A Vida escrita por EuSemideus


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Gente ! Nós estamos no cap 27!27! Parece q eu escrevi o 1 ontem! Quem está comigo desde o início sabe como foi rápido!
Quero dar as boas vindas aos novos leitores ! Falo com vcs lá em baixo !



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Capítulo 27

Autora

Todos os tripulantes do Argo II estavam reunidos no refeitório. O silencio reinava, ninguém sabia muito bem o que dizer.

Alex pensava em sua mãe, agora decidida a manter segredo. Amanda estava sentada em uma das cadeiras mexendo freneticamente nos circuitos internos de algo que parecia um controle remoto. Tess e Bia se encaravam, até perceberem o que estavam fazendo e desviarem os olhos, corados. Dani observava Mary, que tinha acabado de construir um pequeno helicóptero com algumas engrenagens, esse que no momento voava pelo recinto.

Tess e James se entre olharam, eles precisavam fazer algo.

– Não podemos ficar aqui parados - anunciou James se levantando.

– James tem razão - disse Tess se postando ao lado do amigo - Nossos pais precisam de nós.

– Mas para isso temos que acha-los - disse Tyler - Ei, Nanda, quanto tempo até chegarmos a cidade da última pista ?

Amanada respirou fundo e olhou para o controle, agora concertado, em sua mão.

– Pelo menos três dias - anunciou respirando fundo.

– Mas tudo isso?! - reclamou Alex.

– O navio é antigo - justificou Nanda - Ficou parado por muito tempo e a maioria dos sistemas eram controlados por Festos, que agora é um dragão. Ele perdeu boa porte de seu potencial, principalmente a velocidade.

– Nem acredito que estamos mesmo viajando no famoso Argo II - disse Dani se recostando na cadeira - Parece até uma daquelas histórias que a mamãe contava.

– Receio que estejamos dentro de umas das histórias, Dani - falou Bia.

Aquele comentário fez todos se calarem. Aquela era a verdade não dita. Eles estavam dentro de uma das histórias de seus pais e todos sabiam que mesmo que o final fosse "bom" muitas coisas ruins aconteciam pelo caminho.

– O que nós vamos fazer agora ? - perguntou Lara

Uma resposta inteligente seria : desvendar a profecia , mas verdade era que ninguém queria faze-lo. Bia se encolheu um pouco. Tinha medo que seu sonho se tornasse real, que fizesse parte da profecia. Quem era esse "velho inimigo", afinal?

– Nós poderíamos dar um jeito nesse navio - sugeriu Mary - Ele está uma vergonha.

Era verdade, o navio estava imundo. Somente os quartos haviam sido limpos. Era possível encontrar camadas de sujeira e teias de aranha por todos os lados. Essas últimas incomodavam os netos de Athena, principalmente Tess, que tinha horror a tais criaturas.

– Tudo bem - disse James - Vamos dividir as duplas então.

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Dani imaginava se seu acordo com Tommy ainda estava de pé. Ele continuava com a palavra, afinal, seu amigo não tinha dito nada sobre desistir.

Ele passou o esfregão sabre o piso de madeira do navio e observou a garota ao seu lado que fazia o mesmo movimento. Eles estavam ali há 20min e nem tinham trocado uma palavra, como Tommy pretendia que ele a reconquistasse?

Dani e Mary haviam ficado juntos na limpeza dos corredores. Eles não se falavam ou se olhavam. Pareciam dois estranhos. Parecia que nada tinha acontecido entre eles um ano antes.

Dani pensou em sua mãe. Será que ela estava bem? Alguma coisa lhe dizia que sim, mas mesmo assim tinha medo. De todos que tinham sido sequestrados, seus pais eram os que tinham menos treinamento e nenhum poder que pudesse ajuda-los, eram os alvos mais fáceis.

Ele fechou os olhos afastando aqueles pensamentos. Não podia pensar em perder seus pais, não poderia viver sem eles, não saberia viver sem eles.

E foi nos segundos que ele estava de olhos fechados que ela caiu. Daniel abriu os olhos com o barulho e encontrou uma Mary estatelada no chão. Ele deu uma risada e estendeu a mão.

– Não preciso da sua ajuda - ela respondeu sem aceitar a mão.

Mary tentou levantar novamente, mas o chão molhado fez com que caísse. Ela bufou. Como podia ter tanto azar?

