O exame havia saído,e o resultado não era surpresa alguma: positivo. Afinal eu era a mãe biológica de Renesme,era perfeitamente normal sermos compatível.

– Isabella,agora que saiu o resultado,iremos dar continuidade ao tratamento de Renesme imediatamente,porém quero conversar algo com você,e é até bom que Dr.Masen escute esta conversa também.-disse Carlisle,olhando para mim e para o médico,sentado a nossa frente.

– Esta bem,estou ouvindo.-disse.

– Bom,irei ser direto.Como o doutor sabe,Renesme é adotada,e Isabella é sua mãe biológica.Porem minha filha não sabe disso,e peço a vocês que mantenham este segredo,e não comentem nada a respeito na frente dela.

– Ela não sabe que é adotada?-perguntei.

– Sim ela sabe que o nome da mãe é Isabella,mas não sabe e nem saberá que você é a mãe dela.-respondeu Carlisle.

– Pode ficar tranquilo,não irei comentar nada com ela.-disse o medico que estava calado até agora.

– Mas se ela sabe que o nome da mãe é Isabella,ela irá estranhar, se uma mulher de mesmo nome doar a medula pra ela. Então como vamos fazer isso?-perguntei.

– Iremos adiar esse encontro o máximo possível,porém não poderá ser para sempre,então peço a você que quando se encontrar com ela utilize outro nome. E minta sobre qualquer coisa se precisar.-respondeu Carlisle,duramente.

Confesso que achei está estória de mentir completamente bizarra,e fiquei desapontada com a possibilidade de ter que mentir sobre mim para ela,afinal uma parte de mim,a parte que mais me assustava,queria que Renesme me conhece verdadeiramente, não como uma mentira. Mas pelo jeito isso será impossível.

– Tudo bem,irei mentir pra ela quando necessário.-aceitei,mesmo não concordando.

– Ótimo,agora que já combinamos tudo,vamos nos focar no tratamento.-disse Carlisle.

– Irei começar explicando para a senhorita,os próximos procedimentos pré-cirurgia,e depois irei fazer uma reunião com a família Cullen,e explicar a eles também.-começou o médico.

Eu e Carlisle apenas assentimos.

Dr.Masen nos explicou os procedimentos muito bem. Disse que eu e Renesme iríamos passar por:outros oncologistas,hematologistas,psicólogos,assistentes sociais,tudo para discutirmos e darmos continuidade ao tratamento.

Após as explicações,o doutor me deu um papel para assinar o termo de Consentimento Informado, disse que os responsáveis por Renesme também assinariam um,e que era necessário para o agendamento do transplante.

Nos despedimos do doutor e Carlisle me levou de volta ao hotel em que estava hospedada.

Assim que entrei no quarto,sentei na cama e desabei,em um choro que não tinha motivo,sem explicação,eu não sabia o porque estava chorando.Pensava que talvez estivesse daquele jeito,por medo da cirurgia ou coisa assim,mas eu estava tentando enganar a mim mesma. Bem lá no fundo eu sabia que chorava por culpa e arrependimento.

Depois que a crise de choro passou,resolvi tomar um banho e sair do hotel,apenas andar pela rua,para tomar um ar,de repente parei em frente a um capela muito bonita e acolhedora,resolvi entrar.

Me sentei em um dos bancos de madeira,e comecei a observar a igrejinha por dentro,era em estilo gótico,imitava as grandes catedrais existentes na Europa. A admirando-a comecei a fazer uma reflexão,pensava em tudo o que estava acontecendo em minha vida nos últimos dias.Pensava em Renesme,em em como tudo poderia ter sido diferente se não tivesse feito o que fiz.

Quando dei por mim a culpa já me dominava novamente,e me fazia chorar. A culpa de tudo isso era minha,se eu nunca tivesse dado Renesme para a adoção,isso não estaria acontecendo.Eu não estaria destruindo a vida de uma garotinha de treze anos. Eu sou um monstro por acabar com a vida da minha filha,sim minha filha,pois o meu sangue corre em suas veias.

Continuei chorando horas a fio,com a culpa me consumindo lentamente,acabando com o pouco de sanidade que ainda me restava.