Music In My Heart escrita por Alyssa


Capítulo 8
Capitulo 8 - 'Cause Maybe I'm Just Afraid


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pela demora, tive um pequeno bloqueio :/ Agradeço a Zoey Jackson e o joao por favoritarem ^^
LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!!



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Eu e Annabeth encarávamo-nos fixamente pela última meia hora. Os cereais já haviam amolecido com o leite (o que significava que estes já não eram comestíveis), então desviei-os com uma mão, fazendo a tigela escorregar ao longo do balcão de mármore preto, sem nunca desviar os meus próprios olhos dos cinzentos e intrigantes da minha melhor amiga. Quiçá, este seria o mais longo jogo do sério que jamais existiu.

Suspirei.

— Eu desisto. — resmunguei, levantando as mãos em sinal de redenção — Já fiquei sem café da manhã devido a esse teu ridículo olhar acusatório que me está a levar à loucura, então desembucha de uma vez.

Ela cruzou os braços à frente do peito, com uma pequena ruga de fúria a formar-se no meio das sobrancelhas. Tinha o cabelo preso num rabo-de-cavalo alto e, neste momento, Annabeth parecia só uma criança anormalmente grande a fazer birra.

— O que estás a fazer? — inquiriu rispidamente.

— Annabeth, querida, a menos que te consideres um, não estou a conviver com E.T.’s, então diz-me tu: o que esses adoráveis olhos cinza pensam que estou a fazer?

A ruga na sua teste aprofundou-se e ela inspirou ruidosamente. Estava incrivelmente perto de se atirar a mim e me estrangular, arriscando todo o seu futuro perfeito pelo simples prazer de dar cabo do meu coiro. O pior de tudo é que apesar de ter consciência deste facto, não consigo deixar de ser este serzinho imprestável e sarcástico. Culpem a adolescência.

— Então poderias me explicar porque não falas com o Percy, há tipo, 2 dias?

Levantei quatro dedos de modo a enumerar as várias razões que explicavam o meu comportamento, contudo acabei dizendo algo ligeiramente diferente e a mão ficou suspensa à frente da minha casa enquanto falava:

— Tecnicamente não foram dois dias, está mais para um e três quartos uma vez que falei com ele naquela manhã ao telefone, lembras-te? Avisei-o que íamos visitar a minha família.

— Pois — concordou ela com um sorriso. Sorri de volta e Annabeth espetou um dedo acusador na minha direção, o seu rosto rapidamente se transformando numa carranca —, tirando o facto que não tens familiares em Nova Iorque e não respondes às ligações dele desde então.

— Pormenores.

Annie gemeu em frustração. Admito que sou uma pessoa difícil de lidar mas desejava acabar esta viagem com todas as partes do meu corpo no devido lugar. Devido a isto, as únicas excursões que podíamos participar (e que participamos estes dias) foram ao redor do apartamento.

— Olha, só estou a me preparar mentalmente para a próxima saída em público. Certificando-me que nenhuma doida me quer matar e fazer com que esqueçam a nossa existência para enfim, termos umas férias normais, descontraídas. Quero ver a minha mãe uma última vez antes de ir ter com os anjinhos.

Annabeth olhou-me com um misto de emoções. Os seus olhos possuíam um brilho raivoso e doentio (que admito assustou-me) e culpa, como se eu fosse uma menina ingénua e inocente que ela destruiria os sonhos.

— Alguma vez ouviste falar em vídeo chamadas? Diz ''olá'' à tua mãe por lá, ela te vê e tu a vês, menos um problema. E, bem, todos sabemos que é mais fácil ires parar ao Inferno do que ao Paraíso caso fosses mesmo morta. — mandei-lhe um olhar assassino que ela fingiu não perceber — De resto, mete nessa tua cabecinha teimosa que, infelizmente, quer aqui ou de volta em São Francisco as garotas conhecem agora a suposta namorada do Percy.

