Eles andaram pela cabana, bastante velha e simples. Havia um colchão velho no chão e eles se sentaram, um ao lado do outro. Ficaram calados por alguns minutos. Stella começou a esfregar as mãos no braço, demonstrando frio. Mac tirou seu terno e lhe deu, ficando apenas com sua fina camisa branca.

–obrigado.

–de nada. –voltaram a ficar calados até Stella quebrar o silencio:

–Mac.

–que?

–to com fome.

–vixi, Stella. Não tem nada aqui pra gente comer. Bom, eu vou lá fora ver se encontro alguma coisa pra você comer. - falou, se levantando:

–e eu? Vou ficar aqui sozinha?

–é o jeito, né? Você fica ai e me espera.

–não vi não, Mac! Fica aqui comigo.

–mas você não disse que está com fome?

–eu aguento até amanhã. –ele se sentou de novo ao lado dela. –Mac.

–que?

–por que não me fala de você?

–de mim?

–é.

–ah, não tenho o que falar.

–claro que tem! Você não apareceu do nada! Fala, vai? Você é casado?

–claro que não!

–solteiro?

–não, viúvo.

–viúvo? Mas é tão jovem...

–é que me casei cedo. Minha esposa morreu há alguns anos. –ele ficou cabisbaixo.

–nossa, que triste...desculpe ter entrado nesse assuntou tão delicado.

–tudo bem.

–voce tem filhos?

–não.

–e familiares?

–meu pai morreu há vários anos, mas tem a minha mãe, Millie, que mora em Chicago.

–então mora sozinho?

–sim.

–e por que decidiu ser guarda-costas? Não é uma profissão muito comum, acho.

–ah, foi o que apareceu. É como dizem, a vida não está fácil pra ninguém. –ela deu um sorriso.

–Mac, eu queria te pedir desculpas. Sabe, eu maltratei muito você. Eu não devia ter te tratado daquele jeito. É que eu não queria ter um guarda-costas.

–voce me pedindo desculpas? Acho que vai chover. –naquele momento, começou a chover.

–era só o que nos faltava! Chuva!

–que foi, Stella? Que cara é essa?

–é que...eu tenho medo de chuva.

–de chuva? Que nem o cascão? –falou, rindo. Ela estava séria.

–minha mãe morreu quando eu tinha uns cinco anos... estava uma noite assim, fria e chuvosa. Eu fui ao quarto dela para dar boa noite. Ela dormia profundamente. Chamei ela três vezes, mas ela não acordava. Aí eu chamei o papai e...-ela começou a chorar.

–desculpe, Stella. Eu não sabia.

–agora sou eu que digo: tudo bem. –ela encostou a cabeça no ombro dele e ele a abraçou. Ele começou a fazer carinho nos cachos dela. –continuando daquela hora. Eu estava irritada por que não via necessidade de ter um guarda-costas, mas depois desse ataque, percebi que preciso de alguém pra me proteger. –eles ficaram de frente para o outro. As mãos suaves dela acariciaram o rosto dele, que retribuiu o carinho passando suas mãos ásperas pelo pescoço dela. Ela tomou a iniciativa e o beijou. O beijo era calmo e suave. Suas línguas se entrelaçavam com carinho e uma dose de sentimento, que começava a nascer entre os dois. Stella passou as mãos no pescoço dele, que deslizava suas mãos na cintura dela.