– Eu não estou entendendo... - Stella disse, confusa. - Eu nunca soube disso.

– Claro! Seu pai só conta o que lhe convém! Durante todos esses anos, eu nutri um ódio muito grande pelo seu pai. Ainda mais depois que você nasceu. Era pra você ser minha filha. Eu sou infeliz por causa do seu pai!

– Mentira! - Stella gritou. - É mentira sua!

– É a mais pura verdade Stella. Eu te usei. Usei você pra atingir o seu pai. - Ele sorriu. - Se bem que a minha vingança sequer começou...

– Você é um louco. Eu não quero mais ouvir uma palavra sua! - Stella falou, se virando e dando as costas para ele. Deu dois passos em direção a porta, mas...

– Nem mais um passo, Stella. - Ele a ameaçou. Ela se virou e se deparou com ele apontando uma arma para ela.

– Não atire por favor! - Ela suplicou.

– Se você ficar parada, quietinha aí eu não vou atirar. - Ele pegou seu celular e discou para um dos homens que estava em sua sala minutos antes. - Venham para cá agora! - Ordenou e desligou. Ele ainda apontava a arma pra ela.

– O que vai fazer comigo? - Stella perguntou, com medo.

– Você é tão lenta assim, Stella? Eu vou te sequestrar, criatura! - Falou e, naquele instante, dois homens chegaram e um deles jogou algo na cabeça de Stella, que desmaiou.

Xxxxxxx

O dia foi passando e Mac tentou ligar duas vezes para Stella, que não atendeu. Ele estranhou um pouco, mas não deu tanta importância, afinal, era o primeiro dia de Stella no emprego. Devia estar bastante atarefada.

Quando chegou no prédio, ao abrir o elevador, se deparou com uma senhora na porta de seu apê, pronta pra tocar a campainha:

– Mãe? - A chamou e ela se virou.

– Júnior! - Eles se abraçaram. - Que saudades filho!

– Eu também, Mãe!

– Tudo bem, filho?

– Tudo mãe. - Ela apertou as bochechas dele.

– Sei não. Parece mais magrinho! Está se alimentando direito?

– A vida tá muito corrida mãe. Tenho tanta coisa pra te contar.

– E eu quero saber tudinho. E também conhecer a minha nora! Onde ela está? - Perguntou, olhando para os lados.

– Está trabalhando mãe. Eu acho. Venha, vamos entrar! - Falou, pegando a mala dela e tirando o molho de chaves de seu bolso. Depois abriu a porta e os dois entraram.

– Nossa, que bagunça na sua casa, filho! - Ela falou, entrando na casa. - Sua mulher não arruma a casa não? - Mac sorriu.

– Definitivamente, a senhora não conhece a Stella. Ela não tem jeito pra ser dona de casa. Sente-se. - Ela se sentou. Mac pegou seu celular e discou para Stella novamente. - Estranho...

– Que foi Junior? - Millie perguntou.

– A Stella não me atende. Estou ligando pra ela há um tempão. Estou começando a ficar preocupado. - Falou, coçando a cabeça.

Xxxxxxx

Stella abriu os olhos. Estava em uma cama, que aliás, não era da sua casa. Sentiu uma dor de cabeça um pouco forte.

Se levantou, ainda tonta e foi em direção a porta, que estava trancada. Logo se lembrou do ocorrido.

– Droga! Fui sequestrada! - Resmungou. Voltou a se sentar na cama. Logo depois ouviu um barulho. Alguém estava abrindo a porta. Era um dos homens que tinham a sequestrado. Ele carregava uma bandeja, com um hambúrguer e um refrigerante.

– Tá aí sua janta! - Falou, pondo a bandeja ao lado dela.

– Você quer que eu coma isso? - Perguntou olhando para a comida.

– É obvio. Se eu a trouxe.

– Mas eu não como isso nem morta! Hambúrguer engorda e refrigerante dá celulite. Me traga outro prato.

– O que a senhorita quer? - O homem perguntou, revirando os olhos.

– Hum... Me traga um filé de frango grelhado ao molho pardo.

– Mas não tem isso aqui moça.

– Então vá procurar. Eu estou com vontade. E estou grávida, não pós do passar vontade.

– A senhorita tá grávida, é? O chefe não me disse isso.

– Pois é. Estou. - Confirmou.

– De quantos meses?

– Não sei.

– Como não sabe?!

– Ah, sabe o que é, não deu tempo de fazer meu pre-natal, afinal, eu fui sequestrada! - Ironizou. - Aliás, onde está seu chefe?

– Não sei.

– Qual é o seu nome?

– Pra que quer saber?

– Curiosidade de grávida! - Respondeu, dando um sorriso amarelo.

– É Robert.

– Sabe, Robert, você não tem cara de bandido.

– E bandido tem cara agora moça?! - Zombou.

– Não, mas você não parece ser um cara agressivo, sabe? Que está nessa vida porque quer.

– E não estou. Sou pai de familia. Entrei nessa vida do crime porque não tive outra opção. - Falou, desviando o olhar. Mas logo se lembrou que não devia estar falando essas coisas. - Quer saber, a senhorita é muito folgada! Foi sequestrada e age como se estivesse num hotel cinco estrelas? Mas não está moça! E será tratada como uma refém!