– O que houve? – Rachel levantou meio atordoada.

– Calma. – Hiram disse, ajudando a filha.

– O que aconteceu?

– Você tentou correr atrás de Quinn novamente e tivemos que te sedar.

– Cadê a Quinn? – Rachel ia levantar, mas Hiram a segurou na maca.

– Rachel, para. Escuta antes de sair correndo.

– Ela morreu, não é? – a judia já chorava.

– Não. Rachel, a Quinn esta viva.

– Como?

– Seu pai precisava resolver algumas coisas com os pais de Quinn, mas em nenhum momento ele disse que Quinn tinha morrido. Leroy não te disse como ela estava por causa de algumas normas do hospital. Mas a Quinn não morreu.

– Mas, eu pensei...

– Todos pensamos. Mas Quinn esta viva.

– Como ela esta?

– Ela acabou de acordar. – Leroy disse entrando em sua sala – Como você esta filha?

– Estou bem. Com um pouco de dor de cabeça, mas bem.

– Tome isso. – Leroy entregou um comprimido e um copo de água para a filha – Eu preciso que você fique calma, ok?

– Por quê? – Rachel já começava a se desesperar.

– Ela esta te chamando, mas eu não posso deixar você ir vê-la se estiver nervosa. Faria mal as duas.

– Acho que eu posso relaxar.

– Ótimo.

Rachel deitou e suspirou.

Alguns segundos depois Rachel começou a chorar novamente.

– O que foi? – Hiram e Leroy se aproximaram.

– Ela ta bem! – a judia riu – Quero dizer, não temos mais que nos preocupar com o tempo que ela tem de vida ou essas coisas e... Céus! É um alivio!

***

– Quinn. – Rachel chamou entrando no quarto.

– Rachel. – A judia podia ouvir o sorriso na voz da loira.

Rachel se aproximou e sentou ao lado da namorada, que segurou sua mão.

– Eu disse que ia ficar bem. – a loira brincou.

– Nunca mais me dê um susto desses Fabray!

– Não foi minha culpa. – Quinn sorriu – Seu pai disse que tiveram que sedar você. Como você ta?

– Ótima. Como você se sente?

– Estou bem. – a loira suspirou – É um alivio sabe? Saber que não preciso me preocupar com essa doença. Em... Como você ficaria se eu morresse.

– É uma maravilha saber que não vou te perder.

***

– Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas estou com saudade da escola. – Quinn riu.

Faria um mês que a loira tinha operado em dois dias. Na segunda-feira seguinte, ela finalmente voltaria ao WMHS.

Dizer que metade da escola estava esperando pra ver a líder de torcida novamente era menosprezar.

Ninguém além dos que estavam no hospital no dia da cirurgia sabia o que realmente havia acontecido e as especulações eram muitas.

Rachel ia ver a loira todos os dias, depois da aula, e naquela sexta não foi diferente.

– Você vai se arrepender dessas palavras. – Rachel brincou.

– Qual é a nova?

– Sue te expulsou das cherrios e você esta tentando se recuperar do choque.

– Santa criatividade. – a loira revirou os olhos.

– Alguns estão apostando que você se mudou.

– “Alguns” quem?

– O pessoal do xadrez, por exemplo.

– Os nerds. Sensatos. – Quinn sorriu – Agora, esquece esse povo. Vou voltar para a escola na segunda, mas já estou aqui pra minha namorada.

– Nada disso Fabray. Você ouviu o que o medico disse.

– O medico é seu pai e só esta tentando evitar que eu toque na filha dele. – a loira revirou os olhos.

– Não quero arriscar. – Quinn fez bico e Rachel riu, lhe dando um selinho.

– Tem certeza? – Quinn perguntou, e passou a beijar o pescoço da menor.

– Não. – Rachel disse e a afastou – Eu vou reformular minha frase. Não podemos arriscar.

– Mas eu to bem.

– Sem essa Quinn. – Rachel sorriu e beijou a loira, se afastando segundos depois só o suficiente para sussurrar – Prometo te preparar uma surpresa quando você puder “voltar à ativa”. Mês que vem.

Rachel se afastou indo em direção à porta e a loira suspirou frustrada.

– Que tal fazermos um lanche?

– Só se você fizer parte da dieta.

– Quinn!

– Não custava tentar. – Quinn resmungou.

***

Na segunda-feira seguinte Quinn voltou a andar pelos corredores da escola, sendo superior a todos... Ou quase todos, já que era só uma judia baixinha se aproximar e a loira parecia um cachorrinho sem dono atrás de, pelo menos, um beijo.

Claro que apenas Santana tinha coragem para caçoar da líder de torcida por isso.

As cherrios voltaram ao normal, mesmo que Quinn ainda se contentasse apenas em dar ordens. A loira só poderia voltar a praticar em alguns meses, mas a líder da cherrios já estava de volta.

Já no glee club, Quinn deixou de ser a líder de torcida para se tornar a namorada de Rachel.

Quem visse as duas nunca diria que tiveram um passado conturbado.

O relacionamento que antes não ia ate os corredores da escola era o assunto do momento na WMHS.

Quinn havia contado a todos sobre ele em grande estilo assim que pisou na escola novamente, e, de um dia para o outro, Rachel acabou se tornando tão popular quanto à namorada.

No mesmo dia em que voltou para a escola, Quinn se lembrou de que tinha algo pendente a fazer.

Deixou a namorada em casa, prometendo voltar mais tarde, e dirigiu até o hospital.

***

– Alguns meses atrás eu estava aqui te julgando por me condenar a morte. – a loira estava joelhada diante da imagem com a qual havia gritado tempos atrás – Me desculpe por isso, e obrigada por tudo. Até por aquela doença. Se não fosse por ela, acho que eu não teria tido coragem de ficar com Rachel, entrar para o coral... Ser quem eu quero ser. Obrigada.

Quinn levantou, fazendo o sinal da cruz, e se virou para a saída, encontrando o homem com quem falara no dia em que descobriu sua doença sentado, a olhando.

– Então... Você está melhor?

– Completamente curada. – ela sorriu e depois ergueu a sobrancelha – Te conheço?

– Charles Miller. Você é Quinn Fabray, certo?

– Como você...

– Eu conheço muita gente Quinn. Principalmente os Fabrays... Meu pai era amigo do seu avô. – o velho deu de ombros – Tenho que ir. Ah! Mande lembranças para o seu pai.

A loira ficou parada, ainda em choque.

– Caramba. Eu segui o conselho desse velho louco. – Quinn riu.