Amor impossível escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 13
Beijos e revelaçôes


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, até lá embaixo, nas notas finais.



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POV Chaves

Quando os dois estavam para nos contar o que eles queriam, escutamos um "toc toc" na porta, Seu Madruga bufou:

–Só pode ser o Seu Barriga, já tô cansado disso, em breve, vou mudar para minha própria casa sem precisar pagar aluguel nenhum.- quem diria, mesmo rico, Seu Madruga ainda tinha medo de pagar o aluguel.

–Entre Seu Barriga- disse ele.

Ele e Seu Madruga foram, junto com minha mãe lá pra dentro da casa, a fim de procurar o dinheiro, mas eu decidi ir embora, fui lá pro pátio a fim de me distrair e só voltar quando visse o Seu Barriga sair da casa dele.

Abro a porta e vejo um cena inimaginável, a Patty está em frente ao portão de entrada da vila abraçando o Quico, imediatamente corri até lá pra afastar os dois.

–Ei, o que você está fazendo com esse cara?- eu perguntei pra ela.

–Chavinho, eu não posso continuar com você. Você viu que a Chiquinha te ama, e eu não quero que você arrume confusão com ela por minha causa.- ela disse, calma.

–Mas vocês nem são amigas.- eu disse, confuso.

–Por isso mesmo, você viu o que rolou agora há pouco, e eu não tenho força pra lutar com ela por você.- ela me disse, na lata.

–Então você foi procurar aconchego nesse aí?- eu quase gritei.

–Claro.- ela disse.

–Olha Chavinho, eu...- Quico tentou me dizer, mas a Patty o interrompeu com um beijo, eu fiquei imóvel, em estado de choque, sem conseguir me mexer, até que sinto um braço me puxando para o outro pátio, quando dei por mim, era a Chiquinha quem me puxava.

–Viu Chaves? Não adianta mais, se ela não quer lutar por você, é porque ela não te ama.- disse a Chiquinha.

–Mas ela me disse que me amava.- eu disse, quase chorando, mas não queria, então engoli o choro enquanto ela falava:

–Ela é uma mentirosa Chavinho, eu sempre soube disso e sempre tentei te dizer, mas você não quis me ouvir, não queria acreditar em mim por achar que era ciúmes.- ela disse, vitoriosa.

–E não era?- eu perguntei, segurando um sorriso.

–Sim, era, mas eu sabia que ela não é flor que se cheire. Mas você, tão burro como sempre, nunca acreditou em mim.- ela disse, esnobe.

–Tudo bem, mas o que eu podia fazer? Eu amo ela e, você sabe, "o amor é cego".-eu disse, colocando aspas.

–De onde você tirou isso?- ela perguntou surpresa.

–Minha mãe me disse.- eu respondi, sorrindo, não sei porquê, mas eu não conseguia parar de sorrir.

–Eu sei que você está magoado pelo que ela fez, mas você precisa esquecê-la.- disse ela.

–E como eu faço isso de uma hora pra outra?- eu perguntei.

–Desse jeito.- e me beijou, claro que eu não queria e não esperava por isso, mas se fosse pra esquecer tudo aquilo de ruim que aconteceu desde que eu voltei, valeria a pena aceitar aquele beijo. Então percebi que aquele beijo foi melhor que o último que a gente deu, talvez porque eu estava completamente arrasado, mas decidi nem tentar descobrir porquê aquele beijo foi melhor, só aproveitei mais o beijo.

Quando nos separamos, eu abaixei a cabeça e fiquei esperando ela dizer algo, ela ficou em silêncio por uns instantes e depois perguntou:

–E aí? Consegui esquecê-la?- ela me perguntou, sorrindo.

–Um pouquinho.- eu disse rindo, ela não caiu nessa.

–E que tal agora?- e me beijou de novo, só que esse durou menos que o outro, mas foi bom do mesmo jeito.

–E agora?- ela me perguntou de novo.

–Agora sim.- menti, apesar de ter esquecido a Patty, eu não queria continuar beijando ela se fosse pra me deixar sem ar toda hora. Mas dessa vez ela acreditou em mim e pegou minha mão pra gente voltar pra casa dela.

Mas como o Seu Madruga tinha arrumado um emprego à noite e já estava chegando a hora dele ir, tive que voltar pra casa com minha mãe, despedi-me da Chiquinha sem beijá-la, não quis revelar pra minha mãe que a gente tava "ficando".

Chegando em casa, vi que já tinha acabado as atividades do Campus Party, então, resolvi dar uma ligada para o Sérgio, que com certeza, estaria se preparando para dormir, ele atendeu no segundo toque.

– Fala Chaves, eu já ia te ligar.- disse o Sérgio.

