Descolorida escrita por Apenas uma fã


Capítulo 1
Cadê o peixe?


Notas iniciais do capítulo

Olá, mundanos. Estão prontos para embarcar nessa ilustre aventura? Zoeira! Nem tem aventura nesse episódio. '-' De qualquer modo, nos vemos nas notas finais.



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Toquei a campainha da casa de Bella duas vezes seguidas. Ansiosa para me livrar dos raios solares que castigavam a minha pele mesmo com ela estando coberta por protetor solar. Assim que a porta se abriu, uma leve rajada de ar frio refrescou as partes não cobertas do meu corpo. Sim, eu adorava o sistema de ventilação dos Leone.

- Obrigada por vir, Elena. – disse Bella me puxando pra dentro da casa, longe do alcance do meu arqui-inimigo: o sol.

- De nada, mas você não me contou porque não pode sair já na primeira semana de férias – tirei o casaco e logo fui arrastada escada à cima por uma amiga apressada.

- Não posso deixar ela no quarto sozinha por muito tem... – a frase da garota foi cortada ao meio e meu pulso foi libertado de suas mãos incrivelmente fortes se considerado seu tamanho.

Esfreguei levemente o pulso, talvez ficasse roxo. Olhei pra Bella, que tinha os olhos arregalados e a boca aberta. Sei que fiquei com a mesma expressão que minha colega ao lado quando segui seu olhar até uma garotinha de cabelos ruivos e o sorriso sapeca de quem sabe que fez uma coisa muito errada, mas não consegue se sentir culpado pois fora muito legal.

A garotinha-que-fez-uma-coisa-muito-errada-mas-não-consegue-se-sentir-culpada-pois-fora-muito-legal tinha, no colo, o livro exemplar de Harry Potter e a Ordem da Fênix que eu tinha dado à Bella em seu aniversário de 13 anos. O problema é que ele estava destruído. Tinha folhas por toda a cama.

- Porque? – foi só o que Bella conseguiu perguntar.

A menina levou o dedo indicador aos lábios e olhou ao redor, como se buscasse uma coisa que provasse sua inocência, apesar dela ser culpada.

- Branca – a menininha falou com a voz enrolada, quase como se não falasse inglês, mas ela parecia ter uns sete anos, já devia ter aprendido a falar.

- Eu sei que ela é branca! Agora que quero saber porque você rasgou meu livro! – Bella gritou com uma voz tão raivosa, que até eu fiquei com um pouco de medo.

- Bella, ela é só uma criança. Você não pode gritar assim com uma criança – avisei. A criança citada estava quase chorando, seu sorriso desaparecera sem deixar rastros.

Bella pareceu pensar por uns instantes. Olhou a menina e depois as folhas espalhadas pela cama e pelo chão. Com movimentos rápidos, pegou o livro estragado e o pulso da garotinha. Eu não sabia pra onde ela estava levando a pequena e nem o que ela faria depois, então eu segui elas, para talvez evitar um desastre.

Bella abriu uma das infinitas – alerta de exagero – portas do corredor e nós entramos em um dos quartos de hóspedes.

- Não sabem bater, não? – perguntou um garoto ruivo que estava deitado na cama com um notebook no colo.

“Ai, meu coração!”, pensei quando ele tirou o fone do ouvido e jogou os braços pra atrás da cabeça, alongando os músculos, não pude deixar de notar.

- O que lhes trazem aqui, madames? – ele tinha um fortíssimo sotaque italiano.

Ah, sim! Como eu não imaginei antes? A garotinha-ruiva e o garotão-ruivo deviam ser os primos italianos que a Bella me falou alguns meses atrás. Aqueles que viriam visitar ela nas férias e que, segundo ela, eram uns demônios.

Meus devaneios e descobertas foram interrompidos quando Bella jogou o livro na cama, logo ao lado do primo. Ele olhou para o livro e depois para a Bella.

- Eu não tenho culpa alguma se você tem 16 anos e ainda espera sua carta de Hogwarts, – ele pronunciou a última parte com deboche evidente e logo sorriu de lado, – mas me diga o nome da sua amiga branquinha.

Senti o meu rosto esquentar. Droga! Eu sei que sou branca, pessoal, realmente não precisa me avisar à cada 15 minutos.

- Abra – Bella sibilou com raiva.

O canto da boca do garoto, antes elevado, caiu e ele olhou pra irmã pequena parada ao meu lado. Ele já sabia que a garota tinha feito algo que a prima não gostou. Pegou o livro, abriu e suspirou. Botou o exemplar na cama de novo e juntou as mãos em cima da barriga tanquinho.

- E você quer que eu faça o que?

- Compre outro! – Bella falou como se fosse óbvio.

- Comprar outro? Nem fui eu que rasguei! – disse, exasperado.

- Foi sua irmã caçula e, já que seu pai não está aqui, você é o responsável por ela!

A garotinha resmungou (em italiano, por isso eu não entendi) apenas para ser ignorada.

- Nem vem! Sua mãe deixou você “tendo um dia agradável com a Luna” - ele revidou, fazendo aspas com a mão. Luna seria o nome da garotinha? Acho que sim.

Quando Bella percebeu que não convenceria o ruivo a comprar outro exemplar à ela, começou a apelar. Ela pegou a guitarra que estava ao lado da cômoda. Parei de prestar atenção na conversa quando percebi o grande aquário em cima da cômoda.

Eu adorava peixes e tinha dois. Cosmo e Wanda. Sim, eram os meus padrinhos mágicos. Me aproximei do aquário e observei um detalhe: exceto por algumas pedras redondas, ele estava vazio. Sem água e sem peixe. Porque guardariam um aquário se não tem um peixe? Iria perguntar pra Bella, mas ela ainda discutia com seu primo. Me virei pra Luna (mais conhecida como “a garotinha”) e soltei um grito de pavor.

Tratei logo de puxar a menina pra longe daquela coisa. A coisa era uma cobra branca e gorda, de um metro, mais ou menos. Bem parecida com aquela que eu vi em um documentário no Animal Planet. Quando a natureza perde a cor: animais albinos.

- Está tudo bem, Nico – aquele garoto estava tranquilizando a cobra?! – Venha aqui, pequeno.

Ele pegou a cobra e colocou nos ombros. Aquele cara era louco? O seu amiguinho, Nico, não era pequeno nem de longe! Apertei a menina nos meus braços e dei um passo pra trás.

- Bem, branquinha, agora você sabe que eu adoro albinos. – ele me chamou de branquinha?

O psicopata-ruivo olhou diretamente pra mim e perguntou, sorrindo malicioso, se eu não queria acariciar sua cobra. Sentiu a maldade?

- Nunca, obrigada. – respondi dura apenas para ouvir sua risada ecoar alta. Entreguei a menina à Bella e fui saindo do quarto – eu já vou, Bella. Boa sorte com esses dois.

- Não! Espere! – parei – vamos à livraria – ela sorriu vitoriosa.


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Notas finais do capítulo

Então? Elena se saiu bem com sua primeira impressão? Vocês vão conhecer ela melhor nos próximos capítulos.
Acho que ficou bem grandinho pra um prólogo, então não sei se devia chamar assim.
Como vocês imaginam o garoto-ruivo-que-aliás-se-chama-Matt?
Me respondam, please!



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