– Vamos logo - ele insistiu ainda sorrindo - Você não vai conseguir sozinha.

– Vou sim! - ela teimou - Não preciso da sua ajuda para isso ou para qualquer outra coisa! Sei me cuidar muito bem, não preciso de uma mentiroso me vigiando!

O sorriso sumiu do rosto de Dani e ele recolheu a mão. Mentiroso, era isso que ela achava que ele era. Um mentiroso, um traidor da pior espécie.Ele abaixou a cabeça.

– Mary, eu....

– Não comece! - ela exclamou tentando se levantar, mas acabando por cair novamente - Ahrg! Não quero suas explicações! Já tem um ano, Daniel! Admita! Você me enganou!

A raiva encheu o peito do garoto. Ela não ouvia! Nunca ouvia! Custava escuta-lo uma única vez?!

– Sabe de uma coisa?! - ele perguntou - Você não quer ajuda, ótimo, não vou te ajudar. Mas não conte comigo para mais nada!

E com isso largou o esfregão e foi embora, deixando para trás um corredor molhado e uma Mary surpresa.

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James limpava os estábulos junto de Alice. Era certo que sua função inicial não era essa, ele deveria estar voando,junto com a versão águia de Tyler, à procura de defeitos nos casco do navio. Mas acabara trocando com sua irmã, Lara.

Ela e Ally não conseguiam trabalhar juntas. Não que não fossem amigas, porque eram, mas as duas tinham espírito de líder e sempre queriam mandar uma na outra. Por algum motivo, obedeciam ordens de qualquer um, menos uma da outra. Por isso sempre que trabalhavam em dupla alguma coisa acontecia.

James, assim que ouviu os gritos começarem, trocou de lugar com a irmã. Tinha que admitir que havia sido uma boa troca, estava em companhia muito melhor.

– Não entendo o porque desse estábulo - disse a neta de Poseidon - Como eles pretendiam que os cavalos chegassem até aqui?

James deu de ombros.

– Não , sei . Provavelmente era para pégasos - ele disse - Eles entravam por aquelas portas de vidro.

Ally negou com a cabeça.

– Pégasos são espíritos livres - ela explicou - Não ficariam presos em um estábulo. Duvido que esse lugar já tenha tido alguma boa utilidade (n/a: Seus pais discordam de você, querida Ally hehehehe). James deu de ombros e colocou o último bloco de feno junto aos outros. Ele fitou Ally. Ela cantarolava enquanto varia o chão de vidro dos estábulos. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque frouxo, mas algumas mechas aviam fugido e emolduravam seu rosto. Ela parecia estar pensando em algo bom, pois sorria, mas seus olhos demonstravam preocupação. Estavam verdes, como o mar em um dia de tempestade. James suspirou, ela era simplesmente perfeita.

Ally,por um acaso,olhou em sua direção. Ele, automaticamente, desviou o olhar, se repreendendo mentalmente por ter sido pego, mas quando a olhou novamente, ela estava corada. Seria por causa dele? Uma esperança se acendeu no peito do neto de Júpiter. Será que ela sentia o mesmo?

– Ally - ele chamou e se aproximou.

Sentiu suas orelhas queimarem em brasa e abaixou os olhos.

– Sim? - ela respondeu.

James levantou os olhos e tomou coragem.

– Ally, eu... - mas ele foi interrompido por um barulho de explosão.

Que raios estava acontecendo?

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Bia limpava o convés em silencio. Ela não entendia. Por que Tess a tinha beijado? Ele não disse que só faria isso se estivesse apaixonado? Por que faria isso se não estava apaixonado por ela?

Bia bufou. Não tinha resposta para nenhuma daquelas perguntas."Ele pode estar apaixona por você", dizia uma voz em sua cabeça, ma ela a ignorava. Como se aquilo realmente fosse possível. (N/a: ironize a frase)

Ela olhou para o céu. Azul e límpido, sem nem um indício de tempestade, ou mesmo chuva. Estava tudo calmo, calmo até demais.

Tess observava Bia fitar o céu. Admitia que não foi muito justo ao fazer as duplas, mas tinha que ficar perto dela. Parecia que o beijo o tinha deixado dependente da garota. Ele não conseguia se afastar por muito tempo. Só duas coisas ocupavam seus pensamentos. Seus pais e Bia.

Tess não sabia onde estava com a cabeça quando a beijou. E agora? Ela não gostava dele, não da mesma maneira que ele gostava dela. Ele podia ter estragado uma amizade de anos! E se ela se afastasse ?! Ele não suportaria.

