Septimus Weasley POV:

Eu tinha me metido numa história improvável, mas eu não ligava pra isso. Na verdade pouco me importava com qualquer coisa agora, por pior que parecesse isso, eu não ligava se eu morresse hoje, ou amanhã, ou semana que vem. Não ligava, desde que eu pudesse ouvir pela última vez a voz dela me dizendo que me amava e que queria largar tudo pra fugir comigo. Eu não ligava, só queria amar!

Algumas pessoas achariam isso loucura, inconsequência. E eu também, sinceramente, no lugar delas, acharia. Mas eu não estou no lugar delas, sequer queria estar. Eu queria estar aqui, eu queria estar nessa situação, nem que fosse a vida toda, ou só meus dois últimos segundos de vida.

Eu sei que ela me ama. Lógico que sei. Lembro de tudo, cada detalhe. E isso me tortura aqui, por que fica impossível não rever nossa história toda enquanto eu aguardo notícias dela, diretamente dela, mesmo que sejam notícias ruins, eu só quero que ela esteja bem. Nada mais importa.

Todo momento, afastando lembranças, eu finalmente me rendo, por pura saudade, por que eu queria que tudo tivesse sendo agora, eu queria dizer a ela que a amava mais uma vez só pra afastar esses males que estão em meu peito. Só uma última vez, só pra gravar na memória dela.

" Era uma sexta-feira, de noite. No dia seguinte seria minha prova final de História da magia. Eu estava em pânico, de fato. Sempre fui muito desleixado pra esse tipo de matéria, por que eu não gostava mesmo e só gostava de estudar coisas que eu achava relevantes. E história da magia, aos meus olhos, era algo completamente desnecessário. Por isso eu dormia na aula, e de vez em nunca, eu estudava essa matéria. Quase nunca. E por isso, na última prova desse semestre, eu necessitava de nota. E muito.

– Onde é o setor de história da magia? - Perguntou uma voz fina e melodiosa. Era uma voz feminina, mas eu não sabia quem era, então não prestei muita atenção.

– Ali. - Respondeu a moça.

Ouvi passos sincronizados até onde eu estava. Quando ela virou a coluna e deu de cara comigo, eu reconheci quem era ela. Era ela, Seler Malfoy. Sonserina. Eu não sabia na hora, não fazia ideia, mas seria o amor da minha vida.

E potencialmente, a minha ruína."

Lembranças me corroíam. A dor no peito era maior do que eu sequer poderia imaginar. Eu me via com o rosto escorrendo lágrimas doloridas de um amor impossível, porém, provável de querer ser vivido. E ah, como que queria vive-lo! Eu amava a ela, e amava viver esse amor.

Ele era o meu segredo.