Jogos Divinos - A Faísca escrita por


Capítulo 2
Percy


Notas iniciais do capítulo

Capítulo da Autora Sama
Espero que gostem :)



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Se naqueles jogos fossem sorteados apenas mortais comuns eu ganharia com facilidade, mas e se eu disser que não queria matar mortais comuns? Eu não sabia como funcionavam aqueles jogos, não sabia se realmente teria de ir atrás dos humanos, se seríamos jogados em um ring e quem matasse primeiro se classificaria, não sabia de nada, só esperava poder fugir tempo suficiente para matar o mínimo possível. Depois que o garoto saiu da sala onde eu estava esperei mais algum tempo sozinho foi o tempo que precisei para tentar imaginar como sair daquela situação que Hera me colocara, mas é claro que eu estava nervoso demais para conseguir me concentrar.

– John Snow, venha conosco. – disse um pacificador abrindo a porta com um tom de quem estava dando uma ordem e não fazendo um pedido.

Levantei-me pensando “É Percy Jackson não John Snow, idiota”, mas simplesmente o segui em silêncio, sem dizer uma palavra sequer, pois ali eu tinha de ser John Snow mesmo que não houvesse perigo de recordarem meu nome, já que nem ao menos sabiam quem é Obama, mas eu tinha que voltar para casa, o que me colocava automaticamente no posto de obedecer de cabeça baixa a qualquer coisa que mandassem fazer.

Nós entramos no carro de antes, Katniss de um lado de Effie Trinket e eu do outro. Aquela mulher estranha falava e falava e falava sem parar sobre como iríamos adorar um lugar chamado Capital e coisas do tipo nas quais parei de prestar atenção facilmente. O carro parou e nós fomos direcionado à um trem que nos esperava na estação onde todos os moradores estavam, parecendo ter pesar por nós, mas eu não morreria facilmente, de jeito nenhum e é claro que a partir do momento em que Peeta Mellark entrou naquela sala e declarou seu amor por Katniss à mim, a garota virara minha responsabilidade. Quando entramos no trem Katniss parecia completamente extasiada com tudo que via ao seu redor, talvez para as pessoas daquele lugar fosse extremo luxo tudo aquilo, mas para mim era algo que normalmente se via mesmo que possa ser considerado um pouco luxo. Enquanto via a garota tocar a mobília e olhar tudo ao seu rodar eu me lembrei de Annabeth e de como ela gosta de arquitetura, como observa tudo minuciosamente... E então murmurei:

– Eu juro pelo Rio Estige e farei o possível para proteger Katniss Everdeen.

– Disse alguma coisa, John? – perguntou Effie tomando a minha frente sorrindo.

– Ham? Não. – apressei-me a responder.

– Você não parece muito animado com nosso trem, aposto que já se acostumou a vê-los na televisão não é? – ela sentou-se em uma poltrona enquanto adentrávamos o lugar.

– É... Claro. Pela televisão. – mas na realidade não era bem assim, só preferi não ser burro a ponto de falar mais coisas suspeitas sobre mim.

– Eu quero que aproveitem tudo que está por aqui! – disse a mulher levantando-se e tomando a direção do corredor na direção contrária de para onde andávamos dizendo que ia procurar por nosso “mentor”.

Quando ela saiu, Katniss sentou-se em silêncio olhando para suas mãos unidas em seu colo. Ela parecia extremamente triste, eu queria poder ajuda-la de alguma forma, mas era impossível, o que eu diria? Apenas sentei-me e sorri para ela como se dissesse “está tudo bem”, mas assim que ela percebeu falou:

– Qual é a sua? – ela parecia extremamente confusa com minha expressão, não, parecia furiosa por eu estar sorrindo.

– Ah, desculpe, é que eu não sei direito como funcionam as coisas por aqui. – falei tenso e perdendo o sorriso, talvez isso ajudasse a me aproximar dela, mas aquela garota parecia completamente fechada e não tinha absolutamente nenhuma vontade de me deixar ser gentil.

Ela continuava a me olhar confusa balançando a cabeça negativamente, como se achasse que eu zombava da situação deplorável em que se encontrava. Comecei a suar tentando pensar em como faria para convencê-la de que sou um cara legal.

– O mar é bonito, não é? – perguntei tentando puxar assunto.

Ela franziu o cenho me olhando de forma a estranhar aquelas palavras.

– Mar? Isso é sério? Pare de brincar, Snow. Não estou no clima para isso. – ela parecia mais furiosa ainda.

– Por que está furiosa comigo? – perguntei sem entender o que uma pergunta inocente como a que fiz poderia fazer de mal.

– Pare de brincar com a situação, Snow! – exclamou ela com raiva – Você sabe muito bem que no 12 não existe mar, sabe muito bem que só existe no Distrito 4 e sabe mais do que bem que é proibido trafegar entre os Distritos! É impossível passar de um Distrito a outro, claro que não sabemos como é o mar! Por que brinca tanto? Por que parece caçoar de tudo? Pare com isso! Voluntariou-se para ficar fazendo piadinha sobre os jogos?! Não brinque comigo, me deixe em paz, Snow!

