Vegas, baby! escrita por Dawseyride shipper


Capítulo 1
Capítulo Único - Our Life In A Few Hours


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira one *-*
Espero que gostem da história.
Gente, eu não pesquisei por aí pra saber se tinha uma fic com esse enredo, então, se tiver, não denunciem, apenas me avisem!



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-Não sei o que me deu na cabeça pra um dia ter casado com você! – Elena gritou com raiva, saindo de casa e batendo a porta com força atrás de si.

Não consigo lembrar quando foi que nosso casamento ficou assim tão abalado. Costumávamos ser tão felizes juntos. Desde criança sempre tão unidos e inseparáveis. Lembro-me do dia em que fiz a promessa que anos depois mudaria nossas vidas.

*Flashback ON*

Hoje é aniversário de uma menina que é filha de um casal de amigos dos meus pais. O nome dela é Elena. Estou olhando as fotos que tem espalhadas pela casa. Ela é uma menina muito bonita. Está fazendo seis anos. Que são três a menos que eu, que tenho nove. Vejo-a se aproximar.

-Oi. – ela diz tímida.

-Oi, Elena. Meu nome é Damon. Gostei da sua festa. Está tudo muito bonito. – meu elogio a pega de surpresa, pois suas bochechas ficam rosadas.

-Obrigada. Vem, vamos brincar! – ela me pegou pela mão e saímos correndo pela casa. Nossos pais olhavam para nós dois e sorriam. Quando passamos por eles, ouvi papai dizer:

-Esses dois ainda vão se casar um dia. – ri do comentário de papai. Eca, casamentos têm beijo e isso é nojento!

-Então, Damon, vamos brincar de pique?

-Claro! Pode me chamar de Dam.

-Lena. Tá com você! – disse, tocando meu braço e correndo para longe em seguida.

Corremos durante a tarde toda. Na hora de cantar parabéns, os pais da Lena tiveram que dar um banho nela, pois estávamos um pouco sujinhos. Mas o importante é que tínhamos nos divertido.

Alguns anos depois, quando eu estava na oitava série, a Elena começou a estudar no mesmo colégio que eu. Passávamos todos os recreios juntos. As meninas da sala dela não gostavam muito dela, e os meninos ficavam sempre mexendo com ela. Então, com a minha companhia, ela se sentia segura.

Apresentei ela a todos os meus amigos: Klaus, Bob, Jimmy, Claire, Lily e Vivian. E ela trouxe para a turma sua amiga Caroline. Logo de cara Klaus gostou dela e tinha ciúmes de todos os outros garotos.

Certa vez marcamos de passar um fim de semana juntos. Seria na casa da família Gilbert, e os pais de Elena ficariam de olho em todos nós. Jogamos alguns jogos de tabuleiro, comemos doces e pipoca e vimos alguns filmes. Não era terror, mas em algumas partes, assustava. Notei que Caroline se escondia atrás do Klaus e ele gostava disso. Estava de mãos dadas com Claire durante todo o filme. Elena encarava fixamente a TV e não parecia se assustar.

Na hora de dormir, os meninos ficaram no quarto de hóspedes e as meninas no quarto da Lena. Klaus não deixava nenhum de nós dormir.

-Caras, eu estou gostando da Caroline. Ela é tão linda, meiga, delicada.

-Klaus, isso tá ficando gay. – Bob disse.

-Não tô nem aí. Ela é assim mesmo. E não me importo de parecer gay ou bobo. – ele disse, convicto, decidido.

-Fale com ela. Quem sabe ela também não acha você bonitinho? – impliquei.

-Idiota. Mas quer saber? É exatamente isso que vou fazer. Amanhã vou falar com ela.

E ele realmente falou com ela no dia seguinte. Eles fizeram um acordo maluco que envolvia que eles esperariam algum tempo antes de namorar, mas já tinham um compromisso um com o outro.