A verdade era que Tess não pode se controlar. O que ele sentia era forte, muito forte, ele nunca tinha sentido nada parecido antes. A única coisa que se assemelhava era o que ele sentia pela irmã, mas era muito diferente. Ele nunca tinha tido aquele instinto protetor com nenhuma de suas namoradas. Ele nunca tinha se sentido tão mal ao ver uma delas chorar. Ele nunca tinha visto a felicidade de nenhuma delas acima da sua. Ele nunca tinha se sentido capaz de fazer qualquer coisa só para que elas sorrissem. Agora ele sentia tudo isso e mais um pouco.

Tess viu Bia se mexer e dar um passo para o lado. Antes do pé da garota chegar ao chão ele percebeu, ela ia pisar no esfregão. Ele correu na direção de Bia e a viu perder o equilíbrio. Quando ela estava preste a cair, ele a amparou. Tess segurou Bia em seus braços e a pôs de pé, sem a soltar. Seus rostos estavam muito próximos. Os olhos estavam fixos um no outro. As respirações se chocavam.

Tess se inclinou e a beijou. Esse beijo foi calmo,porém apaixonado. Suas mãos apertavam levemente a cintura de Bia.Ela tinha uma das mãos afundada nos cabelos do garoto e a outra em seu coração. O ritmo do coração do garoto estava rápido, acelerado, assim como o dela. Beijo era cheio de carinho e sentimento, o que fez ambos pensarem: Será que ele/ela sente o mesmo?

O ar faltou e eles se separam ofegantes. Antes de abrirem os olhos, Tess depositou um selinho nos lábios da garota. Eles nada diziam, só se olhavam, perdidos nos olhos um do outro e aconchegados nos braços um do outro.

– Tess, o que está acontecendo? - perguntou Bia depois de algum tempo.

Tess colocou uma mecha dos cabelos da garota, que tinha fugido de seu rabo de cavalo, atrás de sua orelha.

– Eu estou completamente apaixonado por você - ele admitiu.

Bia o olhou incrédula. Ele... Ele estava apaixonado por ela? Ele correspondia seu sentimento? Ela sorriu novamente. Mas não teve tempo de dizer nada.

No segundo seguinte uma coluna de fogo passou ao lado deles. Ainda abraçados, os dois olharam para o céu. Uma serpente gigante com dentes afiados e asas enormes cercava o navio.

Essa não, pensou Bia.

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Percy

Percy abraçou Annabeth que dormia em seu colo. Ela ressonava sentada sobre suas pernas e com a cabeça em seu peito. Finalmente estava mais calma.

Assim que Mila falou aquelas palavras, a maioria dos ali presentes entrou em desespero, os que não estavam desesperados, entraram em choque. Todos sabiam que seus filhos iriam ter que participar de uma missão, mas não esperavam que fosse para salva-los! E se algo acontecesse? Como poderiam se perdoar?

Apesar de aparentar estar mais calma que todos os outros, Percy sabia que Mila era a que estava pior. Ninguém pedira explicações sobre aquilo de ela ter escrito tudo o que estava acontecendo e, muito menos, se atrevera a perguntar o que aconteceria à seguir.

Ela passava as horas cuidando da saúde de Thalia e acalmando tanto as amigas, quanto os amigos. Percy percebeu que ela mantinha sua mente ocupada a todo o momento, como se quisesse evitar pensar de verdade.

Percy encostou a cabeça na parede da cela e apertou Annabeth um pouco mais contra si. Ela tivera uma reação parecida com a se 16 anos antes, quando soube da profecia. Chorou bastante, temendo pelos filhos,mas depois se conformou,eles tinham feiro tudo o que podiam para ajudar, agora era esperar que eles tivessem aprendido.

