Divergente - por Tobias Eaton escrita por Willie Mellark, Anníssima


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Gente pedindo desculpas por demorar a postar hoje geralmente sempre posto 2 vezes no dia um de madrugada e um a noite... Só que minha mãe tinha viajado e me deixado com meu irmão então só fiz uma ontem e nada hoje então vou tentar postar duas hoje, para que vocês me perdoem!!!!
Um lindo hiper mega abraço para a super escritora Manu Maddox que tem dado sugestões e conselhos incríveis, ainda divulgou essa fic...
Beijo Manu ^^
E um Obrigada para todos os que comentaram vocês são tudo de bom!!!!


Boa Leitura!!!!
Ps.: Amar é um personagem de Convergente, que ajudou Tobias.



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A segunda fase da iniciação começou.

Foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que fazer e se não fosse por Amar, Zeke e Shauna, não sei como teria sido.

Amar era um divergente nascido no Destemor, ele era um excelente amigo e um ótimo instrutor que me ensinou como esconder minha divergência na segunda fase. As vezes acho que atentaram contra a sua vida. Ele foi encontrado ao lado dos trilhos, mas não tenho certeza de nada.

Por que ele faria uma coisa destas?

Amar era feliz, tão engraçado e desde o princípio me ajudou e esteve ao meu lado, fazendo com que eu tentasse me sentir mais em casa aqui.

Max me designou para fazer os testes de simulação com todos os iniciandos, inclusive os que estavam sob a responsabilidade de Lauren. Pego a caderneta e as seringas e sigo para a sala. Ela não mudou nada, a máquina e a tela do computador para transmitir a simulação em tempo real e uma cadeira de metal reclinável. Tudo do mesmo jeito. Já devia ter me acostumado com isso, mas é difícil.

Aqui não tive que encarar só a altura, a claustrofobia e atirar em pessoas, mas tive que sobreviver a ataques e humilhações públicas.

Abro a porta e chamo a primeira.

“Lynn.”

Ela entra e guio-a até a cadeira, está calada, nervosa. Lembro-me do dia em que Lynn raspou o seu cabelo deixando todos boquiabertos segundo ela, não queria parecer uma mocinha, queria ser uma guerreira do Destemor e temida por todos.

“Para você sair da simulação você terá que acalmar seus batimentos cardíacos, que será acompanhado por essa máquina, então...” - Começo.

Quatro, pare, lá eu não vou lembrar-me do que você está dizendo de qualquer forma.” - Ela retorna.

Depois que eu aplico o soro, ela se deita sem dizer uma palavra. Sento-me na cadeira de frente a tela e começo a gravação.

Em sua visão tudo está escuro, então de repente ela está rodeada por pessoas, eles gritam e vaiam e começam a ir para cima dela, Marlene pega uma faca e corre atrás de Lynn com as mãos dadas com Uriah, eles a chutam e a xingam. Na cadeira onde Lynn está sentada ela se debate sozinha e chora. Quando Hector seu irmão, aparece na tela chamando-a, ela se levanta e vê Uriah e Marlene se beijando e Heitor aparece morto nas garras de um cachorro enorme que depois pega Uriah e Marlene e depois começa a vir na sua direção, ela corre aos prantos. Sua simulação está há exatamente 55 minutos, quando a máquina detecta seus batimentos mais calmos, e ela acorda suando e com os olhos vermelhos.

“Está tudo bem Lynn.” - Digo chegando próximo a ela.

“Eu... não... posso... passar...” - Ela se joga da cadeira e põe as mãos nos meus ombros apertando com força. - “Quatro, eu não quero passar por isso de novo, meu irmão, era meu...

“Calma a primeira vez é sempre mais difícil.” -Digo firmemente.

“Quero sair daqui.” - Ela já está mais calma, pelo menos tenta aparentar.

Mostro a porta de saída e Lynn sai cambaleando derramando as lágrimas que de mim tentou esconder e eu volto para chamar o próximo.

“Peter.”

Ele entra com ar de superioridade e se senta na cadeira. Aplico a seringa no seu pescoço.

“O soro irá fazer efeito em 60 segundo, antes você precisa saber que você só sairá da simulação se seus batimentos cardíacos controlados por aquela máquina” - digo apontando. - “ estiverem mais calmos, caso contrario você pode ficar por tempo estimado de até duas horas.”

“Qual foi a simulação mais rápida?” - Peter pergunta.

Claro que ele quer saber, ele quer ser melhor em tudo.

“Nós não contamos os mais rápidos, pois é quase impossível que uma simulação demore menos de 9 a 15 minutos a pessoa tem de ter muita força de vontade, e pensamentos sérios...” ou se ela for divergente, eu penso. Continuo “mas se concentre em apenas sair de lá porque a primeira vez é...”

“Eu sei, eu sei, eu já estou tonto com esse seu discurso de instrutor preocupado.” - Peter diz caindo de vez na simulação.

Viro-me para tela e começo a gravação.

