Justin

Eu estava dormindo ao lado de Diana que encheu o saco para que eu fosse dormir junto com ela. A casa não tinha ar condicionado e o beliche era apertado, eu já estava morrendo de calor então resolvi ir tomar um ar e vi que já tinha amanhecido. Sai do lado de Diana e vi que já tinha amanhecido. Fui para a varanda e vi Kimberly trocando beijos e caricias com um cara que eu ainda não tinha visto na casa. Senti meu sangue ferver e minhas mãos se fecharem como se fosse dar um soco no primeiro que aparecesse na minha frente.

–Namorado dela. – escutei a voz de Dallas.

–O que? – virei de frente pra ele e o encarei.

–Ele – Dallas apontou para o garoto loiro que estava com Kimberly nos braços. – é namorado dela, chegou aqui de noite.

–Hum bom saber, - revirei os olhos - eu não estava olhando pra eles. – dei de ombros.

Dallas deu um sorriso sarcástico e saiu de perto de mim. Logo depois vi que Kimberly caminhava na minha direção, com a cabeça baixa e um sorriso de canto.

–Bom dia psico. – falei.

–Vai se fuder. – ela disse.

–Sabe, de onde eu venho, pessoas educadas dizem “bom dia!”. – falei e a segui até a cozinha.

–Bom dia, vai se fuder. – ela disse abrindo a geladeira.

Revirei os olhos.

–Cadê a putinha da sua namorada?

–Ela não é putinha e está dormindo. – falei. – Por que veio até a cozinha?

–Estou com sede. – ela disse como se fosse obvio. – E vim pegar água pro Austin.

–Ah é, seu namoradinho. – falei.

–Ciúmes? – ela sorriu torto enquanto fechava a porta da geladeira.

–E se eu disser que sim? – sai de trás de mesa e fui até ela me colocando entre suas pernas. Depois colei minha testa na dela, minhas mãos apalpavam sua fina cintura e minha respiração se encontrava com a dela. – Eu sei que você sabe que posso ser melhor que ele... – sussurrei em seu ouvido.

Kimberly

Não gostei nem um pouco daquela ousadia de Justin e lhe dei um tapa no rosto que deixou a marca dos meus dedos.

–Eu podia te matar agora! – gritei. – Seu imbecil!

Eu caminhei com passos firmes até a varanda e dei o copo de água para Austin.

–Eu vou deitar um pouco. – falei e dei um selinho nele. – Amo você.

–Também amo você. – ele disse.

Subi as escadas e me joguei na cama abaixo da cama de Kate, ela ainda estava dormindo. Bela hora para brigarmos! Quando eu mais precisava conversar com alguém ela resolve ficar com raiva de mim.

Fiquei me remexendo na cama e depois de meia hora consegui pegar no sono.

–x-

O sol batia no meu rosto, que o fazia arder porque minha pele é muito sensível. Afê. Eu abri os olhos e quase queimei minhas pupilas com a claridade do sol. Pisquei varias vezes tentando fazer desaparecer os pontinhos verde-azulado que insistia em aparecer na minha visão.

Fui até o banheiro, escovei os dentes, tomei um banho e me vesti, sai do quarto e escorreguei pelo corrimão da escada como sempre fazia. Ontem a noite tinha achado uma bainha de katana por perto da casa e agora minha katana estava com “roupa nova”.

Cheguei à cozinha e todos estavam com cara de poucos amigos.

–O que foi? – perguntei.

–A comida acabou. – Anne, mãe de Kate, disse.

–Como assim “a comida acabou”? – perguntei. – E aqueles sacos de suprimentos que eu e Kate trouxemos?

–Isso faz, sei lá, um mês? – John disse um pouco irritado.

Revirei os olhos.

–Preciso de alguém para ir comigo, até um supermercado. – falei.

–Quem disse que você vai? – a voz de Austin adentrou a cozinha, fazendo-me virar admirada.

–Como é? – perguntei.

–Não quero que você se machuque! – Austin disse.

–Você não pode impedi-la. – todos olharam para Justin que estava encostado no balcão da cozinha, brincando com uma faca. O boné que usava escondia seus olhos e deixavam aparecer apenas sua boca que estava formando uma linha sem expressão.

–Sou namorado dela. – Austin disse.

–Mas não manda nela. – Justin levantou a cabeça e encarou Austin.

–Qual é a sua, cara? Você tem sua namorada. Deixa a minha em paz! – Austin deu as costas para Justin.

–Eu vou! – falei firme. – Quem vai comigo?

Justin foi o primeiro a levantar a mão. Depois John, Christopher, Dallas, Trevor, Tyler, Diana, Katie e por último, Austin levantou a mão meio hesitante.

–Ótimo. Assim de sairmos do supermercado, se sairmos, nós precisamos de mais carro. O grupo ta crescendo e só tem dois carros na garagem. – falei e todos assentiram. – O restante que vai ficar, cuida das crianças e da casa.