da sua infelicidade. Mas, quando eu fiquei sem nada, você se tornou o meu tudo. Você me dava felicidade, quando tudo tava mal. Me ouvia, me entendia, me dava conforto, me abraçava, virou meu melhor amigo... – Félix sorriu ao ver que Niko estava com os olhos cheios d’água. – Não chora, Carneirinho... Eu nunca amei ninguém como eu amo você, nunca quis passar o resto da vida do lado de alguém como eu quero do seu lado. Eu realmente te amo, amo mesmo. Você me ensinou o que é o amor. Me ensinou o que é a felicidade nas coisas simples. Me ensinou o que é uma família. E essa casa, essa casa pode ser nossa... se você quiser, claro. Eu quero morar aqui com você, criar seus...

_ Nossos. – Niko corrigiu sorrindo.

_ Nossos filhos. – Félix lhe sorriu. – Você pode me achar louco, mas... – Félix foi até a porta que dava acesso a varanda, ele abriu e o barulho do mar invadiu a casa, Niko o seguiu, a varanda estava com flores em todos os cantos, principalmente orquídeas. E no meio das flores, haviam fotos deles juntos, deles com os meninos.

_ As orquídeas, Félix. – Niko deixou uma lágrima cair com a beleza das flores.

_ Suas preferidas, não é?

_ São.

_ Então, você pode me achar meio louco. Mas, esses foram os momentos mais felizes da minha vida. Eu queria saber... Pelas contas do Rosário, eu não acredito que eu tô fazendo isso... – ele se ajoelhou na frente de Niko.

_ Ah não! – Niko riu de nervoso, não acreditava que isso estava acontecendo. – Eu...

_ Shiiu, deixa eu terminar... Carneirinho, você quer casar comigo? – ele tirou do bolso, uma caixinha e abriu, os dois anéis de ouro brilhavam. - Me oferecer mais momentos felizes? Passar o resto da minha vida comigo, eu não mereço, mas...

_ Ai, Félix, não fala assim. – Niko se ajoelhou na frente dele, lhe sorrindo. – Eu não acredito, eu não tava preparado... – ele riu de novo, olhava as alianças, e depois olhou nos olhos de Félix. – Claro que eu quero, Félix. Eu amo você. Amo como nunca amei ninguém. E eu quero ter essa vida com você. Eu vou te amar pra sempre. Sempre. Até ficarmos velhinhos, seu bobo.

_ Ah, criatura, então você aceita, né? Porque meus joelhos estão me matando... – eles riram.

_ Claro que sim. Claro que eu aceito. – eles se beijaram ternamente.

Niko tinha se acalmado, mas a dor no peito aquela agonia, não passava. O telefone tocara, as crianças tinham dormido, no fundo, ele desejava que fosse Félix, seu coração disparou de ansiedade.

_ Alô!?

_ Niko!? Niko, é a Paloma. – ele olhou no relógio, ela nunca iria ligar tão tarde. – Niko, desculpa te falar assim...

_ Que houve, Paloma? – o aperto no seu peito aumentou. Alguma coisa tinha acontecido, ele sentia, as lágrimas tinham voltado para os seus olhos.

_ O Félix... ele... – a voz dela estava chorosa.

_ O que aconteceu com ele? Pelo amor de Deus... fala logo.

_ Ele tá no hospital, ele levou um tiro... E... – Niko desligou o telefone.

_ ADRIANA! ADRIANA! Chama um táxi, eu preciso ir pro hospital, o mais rápido possível! PELO AMOR DE DEUS, ADRIANA.

Niko foi até a imagem de sua santa preferida, nossa senhora Aparecida lhe acendeu uma vela, a mão quase não conseguia, tremia demais, ele chorava demais. Lhe rezou uma Ave Maria.

_ Mãe santíssima, eu... por favor, não leva o Félix de mim. Por favor... – ele pegou um terço que deixava próximo dela.

Adriana estava tão nervosa quanto ele, mas não podiam fazer muito barulho, iriam assustar as crianças. Niko estava tão transtornado que não se lembrava de como tinha pego o táxi e chegado ao hospital, ele foi direto pra emergência, Pilar estava lá chorando nos braços de Maciel, Paloma nos braços de Bruno. E quem iria o consolar agora?

_ CADÊ ELE? PELO AMOR DE DEUS, CADÊ ELE? – Paloma lhe segurou o braço.

_ Calma, Niko! Por favor!

_ COMO VOCÊ QUER QUE ME ACALME, PALOMA? ME DIZ, CADÊ ELE? O QUE ACONTECEU?

_ O Félix tá no CTI, Niko... Ele tá em coma induzido.


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Notas finais do capítulo

O que está em itálico é um flashback, como vcs perceberam né. Não deu tempo de revisar os erros, então, não me julguem hahahaha E Loe, obrigada pelo seu comentário, eu fiquei muito emocionada e me deu esse impulso de continuar.



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