Fada do dente escrita por Lulu Tril


Capítulo 1
Capítulo Único




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DROGA!

Droga!Droga!Droga!Droga!Droga!Droga!!

Eu quero morrer, quero sair correndo, quero bater nas pessoas que passam perto de mim, quero chutar tudo o que encontrar na frente! Caralho! Eu estou com uma tremenda dor de dente e isso está me matando! Será que alguém poderia me ajudar com essa dor infernal?

Não. Ninguém poderia me ajudar a não ser a dentista que só vou poder ir amanhã. Pois não tenho escola nem treino. Até pensei em faltar da escola. Fala sério, isso é uma tortura! E eu não estou exagerando! Se você já teve uma dor de querer arrancar o dente se for possível ou pegar uma arma e atirar no dente para ver se ele para de doer, vai entender o que eu estou passando nesse momento.

Eu dormi ontem com uma pontada no dente. Achei que não fosse nada e caí no sono. E então acordei com isso na minha boca. E para ajudar a dentista que vou, não está funcionando hoje e claro que a minha mãe não deixaria faltar. Traduzindo: vou ter que conviver com essa dor do capeta o dia inteiro.

Que maravilha. Não sei por que ir à escola se não consigo concentrar nem no chão que piso. Isso não faz sentido. Por favor, me aplica um calmante em dose dupla para acordar só amanhã quando a dentista abrir a porta do seu consultório!

Mas o grito da minha alma ecoou dentro de mim de forma solitária, pois não tinha ninguém para eu reclamar já que o Shin-chan foi à escola antes de mim dizendo que no Oha-asa estava falando que o dia dos cancerianos seria melhor se começasse o dia antecipado.

Chutei outra pedra que encontrei no caminho. Mas aquilo não melhorou nada.

Suspirei olhando para o céu azul.

- Hoje vai ser um dia daqueles...

Parei para relaxar um pouco, mas logo em seguida a dor tomou conta de mim novamente e suspirei ainda mais profundo.

X

Cheguei à sala com os pés meios arrastados. Os colegas de sala me cumprimentam como sempre, então respondi com a mesma empolgação de todos os dias. Para falar a verdade queria colocar a mão na boca para amenizar a dor, mas isso já seria muito drama pelo meu gosto.

Olhei para a última carteira da fileira da janela. Lá estava ele. Midorima Shintarou, o lançador número um da Geração Milagrosa, atual do colégio Shutoku, e o meu namorado. Isso mesmo que acabaram de ouvir. Eu namoro ele á uns ummês. Nem acreditei quando ele aceitou a minha declaração. Tinha certeza de que ele acharia nojo de mim ou algo parecido. Mas não. Shin-chan sorriu levemente e beijou a minha testa. Sei que ele não é uma pessoa muito comunicativa. Então o rosto corado e o beijo seria a resposta positiva.

Só há um problema...

- Shin-chan! – chamei-o com muita felicidade ignorando a dor que sentia. Ele olhou de lado por dois segundos e voltou a ler o livro.

Ele é muito tsundere.

Claro, eu amo essa parte dele também. É obvio. Mas de vez em quando sinto falta de carinho. Eu e ele somos ambos homens, mas isso não significa que não nos acariciamos. Pelo contrário! Se pudesse gostaria de dar carinho para o Shin-chan toda hora!

Esse meu desejo não é muito correspondido, pensei comigo e coloquei a bolsa na carteira que ficava á sua frente.

- Me escute Shin-chan! Estou com uma dor de dente insuportável e não sei como vou sobreviver hoje! – fiz um gesto de choro falso.

- Que bom. Não se preocupe Takao, vou pegar o seu osso se você morrer. – disse sem tirar os olhos do livro.

- Que frieza! Será que não poderia mostrar um pouco mais de afeto para mim?

- Para que eu demonstraria uma coisa dessas para você?

- Por que sou o seu namorado! Ai! Não me bata com o livro! O canto dele dói! Agora além de dor de dente vou ter que aguentar dor de cabeça também.

- Pare de reclamar Takao.

- É sério Shin-chan. Isso dói pra caramba! Você nunca ficou com dor dessas para não sentir nenhum pouco de pena de mim?

- Humf. Não. Pois sempre dou o meu melhor em tudo. Em relação à saúde também não me relaxo. – disse ele com grande orgulho.

- Fala sério!

Eu iria dizer mais algumas coisas, mas como o professor chegou na sala, acabei virando para a frente pensando como poderia aliviar a minha dor enquanto precisava escutar monte de blah-blah-blah de física.

Como tinha imaginado, a explicação do professor parecia um tipo de música de fundo onde não era possível prestar atenção. Para mim α e β ou µ era tudo igual na lousa. Queria virar para trás e conversar (reclamar) com o Shin-chan, mas a minha dor não me permite. De repente uma lâmpada acendeu em cima da minha cabeça e peguei um pedaço de folha.

“Acho que minha boca começou a inchar. Mas acho que se você ficar passando o lábio por cima vai sarar. rsrs.”

Depois de ter terminado de escrever, joguei para trás sem olhar e caiu bem na frente do meu parceiro. Aquilo era muito fácil de realizar comparado com o basquete.

