POV Victoire Weasley

Já tinha passado quatro dias que o Teddy tinha vindo lá em casa. Eu fiz de tudo para não pensar nele ou na surpresa, mas não consegui. Não parava de pensar como foi bom andar de mãos dadas com ele... Sentar na areia e ser recebida com um abraço. Como eu queria que aquilo tudo não fosse só porque eu sou a sua priminha.

Eu precisava ir no Beco Diagonal, para comprar meus livros. Mas estava adiando o máximo possível. Minha tia Ginny tinha chamado a minha família para irmos juntos para lá, com a família do tio Ron. Estava ansiosa pra ver a Rose e a Lily, mas eu sabia que o Teddy estaria lá. E eu estava com medo de encará-lo. Estava com medo de fazer meu coração acelerar com um simples sorriso tímido.

– Filha, meu amor. Nós vamos ao Beco Diagonal. Se arrume. - Meu pai tinha entrado sem bater na porta e me pegado desprevenida. Eu assenti e ele saiu. Com esforço, me levantei da cama e fui tomar um banho.

A água escorria sobre mim e eu só conseguia pensar nele. Notei que estava sorrindo só de pensar em como ele ficava lindo tímido. Me lembrei da sua formatura de Hogwarts. Foi quando eu percebi que realmente estava apaixonada. Ele estava comemorando com todos e TODA a minha família estava lá. Vários Weasley's e Potter's o parabenizando. Eu estava sentada sozinha em uma das mesas só o observando, seu sorriso... Foi quando percebi que ele estava vindo em minha direção. Ele se aproximou e falou no meu ouvido "Aceita uma dança?". Eu me lembro como eu estava feliz naquela hora. Aceitei prontamente. Dançamos uma música lenta. James e Rose observavam lá de longe. Quando a música terminou, ele me abraçou e foi conversar com tio Ron e o tio Harry. Passei dias e mais dias me lembrando de cada segundo e nunca mais esqueci.

Terminei de tomar banho, vesti um vestido e desci as escadas. Meus dois irmãos estavam sentados no sofá. Meus pais estava vindo do escritório. Eu estava bem nervosa. Meu coração estava ansiando pelo momento que eu iria ver o Teddy. Meus pais chegaram e nós partimos. Era a hora.

– Minha garotinha!- Tia Hermione me cumprimentou quando chegamos. Abracei o tio Ron forte, ele era alto e me levantou pra me dar um beijinho na bochecha. Dei um beijinho na bochecha do Hugo e fui falar com a Rose. "Estava com tantas saudades da minha sabe-tudo" sussurrei no ouvido da Rose. Ele me abraçou e nós passamos um tempinho conversando sobre uma viagem que queríamos fazer. Talvez, bem talvez... Nós iriamos para Paris com nossos primos e alguns amigos! Seria ótimo. Mas era só um sonho. A Tia Ginny chegou e ele estava lá. A Rose saiu de fininho e foi cumprimentar o Albus. Eu fiquei paralisada. Ele estava ainda mais bonito, ou era só impressão de apaixonada.

Dava para perceber que ele tinha acabado de tomar banho. Seu cabelo estava molhado e maravilhosamente assanhado e hoje estava azul. Ele estava todo sorridente, claro, me deixou com um sorriso estampado no rosto também. Eu nem tinha percebido que nós estávamos nos encarando e corei. Cumprimentei o James com um beijinho na bochecha e abracei o Albus. Dei um abraço bem forte na Lily e dei um abraço em conjunto no tio Harry e na tia Ginny. Só faltava ele.

Com o coração na boca me aproximei devagarzinho. Ele estava sorrindo o tempo todo o que me deixou tão, mas tão feliz. Estávamos pertinho.

– Oi, Vic! - Ele me cedeu um abraço meio desajeitado. Eu estava completamente derretida por dentro. Foi tão bom sentir o seu cheiro por perto.

– Oi. Desculpa por sair daquele jeito, Ted. - Eu disse quando terminamos o abraço. Ele me olhou por uns segundos sério e voltou a sorrir.

– Claro, tudo bem. Mas o que houve? - Ele perguntou. Eu gelei. - Er... Quer ir tomar um sorvete comigo? - Ele perguntou tímido quando viu que eu não ia responder. Eu não conseguia acreditar! Eu deveria estar sonhando. Teddy Lupin me convidando para tomar um sorvete! Bom demais para ser verdade.

