Quinn parou na frente da sala do coral e respirou fundo.

– Quinn! – Santana chamou, parando ao lado da amiga – O que acha que vai fazer?

– Glee club. – Quinn sorriu.

– Você vai mesmo continuar com isso?

– O que eu tenho a perder?

– Um ano perfeito? Isso é suicídio social!

– Eu só quero cantar um pouco.

– Hey meninas! – Brittany disse sorridente, aparecendo sabe-se lá de onde – Vão entrar no glee?

– Eu vou tentar.

– Posso tentar também?

– O que? – Santana gritou.

– Ah! Vai ser legal. Você também vem San?

– Eu...

– Por favor.

– Acho que já sei o que vou cantar.

– Domada! – Quinn cantarolou entrando na sala do coral.

– Mas que merda é essa? – Kurt disse quando as três entraram.

– Viemos fazer um teste. – Quinn respondeu e ate o queixo do professor caiu.

– Não precisamos de espias da Sue aqui. – Mercedes disse.

– A Quinn não faria isso. – Finn levantou e abraçou a namorada.

– Primeiro: Me larga Orca. – Quinn disse e o garoto se afastou.

– Eu só... Você é minha namorada e...

– Segundo: Nunca mais fale isso.

– O que?

– Qual é Finn? Ninguém te contou? – Santana riu.

– Contou o que?

– A Quinn disse que ta solteira. – Brittany disse.

– Mas de que merda ela ta falando? – o garoto gritou.

– Você quer que eu te fale? Ok. Finn, acabou. Agora sai da minha frente e me deixa fazer o teste!

– É assim Fabray? – o garoto choramingou.

– Quantos anos você tem heim?

– Dane-se você. – Finn disse e sentou ao lado de Rachel – Hey Rae, estou solteiro...

– E eu não sou premio de consolação. – Rachel revirou os olhos.

– O que vocês têm para nos mostrar? – Will perguntou, parecendo voltar de algum “universo paralelo”.

Quinn olhou para as amigas, que concordaram. Conheciam a loira bem o suficiente para saber o que ela estava pensando.

***

– Hey Rachel! – a morena parou e respirou fundo.

– Sim Quinn?

– Eu... Eu queria... Queria pedir desculpas.

– Você... Eu... O que? – Rachel parecia perdida – Quinn, quer que eu chame um medico?

– Por quê?

– Primeiro o glee. Depois, você termina com o Finn. E agora vêm me pedir desculpas?

– Bem... As pessoas mudam.

– Não assim.

– Olha, eu só... Eu não quero... Não quero que as pessoas guardem magoa de mim. Não quero que você tenha raiva de mim.

– E... Por quê?

– Eu... Só me desculpa ok? Sei lá. Como uma trégua?

– Quinn, depois de Barbra, você é minha inspiração. Você anda por esse colégio como se nada te atingi-se. As pessoas te respeitam. Você... Você conquistou tudo com seu esforço Quinn. Eu, sinceramente, poderia ter mais que uma trégua.

– Se você for me elogiar assim sempre, podemos manter uma amizade fácil. – as garotas riram – Então... Amigas? – a loira estendeu a mão.

– Amigas. – Rachel sorriu e abraçou a loira – Até mais.

Quinn viu a morena se afastar e quando ela estava fora de vista, sentou no chão, escorada na parede e suspirou.

Cinco segundos foi tudo o que a líder de torcida precisou para que o vazio que sentia sempre que estava sozinha, desde o dia que descobriu que tinha pouco tempo de vida, a preenchesse.

– Calma Q. Vai dar tudo certo. – ela se sentiu ser abraçada por Santana minutos depois, enquanto as lagrimas lavavam seu rosto.

***

– Treinadora. – Quinn bateu na porta e a mulher a encarou – Posso?

– Claro. Entre. O que ainda faz aqui?

– Vim entregar isso. – Quinn disse e pos a caixa com o seu uniforme de líder de torcida em cima da mesa.

Sue olhava entre a caixa e sua capitã.

– Por quê?

– Estou saindo das cherrios.

– Não esta não. Ninguém sai das cherrios sem que eu expulse.

– Desculpa treinadora.

– Espero que tenha um bom motivo.

– Eu... Só estou saindo.

– Não é um bom motivo.

– Mas é o que eu tenho. Estou saindo das cherrios e entrando para o novas direções.

– Isso é suicídio social. – Sue voltou a gritar.

– Eu só quero cantar e... Não posso estar nas cherrios.

– Por quê?

– Por que eu tenho insuficiência mitral. – a loira revidou no mesmo tom e depois suspirou – Não posso fazer esforço físico. Sinto muito, mas só tenho um ano de vida e quero fazer ele durar.

– Senta Q. – a mais velha pediu depois de alguns minutos de silencio – Isso é serio?

– Infelizmente.

– Você não vai sair das lideres de torcida. – a treinadora disse colocando o uniforme sobre o colo da aluna e indo ate um de seus armários – E fique com isso também.

– Pra que? – Quinn perguntou pegando o megafone que Sue estendia.

– Você pode estar doente, mas ainda é minha melhor cherrio. E, cá entre nós, a melhor líder que já tive.

– Mas...

– Você vai precisar disso pra dar ordens sem gritar.

– Obrigada treinadora. – Quinn sorriu.

– Não tem de que. Agora, sem sentimentalismo, pra fora da minha sala.

Quinn levantou com o uniforme em uma mão e o megafone na outra.

– Espera Quinn. – Sue chamou e apontou a cadeira novamente, dando a volta na mesa e se sentando nela – Por que entrou para o glee?

– Como eu disse, só quero cantar um pouco. E, sabe... Ser eu mesma.

– Onde o glee se encaixa nisso?

– Eu disse que quero cantar.

– É isso que eles fazem? Pensei que só gritassem o mais desafinado que conseguissem.

– Você sabe que noventa por cento daquele club tem talento treinadora. – Quinn riu.

– Você nunca me ouviu dizer isso. – Sue sorriu – Qualquer coisa... Pode falar comigo Q. Vamos dar um jeito de estender seu tempo.

– Obrigada treinadora.

– Agora, definitivo, pra fora da minha sala.

***

Quinn parou em cima do palco e suspirou.

Rachel tinha razão quando disse que o auditório era um bom lugar para pensar.

Começou a andar de um lado para o outro, enquanto repetia para si mesma que tinha que fazer aquilo.

– É o próximo passo Quinn. O próximo de poucos que faltam. – murmurou para si mesma e saiu da escola decidida.