Esperei cinco minutos para a resposta. Como não mandou de volta, resolvi escrever outro.

“Qual que é o seu item de sorte de hoje? Eu não estou vendo perto de você. É algo que não seja objeto? Tipo amor? Hehehehe”

Joguei mais uma vez, e repeti a mesma coisa a cadacinco minutos.

“Shin-chan help me! Acho que vou pegar um alicate e arrancar este dente! Nunca pensei que um dente poderia deixar até a minha bochecha inflamada! Que dar um beijo para sarar o meu dodói? Rsrsrsrs. Brincadeirinha!!”

“Minha mãe falou para você ir lá em casa qualquer dia desses para jantar. É que eu fico falando todo dia sobre você que ela tá curiosa. ”

“As minhas irmãs vão amar você! Claro, a minha mãe também. O meu pai fica a maior parte do tempo no seu escritório. Ele é meio tímido diferente da minha mãe. Como que são os seus pais Shin-chan? Será que eles são que nem você? Será que eles vão gostar de mim se um dia eu for a sua casa?”

“Qual foi o colocado do signo de câncer hoje em Oha-asa?”

“Você quer passar em Maji Burguer hoje? Disse que saiu novo sabor de milkshake de zenzai! Você ama esse sabor, não é?”

“Semana que vem vamos jogar street basket no parque de sempre? Já que amanhã não vai ter treino aqui na escola.”

“Hoje sim vou ganha de você em jan-ken-pô! Estou com pressentimento de que consigo!”

“O que você trouxe para o almoço hoje? Eu só vou beber porque comer está longe do meu alcance. snif snif snif. Você não tem dó de mim Shin-chan! Eu teria muita dó se você estivesse com dor! Eu faria de tudo para amenizar o seu sofrimento! E você nem quer me responder?”

“Mas vou te perdoar por que sei que vou ter que ter umas aulas extras com você porque hoje não vou poder nem responder quanto é que é um mais um. Essas contas de dilatações então estão fudido! Olha, nem sei por que nós aprendemos isso. É uma droga! Nunca vou utilizar isso na minha vida!”

Quando estava pensando o que iria escrever no outro pedaço de papel, caiu um papel da cor azul no canto.

Até que em fim!

Abri o papel meio apressado com o sorriso ponta á ponta. O que será que ele escreveu para mim?

“Pare e concentre na aula.”

........

................

..........................

......................................

Oh my god.

Sabia. Eu sabia que ele era uma pessoa assim. Mas mesmo assim não posso criar esperanças?

Olhei para trás no canto do olho. Shin-chan estava copiando a fórmula escrita na lousa muito concentrado. Voltei para o pedaço de papel e suspirei profundamente. Quantas vezes já suspirei hoje?

Estava um pouco bravo e decidi atormentar ele até que o sinal do intervalo bata. Como resultado, recebi duas borrachas na cabeça com força.

X

Até que em fim acabou as aulas! Agora só falta o treino de basquete!

- Shin-chan. – debrucei na carteira dele.

- O que foi Takao? – ele parecia estar irritado. Mas isso não vem ao caso agora.

- Será que vou conseguir jogar direito hoje?

- Como é que é? – ele franziu a testa.

- Sei lá. Não sei se vou conseguir concentrar direito. É que está doendo tanto que estou até com corpo mole. Desculpe-me se eu errar o passe. Acho até melhor faltar hoje.

Shin-chan não me respondeu. O que foi desta vez?

- Você está bem Shin-chan? – olhei para o rosto dele preocupado.

Depois de dois minutos calado, ele falou:

- Onde é que dói?

- O dente? Este daqui, mas...

- Chega mais perto Takao.

Eu obedeci sem prensar nada. Era normal ele dizer coisas sem anexo.

De repente. Sim. Foi muito de repente de mais para poder fazer qualquer reação. Ele me puxou e beijou levemente. Logo em seguida colocou a língua na minha boca e passou algumas vezes pelo dente onde latejava.

Repetindo isso algumas vezes, ele me soltou.

- Shi- Shin-chan! – eu agora sentia o batimento nas minhas orelhas. Tenho certeza que estou vermelho.

- Pronto, sarou. Agora vamos logo Takao.

Ele pegou a sua bolsa e foi para a quadra. Eu fiquei parado sem entender nada na mesma posição. E então lembrei o que escrevi no papel que mandei para ele.

“Acho que minha boca começou a inchar. Mas acho que se você ficar passando o lábio por cima vai sarar. rsrs.”

Comecei a rir do nada quando já tinha voltado do pensamento. Por isso que eu amo ele!

- Me espere Shin-chan!

Shin-chan maji Angel! Seu tsundere fofo!

- Pare de falar bobagem e ande logo que se atrasar a culpa vai ser sua.

- Tudo bem querido Ace-sama!

- Hunf.

- Você está vermelho Shin-chan.

- Cala a boca Takao. É o por do sol. E você também está vermelho seu idiota.

- Então o meu também é culpa do por do sol.

- Se você errar o passe vou fazer você pedalar ainda mais hoje.

-Ok, ok.

O meu fada do dente me dar coisas melhores do dinheiro embaixo do travesseiro.

Só para constar, o treino rendou mais do que o dia em que quando não tenho dor de dente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido a história!!



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