Klaus quase estragou tudo. Duas vezes. Mas tinha a mim e eu não deixaria que ele fizesse nada para magoar Caroline. Elena me fez prometer isso. Então sempre que ele estava inclinado a esquecer dela, eu dava um tapa nele pra trazê-lo de volta à realidade. Sei que um dia ele vai me agradecer por isso.

Quando fui para a faculdade, alguns anos depois, eu e Elena éramos mais unidos que quaisquer outras pessoas no mundo. E eu tinha tanto carinho por ela que, quando ela me contou que estava namorando com um menino de sua escola, o Greg, eu prometi a ela que a levaria para Las Vegas se ele partisse o coração dela. E depois que ela o esquecesse, o faria se arrepender.

Na época, ela riu e disse que era fofo o que eu estava prometendo a ela. Mas eu respondi que era sério. Muito sério. Que ela deveria me ligar para contar qualquer coisa que ele aprontasse com ela. Eu não era o maior fã do Greg. Antes da Lena, ele já havia namorado duas amigas e uma prima minhas. Tinha motivos particulares para fazer aquela promessa à minha melhor amiga.

Morávamos em Nova Iorque, mas eu fui fazer faculdade de administração no Canadá. E como a Elena estava estudando muito e ocupada com o namorado, pouco nos falávamos e não podíamos viajar. No segundo ano longe de casa eu arranjei uma namorada. Hallie era uma excelente menina. Estava fazendo a graduação de moda. Ela tinha muito talento e bom gosto. Graças a ela, mudei muita coisa no meu visual para melhor.

Decidimos voltar para Nova Iorque nas férias daquele ano e passar as festas com a minha família. Ela estava muito empolgada. E eu não estava muito diferente. Finalmente teria notícias da minha melhor amiga, que no próximo ano terminaria a escola e tentaria entrar para alguma faculdade.

Desembarcamos no aeroporto da minha cidade no meio da madrugada, então decidimos ir direto para o hotel descansar. Na manhã seguinte, fomos dar uma volta e tomar café-da-manhã. Pela tarde, fomos até a casa da família.

-Mãe, pai? – gritei ao entrar. Ainda tinha minha chave.

-Olá, filho! – meu pai apareceu pelo corredor que levava a seu escritório. Ele se aproxima e me dá um abraço. – Sua mãe está na cozinha. E quem é essa mocinha linda com você?

-Esta é Hallie Sommers, minha namorada. Hal, este é o meu pai, Giuseppe Salvatore.

-É um prazer conhecê-la, senhorita Sommers.

-O prazer é todo meu, senhor Salvatore.

-Por favor, me chame de Giuseppe.

-E o senhor, Giuseppe, chame-me de Hal.

-Como quiser, Hal. Sinta-se em casa.

Fiquei feliz por meu pai ter se dado bem com a Hallie. Espero que minha mãe também goste dela. Afinal, ela sempre diz que um dia eu ainda vou me casar com a Elena. Sorrio com o pensamento.

-Onde estão os Gilbert, pai? – nossas famílias eram tão unidas que passávamos as festas um ano na casa dos Gilbert e no outro eles vinham para a nossa.

-Eles ligaram há uma hora, mais ou menos. Estavam lidando com a Elena. O namorado terminou com ela, ou ela terminou com ele... Agora não lembro. – Maldito Greg! Eu sabia que ele ia aprontar com a Elena. Por que ela não me deu ouvidos? Mas que merda! – Damon?

-Pai, será que você pode dar atenção para a Hal só um pouquinho? E me emprestar o carro? Preciso ir até lá. Minha melhor amiga precisa de mim. Tudo bem por você, amor?

-Vai lá. Sei como é importante para você. – Hallie me encoraja.

Meu pai me entrega as chaves do carro e eu vou para a garagem. Quando estou saindo, encontro com os Gilbert, sem Elena.

-Olá Jonh. Isobel. – cumprimento. – Estou indo buscá-la.