Ele está numa mesa com Max e ele aparenta ser um líder do Destemor e é quando Edward aparece com Uriah e o arranca de lá à chutes e murros. Peter está com as mãos atadas e cai em uma vala, quando ele se levanta está rodeados de pessoas mal vestidas e aparentemente bêbadas.

Os Sem-Facção!

Eles riem e jogam garrafas e comidas nele, Peter corre em direção a um e o xinga, quando é arremessado pelo ar. Edward está com uma faca e a lança contra seu olho esquerdo, enquanto ele cai sangrando, Uriah chega com pontapés em sua cabeça. Tris, Christina e Will chegam e fazem o mesmo tudo escurece. Ele acorda em cima dos trilhos do trem sem as duas pernas, e com os braços imóveis quando o trem se aproxima, e ele não consegue se mexer.

A simulação de Peter está há 48 minutos, quando ele acorda atordoado olhando seus braços e suas pernas, com o rosto abatido.

“Que porcaria foi essa? Eu fiquei duas horas?” - Ele pergunta indignado

“Não, você ficou próximo aos 50 minutos.” - Digo. - “Agora se me der licença, preciso continuar meu trabalho!”

Ele se levanta e sai andando torto e tremendo até a porta. Olho na caderneta é a vez dela.

“Vamos, Tris.” - Tento parecer o mais amigavelmente possível, apenas seguindo o conselho da Shauna.

Toco seu ombro para guiá-la até o centro da sala, mas ela recua ao ver a cadeira.

“Sente-se,” - digo enquanto aperto seus braços e a guio para frente.

“O que é a simulação?” - Tris pergunta com a voz trêmula.

“Você já ouviu falar na frase enfrente seus medos?” - pergunto - “Nós estamos falando disso literalmente. A simulação vai ensinar a você a controlar suas emoções no meio de uma situação assustadora.”

“Você já administrou os testes de aptidão alguma vez?”

Lembro de Marcus, fico rígido.

“Não, evito caretas tanto quanto possível.” Digo

“Por que?”

“Você me pergunta isso porque acha que eu vou realmente responder?” - digo enquanto pego a seringa.

“Por que você diz coisas vagas, se você não quer ser questionado sobre elas?”

Roço meus dedos em seu pescoço, afastando seu cabelo para aplicar o liquido da seringa.

“Uma injeção?”- ela pergunta ao virar-se para mim.

“Usamos uma versão mais avançada da simulação aqui um soro diferente sem fios ou eletrodos em você.”

“Como é que funciona sem fios?”

“Bem, eu tenho fios, para que eu possa ver o que está acontecendo, mas para você há um pequeno transmissor no soro que envia dados para o computador.” - Digo enquanto aplico.

Eu a olho e sei que ela quer explicações, diferente dos outros, Tris não se conforma em saber o que estão fazendo se ela não entende.

“O soro vai entrar em vigor em 60 segundos. Esta simulação é diferente do teste de aptidão. Além de conter o transmissor, o soro estimula a amígdala, que é a parte do cérebro relacionada no processamento de emoções negativas –como o medo – e, em seguida induz uma alucinação. A atividade elétrica no cérebro é então transmitida para o nosso computador, o que traduz então a sua alucinação em uma imagem simulada que eu posso ver e acompanhar. Eu então encaminho a gravação para os administradores do Destemor. Você fica na alucinação até que você se acalme-isto é, diminua sua freqüência cardíaca e controle sua respiração.”

Ela parece satisfeita com a explicação e quando começa a fechar os olhos, coloco ambas as mãos em cada lado de sua cabeça e me inclino.

“Seja corajosa, Tris,” sussurro “A primeira vez é sempre mais difícil.”

Caminho até a tela quando aparece um campo com gramas secas e ela está no centro, a grama vem na altura de sua cintura e uma sombra sobrevoa acima dela. Há um pássaro em seu ombro com as garras presas em Tris. Ela o bate, grita e o empurra várias vezes, mas ele não se move.

O céu escurece e em seguida, vários outros pássaros com garras e bicos abertos voam em sua direção, ela tenta correr e é então quando não consigo mais vê-la, só consigo notar seus gritos de socorro. Enquanto isso ela se debatia na cadeira reclinada. Crescem espinhos ao invés de grama os pássaros deixam mais o seu rosto e se ocupam com sua pele, Tris estende os braços e para de relutar. Olhos para o cronômetro do meu relógio se passaram apenas três minutos e ela já está voltando.

Ela acorda, e se debate nervosamente, puxa os joelhos até o peito e enterra os o rosto neles. Caminho rapidamente até ela e toco o seu ombro para acalmá-la, ela empurra minha mão com força para longe.

“Não me toque!” ela soluça.

“Acabou,” digo enquanto passo a mão em seu cabelo, ela nega apoio e tenta se consolar sozinha.

“Tris.” Tento mais uma vez.

“Tris, eu vou levar você de volta para os dormitórios, ok?” pergunto.

