The Girl-Problem. escrita por giovanacanedo


Capítulo 23
I love her. / So let live, away from you./ Shes Girls Problem


Notas iniciais do capítulo

Gente, comentem, né? Por favor! Eu fico irritada com o tanto de gente que acompanha e o tanto que comenta. :P



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POV Kaithlyn:

Eu queria saber onde eu estava, mas minha cabeça girava num ritmo insuportável. Eu não sabia se eu estava morta ou viva ou apenas desmaiada. Não tinha consciência para saber disso e acho que poderia-se passar duas horas, eu não teria. Isso me desesperava de uma forma incomum e sádica. Eu minha uma breve noção de uma conversa sendo feita aos sussurros ao meu lado e isso era perturbador.

– Ela não vai acordar... Eu tenho certeza. - Era uma voz feminina que eu já tinha ouvido várias vezes. Mesmo sem ver o rosto eu podia ter certeza de que a garota que falara tinha cabelos escuros como a noite, olhos mel de tigres e era magra como um graveto. Ela era Walburga Black, a pessoa mais nojenta, maldosa e maquiavélica após Riddle e o tio de Hannie.

Hannie...

Ela deveria estar preocupada, no mínimo se culpando. E a culpa era minha. Apenas minha. E isso me consumia por dentro de uma forma horrível e dolorosa.

– Não acho que esteja morta. - Falou uma voz que eu conhecia também. E a que eu menos esperava falar naquele tom: Abraxas Malfoy. O loiro de olhos azuis e sorriso debochado que me dava aulas e que graças a ele eu estava ali. O idiota mais narcisista do mundo. Como eu o odiava. Eu odiava ele mais que qualquer um. Mais que meus pais, que me abandonaram. Mais que Riddle que era um ridículo hipócrita. Eu o odiava. Ponto.

– Está com pena, Primogênito? - Falou Walburga com um tom de deboche. Pude imaginar um sorriso mínimo na bela face do garoto de ouro dos Malfoy. Pude imaginar sua risada sonora torturando-me pelos ouvidos. Pude imaginar uma piada que ele soltaria em qualquer caso sobre meu sangue e a terra suja. Pude imaginar ele me chutando e rindo. Pude apenas imaginar, por que ele não disse nada, apenas respirou fundo, impaciente. E isso me assustou muito mais. - Bom, espero que fique satisfeito em ficar aqui com ela. Sozinho.

E ela saiu, levando seu perfume de rosas assino junto. E pude imaginar Abraxas se sentar no banco de madeira bambo ao lado da minha cadeira e colocar os cotovelos apoiados no joelho e as mãos em sua testa se perguntando coisas que não queria saber a resposta. E ainda assim, se perguntava.

– Eu sei que você está ouvindo. - Foi tudo que ele disse antes de um impulso invadir meu corpo. Eu queria morrer, eu queria muito isso, mas meu corpo, não. Eu podia sentir ele queimando, querendo a vida, querendo respirar, querendo acordar. E foi ai que abri meus olhos e me deparei com a cena que eu nunca achei que ia ver. Abraxas Malfoy estava chorando. Mesmo.

– O que...? Por que...? - Perguntei. Eu realmente queria saber. Ele balançou a cabeça e tentou engolir o choro. O que é idiota e machista. Mas eu não poderia julga-lo agora. Ele parecia ferido de uma forma irreparável e isso me deixava angustiada de tal forma que eu não podia acreditar. Ele respirava rápido e isso era um problema. Ele estava desesperado e eu sabia que estava. Então eu disse a única frase que ele gostaria de ouvir se não fosse eu: - Eu acredito em você!

Ele parou de chorar e me olhou incrédulo com seus olhos vermelhos do choro. E eu sinceramente não esperava isso de mim, por que eu o odiava mais que tudo. Mas vê-lo chorar mudou algo, talvez eu o visse como humano agora. E talvez eu apanhasse por ter me dirigido a um Sangue-puro como um igual. Mas eu pouco me importava agora. Eu só sabia que eu precisava e muito dizer algo pra ele. Por ele.

E talvez, por mim.