-Obrigada, Damon. – Isobel agradece.

Dou partida no carro e sigo ao encontro de Elena. Chegando lá, toco a campainha e aguardo. Ela aparece na porta com o rosto inchado e vermelho de tanto chorar. Quando me vê parado ali na varanda, ela sorri, mesmo que só um pouco, já que logo começa a chorar.

-Shhh. – abracei-a. – Vai ficar tudo bem, Lena.

-Você tinha razão, Dam. Por que não te dei ouvidos? Eu o amava tanto. Ele simplesmente me deu o fora na noite de natal.

-Ele é um babaca, Lena. Mas não pode deixá-lo afetar seu natal. A festa é na minha casa. Você sempre gostou tanto de passar o natal comigo. Sempre que você começa a sentir sono, deita no meu colo e ficamos inventando histórias de natal. Ainda estou esperando você começar a escrever nosso livro, até minhas histórias são péssimas e você sabe disso.

-Elas sempre me divertem. – ela sorri parecendo nostálgica. – E não são nem um pouco ruins. Você sabe que são minhas favoritas.

-Sim, eu sei. – sorrio de volta. – E aí você dorme, eu te pego no colo e te levo até o meu quarto para dormirmos juntos, mas esse ano não vai dar. Hallie veio comigo. – ela olha pra mim um pouco mais empolgada.

-Preciso conhecê-la!

-É só você se arrumar que vamos para a casa dos meus pais. Ela também quer conhecer a melhor amiga do namorado.

-Tem certeza que ela não quer apenas saber se eu sou uma ameaça ao namoro dela?

Começo a rir e ela faz careta.

-É sério. Não quero ter problemas com uma namorada sua.

-E não vai ter. Desde que nos conhecemos ela quer conhecer você. E isso foi bem antes de começarmos a namorar.

-Ok, você venceu. Venha me ajudar a escolher uma roupa. – subimos até o quarto dela e ela me fez ver muitas roupas do seu armário. Até que finalmente concordamos que o suéter vermelho com a calça jeans eram a melhor escolha.

-Sei que prometi a você que caso aquele mané fizesse alguma coisa com você, eu a levaria para Vegas, mas eu estou na faculdade, você vai começar o seu último ano. Então eis aqui o que vamos fazer: assim que você terminar a faculdade, vou pedir ao meu pai um mês de férias e nós vamos para Vegas, ok?

-Damon, você não precisa fazer isso. Sei que foi uma promessa boba.

-Não, Elena, não foi. Eu realmente vou fazer aquilo por você. Não precisa se preocupar com nada. Passe para a faculdade e quando você terminar, nós iremos.

-Ok, senhor Salvatore. Você é quem manda.

Saímos da casa dela, ela trancou tudo e voltamos para minha casa, onde nos divertimos bastante e seguimos as tradições das histórias de natal. Pelo menos a Lena esqueceu aquele babaca por algumas horas.

*Flashback OFF*

-Papai, por que a mamãe saiu batendo a porta? – Luísa, nossa filha de cinco anos veio me perguntar.

-Porque o papai é um bobo, filha. Ele consegue pôr um monte de defeitos na sua mãe que ela não tem.

-E o que são defeitos, papai?

-São coisas da pessoa que não gostamos. Sabe quando a tia Marie briga com você porque você está fazendo bagunça? – Marie é a professora da Luísa. Ela assente com a cabeça. – Então, ser bagunceira é um defeito. É uma coisa que a tia Marie não gosta em você.

-Entendi. E que defeito você colocou na mamãe, papai? – ela pergunta inocentemente.

-Um muito feio, filha. Chamei sua mãe de mentirosa. Apesar dela nunca ter me dado motivo pra acreditar que ela estava mentindo para mim.

-Mas papai, a mamãe sempre diz que mentir é feio. Ela não fazeria isso.