– Pode ser! Eu vou avisar a minha mãe e deixar a listinha com ela. Só um minuto. - Falei sem conter a alegria. Corri até a minha mãe e percebi que toda a minha família já estava entrando em uma loja, mas eu consegui alcançá-la. Avisei rapidinho a ela e andei lentamente até onde o Teddy estava.

– Então... Vamos.- Ele disse e abriu um sorriso enorme, assim como eu. Ele passou o seu braço pelo meu ombro em um gesto de abraço. Fez minhas pernas ficarem completamente bambas e meu coração enlouquecer. Estávamos parecendo dois namorados! Como eu gostaria que isso fosse verdade e como eu gostaria que ele me visse como namorada. Sem pensar, passei a minha mão na sua cintura e começamos a caminhar. Sentir o seu cheirinho fez com que eu encostasse a minha cabeça no seu peito. Surpreendentemente, ele só me apertou mais contra si. O que eu amei.

– Hum... Você saiu sem me dar resposta, Victoire. Quem é o garoto que você tá gostando? E ele está te fazendo sofrer? Juro que como seu primo, dou uma surra nesse garoto. Bom, como auror, posso fazer mais umas coisinhas. Não conte isso pra ninguém, muito menos para o Harry. - Ele disse. Ri com o último comentário, tio Harry era seu chefe desde que ele se tornou auror. O que eu iria dizer a ele? "Teddy, presta atenção : Você é o amor da minha vida, eu te amo mais que tudo na minha vida e sim, é você está me fazendo sofrer e muito." Acho que não.

– Não é ninguém, Teddy. É só um garoto. Como eu disse, ele é bem mais velho. Não ia querer nada comigo e ele nem sabe que eu gosto dele. - Acho que não devia ter falado tudo isso. Acho mesmo.

– Só um garoto... - Teddy começou. Eu apontei para um restaurante ali perto e me sentei em uma das mesas, ele se sentou também.

– E você, Teddy? Alguma garota? - Perguntei reunindo MUITA coragem.

– Não, nenhuma. - Ele respondeu, corando. - Quer dizer, há uma. Ela é única. Não é mais velha. - Ele finalizou me lançando um sorriso. Quem é essa garota?! "Ela é única"... Eu nunca teria chance com ele. As minhas poucas esperanças estavam escapando. Senti meu olhos se encherem de lágrimas, virei o rosto rápido tentando não deixá-lo ver.

– Vic? Você tá bem? Aconteceu alguma coisa? Eu disse alguma coisa? - O Teddy perguntou todo preocupadinho. Deu vontade de beijá-lo bem naquela hora. Não que eu não tenha vontade de beijar ele toda hora. As minhas lágrimas secaram.

– Não, tá tudo bem. - Fingi um sorriso. Ele sorriu. - E quem essa garota, sr. Ted? - Perguntei sem nem pensar.

–Ah, é só uma garota. Ela também não sabe que eu gosto dela. Ela é bem mais nova, não ia querer nada comigo. - Ele respondeu todo tímido e sorridente. Eu gelei. Não, não... Não podia ser eu. Impossível. Eu sorri para ele.

– O que o casal gostaria de pedir? - Um garçom moreno e baixinho, todo simpático, veio nos atender. Eu corei com o "casal", para a minha surpresa, o Teddy abriu ainda mais o sorriso e deu uma olhadinha pra mim. Ok, isso é muito estranho.

– O que você quer, Vic? - Ele perguntou.

– O mesmo que você, monsieur. - Brinquei. Ele abriu um sorrisinho.

– Bom, dois sorvetes de chocolate, por favor. - Ele disse para o garçom que nos deu um olhar malicioso. Gargalhei. Ele me lançou um olhar tão fofo...

O sorvete chegou e nós o tomamos em silêncio. Apenas olhando um para o outro. Terminei o sorvete e ele também o dele. Nós estávamos sentando em duas cadeiras lado a lado e estava ótimo ficar perto dele. Ele passou a sua mão no cantinho da minha boca, fazendo meu coração acelerar. E começou a acariciar o meu rosto.

– Estava sujo de chocolate. - Ele explicou. Por um louco segundo, eu pensei que ele fosse me beijar. Mas ele retirou a mão rápido. Suspirei. Ele pagou a conta rápido, sem falar nada.

– Vamos? - Ele se levantou e ofereceu a mão. Sorri e aceitei. Estávamos andando normalmente e logo avistamos a nossa família. Ele soltou a minha mão e disse em poucas palavras que ia ficar um pouco mais no Beco Diagonal e saiu em uma das ruazinhas. Encontrei minha família e eles disseram que todos já haviam ido embora, e logo estávamos em casa.