– Não entendo você. Eu te digo maldades, eu maltrato você e te afasto e você me trata bem. você me ajuda. Me diz coisas bonitas. Eu não entendo essa bondade, essa sabedoria. Como pode ser assim? - Ele perguntou e eu me lembrei de todos os anos de xingamentos para mim. Eu simplesmente me senti mal por mim. Mas mal por ele, de certa forma também.

– Eu não sei. Acho que você precisa de palavras bonitas. - Respondi.

– Eu adoraria poder falar palavras bonitas pra você também, Kaithlyn. - Ele sussurrou as palavras como uma espécie de segredo obscuro que nunca poderia ser revelado para ninguém. E de fato, não poderia mesmo. Ele acariciou meus fios loiros platinados e riu. Um riso curto, porém muito mais verdadeiro que suas gargalhadas feitas todos os dias. Era um momento estranho para nós dois. E isso era tão incomum que tornava tudo mágico, como se nós estivéssemos em câmera lenta e esse momento fosse eternizado. Eu nunca esqueceria.

– Então... Diga. - Disse. Eu estava com o corpo tremendo e com a boca seca. Eu não sabia o que estava acontecendo e nem se era real. E eu de certa forma gostava da situação. E ele também. Eu estava com a cabeça voando. E ele notou isso e pegou minha mão cuidadosamente e desceu uma lágrima de seus olhos.

– Eu não posso, seria errado... - Ele disse e depois chorou.

– Não tem ninguém aqui. E Deus nunca iria lhe julgar. E nem eu. - Ele riu novamente e eu fiquei feliz por estar conseguindo fazê-lo rir e esquecer o motivo de estar chorando. E eu não havia mentindo: Eu nunca deixaria de acreditar na vida de Abraxas Malfoy.

– Eu... Te acho incrível, Kaithlyn. Mesmo. Incrível e forte. E linda. E gostaria que essa história pudesse ser diferente. - Ele sussurrou mais uma vez. E eu senti o peso da realidade e dessa vez, eu chorei. Chorei mesmo. Por tudo e todos. Por estar querendo algo que não posso. Por odiar algo que eu quero. Por querer algo que eu odeio. E por ele ser ótimo. E por ser recíproco. - Por favor... Não chore. Não merece chorar.

– E quem é você pra saber algo que eu mereço? Isso tá errado! Deveríamos nós odiar! Nós nos odiamos! Não podemos ter um caso, Abraxas. Eu não posso te achar lindo, não posso te desejar, não posso adorar teu sorriso; Mas esse ai, o verdadeiro, não o debochado. Não posso amar teu cheiro e nem querer acordar sentindo-o. Não posso te achar inteligente. Não posso te ver com esses olhos... Eu não posso, e nem devo. Por que você é um monstro! E trabalha pra outro monstro. Eu não posso. Não posso. - E eu comecei a me desesperar. E muito. E comecei a chorar, e ele não sabia o que fazer. Tudo bem, eu não saberia.

– Rápido, tem alguém vindo. - Ele disse. E assim que terminou a frase Tom Riddle apareceu. Sozinho. E rindo como um idiota. Quando olhou a cena seu sorriso desapareceu. Abraxas o encarou como se estivesse pedindo algo. Ele balançou a cabeça e abriu a porta e disse:

– Vá para a sua casa. Isso nunca aconteceu. Nunca. - Foi tudo o que ele disse sem tirar os olhos do azul de Abraxas. Eu olhei para ele e para Abraxas que disse:

– Vai... Sangue-ruim. – E suas palavras me atingiram de forma forte, como uma faca. Meu coração estava partido, novamente. Eu queria morrer, de novo. Eu deixei um loiro de olhos azuis entrar nele sem o menor cuidado e me fazer o favor de quebra-lo. Eu não sei por que, sai da sala correndo e em vez de ir buscar meus amigos, eu corri para o banheiro, onde estavam lá Hannie, Charlie, Dory, Minnie e Sept com olhos vermelhos e narizes roxos. Cheguei lá desmoronada e semi morta. Minha alma havia saído. Corri para os braços de Hannie e ela para os meus. Ela chorou muito e disse que me amava muito para que me deixasse morrer. E disse que eu era a melhor amiga do mundo. E que não viveria sem mim. E foi ali terminei de chorar o resto de minhas lágrimas por amor que eu acabara de reconhecer e já estava pagando o preço.