-Se diz faria, filha. E eu sei que sua mãe nunca faria isso. Mas eu só percebi depois de fazê-la ficar chateada comigo. O que você acha de ligar para seu tio Klaus e pedir a ele pra vir aqui buscar você para brincar com a sua prima?

-Pode, papai? Será que a mamãe não vai brigar?

-Não, meu anjo, ela não vai.

Depois de Caroline e Klaus virem aqui buscar Luísa para brincar com a Shay, a filhinha deles, dois anos mais nova que a Lu, voltei a lembrar de como tudo aconteceu.

*Flashback ON*

Dito e feito. No final do ano seguinte, Elena confirmou que havia passado para a faculdade de direito. Eu só não imaginava que fosse na U of T. Não pude conter a alegria ao saber que ela estava vindo para Toronto. Fiz questão que dividíssemos o apartamento. Àquela altura, eu e Hallie já havíamos terminado. Ela foi fazer intercâmbio na França e acabou decidindo ficar por lá mesmo para trabalhar ao terminar a faculdade.

-Lena, que saudades!

-Digo o mesmo. E você andou aprontando alguma coisa por aqui. Sinto o cheiro de coisa boa.

-Ah, sim. É obra da Camille. Ela é uma amiga minha que faz faculdade de gastronomia.

-E você tem certeza de que eu estando aqui não vou atrapalhar nada entre você e a Camille não?

-Bom, ela e a namorada dela estão loucas pra conhecer você. Amaram suas fotos. Então, você é quem sabe.

Elena ficou roxa de vergonha.

-Está tudo bem, Lena. Não precisa ficar com vergonha. Confesso que já tentei alguma coisa com a namorada da Camille e foi assim que descibri sobre a sexualidade delas e nos tornamos muito amigos.

Elena começou a rir da minha história. Juntei-me a ela em um momento de descontração.

-E então, vamos comer? A Camille disse que esse prato é a especialidade dela. E bom, não quero me gabar, mas sou amigo da melhor cozinheira da turma.

Tirei a refratária de massa do forno e vi os olhos da minha melhor amiga brilharem. Sabia que ela ia gostar. O destino parece conspirar a meu favor às vezes. Desde criança Elena sempre foi louca por massas e agora tenho uma amiga que faz uma excelente receita. Preparei a mesa e nos sentamos para comer.

-Nossa, isso está delicioso. Camille está de parabéns. Talvez eu pergunte a ela qual o segredo. Posso querer ou precisar tentar um dia.

Terminamos de jantar e fomos ver um pouco de televisão depois de arrumar a cozinha. Sentei em uma ponta do sofá e Lena deitou com a cabeça no meu colo.

-Como nos velhos tempos. Se eu dormir, você vai me levar pra sua cama? – ela perguntou, prestando atenção à TV.

-Se você preferir meu quarto ao seu, então sim. Mas não se preocupe com isso. Hoje é sua primeira noite aqui. Você pode dormir comigo.

-Obrigada.

Ficamos assistindo TV por horas. Comecei a sentir sono por volta de uma da manhã e quando eu ia perguntar pra Lena se ela estava com sono, notei que ela já dormia. Pus sua cabeça sobre a almofada enquanto ia até o meu quarto preparar a cama para que ela dormisse confortável.

Voltei até a sala, peguei-a no colo e, já novamente no meu quarto, deitei-a sobre a cama e cobri seu corpo com o edredom. A noite estava fria, então achei que fosse necessário. Fui até meu armário, peguei um pijama de calça de moletom e camisa de manga comprida e me dirigi ao banheiro para tomar banho.

Após o banho e de dentes escovados, deitei-me ao lado de Elena e a abracei como costumava fazer anos antes. Ela murmurou alguma coisa que não entendi, mas não acordou. Não demorei muito para dormir também.