–Oi cara, queria saber como vão as coisas por aí.- eu disse.

Tudo muito chato com sua ausência cara.

Eu sei, é que se o inspetor quis assim, eu tenho que respeitar né?

Chaves, você entendeu mau, eu, Esteban e Horácio fomos até a sala deles falar sobre sua volta, até a carta mostramos pra ele e ele disse que mesmo com a briga de vocês dois e correndo o risco de vocês brigarem de novo e tal, você não precisava ter fugido, porque nem sabemos se o Bruno vai voltar antes de domingo.

–Mas e se ele voltar? Não quero correr o risco, preferia ter deixado ele acabar comigo naquele dia.

–Eu sei, mas hoje nós recebemos um comunicado dizendo que ele precisará fazer uma operação na cabeça, pode-se dizer que ele ficará no hospital por meses, e agora é sério, cara, é oficial.

Jura?

–Claro cara. Eu ouvi um médico falar isso na palestra que teve aqui hoje.

Bom, agora é tarde, já usei minha passagem de volta não tenho como comprar outra de ida.

–Também nem adianta voltar, nós estamos avançados em nossas atividades.

– Eu sei, confesso que eu tive medo, entendeu? Tive medo dele morrer ou algo assim e ser reconhecido como um assassino ou coisa pior, mas agora, todo mundo aqui já sabe, não tem como voltar.

–Eu sei, percebi isso quando li a carta.

–Desculpa cara.

Que nada. Olha Chaves, eu tenho que desligar, tô aqui no refeitório mas, tenho que dormir agora, a gente se fala amanhã, ok?

Ok, já estou com saudades, valeu.

Três dias haviam se passado desde aquilo tudo, minha mãe e o Seu Madruga não me contaram o que queriam me contar, mas isso porque eu não queria sair de casa, preferia ficar conversando com meus amigos, fingindo estar triste e deprimido com tudo aquilo, mas minha mãe às vezes saía de casa, ou pra ir no banco, ou fazer compras, coisas de mulher, e sempre que ela saía, eu ia até a vila me encontrar com a Chiquinha, pois eu achava meio que perigoso contar que estávamos ficando, porque não sabíamos se iam aprovar ou não, só que a Chiquinha estava cansada de ficar "namorando" escondido, e sempre insistia em contar, mas no terceiro dia, ela perdeu a paciência:

–Chavinho, eu sei que você tem medo da reação deles, mas eu nunca menti nem escondi nada do meu papai, isso está me deixando aflita.- ela dizia.

–Olha, eu confesso que também não aguento mais ficar escondendo isso dos nossos pais, mas eu acho melhor assim. Respeite isso vai.- eu disse.

–Não dá, eu preciso contar.- ela disse, se soltando de mim e indo para casa dela.

–Não, espera aí. Chiquinha.- eu disse indo atrás dela.

–Papai, preciso contar uma coisa para o senhor.- ela disse, praticamente arrombando a porta.

–Eu também preciso te contar logo o que queria filha.- disse o Seu Madruga ao lado da minha mãe.

–Então deixe eu dizer primeiro.- ela disse.

–Não, nós dizemos primeiro porque vamos ser curtos e grossos.- disse minha mãe.

–Digam então.- eu disse.

–Nós dois, eu e o Seu Madruga, vamos nos casar.- disse minha mãe.

Eu fiquei em estado de choque e acho que a Chiquinha também, porque ela não disse nada, poxa, logo agora que eu estava começando a gostar da Chiquinha ela vai se tornar minha meia-irmã? Como é que pode? Mas que droga de vida é essa que eu tenho?

–Então, não vão nos dar parabéns.- perguntou o Seu Madruga.

–Ã...ham.- disse a Chiqunha.

–É...sim.- eu disse.

Mas acho que eles perceberam que a gente não aprovou e nem gostamos da idéia, porque logo se olharam sério e depois minha mãe falou:

–E então? O que vocês queriam nos dizer?- ela perguntou.

Eu só saí do estado de choque quando a Chiquinha me agarrou e me beijou, com certeza pra fazer uma demonstração, já que estava impedida de falar pelo baque forte da notícia.

–O que vocês estão fazendo?- Seu Madruga perguntou.

–Estamos demonstrando que a gente se ama.- disse ela.

Com certeza ela fez besteira em contar, porque foi a vez deles ficarem em choque, mas rapidamente voltaram e nos olharam como se dissessem "Não tô ouvindo isso", "não dá pra acreditar", "não é possível", e agora, com esses todos pensamentos possíveis, com certeza eu vou morrer.


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Notas finais do capítulo

Que revelações hein? E agora? Será que Seu Madruga e Alejandra vão aprovar esse romance dos dois? Dêem opiniões nos reviews.



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