“Não!” ela grita, e começa a saltar lágrimas de seus olhos “Eles não podem me ver... assim...”

“Oh acalme-se, vou levar você pela porta dos fundos.”

“Eu não preciso que você...” ela balança a cabeça.

“Bobagem.” Interrompo-a.

Tiro-a da sala e atravessamos o corredor em silêncio. Quando estamos a alguns metros de distância do seu quarto, ela puxa o braço e para. Eu olho para ela, a velha Tris voltou e lá está ela me encarando de novo.

“Por que você fez aquilo comigo?” ela pergunta me encarando “Qual foi o ponto disso, hein? Eu não estava ciente que, quando eu escolhi Destemor eu estava me inscrevendo para semanas de torturas!”

“Você achou que superar a covardia seria fácil?” digo

“Isso não é superar a covardia! Covardia é como você decide ser na vida real, e na vida real eu não estou sendo comida viva até a morte por corvos, Quatro!” ela coloca as mãos na boca e soluça, tentando impedir o choro.

Sem sucesso.

“Eu só quero ir para casa” ela diz.

Essas simples palavras me tiram o chão, ela não pode ir, o lugar dela é aqui no Destemor. Com a gente, será que Tris não percebe?

Ela que sempre mostra força, perseverança e coragem na frente do medo, está agora querendo sair, eu não aprovo isso e nem a perdoaria se deixasse o complexo.

“Aprender a pensar no meio do medo” digo “é uma lição que todos, até sua família Careta, precisa aprenderem. Isso é o que estamos lhe ensinar. Se você não pode aprender, você precisa dar o fora daqui, porque não queremos você.”

“Eu estou tentando, mas eu falhei. Eu estou falhando.”

“Quanto tempo você acha que passou nessa alucinação, Tris?” digo soltando um suspiro.

“Eu não sei, meia hora?”

“Três minutos, você conseguiu ser mais rápida do que os outros iniciados. O que quer que você seja você não é um fracasso” sorrio “Amanhã você estará melhor com isso você vai ver.”

“Amanhã?”

Toco suas costas e continuo a guiando.

“Qual foi a sua primeira alucinação?” ela pergunta.

“Não era o que, era mais um quem” respondo e encolho os ombros “isso não importa agora.”

“E você acabou com aquele medo agora?”

“Ainda não.” Digo chegamos à porta do dormitório, encosto-me à parede e deslizo minhas mãos no bolso. “Talvez nunca possa.”

“Então eles não vão embora?”

“Às vezes eles vão. E às vezes novos medos os substituem, mas ficar sem medos não é o ponto. Isso é impossível. Isso é para aprender a como controlar seu medo, e como ser livre dele, esse é o ponto.” digo e ela concorda com a cabeça “De qualquer forma, seus medos raramente são o que parecem ser na simulação,” acrescento.

“O que você quer dizer?”

“Bem, você realmente tem medo de corvos?” digo sorrindo. “Quando você vê um, você corre gritando?”

“Não. Acho que não” ela diz me olhando.

Ela dá um passo para frente e encosta-se à parede do meu lado, se inclina dessa vez mais próximo do que a ultima vez que eu me lembro de está tão perto dela assim.

“Então do que eu realmente tenho medo?” ela pergunta me olhando.

“Eu não sei, só você pode saber.” Digo.

“Eu não sabia que se tornar Destemor poderia ser tão difícil,”

“Não foi sempre assim, me disseram” digo francamente “Ser destemor quero dizer.”

“O que mudou?”

“A liderança. A pessoa que controla a formação define o padrão de comportamento no Destemor. Seis anos atrás Max e os outros líderes mudaram o método de treinamento. Os métodos de treinamentos se tornaram mais competitivos e mais Brutais, disseram que era para testar a resistência das pessoas. E isso mudou as prioridades do Destemor como um todo, aposto que você não pode adivinhar quais os novos líderes que protegem isso.” Fiz apenas um comentário Tris já provou ser inteligente o suficiente para responder isso.

“Então você ficou em primeiro lugar na sua classe inicial, qual foi a classificação do Eric?” ela pergunta.

“Segundo.”

“Então ele foi a segunda escolha para a liderança. E você era a primeira.” Ela diz mais para si do que para mim.

“O que te faz dizer isso?”

“A maneira como Eric estava atuando no jantar da primeira noite. Invejoso embora o que ele tenha o que ele quer.”

Ela sempre me surpreende com suas análises e observações tão corretas. Tris suspira e impa o rosto mais uma vez, e alisa o cabelo.

“Eu pareço que estive chorando?” ela pergunta.

“Humm” Inclino-me até ela, e olho cada detalhe do seu rosto, olhos, boca queixo - não você é linda -, eu penso. Deixo escapar um sorriso ao lembrar-me de que eu sou mais acessível que uma cama de pregos.

“Não, Tris, você parece resistente. Como um prego.”

Ela entra e fecha a porta atrás dela, e volto a vida.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?
Tô perdoada??