Mais alguns anos passaram. Eu já havia me formado e trabalhava com meu pai na empresa dele. Elena ainda estava em Toronto. Em dois dias seria sua formatura. Minha melhor amiga agora era advogada. Eu estou tão orgulhoso. Ela se esforçou bastante para conseguir isso. Nada mais justo do que ela ser a oradora da turma.

Estávamos todos lá: eu, meu pai, minha mãe, Isobel, Jonh, Caroline e Klaus, que estavam de casamento marcado para dali a alguns meses. Eu e Elena seríamos padrinhos. Na formatura, era hora da entrega dos tão sonhados diplomas. Ela estava linda em seu vestido verde e suas sandálias prateadas de salto.

-Pai, mãe, Isobel, Jonh, eu e Elena temos passagens daqui para Las Vegas. Não me olhem com essas caras. Sou um cara de palavra e prometi isso a ela no natal em que aquele tal de Greg terminou com ela. Partimos hoje à noite.

Ao fim da noite, fui até o apartamento que deixei para Elena e junto dela peguei nossas malas para irmos ao aeroporto. Não demoramos muito para embarcar e logo estávamos em nossas devidas poltronas na primeira classe.

Nosso primeiro dia em Vegas foi pura preguiça. Estávamos cansados da festa, onde bebemos bastante, cansados da viagem, que como não foi assim tão longa, não deu pra dormir, então ficamos no quarto vendo TV, pedimos serviço de quarto e concordamos em ficar por lá mesmo e aproveitar a cidade na manhã seguinte. Só ficaríamos mais dois dias, então estava tudo bem.

No segundo dia aproveitamos as lojas. Elena comprou tantas coisas que eu sugeri que comprasse outra mala ou não caberia tudo. Ela estava levando lembranças até pras amigas das amigas dela. Eu me diverti bastante assistindo aos surtos dela ao achar alguma coisa que segundo ela era I-N-C-R-Í-V-E-L. Sim, ela descrevia soletrando o adjetivo. Essa é a minha melhor amiga.

À noite, jantamos no restaurante do hotel e depois ajudei Lena a organizar as compras dentro da nova mala. Como passamos o dia todo comprando, decidimos dormir cedo, pra aproveitar o verdadeiro motivo de termos vindo para Las Vegas: o cassino! Estávamos bem animados com a experiência.

No nosso último dia em Las Vegas, que decidimos chamar de 'O Dia Do Cassino', Lena levantou primeiro que eu e se arrumou. Quando veio me acordar, já estava pronta para as aventuras em Vegas. Levantei para me arrumar também. Depois de pronto, chamei a Lena e descemos para tomar café-da-manhã.

Saímos para as ruas à procura de algum cassino. Iríamos embora amanhã depois do café, então tínhamos que aproveitar hoje, para que pudéssemos dormir. Entramos em um cassino que parecia limpo e iluminado pelas luzes das máquinas. Elena logo se empolgou para começar a jogar. Fui ao bar, pedi duas cervejas e voltei para perto da minha amiga.

Paramos um pouco na hora do almoço a fim de comer alguma coisa, mas logo voltamos. Jogamos de tudo um pouco e Elena teve mais sorte nas mesas do que eu. Além de termos jogado muito, também bebemos muito. Não me lembrava de já ter bebido tanto assim alguma vez na vida.

Na manhã seguinte o despertador tocava estridente sobre o criado-mudo, mas por mais acostumado que eu estivesse com aquele som, naquela manhã, devido a ressaca, não o estava suportando. Após encerrar a tortura com o despertador, abri os olhos pra tentar entender o que era aquele emaranhado de roupas, lençóis e pernas na cama.