— Somos só amigos e tu o sabes! — comentei entre dentes

Annie fez um gesto de descaso com a mão

— Pormenores — disse com um sorriso perverso a cobrir-lhe a face. É justo. — A questão Thalia, não é como eu vejo as coisas mas como as fãs o vêem. Ele é um dos homens mais desejados do mundo então pensas que as pessoas vão esquecer-te da noite para o dia? Além do mais, a maioria não vai tentar arrancar bocadinhos de ti para levar de recordação. Tivemos azar.

O couro cabeludo ainda me doía dos puxões que levara. Conclui que, se ela também tivesse sido maltratada deste jeito, a sua linha de raciocínio seria completamente diferente.

— Hey! Ainda te ponho para a rua então não me tentes. — brinquei, procurando não me irritar com o que a minha melhor amiga me atirava à cara.

— Eu até que acreditava nisso, mas amas demasiado o meu celular para tal — respondeu, puxando o dito cujo do bolso.

— Tens um ponto aí.

Annabeth suspirou, me lançando um olhar de pena, que por si só irritou-me. Depois, quando começou a falar, comecei a tremer devido ao ódio que sentia.

— Supera Thals, simplesmente supera! Não podes levar a vida toda a lamentar por Luke. Foi uma merda o que aconteceu? Sem dúvida. Magoaste-te? Definitivamente. Mas o tempo passou e agora só tens medo de tentar de novo. Pensas que se te aproximares de um rapaz, ele vai-te fazer o mesmo que Luke. Faz-te mulher, junta os teus pedaços e vai à guerra. Ninguém gosta de meninas quebradas, a choramingar pelos cantos. O Percy pode ser paciente, e ele pode estar a apaixonar-se por ti, mas nem ele vai ficar lá para sempre. Porque caso não tenhas percebido, milhões de garotas dariam tudo para estar no teu lugar. És uma covarde.

— Vai à merda — rugi.

Virei-lhe as costas. Ela gritou mais qualquer coisa enquanto me afastava para qualquer outro cómodo, contudo limitei-me a mostrar-lhe o dedo do meio.

No conforto do meu quarto (partilhado com Annabeth) desabei sobre uma cama. A principal razão de estar tão furiosa era por saber, lá no fundo do meu coração, que tudo o que ela dissera era verdade.

A imagem que construíra a meu respeito exibia uma menina forte e corajosa que neste momento em nada me representava. Aliás, estava aterrorizada com a possibilidade de alguém chegar demasiado perto e, do modo mais egoísta que existe, me magoar.

Senti o meu coração pesar tanto no peito que embora tenha acordado à pouco tempo, encontrei-me incapaz de levantar, sendo, eventualmente, levada pelo sono para longe, envolta numa suave névoa que finalmente, cessava as batalhas do meu pensamento.

***

Acordei horas mais tarde com o celular a vibrar junto ao rosto. Atendi sem olhar o visor, então não fazia ideia de quem me chamava.

— Sim? — disse com a voz rouca, uma vez que não a utilizava à demasiado tempo. Clareei a garganta um par de vezes. Do outro lado da linha, conseguia distinguir diferentes vozes falando entre si, mas nenhuma delas me respondeu então desliguei a chamada. Quem quer que fosse, não voltou a tentar. Talvez se tratasse de um engano.

Grande parte da movimentação nesta casa, acontecia na cozinha. Era sem dúvida, o local que passava mais tempo embora o estoque estivesse quase sempre em baixo. Suponho que o meu pai raramente comesse em casa.

Suspirei e agarrei umas notas que ele deixara para este mesmo fim. Pelo menos, ele não ia deixar a filha morrer à fome.

No caminho para a saída reparei numa folha A4 preenchida na sua totalidade em grandes letras azuis. Podia ler um: ''Já que vais continuar nesse teu ataque de teimosia, decidi conhecer Nova Iorque. Silena veio me buscar. Chegarei em breve, fica bem. XOXO Annie''.

