06h00min

Mãe: Filha acorda. Vamos que você tem consulta.

Filha: Mãe, já disse que não vou. Estou bem, não quero ir a um psiquiatra estúpido para dizer baboseiras ao meu respeito, eu sei que nada disso é verdade.

Mãe: Cala sua boca. Não interessa, sobe e vai se arrumar. Vou esperar lá no carro.

09h00min

Psiquiatra: Então, o que aconteceu contigo? Porque tanta raiva para uma menina que começou a viver agora? Não acha que está muito adulta para quem só tem 13 anos?

Filha: Cansei doutor, Não me encaixo nessa maldita sociedade, que impões seus jeitos,aquele monstro que chamo de mãe não me ama, sou um fardo pra ela. Meu pai a largou por minha causa, não era a hora de nascer. Fui um acidente na vida deles. Eu também não tenho amigos, sou péssima na escola e só sei ficar no meu canto com meus livros e a música. Aguentando a humilhação de todos, blasfemando coisas que não é verdade.

Psiquiatra: Mas não acha que está se crucificando demais?

Filha: Fácil para você falar doutor. Você nunca foi uma menina problemática de 13 anos.

10h00min

Na volta para casa.

Mãe: Então como foi a consulta.

Filha: Sei que não esta interessada, só perguntou para fazer seu papel de mãe.

Mãe: Não é verdade, eu me importo com você.

Filha: Importa nada, você não se interessa pelos meus problemas. Você é uma falsa ao ponto de deixar eu de lado só para ficar com seu namorado, sei que você tem vergonha de mim.

A mãe perdendo o controle desfere um tapa na cara da filha, jogando ela de lado, fazendo a marca de sua mão aparecer em tons vermelhos na face esquerda da filha.

12h00min

O começo da tarde era chuvoso, ela não se importou em sair do carro na friagem, poderia pegar uma pneumonia, mas não importava com isso. Era seu desejo, o soco que levou da mãe foi à gota d’água. Seu corpo fervia de raiva e nas primeiras horas da tarde, começou arquitetar sua vingança. Abriu a porta da casa com uma raiva tremenda que os quadros que levavam a história da família caíram no chão, subiu a escada correndo e foi direto para seu quarto.Trancou-se nele. Ali começou a arquitetar seu destino e da sua odiada mãe.

14h00min

Sua mãe esquentava o que sobrou da janta de ontem. Aguardava a visita do namorado. Não queria que a filha aparecesse para estragar o encontro, os dois se odeiam mais que tudo, brigam como cão e gato. A filha o acha um vagabundo, que não esta nem ai para a vida. Acha que forma um casal perfeito com a mãe, ela espera que ele faça a mãe sofrer mais que tudo, espera que ele faça a pagar todos seus pecados. Espera que ela sofra amargamente na sua vida.

19h00min

Quando a noite cai ela decide que é a hora perfeita para por seu plano em prática. Desce sorrateiramente as escadas para não ser notada. Quando chega aos últimos degraus encontra a mãe beijando o namorado com vontade. Essa cena embrulha seu estomago e sua única vontade é de vomitar.

20h00min

Ela esperou os dois acabar. Depois que a mãe foi para a cozinha preparar algo para os dois ela esperou o momento certo para dar um fim no namorado. Quando preparava para estocar a faca em seu coração escuta ele gritar.

_ E a problemática da sua filha?

E a mãe responde:

_ Sei não, deve estar ocupada em seu quarto chorando. Se lamentando.

Ao ouvir isso não restou dúvida do ódio que sentia pelos dois. Estava mais do que certa de sua decisão e ali mesmo já traçava seu destino. Acabaria com tudo antes da meia noite.

22h00min

Chovia mais forte, ela esperou o momento certo e completou sua missão.

O namorado morrerá com uma facada certeira no olho sangue escapava aos montes sujando o pijama florido da filha. Ela não se importou, ficou feliz, foi uma morte demorada e dolorosa, o golpe fatal foi na garganta. Sua última visão foi o olhar sombrio da menina que tanto desprezava. A mãe foi mais difícil, lutou por sua vida, mas não conseguiu resistir à filha. Uma facada certeira na barriga, uma morte rápida e sem sofrimento.

Ficou triste por não fazer a mãe sofrer o tanto quanto ela, mas sentia uma pontada de orgulho de si mesma, acabou com sua principal fonte de dor. Agora só restava concluir o que planejará. Subiu vagarosamente a escada em direção ao seu quarto, onde colocaria um de uma vez por todas em tudo...

23h00min

No centro do quarto estava posta uma cadeira, uma corda pendia do alto. Sem sentir medo colocou a em seu pescoço, estava ciente que sufocaria até não existir mais vida. Não perdeu tempo e se jogou. Sentiu a vida te deixando e buscava um pouco de ar, sabia que era inútil. A sensação era ruim. Parecia que seus pulmões iriam explodir, sentiu sua vista embaçar e ficou desorientada. Seu movimento tentando buscar sua libertação a transformava em um pêndulo, mostrando que a cada movimento era um segundo a menos na sua vida. Depois de alguns minutos de agonia, finalmente se rendeu. Pendurado estava um corpo vazio, com um olhar penetrante e sem vida. Conseguiu completar seu plano. Mesmo morta, apareceu um pequeno sorriso em sua face. Agora poderia descansar em paz, aguardaria ansiosa o julgamento de Deus para sua triste alma abatida, mas sabia da condenação, o inferno a aguardava. Esperava ansiosa por ele pois já estava acostumada com seu demônio particular, um que a atormentou por 13 anos.