Espera, isso não é um emaranhado. Essas pernas são da Elena. Ai, não! Que merda eu fiz agora? E por que eu não consigo lembrar o que aconteceu ontem à noite? Levantei devagar da cama pra não acordar a Elena e fui para o chuveiro. Tomei um banho frio pra me livrar dos vestígio da embriaguez. Preciso lembrar como foi que eu e minha melhor amiga fomos parar nus na mesma cama. Isso nunca é um bom sinal. E é então que noto. É tão pequena e simples que poderia facilmente passar despercebida. Se não fosse tão escandalosa onde estava. Uma aliança dourada na minha mãe esquerda. Puta que pariu. Jonh vai me matar por ter casado com a garotinha dele sem pedir permissão. Preciso arrumar um jeito de desfazer isso.

-Bom dia, Dam. Dormiu bem? – Elena entrou no banheiro sem nenhum pano cobrindo o corpo.

-Lena, você ta nua. – eu chamei sua atenção cobrindo o rosto.

-Eu sei. Achei que você gostasse de mulheres. Principalmente aquela que tem uma aliança no dedo que combina com a sua. – ela rebateu.

-Você se lembra da noite passada! – acusei. – Por que você consegue e eu não?

-Porque, ao contrário de você, enquanto eu bebia álcool, eu também bebia água e comia alguma coisa, pra não passar mal depois. Aprendi isso da pior forma possível: passando pela situação. Então eu não me lembro de detalhes e sim, eu estava bêbada. Mas não a ponto de esquecer tudo.

-Então você pode, por favor, me contar o que aconteceu?

Ela narrou os acontecimentos da noite anterior de forma vaga, pois também estava bêbada na hora. Porém alguém filmou e nos vendeu o DVD do que descobrimos ter sido nosso casamento. Elena apenas ria da desgraça que foi a cena: nós dois bêbados, tropeçando nos próprios pés, falando coisas enroladas que eram ininteligíveis.

-Elena, seu pai vai me matar. Não posso simplesmente chegar na casa dele e dizer: Me casei com sua filha e transei com ela quando chegamos ao quarto do hotel.

-Damon, isso não é nenhum absurdo. Tecnicamente, o Elvis nos casou, então você é meu marido. E eu já não era mais virgem mesmo. –diz dando de ombros. Isso me faz sentir menos pior, afinal...

-Você o quê? – pergunto a ela, o tom de voz alterado.

-Damon, século XXI. Não assinei nada que me obrigasse a casar virgem. E bom, mesmo que tivesse assinado, estou casada e não sou mais virgem. Ponto final.

Discutimos o tempo todo desde então. E durante toda a viagem de volta para Nova Iorque. Chegando a casa, decidimos que manteríamos segredo até resolvermos o que fazer. O único porém, é que não esperávamos que o destino fosse resolver por nós o que faríamos.

Dois meses depois da viagem, Elena descobriu que estava grávida. E como estávamos 'compromissados' um com o outro, ela não tinha ficado com ninguém além de mim. Decidimos então contar para as nossas famílias.

Todos ficaram muito felizes. Disseram que talvez fosse melhor esperar e que foi muita irresponsabilidade casar escondido em Las Vegas, mas apoiaram nossa decisão de ter o bebê. E no final do almoço que demos para contar a notícia, minha mãe ainda fez questão de dizer: 'Não disse que eles iam acabar casando um dia?'

Sete meses depois a nossa pequena Luísa nasceu. Houve complicações no parto então foi um acontecimento exaustivo. Ela precisou ficar um mês no hospital, o que estava matando a Elena. Durante a gravidez ficamos muito mais unidos, e acabamos descobrindo que em todos esses anos de amizade, no fundo, havia um amor escondido, apenas esperando a hora certa de vir à tona.

No dia em que Luísa saiu do hospital, pedi Elena em casamento. O verdadeiro, dessa vez. Ela ficou muito feliz. Tinha uma filha, um noivo, um diploma e uma família maravilhosa.

Nos casamos no final daquele mesmo ano, dois meses depois da saída de Luísa do hospital. E era então a festa de natal, mas dessa vez, na casa dos Gilbert. O quarto da Elena agora tinha uma cama de casal e um berço para que pudéssemos vir passar um tempo sempre que quiséssemos. No fim da noite, minha sogra segurava Luísa no colo, Elena estava deitada no sofá com a cabeça no meu colo e contávamos histórias de natal.

