Derek bebeu um gole de chai latte e olhou para uma mulher que, a muito tempo, ele achou ser a mulher da sua vida.

"Lembra, Sandra? Nos conhecemos em Manhattan e agora Clary está indo para lá. Lembra de como nós costumavos ficar no topo dos edifícios só para admirar a vista? Como nos beijavamos na fila do Starbucks? Como dividiamos um fone de ouvido para ouvir musicas dos Beatles no meu mp3?"

O homem olhou para a Sandra, que servia sorridente um copo de café a uma mulher de 40 anos.

"Não, somente eu lembro essas coisas" o homem pensou consigo mesmo. De repente, seu celular vibrou. Ele olhou quem estava ligando.

Clary.

O homem atendeu rapidamente.

–Alô?

–Pai?

–Oi, Clary.

–Só queria avisar que cheguei bem a meu apartamento.

–Que bom. Já conheceu seu colega de quarto?

–Na verdade, sim. Ele parece boa pessoa, se ofereceu para me mostrar a cidade.

Derek sentiu um peso no coração. Se ele estivesse com ela, ele poderia fazer isso. Ele poderia mostrar aonde ele conheceu Sandra. Poderia sair com sua filha todos os dias. Poderia ver o sorriso lindo dela todos os dias.

Ele terminou de conversar com a filha e desligou.

–Precisa de mais alguma cois?

Derek olhou para Sandra, a garçonete. Os olhos que a muito eram tudo para ele pareciam ter perdido o significado. Eles não pareciam tão impressionantes quanto o da garota que entrou em sua vida a alguns meses.

–Só a conta, por favor. Já estou indo.

"Vale a pena? Esperar para sempre por alguém que você sabe que nunca vai te amar do jeito que você espera? Vale a pena viver de lembranças do que parece que aconteceu a séculos?"

Derek sorriu. As palavras ditas a tanto tempo por Sandra antes deles saírem de Manhattan para se casarem pareciam o conselho perfeito. O homem deixou uma única nota na mesa e foi embora.

Quando Sandra chegou com a conta, seus olhos se arregalaram.

"Quem deixa 100 dólares para pagar uma conta de cinco?"
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–Leo, você viu meu boné dos Knicks? - Clary gritou.

–Você deve ter deixado na cozinha! - seu colega de quarto prontamente respondeu.

Clary estava morando com Leo a 3 meses, desde que conseguiu sua emancipação e certificado de conclisão do ensino médio.

Leo, de 21 anos e no segundo ano da universidade, é estudante de engenharia na Columbia e típico festeiro. Cabelo preto arrumado propositamente desleixado com gel, olhos castanhos, pele clara. Sempre está chamando Clary para alguma festa ou apresentando-a a seus amigos. Os dois viraram amigos rapidamente, e ambos já se consideravam da família. Era tão natural estarem juntos que chegava a assustar.

O apartamento era relativamente pequeno. Dois quartos pequenos, sendo um deles uma suíte (esse era o de Clary), um banheiro e uma sala de estar/cozinha.

Clary poderia pagar algo bem melhor com a mesada que Erik a estava dando, mas preferia ter mais dinheiro no banco. Assim, quando Erik parasse de lhe dar dinheiro, ela ainda teria para emergências.

–Clary, não esqueça que minha mãe vem aqui hoje!

–Claro! Karen, não é?

Leo na verdade é um orfão. Uma amiga próxima de sua mãe que não podia engravidar o adotou, já que seus pais morreram em um acidente de carro quando sua mãe ainda estava grávida.. Fizeram uma cesariana no corpo de sua mãe, salvando a sua vida.

–Isso. E seu pai, chega que horas?

Clary havia contado (mais ou menos) sobre sua adoção e como ela mantia contato com seu pai biológico.

–Ele disse que chega umas 9 da noite.

Os dois estavam se esforçando muito para impressionar os pais. Eles queriam provar que podiam se virar sozinhos.

–Ei, você vai fazer aquele seu risoto de rúcula e tomate seco? - Clary ouviu Leo gritar do quarto dele.

–Vou, só preciso comprar a rúcula e o arroz arbóreo.

–Eu te amo! - Clary riu. Leo é um desastre na cozinha e simplesmente amava a comida da híbrida.

Depois de ficar satisfeita com a arrumação da sala, Clary pegou a bolsa e calçou seus saltos pretos simples.

–Estou saindo, Leo!

–Okay! Aproveita e compra papel higiênico!

–Certo!

A garota saiu do prédio rapidamente. Ela foi para um pequeno mercado perto de seu prédio, onde comprou o que precisava rapidamente. Vai que a mãe de Leo chega mais cedo do que o planejado?

Saindo rapidamente, a garota nem notou a figura alta indo atrás dela. Por alguns segundos. A garota olhou para trás e seus olhos se arregalaram.

–Pai!

Derek sorriu para a filha, mas estava surpreso. Se não fosse o cheiro dela, ele não a teria reconhecido. Até seu jeito de andar está diferente do de antes! O cabelo louro liso, lentes, roupas mais ousadas. Ela está bem diferente.

A garota correu e o abraçou. Naquele instante, ele percebeu que era, realmente, sua filha.

–Então, vamos para casa?

Derek sorriu para filha.

–Vamos.