True Love escrita por LauHerondale


Capítulo 3
Capítulo 2 - Welcome to the City of Glass


Notas iniciais do capítulo

Oi gente desculpa a demora. Ando muito ocupada com prova e tarefas esses dias. Espero que gostem do segundo cap da minha fic :)



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A brisa fria batia em meu rosto, fazendo os pelos de minha nuca se arrepiarem. O som de pássaros cantando preenchia meus ouvidos, misturando-se ao farfalhar das folhas. O cheiro de terra úmida entrava pelas minhas narinas, espalhando ondas frias e relaxantes por minhas veias.

Abri os olhos esperando enxergar apenas escuridão. Porém, quando minhas pálpebras se abriram, minha visão foi ofuscada pelos raios brilhantes do Sol. Puxei o ar para meus pulmões enquanto observava o ambiente a minha volta.

A paisagem ao meu redor era coberta por casas simples, construídas a partir de tijolos, todas de uma tonalidade acinzentada. Suas portas de madeira eram marcadas por símbolos negros que eu desconhecia. Algumas delas eram contornadas por árvores de porte médio com folhagem de um verde vivo. A calçada de cimento era lisa e suja de terra vermelha.

"Onde estou?" pensei, enquanto uma onda de pânico fechava minha garganta. Minha mente vagava, mostrando imagens das faces arrependidas de meus pais pouco antes da inconsciência me atingir. Porém, nada me fazia crer que eles haviam me drogado e logo depois me abandonado no meio do nada. Sozinha. Perdida. E com medo.

– Tem alguém aí? - gritei, mas sabia que não haveria resposta.

Comecei a correr. Lágrimas de raiva me cegavam a medida que eu adentrava mais e mais aquela pequena vila. Precisava encontrar alguém. Não podia estar sozinha.

Corria tão rápido que nem notei um buraco na calçada. Pisei em falso no rombo no cimento e caí de joelhos no chão. Sangue quente começou a escorrer de minhas pernas feridas. Fechei os olhos forte, tentando espantar a dor. Foi quando os abri novamente e encarei o chão que vi.

Ali, sobre o cimento grosso e gasto, havia um par de botas de couro. Pareciam novas e bem resistentes, sem um arranhão sequer. Refletiam a luz do Sol que queimava minha visão.

Continuei a encarar as botas com os músculos tensos. Minha boca estava rígida, cerrando o maxilar com força a medida que o medo se espalhava por meu corpo. Eu não queria levantar a cabeça. Estava amedrontada demais para mover sequer um músculo. E então, um par de mãos claras apareceu em meu campo de visão. A pele era perolada, marcada por cicatrizes quase invisíveis.

Sem que eu percebesse, já estava as agarrando e sendo erguida do chão. Senti o sangue escorrendo pela extensão de minhas pernas bambas. O toque das misteriosas mãos nas minhas, arrepiava minha pele. Mas, foi somente quando levantei o olhar na direção do desconhecido, que uma uma onda de choque frio me atingiu.

O garoto à minha frente era extremamente lindo. Tão lindo que sua beleza chegava a parecer divina. Como um anjo. Seus cabelos eram lisos e grossos, negros como a escuridão do abismo mais profundo. Meus dedos coçavam, querendo sentir a maciez dos fios. A pele era clara, corada nas bochechas e nos lábios cheios. Suas feições eram suaves e lindas. Mesmo com as sombras das árvores cobrindo boa parte de minha visão, eu podia enxergar o quão bonito ele era.

Um sorriso se abria em seus lábios, exibindo dentes brancos e perfeitamente retos.

– Quem é você? - gritei em meio ao silêncio.

Não houve resposta. Ao invés disso, o garoto apenas se virou e começou a caminhar em direção a mata, até desaparecer no verde da relva.

Me vi sozinha novamente. Tentei gritar, chamar por ele, mas nada saía de minha boca. O alívio que antes se espalhara por mim na presença do garoto, agora havia sumido. Meus pés começaram a se mover involuntariamente, correndo na direção na qual o menino havia seguido.

Meus joelhos latejavam enquanto eu corria, desesperada por encontrá-lo. O vento chicotiava meu rosto. As lágrimas ameaçavam cair, porém as contive com esforço. "Seja forte. Não chore." repetia para mim mesma.

De repente, me vi de volta as ruas da vila. Essa parte da cidade parecia mais cheia, com casas maiores e ruas mais regulares. E logo à minha frente, tão alta quanto um arranha-céu, havia uma enorme residência. Tão alta que rasgava o céu. Tão brilhante que machucava meus olhos. Tão espetacular que parei no mesmo instante de correr apenas para observar sua grandeza.

Ali, brilhando como o próprio Sol, estava um enorme castelo, todo feito de vidro verde como esmeraldas perfeitamente polidas. Parecia tão delicado, que o mais leve toque poderia derrubá-lo. O verde reluzente das paredes eram marcados por grossas linhas negras, formando símbolos fortes. O contraste do preto com o verde era perfeito.

As imensas porta de ferro do castelo começaram a se mover. O rangido do metal no chão de cimento arranhou meu ouvidos. Elas se moveram até ficarem escancaradas, revelando uma figura alta de ombros largos. O garoto.

– Bem-vinda à Cidade de Vidro. - foi tudo que ele disse.

E então, caí na escuridão.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Deixem comentários por favor :)