Amor impossível escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 24
Atropelamento...


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo postado um dia antes pra vocês.


Boa leitura!



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No dia seguinte, pleno sábado de manhã, acordei e vi que no meu celular tinha uma mensagem da minha mãe dizendo:

–Meu querido Chaves, eu e Seu Madruga já chamamos a polícia e ela agora está atrás da Chiquinha, eu sei que você a ama muito, então, não se preocupe, pois ela será encontrada. Beijos da mamãe.

Fiquei sem saber o que mandar pra ela como resposta, mas enfim, fui até o banheiro e fiz minha higiene pessoal, depois, durante o café-da-manhã, encontrei Sérgio, Horácio e Esteban conversando numa mesa e eu fui me juntar a eles.

–E aí? Conseguiu encontrar com ela ontem?- perguntou o Sérgio, com um sorriso sarcástico.

–Consegui e você nem imagina como foi difícil.- eu disse e contei toda a história pra ele, quando eu terminei de contar, Horácio perguntou:

–E você vai vê-la hoje?-perguntou ele.

–Não sei cara, eu bem que quero, mas não sei se vou conseguir.- eu disse.

Mais tarde um pouco, quando todos nós havíamos terminado o café, eu estava voltando pra dentro da PCA com o Sérgio, quando ouço a Chiquinha me chamar:

–Chavinho!!!- ela gritou do outro lado da rua.

–Chiquinha!!!- eu gritei de volta, acenando.

Ela deu uma olhada na rua pra ver se não vinha nenhum carro e começou a atravessar, mas acontece que ela não percebeu o cadarço dela desamarrado e eu indiquei com meu dedo.

–O que foi Chavinho?- ela perguntou atravessando a rua.

Indiquei novamente o cadarço com o dedo.-Não tô te entendendo Chaves!- ela disse e eu por fim, desisti.

–Seu cadarço está desamarrado.- pronto, mal eu acabei de falar isso, ela olhou pra baixo pra ver o cadarço e tropeçou no meio da rua, eu me desesperei e corri pra tentar salvá-la, mas já era tarde demais, um carro cinza com um dragão colorido desenhado na porta vinha em alta velocidade e atropelou ela e por pouco não me atropelou também.

O motorista do carro fugiu quando viu que todos estavam indo em direção à ele, só quando ele sumiu de vista foi que eu vi que a Chiquinha estava a uns três metros à esquerda, ou seja, ela foi arrastada três metros pelo carro que a atropelou, ela estava caída no chão, inerte, em volta de uma poça de sangue, ao vê-la naquele estado, me ajoelhei ao lado dela e coloquei o rosto dela de frente pro meu.

–Chiquinha, Chiquinha meu amor fale comigo, por favor.- eu disse, quase chorando. Eu a sacudi várias vezes, mas ela não se mexeu, então eu comecei a chorar quando o Sérgio veio até a mim e disse que já chamou a ambulância.

Quando a ambulância chegou, eles a examinaram enquanto eu ficava ali, em frente à ela, com os olhos cheios de lágrimas, sendo consolado pela Lola, até que um médico finalmente falou:

–Ela está gravemente ferida, nós vamos ter que levá-la para o hospital.- disse o médico pra nós.

–Posso ir junto? Eu sou o namorado dela.- eu perguntei pro médico.

–Claro, entra.- ele disse me ajudando a subir.

Durante todo o percurso eu fiquei ao lado da Chiquinha, segurando a mão dela e pedindo pra que ela não morra e ficasse comigo. Quando chegamos no hospital, o médico falou pra eu esperar na recepção, eu não consegui segurar as lágrimas e chorei muito, só pedindo a Deus pra protegê-la.

Estava no hospital devia fazer umas duas horas. Assim que percebi que o médico não dava notícias, comecei a ficar aflito quando avistei rapidamente a Zoey, o Chase, o Sérgio e o Horácio chegaram.

–Chaves, como é que ela tá?- perguntou Zoey.

–Não sei, o médico não veio dar notícias até agora, mas ainda bem que vocês chegaram, não tava aguentando mais ficar aqui sozinho.- eu falei com extrema dificuldade de tanto que chorava.

Pude perceber que todos trocavam olhares nervosos, e a Zoey foi até mim e me abraçou.

–Vai ficar tudo bem Chavinho, você vai ver, a Chiquinha é forte, ela vai resistir.- ela tentava disfarçar, mas o medo era evidente em sua voz.

Percebi que tinha um médico passando e resolvi perguntar pra ele.

–Doutor, você pode me dar alguma informação sobre a paciente Maria Chiquinha? Ela chegou aqui faz umas duas horas.- perguntei desesperado.

–Eu estava te procurando agora mesmo. Você é o namorado dela?- o médico me perguntou.

– Sou sim doutor, ela está bem né?

– Bom, infelizmente o quadro dela não é nada bom. Ela está na UTI.

Assim que ouvi aquilo eu desabei, teria caído no chão se não tivesse sido amparado pelo Chase e pelo Sérgio que estavam logo atrás de mim enquanto a Zoey e o Horácio procuravam mais informações.

– Doutor o que ela tem? – pude perceber que Horácio chorava enquanto perguntava.

–Ela teve uma parada cardíaca. O coração dela estava muito comprometido. E ela também perdeu tanto sangue que não teremos tempo de chamar alguém para fazer a doação.Agente conseguiu reanimá-la, mas... Eu sinto muito, mas o quadro dela é muito grave. – ele parecia incomodado em ter que dar aquela noticia.

–Doutor, mas ela vai ficar bem né? – Sérgio perguntou assim que viu que todos ali já choravam. Ele não estava diferente.

