À medida que foram se afastando das ruas principais Sophia foi percebendo que nem tudo eram flores em seu reino, havia um lugar que ninguém com um pouco mais de dinheiro passaria.

Uma dor no perto estava plantando- se no coração da princesa quando viu o rapaz foi entregando pedaços dos pães para algumas famílias.

Ela que sempre teve tudo, sem sequer algum esforço e achava que todos eram assim, nunca passou que motivos de pequenos furtos aconteciam por mera sobrevivência.

– Bem vinda ao meu humilde castelo. – Disse ele ironizando o fato de morar em um casebre.

Sophia não se importou, achou até aconchegante, simples, observou cada detalhe, o rapaz pegou duas maçãs e deixou o pão que sobrou sobre a mesa, iam saindo quando os irmãos de Hans chegaram.

– HANS, HANS!! VOCÊ CHEGOU COM UMA GAROTA! – Disse o irmão.

– Ela é linda! Você namorando esta ela? Vocês vão casar? – Disse a irmã do rapaz , tanto o ele, tanto ela, ficaram vermelhos de vergonha, mas não podiam negar formavam um charmoso casal, mas a vergonha que era tanta que o rapaz puxou a garota deixando seus irmãos exaltados.

Levou a garota a sua arvore , aquela que a vista do castelo, nunca havia levado alguém la, olhando de lá a princesa conseguia olhar sua sacada onde muitas vezes ficou devaneando sobre sua vida, ela era somente um ponto.

– Esta olhando para o castelo, faço isso toda que venho aqui, fico imaginando como deve ser la dentro. – Disse o rapaz entre mordidas em sua maçã.

– É grande... – Disse ela observando o rapaz, que por sua vez ficou curioso, a princesa disse que era uma dama de companhia.

– Nossa então você acompanha a princesa?! - Disse ele impressionado, dava para ver seus olhos brilhando ao citar o nome da princesa que a mesma confirmou a mentira.

– Sabe quando eu era menino, tinha uns doze, quase treze anos, a princesa veio ao vilarejo, pedi para meu pai me levar para vê-la, nunca tinha visto uma menina tão bonita, chamei- a não esperava que me desse atenção , caminhamos um pouco, entreguei um uma pedrinha a ela, lembro que ela olhou, acho que foi de desdém, como se fosse gostar do que um pobre de uma pedra em forma de coração fosse algo importante e ainda dei um beijo na bochecha nela e corri, fui rude.

Quando ele terminou de falar ela não sabia o que fazer, sabia que havia uma felicidade, finalmente depois de tanto tempo ele estava ali, o menininho, com as mesmas roupas surradas, queria falar a ele que se lembrava perfeitamente o que tinha acontecido aquele dia, tanto que foi proibida de sair do castelo depois do fato e ficaram conversando e esqueceram do tempo, mas por um breve momento lembraram que deviam voltar a cidade e assim fizeram.

Não demorou muito para que Sophia encontrasse Camile que estava muito preocupada.

– Graças aos céus encontrei você, precisamos ir. – Disse Camile puxando-a.

– Espere. – Disse Hans.

– Passei tanto tempo com você e não sei seu nome. – Continuou o rapaz se aproximando cada vez mais da garota.

– Friorella. – Disse a princesa que a único nome que se passou pela cabeça, um dos seus próprios sobrenomes, uma homenagem a sua bisavó. Ele beijou sua mãe, digno de um cavalheiro, se despediriam.

No caminho de volta ao castelo, percebeu o quanto seu dia se tornou tão especial.