Revirei os olhos e deixei o papel no mesmo local.

Tudo bem, eu era infantil. E sim, eu estava a estragar as nossas férias e aterrorizada com aquele sentimento borbulhante na minha barriga, sempre que o nome de Percy vinha à tona. E não, Thalia Grace não é durona. Thalia Grace sofre de uma doença muito grave e ainda sem cura chamada estupidez.

Atirei as chaves do carro de uma mão para a outra e caminhei até à porta. O meu estômago roncou pela falta de comida. Quando abri a porta, surpreendi-me com Annabeth do outro lado, a segurar uma chave prateada na mão.

— Aonde vais? — perguntou, afastando os caracóis dourados do rosto, para rapidamente acrescentar: — Trouxe comida!

Na outra mão que não segurava a chave, estavam uns três sacos de papel. O cheiro familiar de tarte de chocolate e nata e limonada encheu-me as narinas e algo mais, algo doce como…

— Isso são bolachas com pepitas de chocolate e avelã?

— Yap, as tuas preferidas! Posso entrar?

Cocei a bochecha.

— Hum, claro — respondi, afastando-me para ela ter espaço suficiente para entrar.

Annabeth sorriu e puxou-me para a sala. Obrigou-me a sentar no chão à sua frente, espalhando o conteúdo dos sacos entre nós. O meu estômago roncou uma vez mais pela visão.

Enchi um dos pratos de plástico que ela trouxe e dei a primeira dentada. Se tivesse de admirar qualquer coisa na nossa amizade, era o facto de nunca ficarmos demasiado tempo chateadas com a outra. Eu admito, ainda estava a me roer por dentro pelo que ela dissera, mas de certo modo, sabia que era nós as duas contra o mundo e que nenhuma discussão nos separaria.

— Como foi o passeio? — perguntei, acariciando o tapete felpudo debaixo de nós.

— Foi… ótimo! Fomos ao Empire State Building — franzi uma sobrancelha tentando não me sentir ressentida sobre isso. Digo era um alívio de certo modo, porque eu odiava alturas, todavia era algo que planeáramos fazer as duas… — e depois fomos a uma padaria excelente — continuou, apontando para as doçarias que trouxe — e levámos para comer no Central Park, onde passámos o resto da tarde.

Suspirou feliz, como se ainda lá estivesse.

— Oh.

— O Percy perguntou por ti — revelou, a tentar esconder um sorriso.

— Hum. O que disseste?

— Que estavas doente — riu. — Mas que como te estavas a te sentir melhor, então decidi sair hoje e deixar-te por tua conta. O pobre coitado quase que veio aqui.

Sorri com pesar. Eu não estava a ser justa nem com Annie nem com nenhum deles. Fazê-la mentir deste jeito por mim e enganá-los por ser uma pirralha mimada… É horrível.

— Obrigada.

Annabeth olhou-me seriamente.

— Thals, eles são boas pessoas.

Eu deveria falar com eles. Dizer olá, e deixarem-nos entrar na minha vida. Certamente, se eu deixasse, seria uma mudança boa.

— Eu sei — comentei, dando uma trincadela numa bolacha.

— Então porque...?

— Eu… Eu não sei Annie. Talvez eu tenha realmente medo. — gemi, esfregando as mãos uma na outra, evitando fazer contacto visual — Sou fraca. Sou uma covarde. Eu só… Tu não sabes o quanto dói — admiti, com a garganta fechada. Uma lágrima teimosa estava presa no olho. Limpei-a sutilmente antes que esta pudesse escorregar.

— Desculpa. Oh Deus, desculpa, sou uma pessoa péssima, uma amiga…

— Não.. Não podes desculpar-te por teres razão — murmurei.

Ela franziu os lábios, como se estivesse com dor e não quisesse que eu percebesse. Senti-me confusa com a sua expressão.