Ela é agressiva demais e não tinha paciência nenhuma comigo, mas era compreensível e mesmo que ela me odiasse eu a protegeria, eu gostava dela e entendia que eu realmente não estava agindo de acordo aos padrões daquele lugar. Apenas abaixei minha cabeça sem saber o que fazer para conseguir conquistar sua confiança. De certa forma, aquela garota me lembrava muito Annabeth, o que fazia-me ter ainda mais vontade de protege-la e de conquistar sua amizade.

– Me desculpa, eu não sei como agir. – falei sem mais nenhuma opção.

Ela pareceu ainda mais confusa, mas antes que pudesse falar, interrompeu a si mesma e levantou-se. Ela me deu a costas e foi atrás de um lugar para ficar sozinha, provavelmente um quarto, ou sei lá.

Quando Effie se deparou comigo sentado na poltrona sozinho ela me direcionou a um quarto em que poderia tomar um banho e me arrumar para comermos. Eu tomei um banho naquele chuveiro estranho, mas não achei muito difícil de usá-lo, sentir a água pura em meu corpo era bom demais, era revigorante, claro que não coloquei aquele monte de líquidos e espumas na água, gosto dela completamente pura, só seria melhor se fosse salgada. Vesti roupas que encontrei numa gaveta algumas roupas limpas e as vesti. Fiquei um tempo no quarto, controlando a água que deixei propositalmente enchendo a banheira, fiquei tentando me distrair fazendo com que a água passasse por todo o quarto no ar, acho que seria a coisa mais divertida que conseguiria fazer ali. Mas não pude ficar ali por muito tempo, pois se alguém entrasse naquele quarto com certeza estranharia a água flutuando no ar, eu não estava contando muito com a névoa depois que vi aquela mulher Effie Trinket no palco mostrando-se em meio a tantos humanos. Eu estava certo, Effie batera em minha porta e me dissera para ir se juntar a eles para comer.

Eu obedeci de imediato, nós nos juntamos naquele lugar em que primeiramente nos encontramos e antes de comer tivemos que assistir às colheitas dos outros Distritos, e então eu prestei atenção ao vídeo que contava a história desses jogos. Parecia cruel, não parecia misericordioso, nada naquele Jogo era algo que eu consideraria entretenimento, vinte e quatro jovens de doze a dezoito anos lutando até a morte em uma arena até que sobrasse apenas um sobrevivente, esse seria o vitorioso que receberia fama e fortuna oferecidas pela Capital, mas essa capital me soava cruel, muitas coisas ficaram claras para mim depois de ter entendido aquele vídeo e então percebi o quanto fui idiota várias vezes, poderia ter poupado a mim mesmo de tudo que fiz se tivesse prestado atenção, mas se Annabeth estivesse ali, nada do que fiz teria acontecido de fato, ela jamais deixaria que eu fizesse tantas burradas. A primeira Colheita a ser apresentada foi a do Distrito 12, eu parecia um retardado com todas aquelas reações, fiquei extremamente envergonhado ao ver tudo aquilo, antes de acabar a primeira parte o bêbado que fizera tantas peripécias na Colheita sentou-se na mesa ao meu lado para a minha surpresa, não entendi o que aquele cara fazia ali.

– O que está fazendo aqui? – perguntei confuso, Katniss me olhou feio novamente.

– Eu sou o seu mentor, criança. – disse ele enchendo o copo de café com vodca.

Meu estômago se revirou e então entendi: quando Effie saiu dizendo que iria à procura do nosso mentor ela se referia a ele. Resolvi fechar minha boca e não perguntar mais nada, apenas voltei-me para a televisão novamente e a Colheita do Distrito 11, uma garotinha de doze anos foi sorteada assim como no 12, mas não havia nenhuma pessoa oferecendo-se em seu lugar, meu coração ficou apertado em pensar naquela pequena garota chamada Rue numa arena lutando para não morrer, tudo o que eu queria era poder protege-la também...

– É tão nova... – sussurrei triste, era de minha intenção que ninguém pudesse ouvir minhas palavras, mas Katniss olhou para mim com pesar, fora a primeira vez que seus olhos não estavam confusos ou furiosos em relação a mim.

Considerei isso como um ponto positivo. Mas então veio a vez dos garotos e a mulher estranha que também parecia um monstro assim como Effie sorteou um garoto chamado Tresh, o rapaz de pele escura e porte realmente grande, foi aproximando-se do palco escoltado pelos pacificadores, mas então houve um tipo de reviravolta no Distrito 11, uma voz de um garoto em meio a tantos gritou:

– Eu me ofereço como tributo! – esse garoto foi mostrado pelas câmeras e ao ver aquele rosto meus olhos se arregalaram em choque.

Eu não sabia como reagir diante do rosto que vi, a única coisa que fiz, foi a mais estúpida a se fazer naquele momento, por puro reflexo gritei o nome do garoto que conheço há tanto tempo:

– NICO?!


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo de Desenhado À Lápis :)