–Olha, eu acho melhor vocês se despedirem. Ela está respirando com a ajuda de aparelhos. Eu realmente sinto muito. Vocês podem entrar se vocês quiserem. É melhor irem juntos, o tempo dela não é muito longo.

Todos chorávamos, eu era quem mais chorava, tanto que precisei ir até lá apoiando os braços em Sérgio e Chase, que faziam força pra não chorarem alto.

O médico nos conduziu até o quarto onde ela estava. Aquilo era horrível. Ela, tão feliz, tão alegre, tão brincalhona, estava ali, toda ligada a tubos, com um monte de aparelhos. Era como se ela soubesse que ela iria morrer. O médico saiu do quarto e ela rapidamente disse:

–Chavinho, me desculpa, eu não queria que você passasse por isso, se eu tivesse visto meu cadarço desamarrado, eu não estaria aqui agora. Vocês não precisam ficar aqui, vocês não precisam passar por isso.-ela realmente sabia que iria morrer e aquilo estava acabando comigo.

– Ei pequena, para de ser boba. – Horácio tentou disfarçar, ele era o que mais demonstrava estar forte.

–Não Horácio, eu sei o que vai acontecer, o doutor me disse. Ele me disse que chamaria vocês pra se despedir, e eu quero ouvir as despedidas de vocês, eu preciso me despedir de vocês também. – ela disse isso e pude perceber que ninguém mais no quarto segurava as lágrimas.

Horácio foi o primeiro:

–Eu sei que nunca fui um grande amigo pra você, quase nunca nos falávamos, eu vivia puxando o Chaves pra mim enquanto você puxava ele pra você, eu realmente me arrependo de cada uma das coisas que eu fiz com você, eu só queria que você soubesse que você é muito especial pra mim desde o primeiro dia que te conheci, me mostrou que eu podia ser um cara melhor e eu só tenho a te agradecer por isso. - ele disse.

– Horácio, eu te perdoo. Eu não guardo mágoas não. Eu quero que você seja muito feliz, lembre sempre de quem gosta de você de verdade, lembra que as pessoas podem sim ser suas amigas. Eu quero que você seja muito feliz com qualquer garota por ai viu? Porque você merece ser muito feliz. – ela disse o abraçando.

–Oi Chiquinha. – Sérgio se aproximou chorando. – Você é uma garota de ouro viu? Eu sempre quis ser você sabia? Me perdoa por tudo que eu fiz, eu queria ter sido um amigo mais atencioso pra você. Eu sinto muito.

–Eu sei que você sente. Não se sinta culpado não. eu também tive um pouco de culpa nisso. – Chiquinha disse o abraçando.

Assim que elas se afastaram, Sérgio voltou a me abraçar e Zoey se dirigiu até a cama.

– Oi maninha. – Zoey se aproximou chorando. – Você é uma garota de ouro viu? Eu sempre quis ser você sabia? Me perdoa por tudo que eu fiz, eu queria ter ajudado você a escapar desse acidente. Eu lamento muito.

–Eu sei loirinha, eu sei que você lamenta. Não se sinta culpada não. Cuida dessa peste pra mim, ele é um bom rapaz. – Chiquinha disse a abraçando e se referindo a Chase. Assim que elas se afastaram, Chase se dirigiu até a cama.

–Oi anãzinha.- apesar da Chiquinha tê-los visto muito pouco, ela fez amizade com o pessoal de lá, até com Zoey e Chase, e ele passou a chamá-la de "anãzinha".- eu to mal viu? Eu não sei o que eu vou fazer aqui sem você não. Você foi minha única amiga, você foi a melhor pessoa que eu já conheci na vida. Eu achei que eu ia ser o padrinho do seu casamento. Eu vou sentir sua falta. Eu te amo muito. Me promete que você vai me olhar lá de cima? Eu ainda preciso dos seus conselhos. Não me abandona não.

Chase chorava muito, nunca o vi assim, aquilo parecia estar matando ele por dentro.

Chiquinha chorava tanto que não conseguiu falar nada e Chase desistiu de esperar pela resposta, então eu fui até lá:

Oi Amor, me perdoa? – ela pediu chorando assim que eu me aproximei. Abracei-a , certamente era a ultima vez que eu faria aquilo, eu precisava tê-la em meus braços mais uma vez.

– Chiquinha, - eu tentei falar, mas o nó na minha garganta me impedia. - meu amor, minha pequena, minha vida. Eu não tenho nada pra te perdoar, nada. Você que tem que me perdoar. Você me perdoa? Ela assentiu e sorriu pra mim. -Eu não vou conseguir beijar ninguém porque não vai ter outra você aqui. Eu não vou conseguir olhar nos olhos de outra e falar eu te amo. Sabe por quê? Porque nenhum outro olhar vai ter o jogo azul com verde, verde com azul que agente tem. Eu vou te visitar todos os dias, eu te prometo. Eu vou levar flores pra você todos os dias. E sabe pra que isso? Pra você me ouvir de onde você estiver pra você saber que eu vou te amar pro resto da minha vida. As flores vão ser vermelhas ta? Isso mesmo, por causa do pedido de namoro. Desde aquele dia, eu fui o cara mais feliz desse mundo, e eu te agradeço por isso. Você é a melhor coisa que já me aconteceu, eu te amo. Cuida de mim lá em cima? – pedi chorando.

–Cuido sim, eu te amo.-

ela falou me olhando. Foi a última vez que vi aqueles olhos castanhos escuros e logo depois ela se foi.

Fechou os olhos e nunca mais abriu.


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Notas finais do capítulo

Triste né gente? Choraram? Eu confesso que um pouquinho. Não parem de ler não, ainda vai ter um capítulo falando sobre o enterro e a vida deles depois. Aguardem.



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