— O Percy… Ele não é esse tipo de rapaz! Ele não te magoaria, eu consigo ver nos olhos dele! Na All Saints ele estava completamente maravilhado por ti — corei ligeiramente com a menção da loja. Quase partilhámos um beijo lá… Só de pensar na proximidade que os seus lábios estiveram dos meus… Estremeci. — Além do mais, persigo todos os aspectos da vida dele à anos, como qualquer boa fã, então acredita em mim quando digo que ele não é como Luke. Ele está a apaixonar-se por ti e isto é algo simplesmente ''uau''…

— O Luke também me amou — falei, dando de ombros. — Eu sei que é difícil de acreditar depois do que aconteceu contudo ele fê-lo. Ele amou-me e eu amei-o e no final a única coisa que nos trouxe foi dor.

— Mas foi bom enquanto durou, certo? — indagou Annabeth, antes de comer um pedaço de tarte — O tempo que passaram juntos?

— Suponho que sim.

— És a minha melhor amiga…

— E única. — interrompi-a, com um sorriso provocador. Annabeth apontou um dedo acusador na minha direção.

— Isso é mentira!

Gargalhei

— Eu sei, eu sei, és sociável e tudo isso…

Ela revirou os olhos como se pensasse: ''Porque aturo esta idiota?''.

— Como estava a dizer, és a minha melhor amiga e só quero que sejas feliz. Dá-lhe uma oportunidade, pode ser que te surpreendas. Afinal, não é por um rapaz te ter quebrado o coração que todos os outros o farão. A minha mãe que o diga, os meus pais estão juntos à mais de vinte anos!

— Já me queres ver casada?

— Quero ver-te feliz.

Olhei-a nos olhos, sentindo a minha face queimar em antecipação pelo que diria. Dei um gole na limonada tentando, sem sucesso, dar menos importância à minha declaração.

— Eu não gosto da ideia de partilhá-lo com milhões, literalmente milhões, de outras raparigas que me querem ver morta por — engoli em seco — gostar do ídolo delas.

— Gostar?

— Foca-te no importante, Annabeth!

— Isto é importante!

Peguei em mais uma bolacha com pepitas de chocolate e avelã. Ficámos em silêncio por momentos, Annie aparentemente decidindo que isto seria o melhor que conseguiria de mim por hoje.

— E quanto a ti e Connor?

— Eu e Connor? Que têm eu e Connor? — questionou, quase cuspindo a comida que mastigava.

— No McDonald’s uma daquelas garotas insinuou que tu e ele estavam a ter algo ou a caminhar para isto.

Annabeth abanou a cabeça veementemente.

— Decididamente não. Eu os amo a todos platonicamente, mas não consigo tornar este sentimento mais real que isto. Não que Connor esteja interessado em mim ou algo do género — piscou um olho na minha direção. Quando voltou a falar a sua voz adquiriu um tom muito mais sério. — E Thalia, uma última coisa, não te esqueças que temos menos de um mês em Nova Iorque. Então quer decidas ficar ou não com o Percy, o relógio está a contar e não vai parar, então despacha-te com a tua escolha.

Assenti, trincando a bolacha que subitamente não me parecia tão doce agora.


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Notas finais do capítulo

Então gente, eu estou meio zangada... Tipo, eu fiz as contas, e nem metade da metade da metade das pessoas que acompanham comentam.
— Então o próximo capitulo só sai com PELO MENOS 5 COMENTÁRIOS, ou que leve meses, nunca posto, é sério.
— No entanto, se tiver mais de 5 comentários, posto em menos tempo do que duas semanas
— Se tiver 10 COMENTÁRIOS, EU NEM DURMO PARA VOS TRAZER O CAPITULO. É SÉRIO, EU ESCREVO A NOITE TODA E O DIA A SEGUIR TODO E VÃO ME LEVAR PARA O HOSPITAL POR EXAUSTÃO MAS EU VOU VOS TRAZER RÁPIDO. Tipo dois dias para atualizar.
E é isso, beijo :*
Ah, favoritações e recomendações me fazem incrivelmente feliz :D