– Foi horrível... Eu não... Sinto muito. - Eu não conseguia forças pra contar a história em detalhes, e todos notaram isso, então se calaram. Eu só precisava chorar todo o resto de mim que tinha nele. Eu precisava esquece-lo. Esquecer seu sorriso. O seu amor. Seu jeito. Ele. Eu só desejava morrer. E muito rápido.

– Não sinta, eu fiquei preocupada... Tão preocupada. - Minnie disse. Ela se abraçava em Sept e ele chorava muito também. E ele parecia ter levado uma bofetada na cara. Ele também chorava. E Dory estava sorrindo por me ver bem. E chorando pelo que me aconteceu.

E amava meus amigos, mas esse segredo seria apenas meu e de Abraxas.

De agora, para todo o sempre.

POV Abraxas Malfoy:

– Como pode deixar isso acontecer? - Perguntou Tom. Ele não acusara, não acusaria. De todos daqui de hogwarts ele que nunca amara ninguém na vida era p único que não me acusaria por nada. Ele era meu melhor amigo e a pessoa que mais me dava força quando eu precisava. Mas isso era demais pra ele. E eu sabia. E ele fingia não ser nada. Mas ele estava preocupado, eu sentia.

– Só aconteceu. - Foi tudo que saiu da minha boca, e eu quis mesmo falar algo a mais, mas não achei prudente.

– Pois não se repita. É isso. - Ele respirou fundo, como se buscasse respostas no ar.

– não dá. - Eu disse.

– Como assim "não dá"? - Perguntou ele - Se alguém além de mim souber disso você e ela estão mortos. Não tem essa de não dá. Você não tem escolhas, não tem saídas.

– Eu a amo. - Respondi. E tudo ficou silencioso. Até que ele finalmente respondeu.

– Então a deixe viver, longe de você. Amores proibidos não são a melhor coisa a se sentir e fazer nessa época, meu caro. Isso te matará, e a matará junto a você. E se você sobreviver e ela não, se culpará pelo resto da sua vida ridículo cheia de auto-piedade.

"Por mais que você queira viver esse amor, que ele te corroa de tal forma que você não consegue explicar, que você necessite dele para viver e respirar, não pode ama-la. Não dá. Apenas isso. Entenda. O amor de vocês não é correto. Não é vivível. E isso matará até o último homem, mulher ou criança que tentar lhes ajudar. Acredite em mim: Ou você mata esse amor, ou ele vai matar você e a ela. Pode até não ser fisicamente, mas pode abalar a sua alma de tal forma que você nunca mais conseguirá reparar. E eu não preciso te lembrar a sensação de não estar sentindo parte da sua alma com você."

Eu sabia que Tom estava certo. E eu sabia das consequências melhor do que ninguém. Mas eu não poderia simplesmente virar as costas para tudo que eu estava sentindo por conta do mundo. Eu queria viver. Eu precisava.

– Você está certo. - Eu disse.

– Porém o bem que esse amor lhe fara na hora eu não devo lhe dizer. - Ele sussurrou achando que eu não o escutaria.

– Tom..? Você esta...?

– Li um livro trouxa, poupe-me. O amor é ridículo e o matara. Lembre-se disso. - E após ele me dizer isso ele se levantou e foi embora. E eu tive certeza que pela primeira vez Tom não falou do amor com toda sua sinceridade, apesar do mesmo discurso de anos atrás. Eu percebi que pela primeira vez o amor havia penetrado seu coração de gelo e o derretido. E percebi que isso, assim como o meu amor traria problemas.

Por quê tudo que envolve Hanna Dumbledore e Kaithlyn Button é ou acaba em problema. Parecia um dom delas ou coisa do tipo. Atrair problemas, dilemas e soluções. Serem lindas e irresistíveis. E terem uma força fora do comum. Elas eram incríveis. Mas não por serem fortes ou lindas, mas por serem elas.

E talvez, fosse perdidamente errado eu e Riddle nos envolvermos com elas. Na verdade, era errado. Mas era inevitável. E eu não poderia fazer nada sobre isso por que eu simplesmente amava o errado. Ainda mais esse errado.

E eu tinha a leve impressão que meu amigo Riddle também amava. Mas amava a cima de tudo, Hanna.


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