*Flashback OFF*

Quando a Luísa nasceu nos dávamos tão bem. Todo o problema começou quando aquela mulher maluca entrou no quadro de funcionários da empresa, há seis meses. Elizabeth Hodgins. Mulher maldita. Sempre me dizendo para não confiar na minha mulher, dizendo que eu devia ficar de olho. Não tinha o menor motivo para dar ouvidos a ela, mas eu precisava estragar tudo por causa das ideias que a megera pôs na minha cabeça. Ah, mas um dia ela me paga! Mas agora preciso preparar um excelente pedido de desculpas.

Deixei tudo preparado, pois sentia que logo minha mulher chegaria. Banho de espuma, pétalas de rosa da porta da sala até a nossa cama, champanhe, tudo que ela merecia. Ouvi a porta da sala ser aberta e uma voz muito bem conhecida soar pelos corredores vazios da casa numa discussão acalorada sobre o trabalho.

Ela desliga o telefone, mas não diz nada. Sobe as escadas e vem até o nosso quarto. Olho bem no fundo de seus olhos antes de começar a dizer tudo que tem passado pela minha cabeça desde que ela saiu gritando pela porta da frente.

-Lena, me desculpa por ser tão idiota. Mas não apenas hoje, desde o início. Acho que eu nunca parei pra pensar que sempre fomos o amor da vida um do outro e sempre reprimimos isso. Ou eu reprimi a mim e a você. Quero que saiba que minha vida não poderia ser mais perfeita do que é agora. Tenho você, a Luísa, os nossos pais. Amo nossa família e não sei por que razão eu um dia sequer cogitei duvidar de você. – ajoelho na frente dela e pego sua mão. – Perdoe-me por tudo de mal que eu já fiz a você e a nossa filha. Espero que daqui em diante eu possa ser o melhor marido e o melhor pai do mundo. Você me perdoa pela cena de mais cedo?

Ela ficou me encarando por alguns segundos, os olhos cheios de lágrimas. Sentia meus olhos umedecerem também. Não pode acabar aqui. Não podemos nos separar agora. Ainda não acabou.

-Damon, eu... – ela começa.

-Elena, não, por favor. Não me deixa. – suplico.

-O quê? Não. Damon, não é nada disso. Também quero pedir desculpas por mais cedo. Sua secretária já havia me avisado que tem uma mulher nova na empresa que vive enfiando minhoca nessa sua cabeça oca, mas também é culpa minha. Meus hormônios estão loucos essa semana. E bom, acho que eu acabei de estragar a surpresa. – completou vendo meu olhar de espanto.

-Você está grávida de novo? – perguntei sorrindo.

-Sim. Vamos ter outro bebê. – ela confirmou, finalmente deixando as lágrimas caírem. Ainda ajoelhado no chão, puxei-a pela cintura e beijei toda a sua barriga.

-Você não faz ideia do quanto eu estou feliz agora. Passei a tarde toda lembrando de tudo. Desde que nos conhecemos naquela sua festa de seis anos. Até mesmo a viagem em que a Luísa foi concebida. Tomara que esse bebê seja um menino. Eu quero um filho.

-Se for uma menina, podemos tentar outra vez daqui a algum tempo.

Sorri com a sua resposta. Levantei do chão, peguei-a no colo como fazia quando éramos adolescentes e a levei para o banheiro para tomarmos banho. Depois do banho fomos para a cama e fizemos amos por horas.

No dia seguinte, contamos a toda a família que logo, logo, teríamos mais um pequeno correndo pelos corredores. Todos ficaram muito felizes, menos Luísa que disse que não queria dividir os papais dela com ninguém, mas depois de muita conversa, acabou aceitando.


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Notas finais do capítulo

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