Percy fechou os olhos e pensou em seu pai. " Pai, me dê um sinal, só um sinal de que eles estão bem. Eu preciso saber" . Ele esperou uma resposta, mas nada, como sempre. Estava preste a abrir os olhos quando ouviu "Pai", Percy parou. "Pai" , era a voz de Tess, ele tinha certeza. "Pai, não sei se você está me ouvindo, mas nós saímos em missão. Recebemos a profecia e estamos indo atrás de vocês. Por favor, cuide da mamãe e dos outros. Nós vamos encontra-los logo. Diga a mamãe que a amo, amo você também. Boa noite." Percy sentiu uma lágrima escorrer por seus olhos. Eles estavam bem. "Obrigado, pai" ele agradeceu. "Percy, não tenho muito tempo" ele ouviu "Não podemos interferir, só por isso ainda não os tiramos daí. Acredite, Athena já teria ido, ela está louca por causa disso. Fique sabendo que estamos fazendo de tudo para proteger as crianças. Avise aos outros que não os abandona-mos. Te amo, filho, e vou fazer de tudo para tirá-los daí. Fique vivo." " Pode deixar pai, obrigada" respondeu Percy e sentiu a conexão se desfazer.

Ele abriu os olhos e viu que Annabeth o fitava confuso. Percy a abraçou mais forte e a beijou.

– Eles estão bem - ele disse quando se separam - Eles estão bem.

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Mila

Mila conversava calmamente com Hazel. Esta estava muito mais calma depois de saber que os filhos estavam bem. Mas o engraçado foi que Frank ficara mais nervoso que ela, e foi preciso que Mila e Hazel conversassem com ele por algumas horas para que o grandalhão se acalmasse.

Mila estava de pé, assim como Hazel, e enquanto conversava observava toda a cela. Estavam todos acordados. Percy era o que parecia mais feliz entre todos e Thalia, como sempre, já reclamava de fome.

Mila, mesmo que não dissesse, estava realmente preocupada com ela. Thalia não estava ingerindo todas as vitaminas necessárias para o bebê. Se continuasse assim, na melhor das hipóteses, a criança nasceria com uma anemia grave.

Mila sentiu um tontura de repente e se apoiou na parede.

– Mila, você está bem? - perguntou Hazel preocupada.

– Sim, estou - ela garantiu - Não se preoc-

Ela foi interrompida por outra tontura. Mas essa foi diferente, ela veio com uma imagem, um flash.

– Eu não acho que você esteja bem - disse Hazel segurando seus ombros - Vem, vamos pedir ajuda.

Antes que pudesse se mexer, Mila sentiu uma mão gelada em seu ombro e dessa vez o flash durou. Ela viu Alex de frente para Rachel, mas não era Rachel, era o oráculo de Delfos. Ela ouvia as palavras e as repetia sem controle.

– Quando o mundo em paz parecer - ela recitou ofegante -Um velho inimigo irá reaparecer.Os antigos heróis em perigo estarão. E o seu sangue será a única salvação.A união do mar e coruja com a águia e a pomba tomará a última decisão.E o destino do mundo em suas mãos estarão.

Ela sentiu a mão soltar seu ombro e a imagem sumiu. Seu corpo desfaleceu, mas antes que caísse no chão, sentiu braços a segurando. Era Lucas, ela tinha certeza.

Os flashs continuaram. Ela viu Bia gritando e Tess entrando em seu quarto. Ela viu eles se beijando. Viu Daniel e Mary discutindo, e James e Ally correndo pelo navio. Então os flashs ficaram mais rápidos. Ela viu fogo.Adolescentes lutando entre o fogo contra um serpente voadora. Então ela viu um outro bicho voador aparecer e atacar a serpente. Aquela serpente, ela a conhecia, era o Dragão Etíope.

Os flashs pararam e Mila respirou fundo. Quando abriu os olhos, percebeu que estava sentada sobre o colo de Lucas, que a abraçava forte.

– Você está bem? - ele perguntou.

Mila assentiu e olhou em volta. Havia uma roda de semideuses em volta dela. Os mais próximos de sua pessoa eram Hazel e Nico. Foi nesse momento que Mila percebeu de quem era a mão em seu ombro. Tinha sido Nico, por isso ela vira Alex, e tinha quase certeza se que ele também vira.

Ela sabia porque todos a fitavam, e não era só pela profecia. Era por que era a segunda vez que aquilo acontecia. Não foi por acaso, não foi uma exceção.

Eles a fitavam porque ela já não era mais a mortal descendente divina que os ajudava,ela passara ser a indispensável. Ela passara a ser a informante.


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Notas finais do capítulo

Eh isso. O número de reviews minguou, os favoritos quase pararam , mas tudo bem, n vou começar a exigir isso agora. Deixem reviews ! Favoritem ! Recomendem! Façam a autora feliz , pq ela pode fazer vcs felizes tb ! Bjs Até ! EuSemideus